Remo x S. Francisco teve público superior a 10 mil

Com o estádio Baenão lotado, o jogo Remo x São Francisco registrou público pagante de 10.965 torcedores. A renda foi de R$ 144.995,00. Descontadas as despesas (R$ 52.002,90), sobrou o valor líquido de R$ 92.992,10.

Sob o signo da indefinição

Por Gerson Nogueira

O Remo se classificou para decidir o returno, eliminou um adversário direto na disputa pela vaga na Série D, mas o empate deixou sua torcida com um misto de alívio e aflição. Os dez minutos finais do jogo no Baenão foram dignos de um filme de suspense, daqueles de Hitchikok.
Quando o São Francisco empatou, marcando um gol desenhado desde a metade do segundo tempo, o estádio lotado espantosamente silenciou. E duas bolas lançadas perigosamente sobre a área de Adriano, aos 47 e 48 minutos, ajudaram a testar a saúde cardíaca dos azulinos. 
A pergunta, óbvia, é: por que o Remo submeteu sua fidelíssima torcida a essa dose de sofrimento, depois de uma boa atuação nos primeiros 45 minutos, quando abriu o placar e perdeu mais três claras oportunidades? Vários fatores ajudam a explicar o apagão que se abateu sobre o time nos instantes finais.
Os jogadores falaram em cansaço físico, afinal o time veio de uma batalha na quarta-feira contra o Bahia. É uma hipótese a considerar, mas não diz tudo. Prefiro acreditar na combinação do recuo excessivo dos remistas e no avanço quase suicida dos santarenos.


É curioso notar que, a partir da expulsão (justíssima) de Jaime e Perema, que em tese prejudicaria mais o visitante, o jogo saiu visivelmente do controle do Remo. Sem os passes e a visão de Magnum, que voltou a jogar em ritmo de competição e foi o melhor da tarde, morreu a criatividade da meia-cancha. A equipe voltou a ser previsível, usando os chutões de Adriano e dos zagueiros para acionar Fábio Oliveira e Reis. 
Flávio Lopes se equivocou ao substituir Magnum por Betinho, deixando Reis em campo. Sem um articulador no meio, o jovem meia-atacante perdeu utilidade e não ajudou a combater a pressão do São Francisco.
O São Francisco, mesmo desarticulado, impôs um ritmo fortíssimo no ataque, com Ricardinho e Rodrigão recebendo passes de Diogo e Emerson Bala, que recuou para ajudar na armação. Foi através de Bala, que deu uma arrancada até a linha de fundo deixando Jhonnatan na saudade, que nasceu o empate. A bola foi cruzada para Rodrigão desviar com um leve toque, fora do alcance de Adriano.
Assim como a classificação azulina, o placar foi justo e refletiu domínios diferentes nos dois tempos. O Remo, que precisa ser finalista do campeonato para garantir presença na Quarta Divisão, não pode depender de 45 minutos de bom futebol. Tem que ser completo e não pela metade. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
 
 
No sábado à noite, o Paissandu deu mostra evidente de sua principal característica na temporada: a instabilidade. O time até jogou com a mesma vontade e entusiasmo das partidas pela Copa do Brasil, mas aos poucos foi murchando e perdendo-se em lances confusos, sem objetividade.
A ausência de Rafael Oliveira foi sentida no ataque, reduzindo Adriano Magrão ao atacante nulo e fácil de ser marcado. Tiago Potiguar foi bem nos primeiros 30 minutos, depois dedicou-se a reclamar e esqueceu do jogo. Pikachu e Neto eram os diferenciais, defendendo e atacando, mas os demais não seguiam o mesmo ritmo.
O Águia se mantinha em alerta e esboçava algumas saídas ao ataque. O Paissandu perdeu chances de marcar, mas nenhuma delas tão claras a ponto de assustar os visitantes. No segundo tempo, o gol logo de saída deixou o Águia ainda mais sólido na defesa e firme no meio de campo.
Quando o Paissandu achou o rumo do gol foi meio sem querer, em penalidade cometida infantilmente pelo zagueiro Bernardo. O empate veio, mas já era muito tarde. Pode-se dizer que, para quem não elegeu o Parazão como prioridade, o Paissandu até chegou longe no torneio.
 
 
A decisão do turno, com o primeiro jogo em Marabá, mantém o equilíbrio visto nas semifinais. Não há favoritismo, mas a regularidade do Águia pode pesar (e muito) na balança. Um time que joga sempre no mesmo ritmo, sem se apavorar quando em desvantagem, é sempre difícil de ser superado.
O Remo corre contra uma recente tradição de amarelar nas decisões. Vai ter que superar esses temores e partir com determinação sobre o Águia, sob pena de morrer na praia outra vez.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 16)

Remo x São Francisco (comentários on-line)

Parazão 2012 – Semifinal do returno.

Remo x São Francisco – estádio Evandro Almeida, 16h.

Na Rádio Clube – Valmir Rodrigues narra, Carlos Castilho comenta. Reportagens: Paulo Caxiado e Hailton Silva.

Blog bate a marca de 2 milhões de acessos

2.000.037 visitas em todo o período de existência do blog… Parabéns a todos e muito obrigado! Novos recordes virão.

Por um lugar na Série D

Por Gerson Nogueira

O jogo mais importante do ano para o Remo acontece hoje. A caminhada na Copa do Brasil ou mesmo a chance do título do Campeonato Paraense ficam em segundo plano diante da prioridade máxima na temporada, que é garantir presença no Brasileiro da Série D 2012.
A possibilidade real de o Pará contar com dois times na competição obriga o clube a cumprir um itinerário simples para alcançar o objetivo: chegar pelo menos à decisão do returno eliminando o São Francisco, o único que pode ameaçar o plano de voltar à Quarta Divisão.
Para passar às finais do segundo turno, o Remo precisa pelo menos empatar. O São Francisco não é de se impressionar com torcida e ambiente adversos. Provou isso neste campeonato. É ousado como visitante e determinado como mandante.
Domingo passado, o São Francisco confirmou sua capacidade de reação. Arrancou o empate quando já se desenhava o triunfo remista. O jogo se encaminhava para o fim e, para evitar a derrota, foi buscar motivação e fibra não se sabe onde. E lançou mão também de um esquema ousado, quase suicida, com quatro atacantes (Rodrigão, Léo Oliveira, Ricardinho e Emerson Bala). Empatou e quase virou o placar.
Mesmo com o Baenão lotado, o São Francisco não deverá fugir a esse estilo desassombrado. Flávio Lopes e seus jogadores sabem que o torcedor dá como certa a presença na Série D, ignorando as etapas a serem vencidas e, principalmente, o difícil adversário de semifinal.
Favorito em condições normais, o Remo precisará confirmar isso em campo. O duríssimo confronto de quarta-feira contra o Bahia pode influir no rendimento da equipe, que teve alguns jogadores lesionados.
Ao mesmo tempo, a boa atuação pela Copa do Brasil tem um inegável efeito positivo no aspecto emocional, injetando ainda mais confiança ao time. A escalação indica que Lopes aposta no entrosamento adquirido ao longo das últimas 11 partidas (oito válidas pelo Parazão).
O quadrado de meio-de-campo terá novamente André, Jhonnatan, Reis e Magnum. Nas laterais, Tiago Cametá e Aldivan (ou Sosa). Fábio Oliveira e Cassiano são os atacantes. No sistema 4-4-2, o papel dos laterais é fundamental para o sucesso de um time. Contra os baianos, a vitória só foi possível pela excelente participação de Cametá e a providencial substituição de Aldivan por Sosa.
Contra o São Francisco, que precisará sair para o jogo, a combinação dos dribles de Cametá com a velocidade de Cassiano pode ser um fator decisivo. Ao mesmo tempo, contra os agressivos laterais Cleidir e Maurian, os cuidados defensivos do Remo devem ser redobrados.    
 
 
Quem olhou com atenção as imagens do lance do pênalti marcado contra o Bahia, na quarta-feira, percebeu que a bola resvalou no braço do zagueiro, embora tenha tocado inicialmente em seu peito. O árbitro amazonense estava a três metros do lance e assinalou o pênalti sem pestanejar. Depois se perderia em campo, nervoso com a pressão dos baianos.
Aliás, na transmissão da Globo Nordeste, narrador e comentarista comportaram-se como pachecos e levantaram uma teoria mirabolante para contestar a penalidade: pela proximidade geográfica entre Amazonas e Pará, o árbitro Edmar Campos da Encarnação teria marcado a falta para dar uma força ao Remo.
Aproveitam para espinafrar a escalação de um árbitro da mesma região para jogos da Copa do Brasil, ignorando a desastrosa atuação de Encarnação no restante da partida. Errou seguidamente contra o time paraense e deixou de expulsar o zagueiro Tite (que já tinha cartão amarelo) por entradas criminosas em Reis e Joãozinho. 
Que os remistas se preparem, pois este é o ambiente armado para o jogo de volta em Salvador, na próxima semana. Até mesmo o normalmente polido Paulo Roberto Falcão aderiu ao coro de reclamações, atribuindo à arbitragem a derrota no Mangueirão. Quem esteve lá sabe que a história foi bem diferente.
 
 
A quinta-feira, 12, registrou novo recorde do blog: 5.782 acessos num só dia. Hoje, outra marca deve ser alcançada: 2 milhões de acessos. Esses números resultam da participação e da boa vontade de um pequeno exército de comentaristas, baluartes e colaboradores.
 
 
Dois convidados especiais no Bola na Torre, às 23h30 de hoje, na RBATV: o volante André, do Remo, e o goleiro Paulo Rafael, do Paissandu. Apresentação de Guilherme Guerreiro.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 15)

Público decepciona diretoria do Papão

O jogo Paissandu x Águia teve público de 7.777 pagantes, com arrecadação de R$ 110.637,50 no estádio Mangueirão. Descontadas as despesas, de R$ 68.054,26, a renda líquida que coube ao Paissandu foi de R$ 42.583,24. A diretoria bicolor havia colocado 17.830 ingressos à venda apostando no entusiasmo do torcedor com a grande vitória sobre o Sport (PE) pela Copa do Brasil.

Águia despacha Paissandu e vai decidir o returno

Nem de longe parecia o time que humilhou o Sport na Ilha do Retiro. Desarrumado e sem criatividade para superar o bloqueio adversário, o Paissandu não conseguiu a vitória que precisava e deu adeus ao Campeonato Paraense de 2012. O representante de Marabá é o primeiro finalista do returno do Campeonato Paraense. Classificou-se na noite deste sábado ao empatar em 1 a 1 com o no Mangueirão. Como havia vencido a primeira partida por 1 a 0, em Marabá, precisava apenas empatar para ir à final desta etapa. Empurrado pelo razoável público presente ao estádio, o Paissandu foi até superior nos primeiros 45 minutos. Tocava bem a bola do meio para a frente e criava situações perigosas para a defesa marabaense.

A distância e a desorganização entre os setores eram compensadas pela disposição dos jogadores, com destaque para Pikachu, Tiago Potiguar, Billy e Neto, nessa ordem. Apesar da forte marcação do Águia, que escalou Alexandre Carioca para marcação individual sobre Potiguar, o Paissandu esteve sempre com a posse da bola e  desperdiçou algumas boas oportunidades. Flamel, principal jogador aguiano, pouco apareceu no primeiro tempo, vítima da velocidade com que o Paissandu jogava e da postura recuada de seu time. As poucas tentativas ofensivas do Águia vinham através do ala Léo Rosas, mas Branco ficou praticamente esquecido no ataque. Quando a primeira etapa terminou, o gol do Papão parecia questão de tempo.

Depois do intervalo, porém, tudo mudou. Logo aos 4 minutos, Branco abriu o placar e obrigou o Paissandu a uma postura ainda mais agressiva para buscar a virada. Adriano Magrão, novamente improdutivo no Parazão, saiu e Lecheva passou a apostar tudo no jogo de velocidade para pressionar o Águia. Com Bartola em campo, as jogadas teriam que priorizar o estilo vibrante do jogador, que tinha Héliton e Potiguar como companheiros de ataque. Inexplicavelmente, com um ataque de baixinhos o Paissandu passou a cruzar bolas altas para a área marabaense, facilitando o trabalho dos zagueiros. Potiguar, que havia jogado bem no primeiro tempo, passou a exagerar no cai-cai e demonstrava irritação com a dura marcação, acabando por receber o cartão amarelo.

Somente aos 47 minutos, o Paissandu chegou ao empate num lance fortuito. Em cruzamento para a área, o zagueiro Bernardo cortou a bola com a mão, como se estivesse num jogo de vôlei. O bom árbitro Edeval Ferreira Figueiredo assinalou o penal, que Pikachu converteu, após repetir a cobrança (Bartola invadiu a área e foi corretamente advertido). No último minuto, o Paissandu ainda buscou o milagre do segundo gol, mas não havia mais tempo. Reconhecendo o esforço, parte da torcida aplaudiu os jogadores à saída do gramado. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)