Em nota, PSOL diz que prisão de Lula é um duro golpe contra a democracia

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Nota divulgada no começo desta noite pela direção nacional do PSOL, repudiando a decisão de prender Lula e criticando o processo de perseguição ao ex-presidente:

“A prisão do ex-presidente Lula, decretada na tarde desta quinta-feira (5) pelo juiz Sérgio Moro, é o mais recente episódio da perseguição judicial desencadeada pela Operação Lava Jato contra o líder petista. Na noite de ontem, nos manifestamos prontamente contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeitou o habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula. Essa decisão representa mais um duro golpe contra a democracia, ignorando a Constituição Federal, que é clara ao afirmar que o cumprimento da pena só pode ter início após o final do trâmite processual.

A decisão de Moro é parte da trama sinistra que busca inviabilizar a candidatura de Lula e calar as vozes que denunciam o golpe parlamentar que impôs dezenas de retrocessos ao povo brasileiro. Nesse momento, nos solidarizamos com Lula e seus familiares, com o Partido dos Trabalhadores e todos os eleitores do ex-presidente.

O PSOL se somará a todas as ações em defesa da democracia. Seguiremos erguendo nossa voz contra o autoritarismo e a injustiça.”

Juliano Medeiros – direção nacional do PSOL

“Coragem é uma virtude esquecida”: carta aberta a Marco Aurélio Mello

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Por Marcia Tiburi, na revista Cult

Escrevo essa carta porque insisto em acreditar no Brasil e confio que o senhor também acredita na democracia, esse valor tão em baixa no Estado brasileiro. No julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senhor foi um dos que tiveram a dignidade de reconhecer uma garantia constitucional que atende a todos os brasileiros e a coragem de expor que, no que deveria ser uma Corte comprometida com a Constituição, uma manobra político-midiática foi adotada para levar um cidadão à prisão.

Agora, por uma obra do destino, está em suas mãos a chance de reverter esse tratamento casuístico que apequenou o Supremo Tribunal Federal. O pedido de uma liminar em uma Ação Declaratória de Constitucionalidade está nas suas mãos. Se no julgamento recente, diversas teorias e teses foram distorcidas para afastar um direito constitucional, se recorreram a uma retórica populista no campo penal que, por vezes, era explicitamente sem sentido, cabe ao senhor a chance de demonstrar que a Constituição da República de 1988 ainda está viva.

Poder geral de cautela? Antecipação dos efeitos do julgamento do mérito? Suspender as prisões até que se julgue a ADC? Não importa. A sua decisão deve ser voltada ao restabelecimento do projeto constitucional de vida digna para todos e todas, inclusive o ex-presidente Lula. A decisão deve por fim ao arbítrio, que vai da pressa em prender e humilhar à manipulação das pautas de julgamento, e que se origina de sanha punitiva com finalidade política.

​Caro Ministro Marco Aurélio, coragem é uma virtude esquecida em tempos de espetacularização autoritária. Percebi, e espero não me enganar, que não falta coragem a você. Por isso, escrevo essa carta. Qual o sentido de deixar um homem ser preso se todos sabemos que essa prisão viola a Constituição? Por que não impedir, desde logo, todas (eu disse: todas) as antecipações de penas enquanto ainda não forem julgados os recursos pendentes?

Homens e mulheres ao julgar os outros erram, embora muitos juízes e jornalistas tenham imensa dificuldade de reconhecer isso. Erram, às vezes por ignorância, às vezes por má-fé ou covardia, não seria, então, o caso de respeitar a opção constitucional de que é melhor um possível culpado aguardar o julgamento definitivo solto do que um inocente ser preso? Luiz Inácio, mas não só ele, os Joões e as Marias são pessoas de carne e osso: não podem ser instrumentalizadas para qualquer fim. Espero, sinceramente, que não deixe isso acontecer.

​Saudações cordiais e democráticas,

a) Marcia Tiburi.

Apitador gaúcho vai comandar o Re-Pa

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A Comissão de Arbitragem da FPF realizou nesta quinta-feira (05) sorteio de arbitragem para a decisão do Campeonato Paraense 2018, entre Remo e Paysandu, que será disputada no próximo domingo, no estádio olímpico Jornalista Edgar Proença. O árbitro escolhido foi o gaúcho Anderson Daronco (RS), de 37 anos. Seus auxiliares serão Alessandro Álvaro de Matos (BA) e Guilherme Dias Camilo (MG), ambos do quadro da Fifa.

Centrais sindicais divulgam nota de apoio ao ex-presidente Lula

“Nós sindicalistas das centrais sindicais Força Sindical, CTB, UGT, Nova Central e CSB, apoiamos e nos solidarizamos com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Consideramos a decretação de sua prisão uma medida radical que coloca a sociedade em alerta.
Vivemos no Brasil, nos últimos anos, um clima de perseguição política, que tem como pretexto o combate à corrupção, mas cujo objetivo maior é extirpar do jogo político qualquer programa que valorize a área social, o trabalho e a renda do trabalhador, e uma pauta progressista desenvolvimentista.
Mais do que isso, estamos certos de que o objetivo real deste processo é tirar o ex-presidente Lula da disputa eleitoral de 2018. O fato de ter sido a tramitação mais célere da história do judiciário evidencia o teor persecutório da ação.
Questionamos de forma contundente o fato de o ex-presidente ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região sem a apresentação das provas do suposto crime.
Ressaltamos a trajetória de resistência e luta democrática do ex-presidente Lula, da sua fundamental contribuição à luta contra a miséria, o desemprego, a discriminação que marcou toda sua vida pessoal e política, como sindicalista, deputado, dirigente partidário e como chefe de Estado, quando foi responsável por uma incontestável melhoria das condições de vida e trabalho para milhões e milhões de famílias brasileiras.
As injustas condenação e prisão do ex-presidente Lula alimentam a divisão do país e o mergulha na insegurança, o que não colabora para a superação da grave crise social, política e econômica a que estamos submetidos. Queremos a liberdade do ex-presidente Lula, até como forma de garantir que o processo eleitoral de 2018 seja limpo e democrático, via essencial para que possa prevalecer nossa plataforma democrática, dos direitos trabalhistas e sociais e do desenvolvimento de nosso país.”

São Paulo, 5 de abril de 2018

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

Festa no país dos patos amarelos: Moro cumpre o último ato da ópera bufa

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O ínclito juiz Sergio Moro, herói dos patos amarelos no país, determinou na tarde desta quinta-feira (a tempo de virar assunto no Jornal Nacional, da aliada Globo, obviamente) a prisão de Lula, cumprindo à risca o script desenhado desde o fatídico power-point de araque apresentado por Deltan Dallagnol, o promotor messiânico-fundamentalista, no qual se dizia que a condenação deveria ocorrer por convicção, mesmo que sem qualquer prova de ilicitude.

A prisão, permitida por uma decisão difícil no STF, é o ato final da ópera bufa orquestrada nos porões do golpe, desta vez tão escancarado que é defendido à luz do dia por políticos, jornalistas da velha mídia, empresários, juízes e chefes militares. Todos juntos, pra frente, Brasil, o país da ditadura disfarçada.

A Lula cabe cumprir seu papel histórico singular, como o político brasileiro mais amado por seu povo e o melhor de todos os presidentes da era moderna, conforme reiteradas (e insuspeitas) pesquisas. Tudo o que fez em prol de sua gente jamais será apagado, por mais que a máquina a soldo da perseguição política não lhe dê tréguas.

E que ninguém ouse pensar que tão magnífico líder político está liquidado e esquecido por força de medidas persecutórias – ele está mais vivo do que seus algozes imaginam.

Givanildo comanda treino e Remo deve ter todos os titulares no clássico

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O Remo realizou nesta quinta-feira seu penúltimo coletivo para o jogo decisivo do campeonato, domingo, contra o PSC. O técnico Givanildo Oliveira comandou o treino e o time titular atuou com a mesma formação que começou o Re-Pa de domingo passado, com a presença de Felipe Marques no lado esquerdo do ataque.

Continuam entregues ao departamento médico os volantes Geandro e Felipe Recife, o goleiro Douglas e o zagueiro Martony, todos praticamente descartados da partida final. Leandro Brasília começou a treinar com bola e deve figurar na relação de jogadores selecionados para o jogo.

O provável time do Leão para domingo é: Vinícius; Levy (Gustavo), Mimica, Bruno Maia e Esquerdinha; Dudu, Fernandes (Felipe Recife) e Adenilson; Elielton, Isac e Felipe Marques. (Foto: Ascom/CR)

A liberdade que não nos podem tirar

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Por Fernando Brito, no Tijolaço

Ontem, o país viveu um dos últimos – e certamente o maior – obstáculo ao despenhadeiro do fascismo e da perda da institucionalização. O maior, tenham em mente, desde o dia em que o circo da Câmara dos Deputados votou pela abertura do processo de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff.

Não se iluda por questões de legalidade constitucional, destas que há muito a maioria do Supremo deixou para trás e que fizeram soar patética a aula de constitucionalismo dada pelo insuspeito Celso de Mello em seu voto. A Constituição é lana caprina, expressão que os advogados usam para dar nome a algo de pouco valor, tal como foi o impeachment sem crime de responsabilidade há dois anos.

Sob certos aspectos, porém, o que se deu ontem é pior, muito pior que o domingo da vergonha de 2016, porque ali apunhalava-se o presente mas sobrevivia o futuro do processo eleitoral. Agora, o que se fez foi matar a esperança de que  se pudesse voltar ao leito democrático em outubro.

Há um ar inescondível de tragédia.

Tintas de uma releitura do agosto de 1954, onde a cena trágica será ainda vivida, com as imagens mórbidas da condução de Lula à cadeia, num féretro que será festejado pelos corvos e abutres de uma classe média, enfim, condenada a roer a sua vida miserável pondo a culpa de todas as nossas mazelas no povo brasileiro, esta gente -para eles – indolente, desonesta, negra e parda, inferior ao ponto de merecer o nome de “povinho”.

O processo que começou com os udenistas de 2013, os do “padrão Fifa”, deságua na cena previsível, mais ainda pelo próprio Lula, ao resumir, na única declaração da qual, até agora, se tem publicada: “Ninguém deu um golpe para me deixar candidatar”.

Ontem, antes do trágico espetáculo que Cármen Lúcia dirigiu no Supremo com o mesmo cinismo com que Eduardo Cunha comandou a apresentação circense – Luís Roberto Barroso, aliás, com seu demagógico discurso, encarnou uma versão “cult” daqueles que prometiam o Brasil dos céus ao votarem pela ruptura democrátíca – o analista de pesquisas Antonio Carlos Almeida, autor do clássico “A Cabeça do Brasileiro”, escreveu o que se pode sentir no imaginário deste país:

Lula é politicamente grande porque tem voto, e isso é o fundamento da democracia. Lula tem voto para receber e transferir, quem trabalha com pesquisa sabe disso. Porque tem voto, ele motiva medo em seus adversários e esperança em seus seguidores.(…)Vale aqui novamente o contrafactual: se Lula não fosse do tamanho que é, não estaríamos nem escrevendo, nem lendo sobre ele, nem conversando nem ouvindo o que dizem dele, tampouco estaríamos preocupados com o desfecho dos julgamentos que a ele dizem respeito. Os ministros do Supremo, ao julgarem o habeas corpus de Lula, independentemente do resultado, apenas dizem o mesmo que esse artigo: Lula é politicamente grande. É importante que o país tenha consciência disso.

Na gente que não fala, que é o personagem ausente da polêmica política, fica algo que, nas pesquisas, só aparece nas intenções de voto, não em respostas explícitas: Lula é perseguido porque ousou fazer algo pelos pobres. Esta é a sua resistência, como foi, há mais de 60 anos, a transformação de Getúlio Vargas em um fantasma a assombrar e maldizer a direita.

É preciso não fazer bravatas, cantar vitórias ou propor tolices.

A dor pode ser combustível de nossas chamas, mas não a mão que nos guia. O primeiro passo é recusar o processo autofágico e recordar que tudo isso ocorre não pelos defeitos e erros do petismo ou de Lula, que existem, é claro.Ocorre por seu significado, ocorre pelo seu simbolismo, ocorre pelo que ele representa para o Brasil.

E não vai deixar de representar porque meia-dúzia, exatamente meia-dúzia, de algozes da elite negaram, por algum tempo, seu direito de ser um homem “externamente livre”. Porque as nossas cabeças, as nossas idéias, os nossos pensamento e ações, a estes não há grades capazes de conter.