POR GERSON NOGUEIRA
Às terças-feiras, a coluna normalmente abre espaço para o pitaco dos 27 baluartes, contando com o reforço dos comentaristas do blog. Os temas principais são a eliminação da Tuna na Segundinha de acesso ao Parazão e a goleada que marcou a despedida do Papão da Fiel torcida.
Thiago Corrêa lamenta pelo novo insucesso cruzmaltino e aponta responsabilidades. “Creio que a principal responsável pelos insucessos seguidos é a própria Lusa, que se apequenou diante das dificuldades do futebol moderno. Isso não é exclusividade, Remo age dessa maneira também. Mas sinto falta da Cruz de Malta arranjar um comandante mais garimpador. Sinomar não tem esse perfil, de iniciar trabalho, montar elenco, ensinar o fundamento…”.
Sem querer menosprezar o profissional, Thiago avalia que Sinomar “fornece resultados razoáveis em situações mais imediatistas. Inclusive, foi assim que despontou no Paysandu. Saia técnico, ele entrava de tampão e o time voltava a ganhar. Foi assim no título paraense pelo Cametá, onde ele foi campeão treinando a equipe por dois jogos. Pra planejamento e montagem de elenco, penso que existam opções melhores”.
Para finalizar, ele menciona a passagem de Lucena pelo Souza, destacando a equipe que ele montou, contando com André Luis, Cassiá, Ivan, Marçal.
“Há alguns times mitológicos dos menores. A Tuna do Lucena. O Ananindeua, que já teve numa mesma temporada Bruno Rangel, Flamel, Ricardo Capanema, Joãozinho e seu primo Kanu (que virou Edgar, posteriormente; sim, esse que foi do Remo). E o São Raimundo, do Waltinho, que fez estragos com Hélcio, João Pedro, Branco. Saudades da época que os clubes menores revelavam bons valores”.
Já o repórter fotográfico Cezar Magalhães, tunante de quatro costados, não poupa ninguém e faz planos de pegar em armas pela Lusa. “Má administração, má gestão, falta de planejamento, enfim, sou impulsionado a retornar às minhas origens e tentar salvar a minha Cruz de Malta. Não vejo outra saída, tenho que assumir o futebol tunante, para, quem sabe, reerguer o nome, que, a muito, orgulhou nos corações em gramados brasileiros. Quem sabe, reabrir a fábrica, que tantos jogadores formou e exportou. Para quem sabe, expurgar das dependências cruzmaltinas pessoas que não têm vínculo nenhum com a Tuna, aventureiros ávidos por fama, às custas das nossas tradições. Aqui, vou plagiar o ‘Exterminador do Futuro’: ‘I’ll be back’ (eu voltarei!)”.
Quanto ao Papão, o Roselino Almeida critica a excessiva fissura de Bergson em alcançar a artilharia. “Futebol é esporte coletivo, o que se viu no jogo com o Santa Cruz foi uma obsessão do Bergson em se aproveitar do combalido adversário para se tornar artilheiro e ser mais valorizado. Isso fez com que inúmeras chances fossem desperdiçadas, que só não prejudicou o time em função da fraqueza do adversário”.
Miguel Silva analisa a dificuldade do Papão em manter Bergson para a próxima temporada. “Eis aí um exemplo do desnível financeiro entre nossos clubes e alguns outros da Série A ou mesmo da Série B, provavelmente os que almejam ter o artilheiro em suas fileiras na próxima temporada. Acompanho nossas discussões domésticas, enviesadas por paixão, rivalidade e pela distância a que estamos do centro decisório e financeiro do futebol e confesso que me divirto. O futebol brasileiro à medida que foi decaindo tecnicamente foi se tornando um esporte caro, envolvendo milhares e milhões de reais”.
Acrescenta que “o futebol paraense – especialmente seus grandes clubes Remo e Paysandu – precisa se modernizar, estar sintonizado com a nova forma de fazer futebol, pois parou no tempo. Esse é o grande desafio”.
Osvaldo Costa questiona os arrebatados elogios dirigidos a Marcelo Chamusca, que subiu com o Ceará para a Série A: “Queria ver esse entregador de coletes subir com Sobralense, William Simões, Daniel Amorim, Jean e outros pernas-de-pau que ele indicou para o Paysandu”.
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Árbitro se omite e tribunal prefere silenciar
Nenhuma notícia, por enquanto, a respeito de punições para os jogadores do Flamengo que trocaram tapas, socos e até cotocos, domingo, no jogo contra o Corinthians. O STJD, sempre tão afeito à mídia, deveria agir, visto que o árbitro se omitiu vergonhosamente, talvez por receio de aplicar as regras oficiais em partida que envolvia os dois clubes politicamente mais poderosos do país.
Aliás, caberia punição rigorosa também ao juiz relapso.
Vale lembrar que, por situação até menos ostensiva, dois jogadores do Papão foram expulsos contra o Vasco, pela Série A 2003, no Mangueirão. Os zagueiros Rodrigo e André Dias brigaram logo no começo da partida e foram excluídos. Com dois a mais em campo, o Vasco venceu com gols de Valdir e Anderson. Sandro Goiano descontou cobrando pênalti.
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Festa tradicional botafoguense acontece neste sábado
Com muito samba, feijoada, sorteio de produtos oficiais do Botafogo e a presença confirmada de Carlos Roberto, um dos símbolos da SeleFogo de 67-68, formando dupla com Gerson, acontece no próximo sábado (25), a partir do meio-dia, o IV Encontro Botafoguense de Belém, celebrando a temporada 2017 do Glorioso. A festa será realizada no salão do Clube Albatroz, no centro da Vila Naval, no conjunto Marex.
Carlos Roberto fará palestra sobre sua carreira no Botafogo, que inclui o título estadual de 2006 como técnico do time profissional.
As camisetas (que valem como ingresso) são limitadas e podem ser adquiridas na avenida Senador Lemos, 1119, entre Manoel Evaristo e José Pio, com Lucas (fones 3349-6967 e 98154-4592).
(Coluna publicada no Bola desta terça-feira, 21)







