
Raul Jungmann, ministro da Defesa de Temer, beija a testa do comandante do Exército, general Villas Bôas, o mesmo que um dia antes do julgamento do HC favorável a Lula lançou ameaça pública (via Twitter) ao STF.

Raul Jungmann, ministro da Defesa de Temer, beija a testa do comandante do Exército, general Villas Bôas, o mesmo que um dia antes do julgamento do HC favorável a Lula lançou ameaça pública (via Twitter) ao STF.


Por Bajonas Teixeira, em O Cafezinho
Pois é. Com admirável sinceridade disse ontem Raquel Dodge: “o Judiciário vinha entendendo que só se pode executar uma sentença após quatro instâncias judiciais confirmarem uma condenação. Este exagero aniquila o sistema de Justiça”. Claro. Desde quando “o Judiciário vinha entendendo” isso? Desde a promulgação da Constituição de 1988. Ou seja, desde meros 30 anos. E por que mudou só em outubro de 2016? Porque em setembro desse ano, Moro tornou Lula réu no processo do triplex. Foi aí que a regra das quatro instâncias passou a ser “exagero”.
Durante três décadas inteiras, o que dá meros 360 meses, ou, de forma mais minuciosa, 10.950 dias, a regra era clara. Ninguém podia ser preso até que esgotados todos os recursos legais. Contudo, duas semana após Lula virar réu em setembro de 2016, a regra mudou abruptamente. Não é estranho? É o que eles chamam de lei igual para todos. O que valeu por 30 anos, muda descaradamente duas semanas após Lula ter se tornado réu. Só isso.
De fato. Moro aceitou a primeira denúncia contra Lula em 20 de setembro de 2016, baseado no ridículo Power Point de Dallagnol. Exatos 15 dias depois, em 05 de outubro, o STF achou por bem reforçar um entendimento de prisão em 2a instância. Por fim, em 11 de novembro, os ministros do STF decidiram que a prisão em 2a instância valeria para todos os casos.
É obtuso, óbvio e grotesco. Mas não importa, estamos no Brasil. Dado o golpe baixo na Constituição, e nos trinta anos de história dessa Constituição, alguns ministros do STF, associações de juízes e procuradores, jornalistas da Globo e da Folha, a classe média vociferante de direita, passaram a repetir em coro desafinado o refrão:
“Ninguém pode estar acima da lei”.
Ora, o problema não é estar acima da lei. Muito pelo contrário. É o de ser posto muito abaixo dela. Se a lei que está na Constituição que permanece vigente, não foi mudada por nenhuma PEC; se essa Constituição vem valendo por trinta anos; se ela diz que ninguém pode ser preso até o trânsito em julgado, e se isso equivale a ter direito às quatro instâncias, como é possível subverter tudo justamente quando chega a vez de Lula?
A resposta a esse enigma é fácil: é o golpe que estamos vivendo. Nesse golpe, tudo que antes era proibido passou a valer como regra. Derrubaram uma presidenta sem crime: impediram Lula de ser ministro da Casa Civil, sem motivo; Moro divulgou áudios ilegais, e ficou por isso mesmo; Dallagnol não tinha provas, só convicções, mas o foi o suficiente para levar à condenação de Lula; nem um tostão foi achado, nem um centavo apareceu em qualquer conta de Lula, diferente dos R$ 55 milhões das malas de Geddel, e da mala com R$ 500 mil de Rocha Loures, office-boy de Temer – mas não importa, Lula é o líder supremo da organização, etc. etc.
Se hoje o STF decidir enjaular Lula, será um leão que estarão isolando atrás das grades de ferro da masmorra de Moro. Um leão da democracia e da representação popular. É preciso ter clareza que a resistência popular será legítima. Não há, como vimos, sequer um procedimento legal nas infindáveis manipulações judiciais que nos trouxeram até aqui. E isso não se pode aceitar de cabeça baixa.

POR GERSON NOGUEIRA
Há alguns anos, éramos reféns da ignorância e da desinformação. Refiro-me a futebol, obviamente – existem outras ignorâncias e desinformações que neste espaço não vêm ao caso. A janela para o mundo era limitada. Dependia-se de transmissões de alguns campeonatos, pioneiramente o Italiano nas manhãs domingueiras da Band.
Depois, bem depois, com a entrada em cena dos canais a cabo e a avalanche informativa da internet, a coisa mudou de figura. Tornou-se um massacre diário, inverteu os papéis. Se antes os jogos nacionais e regionais eram dominantes, hoje a dominação está com as competições estrangeiras.
Donde se pode concluir que a grande rede formou um novo público torcedor e telespectador, capturou corações e mentes, criou novos nichos de aficionados. Surgiu até a figura, vista cada vez mais como natural, do torcedor fanático de clubes europeus. As camisas, bonés e adereços dos grandes clubes – franquias, na verdade – invadem e dominam o mundo, Brasil incluso, por óbvio.
O assunto é rico e exige ensaios mais aprofundados, mas uma pontinha desse imenso véu merece reflexão imediata.
Com a exposição maciça de partidas, gols e lances – em transmissões caprichadas e tecnologicamente impecáveis – disponibilizam uma nova realidade ao alcance da mão e do controle remoto de qualquer cidadão, oportunizando comparações quase sempre cruéis.
Nosso olhar ficou diferente desde que passamos a ter imagens em tempo real da evolução do futebol. Refiro-me particularmente à aristocracia da bola, formada hoje pelos grandes times que protagonizam a Liga dos Campeões da Europa.
É um desfilar quase diário de craques, estilistas e pensadores do jogo. Nunca houve tamanha janela ao alcance do voyeur futebolístico. Nunca as comunicações foram tão plenas.
Por isso, quando admiramos as façanhas de Cristiano Ronaldo, como a bicicleta de concepção e desenho perfeitos construída contra a boquiaberta linha de beques da Juve, anteontem, cabe reservar um naco de condescendência com os nossos modestos boleiros de cada dia, que ralam as canelas e se esfalfam na tentativa de satisfazer uma torcida que já vive com os olhos grudados na vitrine mundial.
Não deixa de ser incrivelmente cruel comparar formulações táticas de um Remo, de um Paissandu, de um Bragantino ou de um São Raimundo com a cabeça nos fulgurantes clássicos europeus, como Barça x Roma e Liverpool x Manchester City, disputados ontem. Oito gols em 180 minutos de bola rolando, e rolando com esmero e técnica, diversão e arte.
Pensava nisso ao ver Messi e seus companheiros triturando a marcação romanista, martelando em busca de gols. Trocava de canal e lá estava um Mané entortando a marcação e um egípcio encapetado fazendo estragos no planejamento defensivo de Pep Guardiola.
Em plena semana decisiva para o futebol paraense, é preciso lançar um olhar generoso em relação aos nossos heróis, muitas vezes vítimas tanto de suas limitações quanto da nossa visão entorpecida pelos encantos do primeiro mundo da bola. Ajustar o foco é o primeiro passo para não cometer injustiças e exageros comparativos.
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Dupla Re-Pa empatada em vitórias consecutivas
No programa Linha de Passe de ontem, na Rádio Clube, apresentado por Carlos Gaia, um ouvinte de Castanhal mencionou que a sequência de quatro vitórias consecutivas do PSC sobre o Remo, no campeonato de 1992, permanecia inédita. Fez essa observação em fase da trinca de triunfos obtida pelo Leão no atual Parazão. Ao ser instado sobre a questão, concordei com ele, esquecendo que aquele feito alviceleste já foi igualado pelos remistas.
O amigo pesquisador e abnegado azulino Orlando Ruffeil veio em socorro do escriba de Baião, lembrando que em 1996 o Remo empreendeu também uma sequência de quatro vitórias. Venceu por 4 a 0 (gols de Ageu, 3, e Rogério Belém) no dia 31 de março de 1996. Em seguida, ganhou de 2 a 0 (Valter e Junior), no dia 25 de abril. O terceiro triunfo foi por 1 a 0, gol de Ageu, a 25 de maio daquele ano. Finalmente, a 5 de julho, Ageu e Rogério Belém marcaram os gols azulinos na vitória por 2 a 1.
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Jornalista castanhalense comparou Fagner e Pikachu
Antonio Carlos Salles, jornalista natural de Castanhal, foi o autor do texto publicado no blog de Juca Kfouri na última segunda-feira, 02, lançando uma provocativa comparação de méritos entre Fagner e Pikachu. Na coluna, citei Kfouri e omiti Sales. Pela quantidade de comentários que o post provocou, fica claro que a questão – pelo menos entre torcedores – está longe de ter uma conclusão tranquila.
Corintianos reagem como corintianos e defendem o lateral que tem as bênçãos de Tite para ir à Copa do Mundo como reserva de Daniel Alves. Os demais torcedores criticam justamente o apadrinhamento de Fagner e tecem muitos elogios ao paraense formado nas categorias de base do Papão, aspecto que não pode deixar de ser bem considerado.
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Direto do blog
“Passadas as encarnações de praxe, todo cuidado é pouco num campeonato em que um time que venceu 3 vezes o adversário, pode perder o título com uma única derrota para o tri-derrotado. Máxime quando passou a ter o empate como vantagem.
Afinal, como vai ser muito difícil, é preciso ficar atento, pois caso a oportunidade se apresente, não se pode deixar que ela escape, como aconteceu no ano passado, quando um minuto de desconcentração acabou impedindo que o título ficasse no Baenão.”
Antonio Oliveira, alertando Giva e seu grupo para as armadilhas da vantagem mínima no Re-Pa final
(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 05)

Um evento itinerante de música passa pela cidade das mangueiras no próximo fim de semana. O Garage Sounds, natural de Fortaleza, realiza a primeira edição em Belém num formato menor que o original mas que impressiona. Serão 22 duas bandas divididas em três palcos num só dia. Ao todo, são 12h de evento no próximo sábado, 7 de abril, no espaço Insano Marina Club, localizado na Cidade Velha. Shows de bandas de alcance nacional e com história na música como as paulistas Glória e Hateen e a carioca Gangrena Gasosa dividem palco e experiência com as bandas paraenses Joana Marte (foto acima), Vinyl Laranja, Blind For Giant, Sokera e muito mais.
O evento, que já passou por Recife, Fortaleza, Natal e outras capitais, chega em Belém com produção local da NoName Produções, que ajudou a construir a programação a partir de uma visão crítica do cenário paraense de música autoral. “A gente se encontra num momento em que a cena tá fervendo, com muitos músicos bons, dedicados e trabalhos esplêndidos. O Garage Sounds vem com o intuito de ser uma vitrine pra esses maravilhosos músicos. As bandas maiores funcionam como isca pra chamar público que provavelmente não estaria interessado em bandas locais ou não consome a arte local. O público vai ali interessado em uma banda de topo de line up e acaba conhecendo bandas da cidade e se identifica com elas”, explica a produtora da NoName e musicista, Amanda Coelho.

Mostrando a música pop, como a cantora e compositora Liége e a banda Gael Conhece o Mar até e o mais novo rock experimental, como a banda Joana Marte, a programação passeia por diversas vertentes da música paraense, sendo um espaço de compartilhamento de experiências. “Acima de tudo, é uma honra tocar no mesmo festival que se apresentarão tanto amigos da cena de Belém quanto grandes bandas de reconhecimento nacional. Estar em um festival com bandas de diversos estilos abre uma porta muito interessante de sermos vistos e ouvidos por pessoas que talvez não fossem de princípio nosso público, mas que podem gostar e se identificar com a nossa proposta”, analisa o baixista da Joana Marte, Leonardo Chaves.
Da mais nova safra de rock independente de Belém, a receita da Joana Marte vem como influências da psicodelia de grandes nomes do rock como Tame Impala e Pink Floyd, com a coragem de misturar a acidez dos Mutantes e o experimentalismo de nomes como Radiohead. A banda, que tem três anos de vida, é um exemplo da criativa cena autoral do estado e acredita que espaços como o Garage Sounds são ótimas oportunidades de provar que o rock continua vivo e cada vez mais novo. “A gente procura sempre fazer de cada show uma experiência única pra quem assiste, que faça o público viajar do início ao fim guiado pelas diversas dinâmicas durante a apresentação”, conta Leonardo Chaves.
A edição do Garage Sounds em Belém chega misturando estilos com a vontade de mostrar a diversidade que a música alternativa do Pará vive neste instante. “A união das bandas do underground com o midstream foi proposital, sim. A gente tentou mesclar na curadoria todas as camadas da cena de Belém, pra deixar a coisa bem misturada e mostrar bandas mais novas, de um a dois anos, a bandas que tem dez a doze anos de estrada”, explica Amanda Coelho, uma das responsáveis pela edição do evento em Belém.

Os ingressos para o Garage Sounds Belém estão disponíveis para venda online e em pontos físicos, além da bilheteria da casa no dia do festival. Os portões abrem às 14h e as primeiras bandas começam a partir de 17h30. Além dos shows, o evento oferece um espaço de food park para refeições e uma área Geek com jogos eletrônicos e diversos elementos da cultura geek. (Divulgação)
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Garage Sounds Belém – 7 de abril, a partir das 14h
Insano Marina Club – Rua São Boaventura, 268 – Cidade Velha
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LINE UP
Hateen (SP), Pense (MG), Glória (SP), Zimbra (SP), Gangrena Gasosa (RJ), Joana Marte, Sokera, Zeit, Minerva (CE), Cérebro de Galinha, Antes do Erro, Turbo, Retaliatory, Blind For Giant, Liège, Methademic, Vinyl Laranja, Gael Conhece o Mar, Os Bandoleiros e a Cigana, Dislexia, Klitores Kaos.
INGRESSOS
https://www.sympla.com.br/garage-sounds-belem__239597
Lojas Mardan (Shoppings Metrópole Ananindeua e Bosque Grão-Pará)
Lojas Lupa Lupa (Boulevard Shopping e Pátio Belém)
Outras informações no site garagesounds.com.br ou pelo e-mail nonameproducoesbelem@gmail.com.

– “Aécio é flagrado pedindo grana a empresário” – lalalalá…
– “Assessor de Temer é pego com mala de dinheiro” – lalalalá…
– “Alckmin usou cunhado para receber 10 milhões” – lalalalá…
– “Lula pode ser beneficiado com habeas corpus” – Ah, vou pra rua AGORA, não tenho bandido de estimação!
“A experiência concreta a que se submeteu o Brasil no período de vigência do período de exceção entre 1964 e 1985 constitui para esta e para as próximas gerações marcante advertência que não pode ser ignorada”.
Celso de Mello, ministro do STF, votando em favor do HC que livraria Lula da prisão

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