Magnum, o grande trunfo

Por Gerson Nogueira

No duelo intrincado que se desenha para a final do returno, entre Remo e Águia, alguns detalhes podem estabelecer a diferença e garantir o triunfo. O aspecto do condicionamento físico não pode ser desconsiderado, pois os remistas terão um confronto difícil com o Bahia no meio da semana e ainda sofrerão o desgaste de duas viagens.
É preciso levar em conta os desdobramentos negativos de uma eliminação da Copa do Brasil, desfecho perfeitamente possível diante do equilíbrio entre os times. O mesmo vale, é claro, para a hipótese de classificação azulina, fato que contribuirá para inflar ainda mais a auto-estima da equipe de Flávio Lopes.
A vantagem de dois resultados em favor do Remo e o local da segunda partida (estádio Evandro Almeida) também têm seu peso expressivo na história, mas há um fator que pode facilitar a caminhada remista nas batalhas contra o Águia.
Na prolongada seca de talentos na meia-cancha – não só no futebol do Pará, diga-se –, um jogador pode fazer a diferença na reta final do Parazão. Magnum vinha apresentando comportamento errático. Saía-se bem em alguns jogos. Caía de produção em outros.
Começou a mostrar eficiência e categoria no segundo tempo do jogo com o Bahia pela Copa do Brasil, quando marcou o gol da vitória e mostrou presença ofensiva. Tinha sido peça absolutamente improdutiva no primeiro tempo, mas renasceu na segunda metade.
Na semifinal de domingo, contra o São Francisco, deu mostras de sua importância para o time. Foi, disparadamente, o mais destacado jogador do Remo, enquanto teve fôlego. Fez um golaço, esteve perto de marcar outro (mandou a bola na trave), deu um passe precioso para Fábio Oliveira, que errou o tiro final. Enfim, fez o jogo fluir no meio, distribuindo passes, armando inversões inteligentes.
Caso essa sequência ascendente se confirme, Magnum pode se tornar na hora certa o reforço que o Remo buscava quando o contratou, dias antes da abertura do campeonato. Na ocasião, o meia ganhou status de principal contratação da competição. Todos referendaram a iniciativa por recordar do grande futebol que havia mostrado há alguns anos, inicialmente no Paissandu e depois em outros clubes. 
O problema é que Magnum chegou fora de forma, pesadão e sem os reflexos apurados. Não entrou de cara no time, que padecia com as conseqüências da falta de um organizador. Por ali, o então técnico Sinomar Naves chegou a utilizar o lateral-esquerdo Aldivan.
No auge do desespero, o treinador inventou Cassiano com a camisa 10. Quando entrou no time, nas semifinais, fez um gol no primeiro jogo, mas queimou o filme em Marabá, envolvendo-se no sururu generalizado. O Remo perdeu o turno, Sinomar foi despachado e Magnum acabou suspenso. Perdeu a confiança do torcedor, que passou a olhá-lo como caso quase perdido. Flávio Lopes, que descobriu Jhonnatan e deu formato de time ao Remo, é o responsável pela recuperação do camisa 10.
Dele dependerá, em boa parte, a trajetória do Remo neste semestre. Começa pela decisão em Salvador e prossegue nos dois jogos contra o Águia. Futebol não é jogo de um homem só, mas depende terrivelmente de especialistas. Em forma, Magnum sabe como poucos a arte de tratar a bola e o que fazer com ela, inclusive gols. Por isso, com méritos, virou jóia preciosa no esquema de Flávio Lopes.  
 
 
Uma proposta levada à assembléia-geral da CBF, ontem, por algumas federações, defende o fim da Série D do Campeonato Brasileiro, a quarta divisão nacional, criada irresponsavelmente em 2008. Em contrapartida, a Série C passaria a ser disputada por 64 clubes. A mudança, se aprovada, só será adotada a partir de 2014.
Como se sabe, a Série D foi instituída por Ricardo Teixeira por mero marketing político, apenas para agregar novos clubes às divisões nacionais. Completamente deficitária, nunca contou com o apoio da CBF, obrigando os participantes a arcarem com todas as despesas. 
 
 
Acontece na próxima quinta-feira (19), às 18h, o terceiro e último Bate-Bola alusivo aos 20 anos do Troféu Camisa 13. Desta vez, o debate versará sobre a medicina esportiva. O tema escolhido é dos mais atuais: lesões nos músculos, meniscos e ligamentos. São as contusões mais comuns nos esportes de choque. Os especialistas Erick Nunes, ortopedista e traumatologista, especialista em joelho; e Flávio Freire, radiologista e especialista em PRP (plasma rico em plaquetas), estarão ao lado do narrador Cláudio Guimarães na mesa de debates.
A comunidade da área médica ligada ao esporte está convidada, bem como fãs de esporte, atletas e dirigentes. Como nos dois primeiros eventos, o acesso é gratuito e as inscrições podem ser feitas na chegada ao auditório do DIÁRIO (entrada pela travessa Enéas Pinheiro). Será expedido certificado de participação.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 17)

19 comentários em “Magnum, o grande trunfo

  1. Eu que até o jogo contra o Bahia sempre fui um rigoroso crítico das atuações do Magno, e daqueles que viam no desempenho dele em campo algum aspecto digno de nota positiva; principalmente depois do que ele jogou domingo, me vejo, agora, esperançoso de que ele realmente venha a contribuir para que o Remo alcance seus objetivo mais importante no momento que é a conquista do título do segundo turno do paraense, e, na seqüência, consiga vencer o próprio campeonato. Que o Magno, de fato, tenha iniciado a ascendência da parábola. Amém!

    Não sei se da boca pra fora, ou como que já se preparando para um possível revés, mas, ontem, o Hamilton Gualberto disse ao Caxiado e ao Guerreiro que o Remo deve priorizar o paraense.

    De minha parte, estou de acordo com o dirigente. Se der pra classificar lá na Boa Terra sem maiores desgastes, ótimo (inclusive porque igualaria o feito do rival). Mas, se tal não for possível, vida que segue sem maior estresse, eis que a garantia do calendário para o segundo semestre é muito mais importante.

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  2. Penso, Gerson e amigos, que se você focar no que o Magnum rendeu para o time do Remo, para conquistar a sua classificação, como meia armador, foi muito pouco, em um jogo de quase 100 minutos. O pior é ele ter cansado e dizer que não estava cansado. Quem é acostumado a lidar com jogadores, sabe que ele pode estar morto de cansado, mas nunca admitirá. É mais fácil ele cair em campo e dizer que sentiu uma fisgada,.. Isso acontece, porque, caso você peça pra sair por cansaço, nas próximas partidas, se o técnico tiver dúvida em uma substituição, não pensará duas vezes em tirar você, por causa do seu cansço, naquela partida. Nunca acredite em jogador de futebol, é por isso que um técnico da rodagem do Flávio, nunca deixaria de perceber isso. O Magnum já estava morto em campo e, o Jaime, poderia não estar bem, na ligação, mas, por ser novo, aguentaria marcar, pelo menos, como bem observado pelo Flávio. Acredito eu, que ara o Magnum render mais, ele teria que ser o 2º atacante ou um meia atacante, jogando de frente para o gol.
    – O São Francisco, só apareceu no 2º tempo, pelo cansaço dos jogadores do Remo.Aliás, o Jhonatan disse ontem, que não acompanhou o Emerson Bala, por ter levado uma cotovelada dele.Foi mesmo? Te dizer…

    – Se o Remo impuser seu jogo, nos dois jogos contra o Águia, o Remo será o campeão do 2º turno. Anotem.
    É a minha opinião.

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    1. Para você ver, amigo Cláudio. Em apenas 45 minutos, como você observou, o cara marcou 1 gol e deu à meia-cancha do Remo um sentido mínimo de organização. Considero importantíssima (para o Remo) a evolução do Magnum. Acredite: o Lopes, bom treinador, errou feio ao tirar o Magnum e deixar Reis correndo de um lado a outro, sem marcar ou criar. Quase perdeu o jogo ao fazer isso, pois abriu um buraco em frente aos volantes, admitido pelo próprio André no Bola na Torre. Esperar que o Jaime fizesse marcação eficiente – mais ou menos como o Cassiano – é um pouco demais.

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  3. De um Jornalista, hoje, sobre a reunião de ontem, no Paysandu:

    À noite de ontem, na Curuzu, Luís Omar, Toninho Assef, João Carlos Pontes, Feliz, Felipe Fernandes fumaram o cachimbo da paz e decidiram as seguintes questões:

    1 – Efetivação do Lecheva no comando técnico da equipe;

    2 – Contratações de 3 a 4 jogadores para a campanha do brasileiro;

    3 – Mais apoio à base que representará o clube na Copa BH de sub-19 em agosto.

    “Grandes” decisões….Te dizer….

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  4. Gerson,

    A diretoria do Remo conhece tem conhecimento do Estatuto do Torcedor ?

    Domingo às 14:00 hs todos os ingressos estavam esgotados. Durante o acesso, os bilheteiros pegavam os ingressos e devolviam para ser vendidos novamente, fora o arrombamento dos portões, ou seja, o público anunciado passou longe do presente.

    Se continua essa desorganização e uma verdadeira sacanagem com torcedor de verdade, a um sério de acontecer um tragédia no Baenão.

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  5. Realmente, meu caro Cláudio, Gerson e amigos do blog, o jogador azulino não acompanhou Emerson Bala por conta da cotovelada recebida, como ficou bem nítido nas imagens da tevê. A exemplo do gol do São Francisco em Santarém, quando houve falta em Magnum na pequena área, neste último jogo também o gol de empate santareno foi irregular.

    Um erro da arbitragem que ninguém parece se importar mas que poderia ter resultado em prejuízo irreparável para o Leão Azul.

    Se os erros tivesse ocorrido a favor do Remo todo mundo falaria em apito amigo ou coisa assim.

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  6. Antonio Valentim tem razão. Tem treinador no Pará que é especialista em provocar mal estar acusando a arbitragem de favorecer ao REMO. Isso acaba provocando que todos os árbitros têm receio de apitar jogos do LEÃO. Daí os erros começam a surgir em geral contra o REMO. Fora a maioria da torcida do Pará, o resto quer é ver o circo pegar fogo nas plagas azulinas.

    Não se iludam, o jogo de domingo tem tudo para ser mais difícil que contra o próprio Bahia. Vai ter de tudo, com possibilidades de descambar pro quebra-pau, principalmente se o REMO tiver a sorte de marcar gols. Em Marabá, provavelmente, as mesmas personagens perniciosas já estão inflamando torcida e jogadores contra o REMO.

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  7. jmsiqueira,
    sem falar que naquele pasto se o remo tentar tocar a bola tá perdido, pois aquilo não tem condição de jogo. o cara rola a bola e ela chega pulando no parceiro.

    o águia se aproveita disso e tenta ganhar na base da correria dos jogadores e da pressão extra campo sobre os árbitros e bandeirinhas.

    se preparem que lá em marabá não vai ser um jogo vai ser uma batalha, regada a muita confusão. Jogo lá é sempre assim.

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  8. Concordo nobre escriba com o amigo Columbia ,deixar o Magno cansado em campo teria dado a vitória para o SF.
    O time azulino é fraco, ruim, apenas tem um técnico regular que ante os nossos paraenses parece muito acima.
    Se o Remo for campeão desse turno deve-se a esse técnico.
    A vantagem do empate pode ser crucial e acho que o Remo vai usar isso ,PORQUE fora MAGNUN NÃO HÁ UM JOGADOR , NENHUM igual aos melhores do Papão ( Hellington,Pikachu,Rafagol, Harysson), do Águia ou do SF.
    Quanto á arbitragem , acho bom mesmo amigo Capitão o Remo se preparar.
    O golpe do choro em relação a erros de arbitragem deu certo contra o Papão.Houve dois penaltis a favor do Bicolor Amazônico no mínimo, um foi marcado.
    Tudo porque o Águia , por erros , humanos, foi prejudicado em jogos contra o Remo no Baenão e nas finais do turno contra Cametá.Simples assim.

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    1. Concordo, amigo Cláudio. O Jhonnatan perdeu ao errar o primeiro bote, depois tentou acompanhar mas o Bala foi mais rápido. Jovem e bom volante falhou no lance.

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