Remo contrata atacante Max Jari

O Remo anunciou, na manhã desta segunda-feira, a contratação do centroavante Max Jari, que disputou o campeonato amapaense de 2010 pelo Trem de Macapá. O jogador foi apresentado oficialmente antes do jogo diante do São Raimundo, nesta segunda-feira à noite, no Baenão. Ele acompanhou das cadeiras sociais do estádio a vitória do Remo sobre o Pantera. Max Jari (foto) tinha sido cogitado pelo Remo no começo do ano passado, mas optou pelo São Raimundo de Santarém. Vem para disputar um lugar no ataque com os já contratados Wellington Silva e Marcelo Soares. (Com informações da Rádio Clube/Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

FHC: o trololó de um intelectual vazio

Por Luis Nassif

Três ou quatro anos atrás, no Summit de Etanol, fui debatedor de uma mesa que tinha, entre outros, o megaempresário George Soros e Fernando Henrique Cardoso. Um dos temas era a questão do aumento das commodities. Soros foi objetivo, alertando para o risco da “doença holandesa” – fenômeno em que as exportações de produtos primários crescem tanto, atraem tanto dólares que provocam uma apreciação da moeda local matando a manufatura. FHC limitou-se a dizer que a alta desmentia a tese cepalina e, especialmente, Celso Furtado – que sempre alertava para a perda nas relações de troca. Era uma bobagem incandescente, porque fugia da questão central, que era a promoção do desenvolvimento. Detalhe: naquele mesmo dia saíra um artigo do Ilan Goldjan no Estadão sobre o mesmo tema. FHC simplesmente se inspirara no artigo para não falar nada.

Aliás, o artigo limitava-se a repetir o mesmo mantra que em 1980 ouvi de Rosenstein-Rodan, economista ortodoxo que se opunha às teorias industrializantes da Cepal. Ele dizia isso em relação ao aumento dos preços do petróleo. Trinta anos depois, o boom do petróleo não gerou nenhuma nação desenvolvida. No artigo, Ilan tentava rebater justamente os argumentos sobre a necessidade de superar o mercadismo e definir uma vocação clara de desenvolvimento para o país. 

Meses atrás conversava com um colega jornalista que fora iludido pela suposta erudição de FHC, assim como eu fui pela do Serra. Descobrimos o truque de ambos. Cada vez que ele (analista político) ou eu (econômico) levantávamos alguma tese diferente, o senador FHC ou o deputado Serra ligavam, endossavam as ideias e se apresentavam como se a ideia já fizesse parte de seu repertório intelectual. A impressão era das melhores. Além de espicaçar a vaidade de nós, jornalistas, passavam a sensação de que eles eram os “caras”, antenados com as novas ideias e novas tendências. Ledo engano! Eram apenas leitores de jornais repetindo ideias interessantes sem sequer assimilá-las.

Esse vazio intelectual ficou claro em FHC presidente e, em especial, na entrevista que me concedeu e que está no final do livro “Os Cabeças de Planilha”. Incapacidade absoluta de enxergar o novo, identificar os fatores portadores de futuro, as grandes linhas que determinam a diferença entre desenvolvimento e estagnação. No Summit, quando me levantei para comentar as apresentações, aliás, ele tentou ironizar me desafiando a fazer a síntese sobre os “fatores portadores de futuro” – sinal de que havia lido o livro e a crítica pegara no fígado.

Com Serra, essa falta de ideias ficou clara na prefeitura e no governo do Estado, quando não tinha mais o álibi de supostamente ser uma voz dissidente no PSDB fernandista para não se pronunciar. Quando se tornou o protagonista maior do PSDB percebeu-se que não se manifestava por não ter ideias. A campanha eleitoral mostrou de forma dramática sua total incapacidade de assimilar conceitos básicos de modernização desenvolvidos ao longo dos anos 90 e 2000. É evidente que falta a estratégia ao país, que os sucessivos planos de política industrial não chegaram a definir uma mudança de rumo, que o câmbio é um desastre. Mas FHC sabe disso apenas de orelhada. Deve ter lido algum artigo de Bresser-Pereira antes da entrevista.

IFFHS: Ferguson e Wenger são os melhores técnicos

E lá vem a IFFHS com outro polêmico ranking. Agora, a entidade decidiu escolher o melhor técnico do planeta nos últimos 15 anos – de 1996 a 2010. Segundo a Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS), o escocês Alex Ferguson, do Manchester United, é “o” cara. Ferguson superou na classificação o francês Arsene Wenger, do Arsenal, e o italiano Marcello Lippi, respectivamente segundo e terceiro colocados. Já o português José Mourinho, atual treinador do Real Madrid, ficou em quinto, atrás do holandês Guus Hiddink. O melhor brasileiro e latino-americano na lista é Luiz Felipe Scolari, em sétimo. Outros representantes do Brasil entre os 60 mais bem colocados são Carlos Alberto Parreira (18º), Dunga (21º), Vanderlei Luxemburgo (27º), Zagallo (43º) e Zico (57º).

Lista dos melhores técnicos desde 1996, segundo a IFFHS:

1. Alex Ferguson (ESC) 222 pontos
2. Arsene Wenger (FRA) 186
3. Marcello Lippi (ITA) 146
4. Guus Hiddink (HOL) 141
5. José Mourinho (POR) 135
6. Ottmar Hitzfeld (ALE) 134
7. Luiz Felipe Scolari (BRA) 133
8. Marcelo Bielsa (ARG) 127
9. Sven-Göran Eriksson (SUE) 126
10. Fabio Capello (ITA) 120
11. Carlo Ancelotti (ITA) 112
12. Frank Rijkaard (HOL) 104
13. Vicente del Bosque (ESP) 103
14. Rafael Benítez (ESP) 97
15. Karel Brückner (RTC) 76
18. Carlos Alberto Parreira (BRA) 65
21. Dunga (BRA) 62
27. Vanderlei Luxemburgo (BRA) 50
43. Zagallo (BRA) 37
57. Zico (BRA) 29

Fico imaginando a revolta dos fãs de Edson Maçaranduba Gaúcho, injustamente esquecido pela IFFHS.

Bola na Torre estreia novo cenário

Cenário novo, formatação diferente dos quadros, mais agilidade com o uso do Twitter e SMS. Assim é o Bola na Torre repaginado, que estreou na noite deste domingo, registrando mais de 450 mensagens SMS e participação recorde de tuiteiros. Show de bola. Sob a direção de Toninho Costa, com apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa se consolida como a principal atração esportiva da domingueira. E deve se fixar na faixa das 22h – se a programação da Band permitir… Na foto, o escriba baionense ao lado de Rui Guimarães, Tomazo, Toninho Costa e Guerreiro.

Coluna: Um começo promissor

Logo em sua primeira rodada o campeonato apresenta boas novidades. A surpreendente goleada do Independente Tucuruí dentro de Cametá. O empate obtido pela Tuna em Marabá e a re-virada do Paissandu sobre o Castanhal, na Curuzu. Jogos bem interessantes, com gols bonitos e lampejos de bom futebol que sinalizam para uma competição empolgante.
Sobre o Paissandu x Castanhal da manhã de ontem, destaques para Rafael Oliveira, Héliton e Billy, responsáveis pelos melhores momentos da equipe na partida. Sem eles, Sérgio Cosme estaria a essa altura buscando explicações para um tropeço dentro de casa.
Sim, o Castanhal teve chances de vencer. Sofreu um gol logo aos 12 minutos, mas foi predominante no restante do primeiro tempo. Só não estabeleceu uma vantagem folgada porque seus atacantes estavam apagados. Brilhou o meia Soares, que fez bons lançamentos, comandou o meio-de-campo ao lado de Flamel e ainda marcou duas vezes.
E, se o primeiro gol contou com a ajuda do imponderável – a bola resvalou na barreira antes de entrar –, o segundo veio com o carimbo inconfundível do craque. Chute longo, de fora da área, encobrindo completamente o goleiro Nei e caindo lá na gaveta. Lembrou muito aquele gol de Ronaldinho Gaúcho, na Copa de 2002, contra a Inglaterra.
Apesar do golaço e da vitória parcial, o Castanhal apequenou-se na volta do intervalo. Um pecado foi fatal: o técnico Luís Carlos Apeú decidiu trocar Helinho por Clóvis, fechando mais o meio-campo. Helinho não estava jogando bem, mas pelo menos prendia a marcação do Paissandu. Sem ele, a meia-cancha alviceleste teve a chance de adiantar-se e corrigir um grave erro da primeira etapa.
Sérgio Cosme já havia dado um jeito de melhorar o funcionamento do setor, recuando Alex Oliveira para o lugar ocupado por Marquinhos, que foi substituído por Héliton. Além disso, pôs Sidny e sacou Allax. Com poucos minutos de bola rolando, as modificações surtiram efeito. Rafael Oliveira empatou. Em seguida, outro erro terrível liquidou com as chances do Castanhal: o goleiro Ângelo aceitou um chute despretensioso de Alex Oliveira.
Desempatado o placar, o time se soltou e passou a jogar em velocidade, como não tinha ocorrido ainda na partida. Discreto, Sandro entrou para distribuir bolas no meio-campo e Alex se encarregou de organizar as ações. Rafael e Héliton partiram para cima da zaga castanhalense e, quase ao final, surgiu o quarto gol, depois de rápida jogada envolvendo Alex, Sidny e Rafael, que escorou para as redes. Do susto inicial, o torcedor passou à comemoração, mesmo sabendo que o Paissandu precisa evoluir bastante.
 
 
Quem também começou com o pé direito foi o Bola na Torre, que estreou ontem roupagem nova e cenário mais dinâmico. Sob a direção de Toninho Costa e apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa campeão das noites domingueiras registrou mais de 450 mensagens SMS e excelente participação via Twitter. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 24)