Post de @gersonnogueira.
Dia: 14 de fevereiro, 2016
Um passeio no Barbalhão
https://www.youtube.com/watch?v=IZpwmgpi500
POR GERSON NOGUEIRA
Foi a maior goleada de um grande da capital dentro do Barbalhão no atual formato do Parazão. À vontade, o Papão não tomou conhecimento da força do São Raimundo jogando em casa e se impôs, com inteligência e estratégia. O primeiro tempo foi confuso e sem muitas chances de gol, mas a segunda etapa mostrou o ataque bicolor arrasador.
O placar final de 5 a 2 se justifica pelo potencial ofensivo demonstrado pelo Papão ao longo dos 45 minutos finais, quando a temperatura baixou no Barbalhão e o time conseguiu se agrupar e jogar de maneira cadenciada.
Na verdade, a goleada foi determinada pela mudança de postura dos times. Com 1 a 0 no placar, estabelecido no minuto final do primeiro tempo, em cabeceio do lateral Lucas, o Papão veio para a segunda metade com uma proposta mais adequada ao jogo.
Ao invés de insistir em avançar Rafael Luz e Celsinho sobre os zagueiros santarenos, Dado retraiu o meio-de-campo para esperar a previsível tentativa de reação do São Raimundo. Com o meio fechado, o Papão passou a trocar passes e lançar bolas para Fabinho Alves na esquerda e Roniery na direita, abrindo bastante pelas extremas.
A estratégia funcionou. Até porque o São Raimundo resolveu sair de seu campo para buscar o empate. Sem cobertura, Jefferson se aproximava dos atacantes Carlinhos e Charles para pressionar a zaga. Criou situações, mas esbarrava na falta de parceiros para armar os lances de ataque.
Logo aos 8 minutos, explorando o espaço deixado pela marcação, Celsinho invadiu pela direita e tocou para Rafael Luz emendar de primeira. A bola tinha endereço certo, mas foi rebatida pela zaga. Foi o ensaio do que viria a ocorrer minutos depois, quando Betinho – que havia substituído a Leandro Cearense, cansado – finalizou para as redes completando belo passe de Rafael Luz.
Com o aguerrimento próprio dos tapajônicos, o São Raimundo encontrou forças para descontar aos 21 minutos. Ramon lançou Jefferson entre os zagueiros Pablo e Gilvan e o meia tocou, rasteiro, na saída de Emerson.
A dinâmica empreendida pela dupla Celsinho-Luz não permitiu, porém, que o Pantera se assanhasse em campo. Quatro minutos depois, Celsinho cruzou para a área e Luz desviou de cabeça no cantinho direito do gol de Carlão.
O Papão arrefeceu a pegada no meio, permitindo tentativas isoladas do São Raimundo. Foi assim que Jefferson voltou a marcar, cobrando falta aos 43 minutos. Só que no minuto seguinte Bruno Veiga calou a torcida santarena fazendo 4 a 2, no gol mais bonito da tarde. Recebeu na esquerda, driblou um marcador e disparou chute forte na gaveta direita.
Celsinho, principal nome do jogo, fechou a goleada aos 47 minutos, batendo cruzado e sem defesa para Carlão. A ele e Rafael Luz deve o Papão a facilidade para abrir a marcação. A importância se traduz na produção exibida em campo: com habilidade e rápida troca de passes, ambos envolveram a defensiva do São Raimundo, participando diretamente de quatro dos cinco gols.
Cabe aqui ressaltar a qualidade do banco de reservas do Papão, de onde saíram Betinho e Bruno Veiga para substituir Cearense e Fabinho no segundo tempo. Ilaílson teve boa participação na marcação, ajudando Lucas a avançar com segurança pela esquerda.
A boa atuação dos meias Celsinho e Rafael Luz e a presença de área dos atacantes Betinho e Bruno Veiga fizeram com que o jogo se tornasse fácil, principalmente na etapa final, obscurecendo até o rendimento instável da dupla de defesa.
A vitória de ontem classificou o Papão às semifinais do turno e confirmou que o time de Dado é o mais ajustado deste começo de campeonato – sendo que ainda está em plena evolução, o que é uma péssima notícia para os demais adversários.
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Leão empata e perde taça em Manaus
Em Manaus, o amistoso entre Nacional e Remo foi decidido logo nos dois minutos iniciais. Ciro fez 1 a 0 e Rodrigo Dantas empatou em seguida. O confronto bem que podia ter se resumido a esses dois lances, pois os dois Leões pouco fizeram para justificar a tradição do clássico.
Foi um jogo amarrado, com muitas faltas e pouca inspiração de parte a parte. Com Murilo improdutivo na direita e João Vítor apagado pela esquerda, o Remo dependia da movimentação de Eduardo Ramos e Marco Goiano, que não conseguiram conduzir o time à vitória. Do lado amazonense, destaque para Charles e Tiaguinho.
Nos penais, o desempenho azulino não foi melhor. Léo Paraíba desperdiçou sua cobrança e o Naça fechou a contagem em 5 a 3, ficando com a taça.
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Quando a torcida põe o dedo na ferida
Em 2014, na abertura da Copa do Mundo no estádio do Itaquerão, um grupo de ativistas tucanos promoveu um protesto desrespeitoso e ofensivo contra a presidente Dilma Rousseff, com imagens transmitidas para todo o mundo. Apesar do flagrante abuso, a manifestação não sofreu qualquer repressão por parte da polícia paulistana.
Ontem, as faixas levadas pela torcida corintiana durante o jogo contra o São Paulo foram retiradas à força pelos policiais. Os dizeres eram fortes e questionadores:
“Quem vai punir o ladrão de merenda?”.
“Futebol, refém da Rede Globo”.
“Ingresso mais barato”.
“CBF e FPF, vergonhas do futebol”.
Pelas notórias ligações entre o tucanato paulista e a emissora que controla o futebol no Brasil, fica óbvia a motivação para que a lei fosse aplicada com rigor e violência.
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A rodada dos visitantes
O campeonato teve uma rodada atípica neste fim de semana. Nos quatro jogos, vitórias de todos os visitantes. O Águia bateu o Cametá por 3 a 0, provocando a queda de Cacaio. O Independente derrotou o Tapajós por 2 a 1. E o São Francisco passou pelo Parauapebas, fazendo 3 a 0 e apresentando o jovem Balotelli (autor de dois gols) ao distinto público. Nos grupos, a situação ficou ainda mais indefinida no A1, onde o Remo – com um jogo a menos – agora está a 3 pontos dos líderes São Francisco e Águia.
(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 15)
Campeonato Paraense 2016 – tábua de artilheiros

Copa do Nordeste: Bahia supera o Santa Cruz
Fogão vence a quarta consecutiva
Vasco derrota Fla com gol no final
Corinthians bate S. Paulo e segue 100%
S. Raimundo x PSC – comentários on-line
Campeonato Paraense 2016 – terceira rodada do 1º turno
São Raimundo x Paissandu – estádio Barbalhão, Santarém, às 17h

Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra, Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Carlos Gaia e Dinho Menezes. Banco de informações – Adilson Brasil.
Visitantes vencem na abertura da 3ª rodada
Com gols de Flamel, Léo Rosas e Joãozinho, o Águia derrotou o Cametá dentro do Parque do Bacurau neste sábado à noite, avançando rumo à classificação para a semifinal do grupo A1. O primeiro gol surgiu aos 23 minutos, através do meia Flamel. O Cametá buscou o empate, mas errava muitos passes e não conseguia se organizar na meia-cancha. Na etapa final, Léo Rosas ampliou aos 29 e Joãozinho fechou o marcador dois minutos depois. O jogo teve um público de 1.008 pagantes, com renda de R$ 13.620,00.
O Tapajós recebeu o Independente de Tucuruí, também na noite de sábado, e foi superado pelo placar de 2 a 1 no estádio Barbalhão. Foi o primeiro revés da equipe no Campeonato Paraense. O zagueiro Ezequias, de cabeça, abriu o placar logo a 1 minuto de jogo. Jaquinha ampliou aos 38 minutos. Rafael Tanque descontou para o Tapajós no primeiro minuto do segundo tempo. O Boto se prepara para duas partidas fora de casa: Paragominas na quarta-feira, 17, na Arena Verde, e depois contra o Paysandu na Curuzu, no domingo, dia 21.
Capa do Bola – edição de domingo, 14

Com pinta de decisão

POR GERSON NOGUEIRA
Jogar em Santarém sempre foi sinônimo de muitas dificuldades para os clubes da capital. Nos últimos anos, foram raras as vitórias da dupla Re-Pa no gramado do Barbalhão. Neste Parazão, o Remo já experimentou na própria pele as agruras de enfrentar a velocidade e a flama dos santarenos.
Cabe ao Papão, dono da melhor campanha da competição com seis pontos, se defrontar hoje com o São Raimundo, segundo na pontuação geral (quatro pontos). Em caso de vitória, os bicolores garantem presença na semifinal. Já o São Raimundo busca os três pontos para encaminhar sua classificação.
Ao equilíbrio natural proporcionado pelos fatores campo e torcida pode se acrescentar um componente extra: o time alvinegro é dirigido por Samuel Cândido, cujo desligamento das divisões de base do Papão não foi dos mais pacíficos.
O futebol é rico em situações do gênero, propiciando muitas vezes acertos de conta e respostas há muito represadas. Pode até nem ser o caso específico de Samuel, mas o fato é que a oportunidade se apresenta.
A vitória empolgante sobre o Paragominas, de virada e na Arena Verde, pôs o São Raimundo entre os destaques do grupo A2 e da própria competição. Dono de torcida vibrante, o Pantera deve explorar contra o Papão o esquema de contra-ataque e forte marcação no meio, sob a liderança do meia-armador Jefferson, seu principal jogador.
Do lado alviceleste, a escalação estava indefinida até o fechamento da edição, mas algumas mudanças devem ocorrer. Na defesa, Pablo será o provável substituto de Lombardi (com dengue) e Raí, lesionado, ainda não tem presença certa. O ataque também pode ter modificações, embora Leandro Cearense deva ser mantido.
A observar o rendimento do time contra um adversário aguerrido e que costuma marcar bem. Nos dois primeiros jogos, apesar das vitórias, a equipe teve dificuldades para conter os ataques pelo meio da área, evidenciando a falta que Ricardo Capanema faz à frente dos zagueiros.
Com dois meias ofensivos (Celsinho e Rafael Luz), que pouco se envolvem na marcação, o sistema defensivo fica mais exposto e sobrecarregado, ao contrário do que ocorria no ano passado.
Em condição favorável na tabela, com a possibilidade de decidir a classificação dentro de casa contra o Tapajós, Dado pode se dar ao luxo de aproveitar a partida para experimentar uma formação inédita, com meio-campo mais fechado e talvez com um novo atacante ao lado de Cearense.
Promessa de um grande embate.

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Leston aproveita amistoso para corrigir rumos
Com mudança de esquema de jogo e alterações substanciais na escalação, por razões de desempenho técnico, o Remo encara o amistoso deste domingo em Manaus contra o Nacional como um teste importante. A taça em disputa entre os dois Leões é o que menos importa.
A utilidade da partida está na chance que o técnico Leston Junior terá de fazer ajustes no time que disputa o Campeonato Paraense e que logo estará participando da Copa do Brasil e da Copa Verde.
O mau funcionamento do sistema 4-5-1 obrigou Leston a refazer seus planos, como a coluna previu logo depois da derrota para o São Francisco, em Santarém. Cobrado pela torcida, o técnico aquiesceu e escalou o Remo no descomplicado 4-4-2 para o confronto na Arena da Amazônia.
Além disso, substitui o lateral Levy pelo estreante Murilo, o zagueiro Henrique pelo também recém-chegado Ítalo e altera a composição do meio-campo, tirando o volante Michel e lançando o atacante Léo Paraíba para fazer companhia a Ciro no ataque.
Leston, na prática, põe em funcionamento a configuração que rendeu bem no segundo tempo contra o Águia na estreia do Remo no Parazão. Com mais um especialista na frente, o atacante Ciro passa a ter mais opções de jogadas, sem depender exclusivamente do que produzam Ramos e Goiano.
Apesar de se destinar a um amistoso, não deixa de ser reveladora das intenções do treinador a opção por dois novatos na defesa para substituir Levy e Henrique. O zagueiro de área falhou no lance que originou o gol do São Francisco, mas o lateral não comprometeu e foi peça importante na vitória sobre o Águia.
Interessante é que pelo lado esquerdo, João Vítor foi mantido como titular. Suas atuações têm sido muito questionadas, lembrando o período em que defendeu o Papão há três anos.
Quanto a Michel, a substituição visa experimentar o 4-4-2 e poupar o veterano volante. É provável que volte ao time contra o Parauapebas, assim como se não descarta a hipótese de o time retornar ao 4-5-1. É claro que, pelos problemas apresentados até agora, só será utilizado quando o técnico tiver mais segurança quanto ao papel de jogadores fundamentais para o setor de criação da equipe, como Eduardo Ramos e Marco Goiano.
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Bola na Torre
O programa começa logo depois do Pânico, na RBATV, por volta de 00h20, sob o comando de Guilherme Guerreiro, com as participações de Giuseppe Tommaso, Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião.
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Será que vai dar samba?
A tradição de sucesso dos uruguaios no Botafogo é talvez o principal motivo da insistência dos dirigentes em contratar o atacante Juan Salgueiro, ex-Olímpia do Paraguai. Aos 32 anos, com algumas façanhas conhecidas no Brasil, como os gols sobre o Fluminense na Libertadores de 2013, o centroavante desembarcou com a confiança própria dos compatriotas de Obdúlio Varela.
Sabe que será comparado ao ídolo Sebastian Loco Abreu e ao jovem Navarro, campeão da Série B 2015. E ainda traz no nome a coincidência com a tradicional escola de samba carioca, injustamente classificada em 4º lugar neste ano.
Diante disso, a torcida é para que Salgueiro e Botafogo consigam fazer bom samba nesta temporada.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 14)