O cineasta, escritor e jornalista Arnaldo Jabor, de 81 anos, morreu nesta terça-feira (15) em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central da cidade. Jabor havia sido internado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Jabor dirigiu “Eu sei que vou te amar” (1986), indicado à Palma de Ouro de melhor filme do Festival de Cannes. É colunista de telejornais da TV Globo desde 1991.
Arnaldo Jabor teve extensa carreira dedicada ao cinema, à literatura e ao jornalismo. No cinema, dirigiu sete longas, dois curtas e dois documentários. Também era cronista e jornalista.
Formado no ambiente do Cinema Novo, Jabor participou da segunda fase do movimento, um dos maiores do país, conhecido por retratar questões políticas e sociais do Brasil inspirado no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa.
Mesmo antes de se tornar um premiado diretor e roteirista, já mostrava paixão pela sétima arte. Foi também técnico sonoro, assistente de direção e crítico de cinema. Ele se formou pelo curso de cinema do Itamaraty-Unesco em 1964. Em 1967, produziu o documentário “Opinião Pública” (foto abaixo), seu primeiro longa metragem e uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.
O primeiro longa de ficção que Jabor produziu, roteirizou e dirigiu foi “Pindorama”, em 1970. Ele tinha um excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico. No ano seguinte, foi indicado à Palma de Ouro, o maior prêmio do festival de Cannes, na França.
Sucessos de bilheterias e obras premiadas marcaram a carreira do cineasta. Três anos mais tarde, fez um dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: “Toda Nudez Será Castigada”, uma adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues. Por ele, Jabor venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1973.
O filme tem críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes. É a história do envolvimento da prostituta Geni, interpretada pela atriz Darlene Glória, com o viúvo Herculano, personagem de Paulo Porto. O papel deu a Darlene o prêmio Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado. O filme também ganhou um troféu no evento.
Nelson Rodrigues seguiu inspirando Jabor. O filme “O Casamento” (1975) foi adapatado de um romance do escritor e faz uma crítica comportamental da sociedade. Ele premiou a atriz Camila Amado com o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado.
Outro sucesso do roteirista e diretor foi “Tudo Bem” (1978), o início de sua “Trilogia do Apartamento”. O filme investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira que já vivia o fracasso do milagre econômico.
Os protagonistas são Fernanda Montenegro e Paulo Gracindo. Em atuações consideradas primorosas, eles gravaram em um apartamento de classe média da época. O filme tem um elenco coadjuvante estelar, com Zezé Mota, Stênio Garcia, Fernando Torres, José Dumont, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, entre outros.
“Tudo Bem” venceu o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e deu a Paulo César Peréio o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante na competição. O longa também foi selecionado para ser exibido no Festival de Berlim e na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.
Em 1981, Jabor escreveu e dirigiu o premiado “Eu te amo”, que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema brasileiro. O Industrial falido pelo milagre dos anos 70 conhece uma mulher e a convida para sua casa, onde vivem um intenso romance em meio às crises existenciais. A produção era de Walter Clark e a fotografia, de Murilo Salles.
Cinco ano depois, voltou com outro sucesso de bilheteria e crítica. “Eu Sei que Vou Te Amar”, de 1986, conta a história de um casal em crise, interpretado pelos jovens Fernanda Torres e Thales Pan Chacon. Foi mais um sucesso do cineasta gravado entre quatro paredes em uma casa projetada por Oscar Niemeyer, e deu o prêmio de melhor atriz para Fernanda Torres no Festival de Cannes.
Nos anos 1990, Jabor se afastou do cinema por “força das circunstâncias ditadas pelo governo Fernando Collor de Mello, que sucateou a produção cinematográfica nacional”, segundo seu site oficial.
A partir de 1991, ele passou a escrever crônicas para jornais e também a fazer comentários políticos em programas de TV da Globo — “Jornal Nacional”, “Bom Dia Brasil”, “Jornal Hoje”, “Fantástico” — e de rádio na CBN.
No “Jornal da Globo”, dividia os comentários com Paulo Francis e Joelmir Beting. A partir dos anos 2000, assumiu sozinho a coluna. Nela, abordava temas como cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito.
Nesse tempo, também se dedicou à literatura, com a publicação de oito livros de crônicas. O primeiro deles, “Os canibais estão na sala de jantar”, foi lançado em 1993. Já os dois últimos, “Amor é prosa”, de 2004, e “Pornopolítica” (2006), se tornaram best-sellers.
Em 2010, voltou a filmar depois de 24 anos afastado de uma de suas maiores paixões. Assinou roteiro e direção de “A Suprema Felicidade”, contando a história de Paulo (Jayme Matarazzo), um adolescente que precisa lidar com as frustrações do pai (Dan Stulbach) e se aproxima do avô (Marco Nanini). Mais uma vez, o filme é indicado e leva categorias técnicas (direção de arte, figurino) em festivais brasileiros e internacionais.
Nem a pandemia parou Arnaldo Jabor – longe da redação, gravava as colunas em casa. Graças ao avanço da vacinação, conseguiu voltar pra redação da TV Globo, em São Paulo. O último comentário foi no dia 18 de novembro, quando comentou sobre as suspeitas de interferência no Enem. (Com informações do G1 e Época)
“Quem defende a existência de um partido nazista e diz que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo é nazista; é nazista; e é nazista; que conste nos autos: eu repito: vou tratar como nazista quem defende a existência de um partido nazista”.
O Botafogo chegou um acordo financeiro com o Luís Castro, que tem contrato com o Al Duhail. John Textor e pessoas de sua confiança negociam com o clube do Qatar a questão da multa contratual. O clube não aceita liberar por menos de R$ 5,8 milhões. Existe ainda a possibilidade de tentar a vinda pouco mais à frente.
Já que o campeonato do Qatar acaba dia no 13 de março, seria mais fácil esperar um pouco mais pela liberação do treinador, que ainda teria pouco menos de um mês para trabalhar a equipe para o Brasileiro. Quanto à multa rescisória, o Al-Duhail não dá sinais de que libera Castro por menos.
A decisão de John Textor de rescindir contratos de patrocinadores e fornecedor de material esportivo do Botafogo surpreendeu a muitos. Mas o empresário americano é bem claro quanto à situação: não estava satisfeito com o modelo atual.
“Quero que o uniforme não pareça um painel de propagandas, mas sim uma camisa de futebol. Se você olhar a Premier League, a Bundesliga, LaLiga, veja o uniforme dos times. Claro que há o patrocinador máster, talvez outro na manga ou no ombro… Mas, honestamente, o uniforme atual do Botafogo não tem a mensagem que queremos passar sobre o clube”, afirmou Textor em entrevista à ESPN.
“Acho que temos um uniforme lindo, sofisticado, alvinegro, com a linda Estrela Solitária no escudo. Quero que as pessoas vejam o coração do Botafogo no uniforme, mais do que cinco ou seis propagandas na barriga, no ombro, nas costas, no calção… É muita coisa! Por isso alguns contratos estão sendo cancelados”, acrescentou.
As vaias do final do jogo não se referiam exclusivamente à atuação do Remo contra a Tuna, naquele que foi um dos jogos mais interessantes do campeonato. (Aliás, foi a melhor apresentação do time no campeonato, levando em conta o volume de oportunidades construídas e a velocidade das jogadas, principalmente no 2º tempo).
Na realidade, a bronca é bem mais ampla. A torcida aproveitou o empate para protestar (ainda) contra o rebaixamento à Série C. A vaia foi injusta, mas é inútil esperar justiça num ambiente de paixão e fúria. O time sofre as consequências de uma revolta represada.
A conquista da Copa Verde mitigou a frustração com o rebaixamento, mas sempre que ocorrer um resultado insatisfatório as vaias irão marcar presença. Some-se a isso a lembrança do incrível campeonato estadual perdido em 2021, também sob o comando de Paulo Bonamigo.
Apesar de todas essas mágoas, o bom público que compareceu ao Baenão viu o Remo fazer um bom clássico diante de uma Tuna fechada e armada para jogar em contra-ataques. No primeiro tempo, o bloqueio defensivo tunante conteve as investidas do trio Bruno Alves-Brenner- Flores.
Depois do intervalo, a partida cresceu em alternativas e o Remo passou a dominar, atacando pelos lados e ocupando o meio com passes curtos entre as linhas de marcação. As chances foram surgindo naturalmente. No total, oito lances agudos em favor do Leão e um para a Tuna.
Nem mesmo a dureza de alguns lances, com a complacência da arbitragem, estragaram um jogo intenso e disputado em velocidade. Aos 4 minutos, o lance mais eletrizante. A bola chega ao interior da área, a zaga rebate e sobra para Brenner, que cruza para Bruno Alves. Ele dispara, a bola bate no peito de Lucão e não entra.
Aos 8′, Bruno Alves entrou pela direita, mas o chute cruzado foi nas mãos de Vítor. Aos 16′, Bruno aplica chapéu em Lucão e cruza para Brenner, que fechava na pequena área, mas Léo Rosa chega primeiro e evita o gol.
A parte polêmica veio em lance que lembrou ação do zagueiro Tiago Silva (Chelsea) na final do Mundial de Clubes: o volante Kauê deu um tapinha na bola ao disputar pelo alto com Brenner.
Aos 11′, Pingo chegou finalizando, prensado. A bola passou raspando. Aos 22′, Gedoz bateu e Vítor se esticou para salvar. Na sequência, a bola sobrou para Pingo, que bate no ângulo, mas o goleiro salta e põe para escanteio.
Na reta final da partida, Felipe Gedoz chutou e Vítor defendeu em dois tempos. Aos 39′, o meia finalizou de fora da área e a bola bateu na trave esquerda da meta cruzmaltina. Quase ao final, em contra-ataque luso, Lucas Cunha não aproveitou cruzamento rasteiro de Luan Santos.
Um grande jogo no Baenão. Só faltou o gol.
Jader brilha e Papão sente a falta de Ricardinho
Como esperado, a ausência do volante e organizador Ricardinho afetou bastante o desempenho do PSC. Sem ele, o time teve muitas dificuldades para se organizar. Mesmo assim, botou pressão desde o início e Marcelo Toscano perdeu duas grandes chances, aos 17 e aos 32 minutos.
Aos 47’, a polêmica do jogo no Souza. O lance faltoso em Marlon aconteceu fora da área, mas Andrei da Silva e Silva marcou a penalidade contra o Tapajós. Toscano bateu e Jader defendeu parcialmente. No rebote, o camisa 9 chutou para fora.
No 2º tempo, o panorama se manteve. O Papão tinha a bola, mas insistia em cruzamentos que a zaga ou o goleiro Jader neutralizavam sempre. Faltaram boas ideias para vencer a retranca do Boto. Com Ricardinho, o time sabe cadenciar e inverter. Sem ele, vira um amontoado.
Verdão luta bravamente, mas não evita o desfecho previsível
O tamanho do abismo entre o futebol da Europa e a bola que se joga hoje no Brasil está exposto numa triste estatística: há 10 anos que um time europeu não sofria gol brasileiro na decisão do Mundial. Antes do penal convertido no sábado por Raphael Veiga o último gol havia acontecido na final de 2012, vencida pelo Corinthians sobre o mesmo Chelsea.
A final deste ano teve até um primeiro tempo equilibrado, com mais chances do Chelsea, mas com um eficiente trabalho coletivo do Palmeiras. O gol de Lukaku no começo do segundo tempo nasceu de um descuido de marcação pelo lado direito da defesa alviverde. O cruzamento saiu perfeito para o centroavante desviar de cabeça, cercado por três defensores.
As chances do Palmeiras estiveram nos pés de Dudu e Roni, mas ambos ficaram sobrecarregados pela missão de marcar, voltando o tempo todo até a intermediária. Quando o jogo poderia favorecer uma ofensiva palmeirense, seus melhores jogadores já estavam exauridos.
Mesmo apostando no defensivismo, o Palmeiras conseguiu empatar. Tiago Silva cortou um cruzamento com a mão, como sempre faz – admitiu que usa desse expediente faltoso para levar vantagem sobre os atacantes. Raphael Veiga cobrou e empatou. Por alguns minutos, jogando no limite, o Palmeiras cercou a área e deu esperanças de uma virada.
Veio a prorrogação e a propalada derrocada física dos ingleses não aconteceu, e pelo simples fato de que as cinco substituições reavivaram as forças do time, que passou a dominar amplamente a partida.
O criticado excesso de cautelas de Abel Ferreira impediu que o Palmeiras tivesse mais presença ofensiva durante o confronto, mas provavelmente impediu que a derrota fosse mais ampla.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 14)