Um show do time e da torcida

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POR GERSON NOGUEIRA

Uma vitória irretocável, com direito a três golaços. Uma noite de celebração da torcida no Mangueirão, abraçando o time e empurrando rumo ao triunfo. O Remo controlou o jogo, marcou quando deveria, atacou quando precisava e construiu uma goleada que lhe dá boa vantagem para a partida de volta, na próxima semana, em Cuiabá.

Depois de um começo equilibrado, com as defesas prevalecendo sobre os ataques, o jogo ganhou em dinâmica a partir dos 10 minutos. O Remo pressionava com Levy e Bismarck pela direita, Ramos e Paty pelo centro e Ratinho na aproximação. O Cuiabá se fechava todo atrás da linha da bola e deixava apenas Nino Guerreiro na frente, tendo o suporte de Rafael na armação de jogadas.

Apesar da intensa vibração passada pela torcida, que proporcionou um espetáculo à parte nas arquibancadas, o Remo tinha dificuldades em furar o bloqueio montado pelo técnico Marchiori, do Cuiabá. E ainda tinha que se preocupar com o jogo aéreo proposto pelo visitante.

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Até que, aos 21 minutos, as coisas começaram a acontecer. No primeiro bom contra-ataque executado pelo Remo, Levy lançou Paty e este acionou Eduardo Ramos. Dominando entre os zagueiros, ele foi travado na hora do arremate. Bismarck chegou rápido e, quando ia finalizar, foi derrubado pelo zagueiro Ricardo Braz. Paty bateu o pênalti e abriu o placar. De quebra, o Remo ficou com um jogador a mais – o defensor do Cuiabá foi expulso.

Antes de tomar as rédeas da partida, o Remo sofreu um duro golpe. Dois minutos depois do gol, o Cuiabá fez um ataque agudo e Fabiano não saiu para cortar um cruzamento alto sobre a área. O zagueiro Diego cabeceou entre dois zagueiros e o goleiro ainda fez grande defesa, mas a bola caiu para Kaike empatar.

A torcida silenciou por um instante, mas logo retomou a gritaria infernal de incentivo ao time de Cacaio. O Cuiabá ainda ameaçou entornar o caldo de vez. Rafael, em cobrança de falta, mandou no travessão, mas o desempate aconteceria logo em seguida. Aos 33, Ratinho recebeu passe junto ao bico da grande área e disparou um chute forte, no ângulo esquerdo de William Alves. O primeiro golaço da noite.

O Remo não deixou mais o Cuiabá se erguer no jogo. Passou a atacar forte pelo lado direito. Levy recebia e tinha campo livre, pois o ala esquerdo Maninho se mandava para o ataque. Foi por ali que começou o terceiro gol, depois de falta sobre Bismarck, aos 43 minutos. Eduardo Ramos cruzou para a entrada da área, onde Rafael Paty aparou de voleio. A bola ainda bateu no travessão e entrou. O segundo golaço dos azulinos.

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Veio a etapa final e Marchiori trocou o centroavante Nino Guerreiro pelo meio-campista Murilo Ceará. Deixava claro que pretendia minimizar o prejuízo. Estabeleceu duas linhas de quatro jogadores para conter os avanços do Remo e quase conseguiu segurar o jogo nos 3 a 1.

O Remo tocava muito a bola, mas às vezes exagerava nos passes laterais, desperdiçando bons avanços de Levy e Sílvio, que substituiu a Bismarck. Eduardo Ramos teve a chance do quarto gol, mas bateu fraco da entrada da área. Logo depois, cansado, foi substituído por Val Barreto.

Do lado mato-grossense, a preocupação era conter a pressão azulina e tentar beliscar mais um gol. A zaga remista, porém, não deu mais brechas e a goleada quase se concretizou aos 21 minutos. O goleiro William rebateu cruzamento e Ratinho pegou de primeira. A bola passou com muito perigo.

Alex Ruan foi substituído por Jadilson, que deu mais segurança ao lado esquerdo e se apresentou como opção para cruzamentos. Aos 43 minutos, quando o 3 a 1 já parecia definitivo, eis que surge o gol da premiação. Ameixa foi o contemplado. Por tudo que fez em campo, o jovem volante merecia sair como o nome do jogo.

Em rápida tabela com Val Barreto pela esquerda, ele recebeu de costas para dois marcadores, girou rápido e colocou a bola fora do alcance do goleiro. Era o terceiro golaço da noite. Remo 4 a 1. Goleada assegurada e o sonho da conquista da Copa Verde cada vez mais próximo.

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Ameixa brilha e espelha o novo Remo

A mudança operada por Cacaio no Remo é visível até nas declarações ao final das partidas e na assimilação de um conceito. Ontem, Ilaílson e Rafael Paty destacaram nas entrevistas o trabalho coletivo e saudaram o talento do jovem Ameixa, que ganha cada vez mais espaço e confiança.

Como é de seu estilo, Ameixa jogou de cabeça erguida, centralizando a organização de jogo no meio-de-campo e fazendo articulação perfeita com os laterais. Parece um veterano pela tranquilidade na condução da bola. Seu belo gol, já no apagar das luzes, atesta suas múltiplas qualidades.

De certa forma, Ameixa resume à perfeição o conceito defendido por Cacaio para o Remo: jogar como time pequeno quando está sem a bola e se agigantar quando parte com a bola dominada.

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Até quando?

Em noite quase perfeita dentro do estádio Jornalista Edgard Proença, o único senão ficou por conta do trabalho de segurança e acesso às arquibancadas. Dezenas de torcedores, portadores de ingressos, arrombaram dois portões para poder ver o jogo.

Impressiona (e assusta) o fato de que ninguém consegue resolver questões tão primárias, como a organização da entrada e saída das pessoas no Mangueirão. Passa ano, entra ano e a bagunça permanece, punindo sempre os desportistas que se arvoram a pagar para ir ao estádio. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Tempo de festejar e premiar os melhores

Duas grandes festas movimentam o futebol paraense na próxima semana. Logo na segunda-feira (4), às 20h30, acontece a entrega do Troféu Meio-de-Campo, organizada pela TV Cultura e programada para o Teatro Estação Gasômetro.

Na terça-feira, 5, às 20h, na sede social da Assembleia Paraense (avenida Presidente Vargas), será realizada a tradicional festa do Troféu Camisa 13, premiando os melhores da temporada. É a 23ª edição da escolha mais democrática do esporte paraense, resultante do voto direto dos torcedores.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 01)

12 comentários em “Um show do time e da torcida

  1. Uma noite dos sonhos para os azulinos. Realmente quase perfeita, uma coisa que nunca deixa de me intrigar. É a quantidade de grana que vai para o “ralo” em jogo dessa grandeza.
    Os clubes e os adeptos seguem sendo lesados na mão GRANDE. São as lástimas de sempre.

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  2. que a vitória foi maiúscula não há dúvidas, mas não podemos esquecer quê mais uma vez levamos gol de bola para, quase levamos outro gol de bola para por uma falta infantil do jovem, Ameixa com a bola explodindo no travessão e o Lêvy salvou o gol certo da equipe do Cuiabá, em cima da linha. Por esses motivos o Leão tem que estar focado para domingo principalmente e quinta feira que vem respectivamente.

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  3. Por todos nós torcedores conscientes, sempre vimos que a solução está dentro do próprio estado e do próprio clube. Para que importar Cáça-Ratos e Zé Teodoros da vida que não conhecem nada do nosso futebol e só fazem desmerecer a garotada da base, além de onerar ainda mais os clubes!
    Parabéns Cacaio, aos guerreiros azulinos e a imensa torcida do Clube do Remo.
    E um detalhe importante, quando as coisas vão bem até a sorte ajuda. Segundo gol remista saiu logo após a bola beijar o travessão do Fabiano com um petardo do Ratinho com a perna que não é a sua ideal. O terceiro gol, com um voleio do Paty. Noite de belos gols dignificando o time paraense como o futuro campeão.

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  4. Um grande jogo o do time azulino, ontem. Ainda mostrou muitas falhas e limitações, inclusive decorrentes do desgaste físico, as quais lhe impediram de estabeler uma vantagem mais substanciosa. Mas, estas são matérias que eu deixo pro Cacaio, pois tenho certeza que ele têm plena consciência de tudo e que está buscando um jeito de neutralizá-las ou ao menos minimizá-las, o que se até agora não aconteceu não é por falta de vontade, empenho e dislosição dele, dos atletas e demais colaboradores.

    Do que eu quero falar mesmo é das pinturas que foram os três últimos gols e da

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  5. Cont.
    E da esperança da qual me vi contagiado ontem de que este elenco, incluídos aí Técnico e auxiliares, ajudados pelo Fenômeno, tem plenas condições de levar o Remo à conquista tanto do Regional, quanto da Copa Verde. É muito conhecimento e carisma na mesma quantidade do Cacaio. Da parte do elenco, além do talento, há disposição e esforço desmedido. Juntando isso com as indispensáveis Graça e sorte a esperança tem tudo para se concretizar. Vamos à luta Leão!

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  6. No Mangueirão, o problema de infraestrutura é realmente sério. Mas não só isso. Os acessos deveriam ser mais organizados, mas o próprio torcedor deixa para entrar no estádio em cima da hora, tem uma questão cultural aí também… Entrei às 19h e não vi sufoco, mas sei que rolou confusão porque, como já trabalhei em jogos do Remo, sei que a meia-hora que antecede o jogo é a pior de todas, com todo mundo querendo entrar ao mesmo tempo… Quanto ao jogo, ainda acho que o Igor João melhorou muito na sobra, mas estava atrás do Max, no segundo pau, quando a bola veio para o cabeceio do atacante do Cuiabá um pouco mais pelo meio e uns dois ou três atacantes esperavam o rebote do Fabiano. Esse tipo de falha de posicionamento tem sido recorrente. Quando esse posicionamento for corrigido e Igor João assumir as bolas aéreas, a zaga para de dar sustos. No mais, a evolução ao ataque tem evoluído e o time como um todo vai ganhando entrosamento. É isso aí, meu Leão, pra cima deles. Que venha o Independente, promessa de mais um jogo de xadrez pela frente, mas, eu acredito no meu time. Bora Leão!!!!!

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  7. Penso que o time deve entrar ligado dessa forma no jogo de domingo. O titulo do paraense ainda é a conquista mais importante desse primeiro semestre para que o clube garanta calendário para o resto do ano.

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  8. Levar um gol aos 20 minutos e no mesmo lance ter um atleta expulso, foi um nocaute no Cuiabá.

    Mesmo assim, por alguns lances que ví, o Dourado por falta de sorte, teve chances de emperrar o jogo, como naquela falta na trave, iria pra 2×2.

    Pra mim nada definido, não descarto uma vitória de 3×0 do Cuiabá.

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