A frase do dia

“Eu sou a favor que o Lula seja investigado. Se há suspeita ele tem que ser investigado. Muitos presidentes e primeiros ministros europeus o foram. Mas é um absurdo que o Aécio Neves não seja, que o Fernando Henrique Cardoso, que acaba de sofrer denúncias sérias, não seja. Quando a justiça se torna desigual, a democracia corre risco”.

Pedro Serrano, advogado e professor de Direito Constitucional da PUC-SP

Tribuna do torcedor

POR RITA RIBEIRO (*)
Tanto Remo como Paysandu duelam nas semifinais de olho num possível Re-Pa ao final do primeiro turno do Parazão. Impossível negar o desejo dos times, de suas diretorias e de suas torcidas. Mas não basta só desejar, não basta só querer, precisa pensar em todos os elementos que envolvem essa semifinal. O que vem na frente de qualquer análise diz respeito aos adversários que a dupla vai encarar. 
O Remo encara o Independente do técnico Lecheva que conhece esse esquema tático do Remo, aliás todos os técnicos do Parazão conhecem a estrutura tática do Remo centrado no ex-Paysandu Eduardo Ramos. Lembrando que sempre que o Independente cresce em jogos decisivos. Leston ainda não tem um formato de time, seus contratados não apresentaram bom futebol, a que se destacar Ciro nesse novo elenco, jogador cirúrgico quando com a bola nos pés, com todos os motivos é o artilheiro do campeonato com cinco gols. 
Já Eduardo Ramos teve um bom inicio de campeonato, mas suas últimas apresentações foram apagadas, sempre muito marcado e nessa condição Eduardo Ramos não rende nada, a proteção necessária a ser feita à ele não está ocorrendo e isso cai como um efeito dominó no esquema do Leston. A zaga arranca todo desespero da torcida e Fernando Henrique sempre esta saindo de campo como herói. 
Dito isso, não da pra dizer que vai ser fácil o Remo sair vitorioso do Mangueirão nesse sábado. 
O Paysandu tem a árdua missão de jogar com um Águia embalado, fortalecido e com um conjunto forte em campo. Essa é a tarefa do Dado, mas em seu favor ele tem uma equipe com jogadores diferenciados, como Celsinho que dispensa apresentações, tem também a explosão do Bruno Veiga, uma fortaleza em Émerson, bom toque de bola de Rafael Luz com tabelas açucaradas com Fabinho, tem um cão de guarda em Capanema, enfim, hoje Dado tem um conjunto cheio de destaques que joga um futebol leve e inteligente. 
Essa é uma breve análise para Remo e Paysandu que nos oferece certezas e incertezas, várias são as possibilidades quando a bola rolar. E futebol sempre será uma caixinha de surpresa, apesar dos fatos que levam um ou outro ao favoritismo. De certo que não se pode ignorar a positiva campanha que a equipe de Dado vem fazendo, mas também não esqueçamos que ano passado o Remo ressurgiu num quadro muito pior que esse.
Então que os dois jogos possam nos oferecer belos espetáculos.
(*) Pedagoga, estudante de Jornalismo – Twtter: @ritaribee

Marqueteiro da oposição e pauteiro da mídia

POR RODRIGO VIANNA

Sérgio Moro, o juiz das camisas negras, age com a precisão de um marqueteiro da oposição.

Nas duas últimas semanas, o quadro foi extremamente desfavorável às forças que lutam para inviabilizar Dilma e para enxotar Lula e o PT da vida pública.

A derrota de Cunha na votação para liderança do PMDB (com atuação política do Palácio do Planalto, em favor do vitorioso Picciani), a inclusão do processo contra Eduardo Cunha na pauta do STF para julgamento nas próximas semanas e, por fim, o vergonhoso caso Miriam Dutra/FHC/fantasma do Serra: foram três episódios a demonstrar que a oposição tucana não tem forças para derrubar o lulismo.

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O impeachment, na Câmara, está morto. E o PSDB sofre um processo acelerado de desgaste, ao ganhar a pecha de oposição fraca e hipócrita. Na última sexta, alguns mais empolgados no lado governista comemoravam a “virada”.

Os mais experientes, no entanto, diziam: quantos dias serão necessários para Moro lançar uma bóia que sirva pra salvar FHC e dar novo alento ao golpe?

Moro agiu rápido.

A “Operação Acarajé”, deflagrada nesta segunda (22/fevereiro) mira em João Santana. O juiz das camisas negras pede a prisão do ex-marqueteiro petista. Não farei a defesa de Santana. Não sei que tipos de acertos ele fez com grandes empresários e com a cúpula petista.

Sei que ele é uma figura um tanto arrogante e que, em 2010, fingiu ter sido a campanha de TV conduzida por ele a única responsável pela vitória (quando, na reta final do primeiro turno, a campanha nefasta de Serra mostrou que era nas redes sociais e nos boatos nas igrejas que a eleição poderia ser decidida; Santana jamais entendeu a internet).

Minha análise aqui é política.

Alguns fatos chamam atenção…

1 – Claro que a PF, o MPF e o juiz sabiam que Santana estava fora do país. Qual sentido de decretar a prisão do sujeito no exterior, se seria mais fácil tê-lo feito quando o marqueteiro estivesse em território brasileiro?

A resposta é: o timing político e midiático. Durante dias, se não semanas, o debate será: Santana tinha contas no exterior? Elas serviam para que o PT pagasse por fora?

Santana terá que provar que é inocente, porque no Brasil de Moro a inversão do ônus da prova se consolidou. Cabe ao réu, já condenado previamente pela mídia, provar que não é culpado. Enquanto isso, mofa na cadeia.

Haverá também outro debate: a Interpol pode prendê-lo? A Globo e a Folha mandarão enviados especiais para a América Central, para acompanhar cada respiro de Santana.

Ou seja, Moro oferece à oposição um novo enredo, para sufocar a pauta FHC e para jogar o governo de novo nas cordas (enquanto isso, os tucanos e a Globo mandarão emissários — ou petardos — para Miriam Dutra encerrar as denúncias).

2 – Moro também oferece a Gilmar Mendes o combustível para tentar cassar a chapa Dilma/Temer no TSE.

A justificativa: o marqueteiro da campanha recebia “por fora”, de empresas investigadas na Lava-Jato. É um alinhamento completo do juiz das camisas negras com a oposição. Na teoria jurídica, Moro não pode investigar Dilma. Mas ele o faz por vias tortas. Oficialmente, investiga o marqueteiro. Prende Santana.

E exige dados, informações, qualquer coisa que permita a Gilmar desfechar um golpe judicial no TSE. Lembremos que Moro não fez o mesmo com a mulher de Cunha, por exemplo. Não prendeu nem investigou Cláudia Cruz. Poderia ter feito, para municiar o STF com informações. Mas aí fugiria do script oposicionista da Lava-Jato.

Há só um detalhe: ao contrário do impeachment na Câmara, o golpe via TSE coloca PMDB e boa parte da base governista unidos contra a tentativa de cassar Dilma/Temer. Se Dilma caísse pelas mãos de Cunha, Temer seria o capitão do golpe em parceria com o PSDB de São Paulo. Agora, não.

A resistência contra Aécio/Gilmar/Moro/Globo pode unir PT/PMDB e parcelas dos outros partidos governistas. A não ser que surja uma bomba indefensável a comprometer a chapa Dilma/Temer.

3 – O mais grave da nova Operação, entretanto, é mostrar que não haverá trégua econômica. A Lava-Jato estrangula o país.

Em suas andanças por Brasília, Aécio Neves diz abertamente a quem queira ouvir: “já avisamos aos empresários que, quando Dilma cair, a PF não vai mais barbarizar nem humilhar ninguém; tudo volta ao normal”. Essa é a parceria de Moro/Aécio: a chantagem econômica.

Podem escrever, esse será mais um mote para o golpe: é preciso arrancar Dilma do poder, com ou sem provas consistentes, porque enquanto ela não sair de lá a economia seguirá estrangulada pela Justiça. Por fim, um fato inescapável: Dilma, mais que nunca, precisará de apoio popular para resistir.

No entanto, decidiu adotar em 2016 a pauta que desarticula seus apoiadores: Reforma da Previdência (com a faca no pescoço) e até alterações no Salário Mínimo são pontos que interessam àqueles que pretendem derrubá-la. O governo, no momento em que se sentiu um pouquinho mais forte, já começava a dar as costas de novo para o que restou de sua base popular.

Dilma e o PT, se quiserem resistir, não podem se dar ao luxo de caminhar por essa trilha. Moro é o marqueteiro da oposição e o pauteiro da mídia. Pretende, ainda, ser o coveiro da centro-esquerda no Brasil.

Estamos em meio a uma guerra total.  Não está escrito que a direita midiática e judicial vai ganhar. Mas uma coisa é certa: quando adota o programa econômico dos inimigos, Dilma só facilita o trabalho do juiz das camisas negras.

Certeira e impecável análise da conjuntura.

Escolha o maior ídolo da história do Papão

Post de @gersonnogueira.

Fonte: Escolha o maior ídolo da história do Papão

Grandes locutores: narrar ou gritar?

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POR MAURICIO STYCER

Aprendi muito sobre futebol ouvindo jogos narrados pelo rádio. Nos anos 70, os principais narradores no Rio eram Jorge Curi (1920-1985) e Waldir Amaral (1926-1997).

O primeiro era dono do grito de gol mais potente e longo que já ouvi (ainda mais se fosse gol do Flamengo). Mas só gritava nessa hora. O segundo era uma espécie de narrador-cronista, descrevia uma partida como se estivesse escrevendo um texto (o autor do gol era um “indivíduo competente”).

Na televisão, o primeiro narrador a me marcar foi Geraldo José de Almeida (1919-1976). Vibrava a cada jogada bonita: “Linda! Linda! Linda”. E dividia com o espectador as suas surpresas: “Que que é isso, minha gente?”

É verdade que o futebol mais cadenciado nos anos 70 permitia aos narradores respirar um pouco mais, o que deixava as narrações mais elegantes, talvez. Isso mudou à medida em que o futebol foi ficando mais veloz, e os narradores obrigados a falar mais palavras por minutos.

Ainda assim, grandes narradores que vieram depois, como José Carlos Araujo (foto) e Osmar Santos, por exemplo, acrescentaram velocidade à narração, mas raramente recorreram à gritaria. Outros, como Januário de Oliveira (“Ta lá um corpo estendido no chão”) e Silvio Luiz (“Pelas barbas do profeta”), introduziram humor e picardia aos jogos mais aborrecidos.

Isso para não falar de Galvão Bueno, que se intitula um “vendedor de emoções”. O principal narrador da Globo há quase três décadas é capaz de transformar o jogo mais chato do mundo numa transmissão divertida. Sem gritar.

Henning

Faço este longo preâmbulo para falar de Andre Henning. Só fui apresentado às suas narrações em 2016, quando o Esporte Interativo passou a fazer parte da grade da NET. Estou dez anos atrasado e peço desculpas pela minha falha.

O narrador do EI parece trabalhar sentado em uma cadeira elétrica. Ele grita em toda e qualquer situação. “Cartão amarelo!!!!!!!!!!!! David Luiz!!!!”, explode Henning. “Lateral para o Chelsea!!!!!!!!!!!!!!”, comemora o narrador. E assim vai, o jogo inteiro, gritando emocionado ao descrever enfiadas de bola mal-sucedidas, chutes para fora e faltas, violentas ou não.

Em entrevista ao UOL Esporte, publicada horas antes do primeiro jogo das oitavas-de-final da Liga dos Campeões da Europa, Henning afirmou: “Posso garantir que aqui não tem ‘forçação de barra’ na dose da emoção. A gente narra, transmite aquilo que realmente estamos sentindo”. Não é o que se ouve durante as suas transmissões.

Divido os narradores em dois times, os talentosos e os que gritam. Neste segundo time, me sinto obrigado a dizer que não conhecia ninguém com a força de André Henning.

Tapajós demite Piter e promove o auxiliar

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Em reunião nesta segunda-feira à tarde, a diretoria do Tapajós e o técnico Marcos Piter acertaram a rescisão contratual. O amazonense dirigiu o time apenas contra o Paissandu, perdendo por 4 a 1. Para o seu lugar, foi designado Caio Simões (foto), ex-auxiliar técnico da equipe. Caio será o quarto técnico a dirigir o Tapajós nesta temporada.

O primeiro foi Marcelo Rocha, que deixou o clube às vésperas do começo do Parazão. Vítor Hugo o substituiu e foi demitido na semana passada. Piter foi contratado e ficou no comando por apenas uma partida. A delegação do Tapajós chegou a Santarém na manhã desta segunda-feira, 22 de fevereiro, e a diretoria resolveu promover a mudança na comissão técnica antes do returno.

Caio César Cavalcante Simões tem 26 anos e já trabalhou como auxiliar em clubes do Nordeste como Sergipe, Estanciano e Confiança, do Sergipe; Salgueiro e Vera Cruz, de Pernambuco; e Botafogo, Treze, Campina Grande e Campinense, da Paraíba. Ele começou a trabalhar no futebol acompanhando seu pai, Maurício Simões, técnico que fez história no futebol nordestino conquistando 14 títulos estaduais e morreu em 2011.

Já sob o comando do novo técnico, o Tapajós volta aos treinos na tarde desta terça-feira, 23, no Campo do Norte, na comunidade de São Braz, na região do Eixo-Forte. (Da Ascom/Tapajós) 

Quem intermediou mesadão de Miriam Dutra

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POR RENATO ROVAI, em seu blog

Mirian Dutra é uma jornalista experiente. Jornalista experientes não dão entrevistas sem pensar muito antes. Sem medir o que tem a ganhar e a perder.
A ex-amante de Fernando Henrique Cardoso disse muitas coisas com imensa carga simbólica nas entrevistas que deu.
E algumas já começaram a explodir.
Mirian falou de uma empresa que lhe pagava um mesadão de 3 mil dólares por mês, a Brasif. Cujo dono é Jonas Barcelos. Anote esses dois nomes, mas não vamos tratar deles neste post.E na entrevista para a jornalista Natuza Nery, da Folha, na qual não disse o nome da empresa, revela quem fez o acerto para que recebesse a mesada. Leia o trecho a seguir?
Gostaria de voltar à empresa. Como foi esse acerto para você receber esse dinheiro?
O ex-marido da minha irmã, o Fernando Lemos [morto em 2012], era o maior lobista de Brasília e era ele quem conseguia tudo. Eu sempre fui muito ingênua nessas coisas. Eu não devia nada a ninguém, por que eu ficaria cheia de pecados e pruridos? Eles fizeram contrato comigo como se eu fosse funcionária deles [da empresa], só que eles nunca me permitiram trabalhar e aí eu ganhava.

Curiosamente ontem à tarde o colunista Lauro Jardim, de O Globo e que trabalhou por muitos anos na Veja, revelou que Margrit Dutra Schmidt é funcionária fantasma do senador José Serra, um dos maiores amigos e aliados de Fernando Henrique.
Nesta mesma entrevista, Mirian Dutra fala de um apartamento que seu filho teria ganhado de Fernando Henrique, no valor de 200 mil euros. Curiosamente valor muito próximo ao apartamento de 950 mil reais que a nova esposa de FHC teria comprado ou ganhado dele.Nota publicada neste blogue no dia 11, há exatamente uma semana.
Não é pouca coisa que a esposa do lobista já morto que fez o esquema, segundo Mirian, para lhe garantir 3 mil dólares por mês, seja funcionária fantasma de José Serra.
E que o colunista a publicar esta nota seja de O Globo, para onde a ex-amante de FHC trabalhou por 35 anos. E por onde, segundo ela, foi paga para ficar exilada.

Escolha o maior ídolo da história do Papão