POR GERSON NOGUEIRA

Ainda não foi desta vez que o Remo conseguiu se reabilitar no Brasileiro da Série C. Depois da derrota para o Londrina, na sexta-feira, o time voltou a perder ontem, desta vez para o Avaí, em Florianópolis. Acabou vitimado por outra decisão polêmica da arbitragem, que viu pênalti em chute que bateu na mão do lateral Igor Fernandes, a 15 minutos do final.
É verdade que, ao longo do primeiro tempo, o Remo foi pouco produtivo nas ações de ataque. Pressionado em seu próprio campo pela marcação adiantada imposta pelo Avaí, encontrou muitas dificuldades para criar alternativas para ameaçar a defesa adversária.
Apesar do controle do jogo, o Avaí não criou chances claras de gol. Rondou a área do Remo, atacando com até seis jogadores, mas errava nas finalizações e esbarrava nas defesas de Vinícius. As melhores tentativas saíram dos pés de Valdívia.
O meio-campo remista, sobrecarregado pela marcação, tornou-se mais reativo do que preocupado com a transição. Por essa razão, Felipe Gedoz e Victor Andrade praticamente não receberam bolas em condições de finalização. Isolado na direita, Mateus Oliveira teve estreia apagada.
A melhor chegada remista ocorreu aos 23 minutos, quando Victor Andrade cabeceou para fora depois de cruzamento de Gedoz. Em seguida, o lateral João Lucas, que atuou quase como um ponta, bateu de fora da área para grande defesa de Vinícius.

O segundo tempo mostrou de cara um Remo bem mais organizado nas ações ofensivas. Os laterais conseguiram passar da linha de meio-campo e Gedoz se movimentava com desenvoltura, apesar de bem marcado. Logo aos 4 minutos, o próprio Gedoz invadiu a área e bateu rasteiro para boa defesa do goleiro Glédson.
Apesar de mais retraído, o Avaí também insistia com Valdívia, sempre acompanhando Renato e Vinícius Leite. O meia aproveitou uma chegada forte de Copete pela direita e chutou forte, mas Vinícius evitou o gol.
Aos 33’, veio o lance fatídico. O lateral Iury arriscou um cruzamento e a bola resvalou na mão de Igor Fernandes, que tinha o braço colado ao corpo. O árbitro marcou pênalti, que Junior Dutra converteu. Até aquele momento o Remo estava melhor na partida. A penalidade vem se juntar a outros seis lances que prejudicaram o time nesta Série B.
Depois do gol, o cenário mudou por completo. Satisfeito com a vantagem, o Avaí se limitava a administrar o jogo, enquanto Felipe Conceição buscava reagir com mudanças que não acrescentaram nada ao rendimento do time. Wallace, Wellington Silva e Renan Gorne mal participaram das tentativas de reação. Lucas Tocantins não foi acionado.
Boa parte dos problemas enfrentados pelo Remo na fase inicial do jogo pode ser atribuída à incapacidade de sair do cerco armado pelo Avaí. Agravou o quadro a presença do estreante Mateus Oliveira, pouco entrosado com os companheiros. Como em Londrina, Victor Andrade saiu cedo demais e Tocantins custou a entrar.
Medalhas tiram do limbo os enjeitados surfe e skate
É mais comum e previsível do que a chuva nas tardes de Belém. Sempre que chega uma Olimpíada acontece de um atleta saído das periferias brasileiras obter destaque e, passo seguinte, seu esporte passa a ser reverenciado como nunca antes. Surfe e skate viraram, de repente, objeto de culto e adoração no Brasil.
Como se fosse possível apagar o histórico de desdém e preconceito em relação a esportes, até hoje estigmatizados por muita gente como “coisa de maconheiro e marginal”. Já cansei de ouvir isso. Recentemente, na gestão tucana em Belém, a Guarda Municipal escorraçou da praça do CAN garotos que brincavam de skate por ali.
A maranhense Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, comoveu o país ao conquistar a medalha de prata no skate, esporte que estreia em Olimpíadas. Aos 13 anos, a menina magrinha e ágil fez acrobacias infernais, levantando a medalha. Ganhou fama instantânea e a honrosa condição de medalhista brasileira mais jovem em todos os tempos.
Sua vitória pode tirar o skate do gueto em que sempre esteve. É a chance de fazer com que a modalidade ganhe respeito e visibilidade, inspirando crianças e jovens a entenderem que o esporte não é coisa de bandido.
Belém não tem uma pista adequada para skate. O Skate Park, inaugurado por Edmilson Rodrigues em sua primeira gestão, foi extinto na reforma cara e demorada da avenida, levada a cabo por Duciomar Costa anos depois.
As pistas disponíveis (no conjunto Marex, na Sacramenta, Mosqueiro e Icoaraci) não atendem às necessidades do esporte, até porque foram construídas sem nenhuma participação dos atletas da modalidade.
Como reflexo da conquista de Rayssa, a Prefeitura de Belém promete fazer um levantamento técnico que permita implantar melhorias nas pistas já existentes. Há também a ideia de criar uma nova pista na capital, que contemple as necessidades de quem precisa praticar skate em segurança.
Já o surfe, cuja prática no Pará limita-se a um grupo reduzido de adeptos, conquistou a glória máxima com a vitória de Ítalo Ferreira nas águas japonesas. Foi a primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada e logo na estreia do esporte na competição.
Como Rayssa, o potiguar Ítalo vem dos rincões do Nordeste e precisou lutar muito para alcançar o nível de competitividade que a modalidade exige em termos mundiais. Superou até mesmo a descrença geral quanto ao sucesso no Japão, visto que o favorito era Gabriel Medina.
Talvez agora, através dele e de Rayssa, esses esportes tão pouco badalados ganhem a projeção merecida.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 29)
Não vou nem falar do pênalti, que para mim aconteceu sim, mas de ficarem procurando a cada partida um erro da arbitragem para justificar o futebol de mediano para baixo apresentado pela equipe.
Erros aconteceram para os dois lados, mas para infelicidade dos passadores de pano , o pênalti existiu. Até quando vão mascarar a fragilidade do grupo?
Falam das vitórias contra o “forte” Brusque (em casa), da instável Ponte Preta em duas jogadas de vacilo e do candidato a descenso Cruzeiro pelo placar mínimo.
É pouco. Muito pouco.
Mas vem aí duas fortes equipes para encaminhar a recuperação, ou não.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Torcedores do rival têm mais que se preocupar com os adversários de quinta que o time deles não consegue vencer nem dentro de casa.
Essa regra atual do pênalti deve ter sido bolada para atletas com membros superiores amputados. Ontem, no amistoso Red Bull Salzburg X Atlético de Madri, foi marcado uma falta a favor do Red em que a bola bateu na mão do adversário que estava colada ao peito como proteção. Se a regra insana é essa, então tá.
Apesar da derrota, o Remo jogou bem, principalmente no segundo tempo. As duas derrotas seguidas foram em decorrência de um gol de falta e de um de pênalti, é bom lembrar. Se tivesse jogado bem, poderia ter vencido o Londrina, time muito fraco. O Avaí é um time mais qualificado. Um empate já seria um bom resultado. O Remo tem que manter essa pegada nos próximos jogos, em Belém. É notória a falta que faz um homem de área, finalizador.
CurtirCurtir
E quem disse que não estamos preocupados? Estamos preocupadíssimos, mas diferentemente de alguns de vocês, estamos criticando e clamando por reforços para a nossa equipe.
O que é feio é jogar o foco nas arbitragens para acorbetar falhas do time.
CurtirCurtir
Estão preocupados com reforços, mas mudam de treinador como trocam de roupa. O culpado é sempre o mordomo.
CurtirCurtir