Rock na madrugada – Flying Burrito Brothers, Christine’s Tune

Tribuna do torcedor

Por Amin (aminvzah@bol.com.br)

É desanimador assistir futebol no Brasil. Os jogos são constantemente manipulados, começando pelas arbitragens e com a conivência da imprensa, especialmente quando de jogos do flamengo. Sábado, assistimos mais uma aberração e a prática do surrado “dois pesos e duas medidas”. No gol do Flamengo, que há décadas é ajudado pelas arbitragens (lembrar das expulsões de meio time do CAM em 1981 pelo José Roberto Wright), Rodolfo estava em flagrante impedimento, entretanto o gol do Botafogo (menos escandaloso) foi anulado pelo outro bandeirinha.
E sempre o Botafogo é esbulhado pelas arbitragens e diminuído pela “inpremza”. “Juízes” Marcelo Henriques, Gaciba, Seneme, Beltrame, Luis Carlos (o Índio) e outros mais.
Ontem a Sky nos poupou dos comentários do Luis Carlos Jr e Lédio Carmona, que no ano passado, quando de um jogo do BFR contra o mesmo flamengo, aos risinhos, comentavam que no Engenhão só tocava o hino do BFR. Certamente eles entendem que na quadra da Beija-Flor deva tocar o samba enredo da Portela. 
Quando do episódio do V. Jr. provocando a torcida do BFR agora em fevereiro, na “vitória” por 3 x 1, e a represália da Diretoria do BFR em não ceder o Engenhão, os “comentaristas” caíram de pau durante 4 dias nos diversos programas esportivos. Se fosse inversa a situação, a atitude seria acertada. É muita desfaçatez e insistir em jogar para a platéia. 
Finalmente acho que os bandeirinhas de sábado quiseram homenagear o aniversariante do dia, aquele que na Copa de 1978 na Argentina teve o gol anulado pelo juiz Clive Thomas, após quase 5 minutos de embromação do Nelinho para cobrar o escanteio, no jogo contra a Suécia, aos 48 do 1º tempo.

Hoje, eu li no Globo On-line matéria com o coordenador da COAF-RJ Sérgio Santos, comentando os erros de arbitragem no jogo do BFR sábado (03.03). Chega a ser engraçado se não fosse trágico. Ele admite que o gol do Fla foi em flagrante impedimento, bem como um tapa de Everton em Leandro Carvalho, o que teria caracterizado expulsão, e que esses incidentes seriam facilmente detectados quando do uso do VAR (Video assistant referee).
Cético que sou quanto a essas providências tomadas após o ocorrido, nem me empolgo quanto à adoção dessa tecnologia que viria sanar
essas dúvidas. Isso é apenas um cala boca nos dirigentes do BFR e nossa seleta torcida. Vão fazer uma reciclagem, voltam depois de 3 meses e vão continuar roubando de novo.
Sabendo que a grande maioria da “imprensa” é descaradamente do lado deles, não me surpreenderei se o(s) operador(es) escalados para o referido aparelho, nos dias de jogo deles, forem Eric Faria, Lédio Carmona, Luis Carlos Jr., Pascoal, Fábio Sormani.
Aí você vê que estamos no mato sem Biriba. Tomei uma providência: doravante em jogos do BFR assistirei com o volume no ZERO, embora o Jader Rocha tenha sido imparcial no sábado. Mas você há de convir que aturar aqueles acima citados e mais alguns é dose cavalar, e meu fígado não aguenta. 

AS/COA e fake news: como a entidade que bancou palestra de Moro nos EUA molda a narrativa da mídia na América Latina

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Artigo publicado no Brasil Wire, de autoria de BRIAN MIER. O DCM deu anteriormente esta outra excelente matéria sobre a AS/COA

(tradução de Sônia Maia)

Quando Luis Inácio Lula da Silva assumiu a presidência em 2003, um de seus primeiros passos foi priorizar um software de código aberto para os sistemas do governo federal com o objetivo de reduzir custos, aumentar a concorrência, gerar empregos e desenvolver o conhecimento e a inteligência do país nessa área.

Embora nunca tenha sido amplamente adotado por todos os ministérios, até 2010 essa iniciativa representou uma economia de mais de R$ 500 milhões para os contribuintes. Em outubro de 2016, seis semanas depois de assumir o poder, enquanto reduzia de R$ 42 para R$ 16 milhões os fundos para programas à mulheres vítimas de violência doméstica sob a desculpa de que não havia como pagar, o presidente Michel Temer anunciava que o governo iria gastar R$ 140 milhões na migração dos sistemas de informática para produtos da Microsoft. A Microsoft não é a única empresa que se beneficiou do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff.

A Boeing está em marcha na conquista de uma participação com poder de controle sobre o conglomerado aeroespacial de capital misto Embraer,  terceiro maior fabricante de aviões do mundo, considerado um orgulho nacional para os brasileiros. Depois de se reunir com os diretores da Monsanto em fevereiro de 2018, o governo de Temer anunciou planos para legalizar o uso do herbicida Glifosate, da Monsanto, recentemente proibido na Europa.

Em outubro de 2017, pouco depois de lançar o leilão de oito campos de petróleo em alto mar para corporações internacionais, como a Chevron e a Shell, Michel Temer assinou um decreto presidencial de redução de impostos para as companhias de petróleo estrangeiras que trabalham no Brasil, estimado em R$ 1 trilhão. Microsoft, Monsanto, Boeing, Chevron e Shell se beneficiaram financeiramente com a mudança de regime no Brasil.

O que mais essas empreas têm em comum? Todas são membros corporativos da Americas Society / Council of the Americas (AS/COA), o think tank que, sob o pretexto de cuidar do povo latinoamericano, vem apoiando políticas de austeridade e governos de direita na região desde sua fundação por David Rockefeller na década de 60.

A revista da AS/COA, a Americas Quarterly, está voltada para um público de elite, é distribuída em salões VIP de aeroportos em todo o continente e distribuída como bônus à associados, com custo de adesão individual a partir de 10 mil dólares ao ano.

Sua função principal, no entanto, parece ser a de relações públicas, alimentando notícias corporativas favoráveis na mídia de todo o hemisfério, incluindo frequentes aparições da equipe de AS/COA na CNN, NBC, Bloomberg, NPR (National Public Radio); agências de notícias como a Reuters e AP (Associated Press News); e em jornais que abrangem desde a região do famoso jornal Clarin, da Argentina, ao Los Angeles Times.

Os links para esses artigos, e aparições em TV e rádio, estão detalhados no site da AS/COA, e facilmente disponíveis para quem deseja quantificar essa direção oblíqua ou buscar padrões narrativos. Escolhi analisar os padrões narrativos dos feeds de mídia da AS/COA em dois períodos: de 24 de fevereiro de 2017 a 24 de fevereiro de 2018, e durante os três meses anteriores à remoção de Dilma Rousseff, que aconteu no dia 13 de maio de 2016.

As recentes prioridades da AS/COA

Entre 24 de fevereiro de 2017 e 24 de fevereiro de 2018, a equipe do AS/ COA apareceu ou foi citada em matérias da mídia norteamericana 102 vezes (excluindo temas como arte, que deixei fora dessa análise). Isso inclui 39 matérias sobre a Venezuela, 13 sobre o NAFTA (Tratado Norteamericano de Livre Comércio) e 7 sobre o Brasil.

As matérias sobre a Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, podem ser classificadas como “propaganda para mudança de regime”. Não há tentativa alguma de fornecer uma cobertura equilibrada em qualquer dos artigos assinados pela equipe do AS/COA, como, por exemplo, falar com qualquer cidadão da classe trabalhadora venezuelana, cuja maioria ainda apoia o regime de Maduro.

A linguagem é semelhante à usada para descrever países como a Líbia antes das operações militares dos EUA. A Venezuela está em estado catastrófico, a democracia desabou, o país está em crise. Como Eric Farnsworth, da AS/COA, diz à CNN: “Há pessoas na Venezuela que estão literalmente famintas. O quadro é apocalíptico. Chamaria a Venezuela de um estado falido”.

Embora a fome seja um fenômeno terrível, está presente em todas as nações das Américas. De acordo com o WHES – World Hunger Education Service (Serviço Mundial de Educação Contra a Fome), em 2015, 6,3 milhões de famílias americanas sofreram níveis extremamente baixos de segurança alimentar. É altamente duvidoso que qualquer pessoa da AS/COA cite esta estatística para chamar os EUA de um estado falido.

As treze matérias sobre o NAFTA são exemplares, pois ilustram um objetivo de longo prazo do AS/COA e seu fundador e ex-diretor David Rockefeller para reforçar os acordos neoliberais de livre comércio. Rockefeller influenciou a criação do NAFTA e da fracassada FTAA, e a AS/COA está entre os maiores líderes apoiadores desses polêmicos acordos.

Embora o NAFTA não tenha cumprido suas promessas sobre os benefícios para a classe trabalhadora, pela linguagem dos artigos, a AS/COA e seus patrocinadores corporativos visivelmente apoiam a continuação do NAFTA e estão preocupados que Donald Trump esteja prejudicando o acordo.

Sete matérias sobre o Brasil que apareceram na mídia norteamericana no ano passado incluem conteúdos da AS/COA. Duas mostram uma estratégia contínua para tratar a polêmica e partidária equipe da Lava Jato como super-heróis, começando pela capa da Americas Quarterlyde 2016, que mostra Sergio Moro travestido de “Caça-Fantasmas” (como no famoso filme Ghostbusters).

Moro tem sido amplamente criticado no Brasil e no exterior por passar por cima da lei ao divulgar para a TV Globo conversas telefônicas gravadas ilegalmente entre Lula e Dilma. Tem sido criticado por não processar qualquer membro do PSDB, incluindo nomes de peso como José Serra e Aécio Neves, envolvidos em uma série de subornos envolvendo milhões de dólares, além de escândalos sobre financiamentos ilegais de campanhas.

Sergio Moro tem concentrado a maior parte de seus esforços no que parece ser uma tentativa de evitar que o ex-presidente Lula concorra à presidência em 2018, com base em acusações sem provas físicas de que Lula teria feito reformas ilegais em um apartamento em frente à praia, inteiramente ancoradas no testemunho de um empresário corrupto, que mudou sua história inicial para implicar Lula, em troca de redução de sentença.

Sergio Moro foi também acusado de conflito de interesses, porque sua esposa, Rosângela Wolff de Quadros Moro, era advogada de Flávio Arns, durante sua gestão como vice-governador do Paraná pelo PSDB. Em dezembro de 2017, o advogado da Odebrecht, Tacla Duran, denunciou a equipe da Lava Jato de administrar uma indústria de redução de sentenças através do escritório de advocacia de Rosângela, a Zucolotto Associados. Sergio vem sendo acusado de pressionar empresários a mudar suas alegações para implicar Lula.

Vem sendo acusado, ainda, de adulterar registros financeiros da Odebrecht. Foi acusado de comportamento sádico depois de ordenar, em 22 de setembro de 2016, que a polícia prendesse o ex-Ministro da Fazenda, Guido Mantega, dentro do hospital Albert Einstein durante a sessão de quimioterapia da esposa, a psicanalista Eliane Berger, que faleceu no ano seguinte.

Foi acusado, em um artigo compartilhado no site do Exército brasileiro, de destruir cinco discos rígidos de evidências físicas de suborno entregues pela Odebrecht, uma ação amplamente interpretada como um movimento para proteger políticos do PSDB.

Moro foi recentemente acusado de violações éticas ao descobrirem que reside em um apartamento de luxo de 256 m2, cujos aluguéis são pagos via subsídio judicial. Foi acusado de perseguir legalmente seus críticos, como quando ordenou que a polícia invadisse a casa do estudioso de Direito, Rafael Valim, que organizou um seminário com o advogado da Comissão de Direitos Humanos da ONU, Geoffrey Robertson, no qual a equipe da Lava Jato era criticada por fazer uso de lawfare (guerra jurídica).

E, o mais importante, foi acusado de sabotar a economia paralisando as maiores empresas de construção do Brasil em 2015, em vez de tratá-las como “grandes demais para caírem”, em um movimento que causou 500 mil demissões no setor de construção e, de acordo com um estudo citado pela BBC, uma queda de 2,5% no PIB brasileiro. Mesmo assim, nenhum desses eventos resultou em qualquer dúvida por parte da AS/COA sobre a ética e agenda de Sergio Moro. Em recente artigo na Foreign Policy, o vice-presidente da AS/COA, Brian Winter, apresenta Moro como o Teddy Roosevelt do Brasil.

O candidato da eleição presidencial de 2014, Aécio Neves (PSDB), teve cinco acusações de recebimento de suborno da ordem de R$ 3 a 50 milhões. Em suma, todas essas acusações são muito mais graves do que alegadamente receber reformas em um apartamento, o que resultou em uma pena de prisão contra Lula de 9,5 anos.

Em um de seus últimos movimentos antes de demitir-se como Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot pediu à Suprema Corte que retirasse todas as acusações contra Aécio Neves. A AS/COA ignorou esse fato, usando o New York Times para prestar uma homenagem a Janot, comparando-o a um soldado em luta na construção de um Estado de Direito.

Tanto Janot como Moro escreveram para a Americas Quarterly e a AS/ COA regularmente patrocina suas idas à Nova York para conversas. Ambos foram homenageados em um evento da Americas Society/Council of Americas em Nova York em 2 de março último.

AS/COA durante a manipulação do golpe

No livro Merchants of Doubt (Os Mercadores da Dúvida), Naomi Oreskes e Erick M. Conway documentam como think tanks e fundações financiadas por corporações têm trabalhado, nos últimos 50 anos,  para confundir deliberadamente o público sobre a questão das mudanças climáticas, a fim de enfraquecer o apoio à regulamentação das emissões de CO2. Uma estratégia comum usada por essas instituições e seus fantoches é desacreditar a ciência, espalhar confusão e promover a dúvida.

Ao analisar a influência da AS/COA na mídia durante o período de 3 meses antes de Dilma Rousseff ter sido forçada a deixar a presidência, ficou claro tratar-se de uma tática para confundir o público norteamericano sobre se estava acontecendo um golpe de Estado. Além disso, essa campanha estilo “tráfico da dúvida”, promovida pela AS/COA na mídia, via Americas Quarterly e seus funcionários no Twitter, conseguiu moldar a narrativa dominante das publicações nortamericanas sobre o golpe, reproduzidas mesmo em publicações ostensivamente liberais, como o inglês The Guardian, que mencionou a palavra golpe apenas entre aspas.

De acordo com a narrativa da AS/COA sobre o impeachment, Dilma Rousseff não foi derrubada por ter praticado pedaladas fiscais: 1) ela foi posteriormente exonerada; 2) é prática comum no Brasil em áreas dos governos municipais, estaduais e federais; e 3) a prática foi legalizada uma semana depois de Dilma ter sido expulsa do cargo. De acordo com o vice-presidente da AS/COA e editor da Americas Quarterly, Brian Winter, que não é economista, Dilma caiu por manipular a economia.

Não soa confuso alguém argumentar, ao mesmo tempo, que não foi um golpe, enquanto afirma que a razão oficial para o impeachment é inválida? Durante o período dos três meses anteriores ao 13 de maio de 2016, quando Dilma foi atirada fora da presidência, o AS/COA alimentou 29 matérias na mídia norteamericana. Quatorze delas eram sobre o Brasil. As três principais mensagens da organização nesses artigos são: 1) Não foi um golpe; 2) As instituições democráticas do Brasil estão funcionando; e 3) O impeachment é positivo para o Brasil.

Em 3 de maio de 2016, Brian Winter enfatizou todos esses três pontos durante uma participação sobre o tema na rádio NPR (National Public Radio) junto com outros três comentaristas neoliberais. A votação do impeachment ainda estava por acontecer. O arquiteto do impeachment, Eduardo Cunha, ainda não tinha sido preso por ter recebido US$ 1,5 milhão em subornos e lavagem de dinheiro. As informações de que um proeminente corretor de ações subornou membros do Congresso para votarem a favor do impeachment ainda não tinham sido divulgadas nos meios de comunicação.

Mesmo assim, um loquaz e otimista Brian Winter  já explicava que não era um golpe. “É um golpe?”, ele disse. “Não, não acho que seja um golpe”, continuou, enquanto levantava a dúvida: “Seria mesmo um caso frágil para um impeachment, especialmente quando você tem toda essa corrupção como pano de fundo? Isso é discutível”.

Enquanto o Congresso brasileiro, cuja maioria dos membros enfrentava, por si, acusações de corrupção, se preparava para expulsar a primeira mulher presidente do Brasil por um tecnicismo que ela não cometeu, Winter dizia: “É realmente um progresso, porque é resultado de um poder judicial independente e outras instituições, como a mídia. E até mesmo o maligno Congresso, trabalhando mais ou menos como deveria “.

Como em outras aparições na mídia durante o início do golpe, Winter expressou confiança no processo “frágil” de impeachment, dizendo: “Não está claro como isso vai acabar no Brasil. O sucesso não é garantido. Mas, no momento, parece uma coisa positiva “. Duas semanas antes, Brian falou ainda mais positivamente sobre o impeachment ao Christian Science Monitor, dizendo que o Brasil estava “à beira de uma mudança de maré na política “.

Parte do trabalho para confundir o público envolveu reprimir os temores de que o Brasil esteja à beira de um retorno à ditadura. Como Michel Temer passou a segurança do Estado do Rio de Janeiro para os militares, que estão cometendo abusos de direitos humanos contra uma população principalmente negra e pobre, e como o general Walter Braga Netto diz que o Rio é um projeto piloto para o resto do Brasil, há de se perguntar por que um porta-voz do AS/COA entraria na Rádio Pública Nacional para dizer: “Em meio a todo esse caos e todas essas coisas inacreditáveis que aconteceram no ano passado, sempre digo às pessoas que a única coisa que absolutamente não acontecerá no Brasil é um golpe militar “.

Enquanto uma classe de intermediários, marionetes dos EUA, vendem os recursos naturais e o patrimônio tecnológico brasileiro para corporações internacionais, as empresas que financiam o AS/COA estão preparando seus bolsos. Muitas dessas companhias são grandes anunciantes das maiores empresas de mídia.

São elas confiáveis na produção de jornalismo objetivo sobre o Brasil? Como disse uma vez Noam Chomsky, “se você abandonar a arena política, alguém estará lá. As empresas não irão pra casa pra se juntarem à Associação de Pais e Mestres. Vão comandar as coisas.”

Zagueiro comemora estreia vitoriosa no Papão

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Apresentado na quinta-feira (01) como novo reforço do Paissandu, o zagueiro Edimar chegou, treinou, foi relacionado e atuou no sábado à noite contra o São Raimundo. A estreia não poderia ser melhor, com vitória de virada fora de casa sobre o São Raimundo por 2 a 1. Apesar do sufoco imposto pelos donos da casa na maior parte do jogo, o PSC conseguiu se safar e foi objetivo nas jogadas de ataque. O zagueiro estreou por conta da ausência dos titulares Diego Ivo e Perema.

Edimar, que atuou os 90 minutos, comemorou a boa estreia e destacou a importância de começar com vitória em seu novo clube. “Bom demais poder estar em campo e ajudar a equipe a vencer logo na minha estreia. Foi um resultado importante não só para mim, mas para o time, que se manteve na liderança e praticamente garantiu a vaga para a semifinal. Fiquei satisfeito por ser meu primeiro jogo, a vitória dá confiança e, para uma estreia, o saldo é bem positivo. Foi só o começo e tenho certeza que ainda posso ajudar muito a equipe”, avaliou o atleta, que veio do Mirassol para o clube paraense.

Com passagens pelo futebol de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Maranhão e Ceará, Edimar vive pela primeira vez a experiência de atuar no Norte do Brasil e, apesar do pouco tempo no clube, o defensor se diz bem adaptado.

“Foi tudo muito rápido, saí do Mirassol, viajei para Belém, treinei e no sábado já estava jogando. Mas foi tudo ótimo, estou me sentindo bem e feliz em estar aqui. É a primeira vez que jogo na região norte do país e estou gostando bastante. Dentro de campo ainda dá para melhorar bastante, até pela questão da falta de entrosamento com meus companheiros, tive poucos treinos por enquanto com o grupo. Mas em geral, está sendo um início muito bom e espero escrever uma grande história com a camisa do Paissandu”, concluiu.

A próxima partida do Papão é justamente contra o Remo. O duelo, que acontece no domingo (11), às 16h no Mangueirão, poderá ser o primeiro clássico de Edimar. (Da AV Assessoria)

Final do Parazão terá bola especial

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A Penalty®, marca especializada em produtos especializados à prática esportiva, fabriou a S11 Campo Pró como a bola oficial dos campeonatos Paulista, Amazonense, Gaúcho, Mineiro, Baiano, Sergipano, Pernambucano, Catarinense, Goiano, Cearense, Alagoano, Paraibano, Potiguar e Paraense.

Com design exclusivo, a S11 conta com atualização de layout. O modelo une forma e funcionalidade aos resultados de alta performance para os atletas em campo. Além disso, a bola certificada pela Fifa também possui tecnologia de ponta. “Buscamos sempre ter tecnologia e design aliados a alta performance nos campos. Ter nossa bola aprovada nos campeonatos estaduais é sinal que somos reconhecidos como referência no mercado”, afirma Nilton Franco, gerente de produtos da Penalty®.

A bola oficial traz cores em tons de rosa especialmente desenvolvidas para o campeonato. E, pensando sempre em inovar, para celebrar a conquista da taça, a Penalty® desenvolveu para as finais dos campeonatos bolas especialmente elaboradas nas cores douradas, em alusão à taça de campeão.

A frase do dia

“A elite não odeia os pobres, ela tem uma indiferença blasé, quer o dinheiro dela e pronto. Mas uma parte da classe média tem, sim, uma relação de ódio com o pobre”.

Jessé Souza, professor e escritor

Noite de triunfo do ‘politicamente correto’ no Oscar 2018

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A festa do Oscar 2018 foi dominada por premiações e atitudes politicamente corretas, além de clara preocupação da Academia em premiar filmes latinos e transnacionais. O curioso “A Forma da Água” foi premiado como Melhor Filme no Oscar 2018 e com outras três estatuetas. Na cerimônia deste domingo (4), em Los Angeles, uma profusão de feitos inéditos: vencedor mais velho, primeiro vencedor estrelado por trans, primeiro roteiro original de um negro… “Se esta noite você é um candidato que não está fazendo história, que pena para você”, tirou onda o apresentador Jimmy Kimmel.

Veja um breve resumo da noite:

  • “A Forma da Água” ganhou quatro prêmios. O drama mostra a relação de uma mulher muda e uma criatura misteriosa.
  • “Dunkirk” teve três estatuetas. “O Destino de uma Nação”, “Blade Runner 2049” e “Três Anúncios para um Crime” levaram dois.
  • Guillhermo del Toro (foto acima) garantiu a quarta vitória de um diretor mexicano nos últimos cinco anos por “A Forma da Água”.
  • Gary Oldman foi Melhor Ator por “O destino de uma nação” e Frances McDormand foi a Melhor Atriz por “Três anúncios para um crime”. Oldman, em discurso emocionado, dedicou o prêmio à mãe de 99 anos, recomendando que ela preparasse o chá porque “estou levando um Oscar pra casa”.
  • A cerimônia teve vários discursos sobre inclusão e representação em Hollywood. Frances McDormand convidou todas as mulheres indicadas na premiação a ficarem de pé. Os exageros de Frances no agradecimento não diminuem o mérito pelo prêmio por sua atuação em “Três Anúncios para um Crime”. 
  • “Uma Mulher Fantástica” se tornou o primeiro filme estrelado por uma pessoa transexual a levar um Oscar. O longa chileno com Daniela Vega foi o Melhor Filme Estrangeiro.
  • Com 89 anos, James Ivory virou o ganhador mais velho de um Oscar na história pelo roteiro adaptado de “Me Chame pelo seu Nome”, obra de temática gay que também disputou o Oscar de Melhor Filme.
  • Jordan Peele se tornou o primeiro negro a ganhar o Oscar de Roteiro Original, por “Corra!”.
  • Muito aplaudido, o diretor de fotografia Roger Deakins, de 68 anos, finalmente saiu da fila ao ganhar seu primeiro Oscar na 14ª indicação.
  • Até Kobe Bryant, jogador de basquete, levou seu Oscar, pelo curta “Dear Basketball”. Ele é roteirista e narrador do filme.

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  • Gal Gadot, a “Mulher Maravilha”, e Margot Robbie, indicada ao prêmio de Melhor Atriz, foram as mais exuberantes e fotografadas estrelas da noite. 
  • Eddie Vedder cantou a canção-tributo aos atores e personalidades do cinema mortos no último ano. 
  • Após a gafe no ano passado, os envelopes deram pouco espaço para erros. O nome de cada categoria aparecia em tamanho gigante. Funcionou, evitando desastre deste tipo em 2018. Faye Dunaway e Warren Beatty, protagonistas do clássico “Bonnie & Clyde” e que foram os atrapalhadores de 2017, voltaram a fazer a entrega, sob aplausos. 

O estranho caso do advogado internacionalista que virou criador de factóides na web

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Por Luis Nassif, no Jornal GGN

De repente, como surgido do nada, um perfil de Facebook, de nome Romulus Maia, tornou-se ativista das redes sociais e uma figura controvertida, com manifestações confusas, agressivas, culminando com ataques pesados contra duas das principais lideranças da oposição.

Afinal, quem é a pessoa? Apresenta-se como Romulus Maia. Diz que Maia é nome da sua cachorrinha. Diz que mora na Suíça e é advogado internacionalista. Desafiado, mostrou sua carteirinha da OAB-RJ com tarjas em todos os campos em que pudesse ser identificado.

Em princípio julguei ser apenas uma dessas pirações de Internet, fruto da falta de discernimento de lideranças de esquerda, dispostas a encher a bola de qualquer pessoa que lhes traga visibilidade, sem perguntar quem é e o que quer.

Atribuí os factoides criados, os falsos escândalos, a algum temperamento borderline, que tende a se potencializar nas libações da Internet.

Mas havia método na loucura, que se tornou mais claro quando passou a investir pesadamente contra os deputados Paulo Pimenta e Wadih Damous e contra blogs de oposição.

Aí levantou-se uma lebre que levou o caso a outro patamar, acima das quizílias de blogs e redes sociais.

As pesquisas revelaram um perfil surpreendente.

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O advogado que preparou Angola para a Trafigura.

No artigo “Como a Lava Jato beneficiou a principal concorrente do Brasil na África”, mostramos como foi a entrada da Trafigura em Angola e o oceano de corrupção instalado no governo local. Apenas um dos laranjas do presidente acumulou fortuna estimada em US$ 1 bilhão.

A entrada da Trafigura foi precedida pelo trabalho dos chamados “formadores”, consultores que foram ao país preparar a opinião pública para os novos tempos. Esse trabalho prévio dos “formadores” foi essencial para as etapas seguintes, que transformaram Angola na mais corrupta república da África.

Um desses “formadores” era justamente o jovem advogado Rômulo Brillo.  Em 21 de julho de 2011 foi vender as maravilhas do capital internacional para Angola no seminário “Investimento direto confere estabilidade ao país”.

Seu nome real é Rômulo Soares Brillo de Carvalho.  Formou-se em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2006. Fez pós-graduação lato sensu em Direito do Comércio Internacional em 2008. Tornou-se, desde então, um estudioso das relações entre capital internacional e países, procurando formas de blindar o capital internacional dos humores dos governos nacionais.

Em Angola, o “formador” Rômulo Brillo explicou o seguinte:

“sublinhou o momento atual do país ser importante para a economia angolana, pois, depois de conquistada a estabilidade, o Governo está a negociar e a celebrar tratados internacionais com parceiros econômicos e está a reformar e promulgar leis internas que versam sobre regulação do investimento estrangeiro”.

Referiu que o investimento estrangeiro é importante para a estratégia de desenvolvimento de qualquer país e fundamental para Angola no seu objetivo de diversificar a economia.

Por isso, disse, ” tivemos oportunidade de estudar a importância desses investimentos e também a complexidade e os problemas que podem gerar, desenvolvemos técnicas de melhor governação e de prevenção de controvérsias para que o país possa desfrutar dos benefícios desses regimes internacionais e ao mesmo tempo poupar os seus recursos”, sublinhou”.

O advogado do capital multinacional

Antes disso, no campo acadêmico, seus estudos se concentraram especificamente em discutir as melhores maneiras de evitar abusos dos estados nacionais contra o investimento externo. Ainda na Faculdade de Direito, mereceu agradecimento especial de Marilda Rosaldo de Sá Ribeiro, por sua contribuição ao livro “Direito dos Investimentos e Petróleo”, cuja preocupação maior era sobre a insegurança jurídica para investimentos de longo prazo em petróleo e gás.

“Pretendemos neste artigo focalizar a renovação do interesse na regulação internacional dos investimentos no Direito Internacional Contemporâneo e a relevância do tema para os estudos sobre o petróleo e o gás. Os investimentos na indústria do petróleo, pela duração e risco envolvidos, são um paradigma das intempéries a que se sujeitam os investimentos diretos, de longo prazo, mais vulneráveis às oscilações e mudanças introduzidas pelos países hospedeiros em suas políticas”.

Com um ano de formado, participou de audiência pública da ANP (Agência Nacional de Petróleo), como advogado da Leite, Tosto e Barros Associados, com preocupações sobre medidas judiciais na 9º rodada do pré-sal. Em 2011 terminou seu mestrado sobre “O segundo tempo do regime internacional de investimento: a nova geração de tratados e a prevenção de controvérsias investidor-Estado”. O livro defende o direito internacional, sobrepondo-se aos nacionais, e discute maneiras de evitar conflitos com os tribunais internacionais focados em direitos humanos e meio ambiente.

A ida para o WTI

Depois da UERJ, passou por universidades em Barcelona e foi parar na World Trade Institute (WTI). Segundo seu site, trata-se de “uma instituição acadêmica líder dedicada ao ensino e pesquisa focada no comércio internacional e regulação de investimentos e globalização econômica e sustentabilidade. Como centro de excelência na Universidade de Berna com foco internacional e interdisciplinar, exploramos as interconexões entre os campos do direito, da economia e da ciência política”.

O diretor-gerente do WTI é Joseph François, diretor interino de economia da Comissão do Comércio Internacional dos Estados Unidos. François criou laços diretos entre o WTI e o Yale Center for the Study of Globalization, cuja missão maior é “de entender a globalização e as instituições e políticas necessárias para aprimorá-la como uma força para o bem”. O centro participou do Comitê Zedillo, em homenagem ao presidente mexicano Ernesto Zedillo, que assinou o tratado da ALCA com os Estados Unidos.

Rômulo Brillo tem sete papers no WTI. Junto com Katja Gehne  em março passado lançou o pequeno livro “Cláusulas de Estabilização Internacional. Lei do Investimento: além do equilíbrio”.

Em 2010, concorrendo pela Universidade de Barcelona foi o 4º colocado no concurso Foreign Direct Investment International Arbitration Moot, no King’s College. FOI considerado resultado excepcional, pois era a primeira vez que a Universidade concorria.

Esse sucesso deve tê-lo ajudado a se tornar um “formador” em Angola, atuando como batedor da Trafigura, e a passar a integrar os quadros do WTI.

A missão da WTI é clara, de ser da linha de frente da globalização:

Nós recrutamos estudantes, pesquisadores, professores e funcionários de todo o mundo, criando uma cultura diversificada e ambiente estimulante. 
(…). A WTI coopera estreitamente e compartilha suas instalações com o Instituto de Direito Econômico Europeu e Internacional.

Pretendemos moldar a política pública para que a governança econômica internacional gere benefícios tangíveis para a sociedade

Nós nos esforçamos para ser a principal instituição acadêmica mundial de estudos, ensino e pesquisa no comércio internacional e regulação de investimentos e globalização econômica e sustentabilidade.

A preocupação maior é a segurança dos investimentos e, para tanto, a consagração de tribunais internacionais de conciliação, em lugar das justiças nacionais:

“Os capítulos de investimento começaram a ser incluídos em certos acordos de comércio preferencial (PTAs) seguindo o exemplo de NAFTA incorporando proteção de investimento em Cadeias de Valor Global (GVCs). É notável que a maioria dos AIIs permite que investidores estrangeiros desafiem ações governamentais fora dos tribunais locais, usando provisões de solução de conflito entre investidores e estados (ISDS) para desencadear arbitragens vinculativas do Estado investidor.

Uma de suas grandes preocupações é, justamente, com o avanço dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e seus impactos sobre os países europeus.

Em 2013, Rômulo Brillo voltou a participar de um Seminário, na Segunda Conferência da Rede Africana de Direito Econômico Internacional.

Participou também do livro “International Economic Law and African Development”.

A grande interrogação

E aí se volta à questão inicial.

A WTI tem especial interesse em estudar os mercados globais de commodities, já que a Suíça se transformou em um grande centro. A maior multinacional suíça de commodities é justamente a Trafigura, que é parceira da WTI em inúmeros projetos, como o The Commodity Sector and Related Governance Challenges from a Sustainable Development Perspective: The Example of Switzerland – Current Research Gaps.

Conforme denunciamos na série sobre a “delação premiada”, até agora a Lava Jato poupou de maneira suspeita a Trafigura, maior multinacional suíça e envolvida até o pescoço no escândalo da Petrobras. Mas o inquérito permanece no ar, como um ectoplasma assombrando uma das maiores máquinas de corrupção do planeta, a empresa que conquistou Angola, passando a controlar não apenas a exploração, como a importação e a venda de combustíveis.

Enquanto o inquérito não for arquivado, ou a Lava Jato for desmontada, há um perigo latente para a Trafigura, já que a exposição de sua corrupção com a Petrobras afetaria seus negócios globalmente.

Por que um jovem e promissor advogado, um estudioso das questões internacionais, um membro da WTI, um “formador” que ajudou a desbravar países como Angola para a Trafigura, perderia tempo tentando se transformar em agitador político pelas redes sociais e investindo contra blogs e lideranças políticas que estão na linha de frente da resistência?

Todo seu tempo é dedicado ao blog e aos ataques, criando factoides, às vezes alguns fatos reais, mas sempre com uma ansiedade incompreensível para implodir a Lava Jato, a ponto de atacar parlamentares e blogs que não compactuem com sua pressa e com suas teorias.

É possível que a agressividade e ansiedade do blogueiro tenha um fundo emocional. É possível que não. Mas certamente ele não deixará seu público sem respostas satisfatórias para essas indagações.