Esculhambação geral

POR GERSON NOGUEIRA

O STJD acatou ontem a denúncia do Santos do Amapá contra o Nacional (AM). O time de Manaus teria utilizado um jogador irregularmente. O jogo desta noite entre Naça e Remo está suspenso até que a CBF se manifeste sobre o caso. Mais ou menos a mesma situação ocorrida na véspera e que provocou o cancelamento da partida Fast x Papão, também marcada para hoje. Minutos depois, porém, a CBF cassou a liminar e manteve o jogo.

O Águia tenta voltar à competição – foi afastado por escalar jogador que não havia cumprido suspensão automática – e o tribunal acatou o recurso. O jogo do Papão foi mantido, mas não terá validade oficial até que o STJD decida sobre a reivindicação do Águia.

O Luverdense, pelas mesmas razões, já foi defenestrado. O Genus também está nas barras da corte desportiva, por motivos idênticos aos dos demais clubes citados – ilegalidade no registro de atleta. O julgamento será hoje, às 11h.

Pode até não parecer, mas toda essa balbúrdia diz respeito a um torneio só. Sim, a já deficitária Copa Verde está sendo desconstruída a cada novo imbróglio na Justiça. As notícias sobre o torneio destacam sempre alguma anormalidade.

Os sucessivos adiamentos de partidas e a não homologação de outras tiram a credibilidade da competição, que nesta temporada tem sua terceira e mais tumultuada edição.

Até o fechamento da coluna, ninguém sabia dizer na CBF se o jogo Nacional x Remo será disputado hoje ou se será aguardado o julgamento no STJD.

Depois dessa espiral de trapalhadas e muvucas tribunalescas não há como esperar que a Copa Verde conquiste prestígio e desperte o interesse do torcedor. Além das irregularidades administrativas cometidas pelos times, os estádios são de quinta categoria e os jogos só despertam algum interesse quando envolvem a dupla Re-Pa e o Vila Nova-GO.

A suspensão de jogos também contribui para o afastamento da torcida, levando também ao fracasso a interessante campanha de coleta de material reciclável nas praças dos jogos.

Todos os sinais estão sendo dados: a Copa Verde está a um passo da extinção. Alguns clubes disputantes parecem agir justamente nesse sentido.

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O futebol ainda é a mãe mais generosa

Abro os sites esportivos e a notícia do dia é a contratação de Julio Batista pelo Orlando City. Bem, quando mais jovem, Batista já era um tremendo perna-de-pau. Nem quero pensar no que será capaz de fazer, a essa altura, com a coitada da bola.

Ao mesmo tempo, chegam informações sobre o retorno triunfal de Donizete, o Pantera, aos 47 anos, defendendo as cores do Linharense (ES).

Waldson, ex-PSC e que também jogou por Botafogo e Corinthians, está de volta aos gramados, aos 41. Vai jogar pelo Paraíso, do Tocantins.

Um jovem perto desses três acima citados, na flor dos 33 anos, Carlinhos Bala se apresenta ao Altos do Piauí.

Dentro dos mesmos critérios, o Remo apresentou ontem o centroavante Luiz Carlos Imperador, de 35 anos, que já rodou meio mundo e agora tenta a sorte no Norte.

Pode até surpreender e vir a dar certo, mas o fato é que experiências recentes com veteranos não recomendam a aquisição. Raras são as tentativas que se mostraram bem sucedidas. Vandick, que encerrou a carreira como ídolo no Papão, talvez tenha sido a última delas por aqui.

O fato é que estamos diante de uma revolução às avessas no futebol tupiniquim: os veteranos estão reocupando os espaços. No mundo inteiro, a tendência é no sentido contrário. Os clubes mais ricos e poderosos vivem à caça de jovens atletas, em começo de carreira, sem vícios e capazes de suportar as exigências naturais do futebol de alto nível.

No Brasil, Zé Roberto é a honrosa exceção, pois se mantém em plena forma e ainda joga direitinho. O São Paulo repatriou Lugano, mas o projeto tem mais a ver com o marketing para a venda de camisas.

O resto, porém, só engana.

Enquanto isso, a Alemanha segue metendo ficha…

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Direto do blog

Recebi e transcrevo a mensagem enviada pelo amigo Ronaldo Passarinho, baluarte do blog campeão e grande benemérito azulino.

“Amigo Gerson, agradeço o registro na tua coluna em relação a inesperada angioplastia a que fui submetido em São Paulo.

Da mesma forma, agradeço a todos os blogueiros que e me desejaram felicidades e rápida recuperação.

Afasto-me definitivamente de qualquer atividade no meu amado CR, decepcionado com os rumos  do futebol praticado pelo meu time. Os péssimos resultados estão a se refletir na ausência de nossa torcida. As justificativas do desempenho da equipe, são sempre as mesmas: ‘a implementação de um método de filosofia leva tempo a ser assimilada’. Continuarei acompanhando meu clube do coração {todo remendado}”.

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 24)

13 comentários em “Esculhambação geral

  1. PIADA DO DIA E DA NOITE : Ele não está no LISTÃO DA ODEBRECH, mas já é motivo de chacotas. Luis Carlos IMPERADOR, jogador recem contratado pela MAIOR VERGONHA DO NORTE. Disse que tirou dinheiro do próprio bolso para vir jogar no Remo. Se LASCOU DE VERDE E AMARELO!!!. O clube está pedindo esmolas, em estado de pré falência e só paga de 3 em 3 meses, isso quando sua TORCIDA ENCHE TUDO vai ao estádio. Então mano velho IMPERADOR você entrou numa tremenda BARCA FURADA. Vou rir da desgraça dos outros…..KKKKKKKKKKKK..Parei!!!!!!

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  2. Dr Ronaldo, demorou mas a caiu a ficha pra torcida do Remo. Eu sempre falei que os motivos da grande presença do torcedor do Remo eram basicamente dois – 1- a derrocada bicolor iniciada em 2005 com a queda pra B e logo pra C que só agora parece definitivamente ser página virada e 2- a simultânea subida azulina pra B e posteriormente a sempre presente e real expectativa de voltar a disputar a mesma divisão do PSC. Até então os públicos médios eram sempre parecidos e nada justificava essa “crescida” da torcida azul a não ser a possibilidade concreta de voltar a se nivelar ao Papão depois daquele início da década 2000. Agora a situação é outra. PSC com situação administrativa e consequentemente no campo, favorável e o Remo numa espiral incessante de insucessos. Parece que já não têm mais aquela esperança viva de superar o Papão, cansaram de comemorar uniforme mais bonitinho e maior público. Querem melhorias palpáveis e aí a paciência tem limite. Já no Papão, até aquilo que eles acham que é motivo pra gozação acaba dando certo, como a marca Lobo. Agora esse contrato com o EI que já rendeu umas luvas. Enfim, se o Remo não melhorar logo novamente há o risco de se criar um abismo entre os dois, só que agora com o Paysandu muito mais equilibrado em todos os setores.

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  3. Os clubes que disputam a Copa Verde precisam ganhar muito em profissionalismo.

    É um absurdo que clubes, de modo especial o Águia, disputando uma competição da CBF possam cometer tantos equívocos quanto ao regulamento.

    Por sinal, problemas com regulamento é algo frequente na competição, já que em 2014 o Brasília ganhou com vários jogadores irregulares.

    Estes problemas de organização afetam a TV que transmite, o torcedor que deixa de ir ver jogos (não sabe se terá validade) e o patrocinadores que já são escassos.

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  4. Quer dizer, domingo eu vou ao estádio, tomo uma cerveja, pego chuva,lá dentro tomo picolé de uxi da Ice Bode(5,00×6=30,00-na média), grito, xingo o bandeira(minha diversão favorita) e no final o jogo é anulado. Não dá!
    Quanto à invasão da terceira idade, com todo respeito à melhora do IDH brasileiro e o consequente aumento da expectativa devida, mas nosso futebol está virando festa de aparelhagem. Waldson, Donizetti, Lugano e outros ex em atividades viraram regra, sendo a exceção o surgimento de alguém oriundo das divisões de base.
    Por aqui, depois do Imperador podemos ver ressuscitar a Superlojas, Jaú, O Camiseiro, Capri e outros bibelots do passado que tanto charme derramaram no antigo Belo Centro. Também não dá!

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  5. Eu realmente não entendo essa galera bicolor.

    Eles realmente acham que o time deles é o que há de melhor em termos administrativos e futebolístico no mundo.

    o cara aí em cima vem me falar de uma “espiral incessante de insucessos”. O que seria isso, meu caro?

    No último ano conseguimos ser campeões estaduais, finalistas da CV e o acesso para a Série C. Isso seria uma espiral incessante de insucessos? Eu vejo o contrário, meu caro.

    No ano de 2016, a diferença entre o Remo e o PSC, é que este ganhou (nos pênaltis) o primeiro turno um campeonato que já não tem a mesma importância do que nos anos anteriores. Estamos jogando sem pressão.

    No extra-campo, temos um CT em parceria com uma empresa que está sendo estruturado tanto para o profissional quanto pra base.

    Os salários do ano estão em dia, sendo pagos até antes do vencimento;

    O nosso ST é um dos que mais cresce no Brasil, dando uma receita líquida mensal próxima de 300 mil reais;

    E no campo político, o presidente já acena para os demais candidatos a fim de achar uma solução em prol do Remo.

    Teremos em breve nosso Baenão de volta.

    Dentro de campo o time está correspondendo? Não, mas qual o time brasileiro que está jogando o fino da bola neste início de temporada?

    Nem os que hoje estão na Libertadores.

    Então, é preciso olhar com menos cegueira para os lados, e também para o seu próprio time.

    Acho que a intolerância política está fazendo vítimas em todos os aspectos, no futebol inclusive. Impede as pessoas de enxergarem a realidade.

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  6. Victor Palheta não ligue para os carentes quer pra ganhar um turno foi graças ao ER quer fez gol contra kkkkkkk ainda falam mal do ER ele deveria ganhar uma estátua ser não fosse o gol contra não ganhava o primeiro turno nem em sonhos kkkkkkkkkkkkkk

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  7. As mucuras acordaram com saudade do pai deles kkkkkkkk é por isso q eu digo: mucura nossa eterna piada e nosso eterno freguês kkkkkkkkkkkkk quanto é a coxinha?

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  8. A final da CV, salvo engano, foi uma das maiores vergonhas e entrou sim para o rol dos insucessos remistas. Sair da última série não pode ser considerado um fato do qual se orgulhar. Paraense, esqueçam, é sempre obrigação pra Remo e PSC. Que o Paysandu é muito melhor administrado qualquer remista lúcido enxerga.

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  9. Gerson, o que incomoda é o ufanismo de certos setores que insistem em pintar o futebol paraense – de latão, com pó de ouro. Comparada com a Copa do Nordeste, a Copa Verde não passa de um torneio de pelada de várzea. Com partidas de 10, e 5 vira..!!

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