Para não esquecer jamais…

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Curitiba, 1937. Integralistas reunidos na Praça Tiradentes, fazem a saudação nazista. Ardorosos defensores do nazi-fascismo, integralistas usavam camisas pretas e cinzas. Curitiba é atual sede da operação Lava Jato, sob o comando do juiz Sérgio Moro.

22 comentários em “Para não esquecer jamais…

  1. Pois é…uma consequência nefasta de dividir o mundo em dois grupos e usar isso para levar a sociedade a violência. Ainda bem que essa visão dicotômica do mundo é passado. Ainda bem que o Brasil decidiu ser democrático e pluralista, onde todos são iguais perante a lei e que ninguém, com poucas exceções, se arvora a dizer que é mais honesto do que o outro.

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  2. Esse José Cardoso é um brincalhão mesmo.Deve viver em um mundo particular, o”fantastico mundo de José Cardoso”,seu mundo cor-de-rosa, onde todos são iguais perante a lei, num Brasil “democrático e pluralista”.Paremos de falácia e hipocrisia; nunca tivemos democracia ou vivemos sob sua égide, cidadão. O que temos são governos eleitos dentro de uma democracia representativa burguesa limitada, em que nos é permitido tão somente trocar um governo pelo outro, um grupo por outro, deixando o sistema intacto. Portanto, é escolher o melhor grupo ou governo possível, ou, segundo os pessimistas, o menos pior.Evitemos confundir as coisas, evitemos a falácia, a demagogia, a hipocrisia. Ou não entendeu o sentido do post e sua referência, ou se fez de desentendido, levando para o outro lado, conveniente à sua afinidade ideologico-politico-partidaria, certo?

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  3. Cleber,

    Você tem direito a voto? Voce pode escolher qualquer candidato ou partido que você queira? Você é livre de postar suas mensagens livremente? Você pode ir e vir dentro do Brasil sem que te façam perguntas? Você pode escolher a sua profissão e o seu trabalho livremente? Voce pode consumir o que você quiser? Se suas respostas foi sim para todas as questões, então você está em país democrático e pluralista sim.

    Você fala que vivemos em uma democracia representativa burguesa cujo objetivo é deixar o sistema intacto. Não foi essa democracia que elegeu o PT? Pelo seu texto, então o PT é simplesmente uma falácia, um partido não democrático que trabalha para deixar as coisas do jeito que estão.

    Você deveria experimentar uma ditadura de verdade por um ano. Somente assim você deixaria o seu rancor ideológico de lado e passaria a elogiar a liberdade e o pluralismo que que existem no Brasil. Deixe de posar de vítima injustiçada e seja o protagonista da sua história. Agradeça dia e noite por você estar no Brasil e não na Coreia do Norte ou vivendo em uma ditadura, seja ela de esquerda ou de direita.

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  4. Cardoso, o nazismo não é produto de uma dicotomia. O nazismo é uma das formas de política de direita, também conhecidas como ultradireita e ultraconservadorismo. A direita, como a esquerda, tem seus extremos, porque ambos se desdobram em vários entendimentos, em vários matizes. Políticas de centro não são feitas por pessoas um pouco de direita e um pouco de esquerda. Políticas de centro são coalizões, ou grupos políticos heterogêneos ou mais flexíveis doutrinariamente. O governo de centro em que tem se transformado o mandato de Dilma, tipicamente de coalizão, é reflexo desse apoio ideologicamente heterogêneo e caótico, no caso atual, porque, sem o apoio popular e político, o governo tem que se decidir pela governabilidade.

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  5. Lopes,

    Sim, o nazismo foi consequência de uma dicotomia que o Hitler instalou na cabeça dos alemães. A lógica sempre foi somos nós contra eles. Sendo que eles significava tudo que não era ariano. Essa é uma logica fácil de vender e convencer, pois não precisa pensar muito.

    Esta mesma lógica é aquela que prega que a culpa é sempre dos outros, criando paranóias de massa e gerando verdadeiras caças aos diferentes (o holocausto é um exemplo).

    É por essa e outras que toda a vez que vejo movimentos ideológicos dicotômicos na política, sempre imagino que coisa boa não é.

    Fico contente que você está agora contemplando as vantagens de uma visão mais ampla dos problemas (que você chama de centro), que tenta conciliar as coisas boas das várias formas de pensar a sociedade. Mais um pouco você se transformará em um Popperiano. Por fim, recomendo a leitura da “Sociedade aberta e os seus inimigos”. O livro é velinho, mas ainda ajuda.

    Cleber,

    Pois é! Nem os escandinavos, com toda a extraordinária qualidade de vida deles, estão satisfeitos com suas pátrias. Agora tenho certeza que nenhum deles trocaria o que eles têm hoje para morar na Coréia do Norte ou mesmo na China. Como diria o Churchill, a democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum melhor que ela.

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  6. Amigo Lopes, como de centro o governo rubro? Ele desde antes de se instalar, fez clara opção pela direita, com seu vice do PL e com a carta ao povo brasileiro. Uma vez instalado, só fez confirmar tudo que prometera ao grande capital na tal carta, inclusive se aliando e praticando, respectivamente, a quem, e ao que, havia de pior na direita, dentre os quais, vale destacar pela perplexidade causada: o sarney, o maluf, o collor, o jeferson. Cuidando de expulsar petistas históricos que não aceitaram tamanha metamorfose e o governo desenganadamente voltado para atender aos insaciáveis glutões do grande capital como o prócer maior cansou de apregoar aos quatro ventos, reservando aos demais o encurralamento das bolsas. No mais, a segurança entregue aos bandidos, a saúde na uti, a educação aos empresários do ramo, as telefônicas ao salve-se quem puder, as estradas aos buracos, o saneamento ao aedes, a petrobras ao cerveró e cia, a reforma agrária ao mst, as terras indígenas ao Bunlai, o senado ao renan, o meio ambiente à samarco.

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  7. Prezado Oliveira, não procede seu ponto de vista, simplesmente pelos resultados obtidos ao longo dos anos pelo PT na presidência, já bastante evidenciados aqui nos nossos debates e em todo o país, que exterminaram com as chances de os tucanos voltarem pelo voto a ocupar a cadeira da presidência, por enquanto ao menos, e que os levou ao golpismo, dada a vontade de continuar com a privataria. O cinismo tucano é grande, exemplificado nessa saia justa:

    https://www.youtube.com/watch?v=WqSARRYecf0

    Não há mais com quem comparar o PT, pois após a ditadura os eleitos democraticamente, aqueles que vieram após a constituição de 1988, são apenas Collor, FHC, Lula e Dilma. Itamar era o vice de Collor e foi eleito na chapa do PRN, que nem existe mais. Além disso, esses são também os presidentes que enfrentaram a nova ordem mundial e a globalização. Quero dizer, em muito os cenários políticos e econômicos, internos e internacionais, eram parecidos. Em meio a todos esses fatores, Lula foi quem se saiu melhor, na avaliação do povo. O PSDB é a única comparação possível e é, na prática, a única necessária, uma vez que a própria oposição tucana atua no desgaste dos dois governos petistas, de Lula e Dilma, e não na comparação entre os governos porque é onde levam imensa desvantagem e que leva uma derrota certa nas urnas.

    A coalizão petista exigiria uma direitização da aliança histórica de esquerda liderada pelo PT porque ocorre no país um grande lumpemproletariado e uma imensa a lumpemburguesia, firmemente crentes no neoliberalismo, e só a coalizão apaziguaria o desejo inconsciente e absurdo de direita no poder. O discurso da experiência. É fato que o PT, com a coalizão, permitiu a manutenção de políticas de direita, mas como concessão de apoio político que aumenta de preço com o isolamento político em que Dilma foi posta. Esse é o perigo da coalizão e o que tem apontado os golpistas da oposição como razão pelo golpe. O discurso da autoridade pela autoridade, ainda bastante crível no Brasil. O poder exige mais que intimidade com o poder, exige os preceitos constitucionais do direito administrativo, o famoso “LIMPE” (Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência). Sobre FHC pairam dúvidas quanto à moralidade, vide o engavetador da república e as denúncias nunca apuradas. E o curioso é que é exatamente essa mesma característica que a oposição, com apoio global, tenta imputar ao PT, mas sem as provas e os sintomas típicos, como da inércia histórica de Geraldo Brindeiro, só mesmo uma campanha midiática para colar ao PT uma imagem tão ruim, mesmo que as instituições funcionem como nunca dantes.

    Só a independência e o funcionamento das instituições públicas já são provas de que o investimento do governo no Estado, na máquina pública, rende a proteção necessária ao povo em uma economia capitalista liberal, é dizer, numa economia de livre iniciativa, o que na era FHC seria um descalabro. É dizer, a negação de FHC de ser um político neoliberal não é só mentirosa, é hilária. O próprio gigantismo da máquina pública, por si só, já é uma evidência de que o socialismo permeia o governo petista, esse é, pois, um princípio socialista, de que é necessário o Estado forte para conter os abusos e as crises econômicas, o que até aqui, tem amenizado os efeitos da crise, agora novamente acentuados pela sabotagem midiática direitista. Sabe por que os investidores estão indo embora? Por que nos jornais internacionais, o Brasil já é uma Venezuela, menos pelo governo socialista, mas pela atuação da imprensa e judiciário partidários. Os investidores não tomam partido desse ou daquele governo, mas do mercado lucrativo ou não, e o Brasil, uma das maiores economias do mundo, é lucrativo para quem quer produzir e comercializar no país, mas nem tanto para quem quer especular, mesmo com a SELIC em 14,25% a.a.

    A oposição, incluindo nela a mídia golpista, tem que reconhecer a derrota nas urnas e permitir a recuperação da economia e da confiança do mercado internacional no país.

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  8. Lopes,

    O nazismo foi sim produto de uma visão dicotômica que o Hitler implantou na consciência germânica. Só existiam dois grupo: os arianos e o resto. Hitler consegui convencer a população que somente os nazistas eram honestos, cuidavam do povo e tinham capacidade de deixar o país no rumo sonhado. Deu no que deu.

    Outra estrategia usada pelo Hitler for a de vitimização. Ou seja, dizer que os arianos eram vítimas do outro grupo. Ou seja, usou a oposição como bode expiatório para os problemas que a Alemanha sofria. O resultado você sabe muito bem no que deu: campos de concentração e milhões de mortes inocentes.

    Toda vez que vejo discursos dicotômicos fico preocupado, pois sei muito bem que há más intenções por trás do discurso.

    Fico contente em saber que você está abrindo a sua mente e compreendendo que o mundo é muito mais diverso do que a velha separação entre direita e esquerda. Também vejo que você concorda agora que o PT é pragmático e não o partido de esquerda que você pensava que existia.

    Continue avançando. Como você é muito estudioso, leia o Sociedade Aberta e seus inimigos, um clássico do Popper, que, por sinal, foi escrito na Nova Zelândia, quando ele fugia do Hitler.

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  9. Aproveitando a deixa do Oliveira, relembro que os petistas criticavam os outros partidos da esquerda porque eles apoiaram a eleição de Tancredo. Eles cantavam: pelego, pelego, bem que te avisei, dormistes com Tancredo e acordastes com Sarney.

    Foi muito interessante ver depois de alguns anos a aliança formada entre o PT e o Sarney. Acho que depois da aliança eles cantaram alegremente: eu, eu, eu, o Sarney é meu!

    Como diz o Gérson: o passado é uma parada!

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  10. Cardoso, é que você aparentemente acompanha os debates há pouco tempo e parece não conhecer tão bem meu ponto de vista e opiniões como o Oliveira, o Gerson e outros baluartes que já participam deste espaço há bastante tempo. Tudo bem, você e eu seremos sempre bem vindos aqui enquanto pautarmos os debates elegante e civilizadamente, pelo que sei da postura democrática do Gerson. Viva a democracia.

    No mais, o ponto de vista histórico é contundente e inequívoco quanto à origem do fascismo e do nazismo como políticas de extrema direita. Direita e esquerda, como já disse antes, não são simples dicotomias, são consequências marxistas da forma de interpretar a história, de ver nas lutas de classes dois lados antagônicos, dos pobres e dos ricos, da esquerda e da direita, respectivamente. Direita e esquerda são conceitos que são usados desde a revolução francesa e que se reproduzem historicamente desde lá não porque os historiadores gostem, mas porque continuam eficazes e válidas para explicar logicamente a História. Os termos direita e esquerda apenas reconhecem esse viés, tão válido quanto a ideia de a rotação da terra durar um dia.

    Há um outro ponto de vista da História, que é o que Karl Popper aproveita, o do positivismo histórico, que se concentra basicamente em avaliar contextos e estruturas históricas baseados em documentos oficiais, porque para Comte acreditava que os pesquisadores deveriam encontrar o fator que determinasse a verdadeira história, que seria algo indiscutível e localizada nos documentos governamentais, ou por meio deles, que jamais estariam errados, com omissões, ou com deturpações. De acordo com tal forma de análise, apenas as histórias militares e políticas teriam importância de serem verificadas. Após a localização dos fatos do passado, deveriam ser criadas leis gerais que explicassem todos os dados coletados. A quantidade de leis deveria ser a mínima possível, até se alcançar uma lei única e universal. Mas o marxismo ainda se mostra mais eficaz para a interpretação da história que o positivismo comteano porque, sendo o ser humano um ser histórico, toda a história é humana, mesmo não sendo a política e a militar. O ponto de vista histórico marxista é, pois, utilizável para o momento porque lida com seres históricos, os seres humanos. A visão marxista é mais ampla e está longe de uma dicotomia e da simplicidade das explicações liberais simplistas.

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  11. Lopes,

    Com todo o respeito, mas a sua interpretação da filosofia popperiana está completamente equivocada. É o marxismo que fez predições gerais sobre o que aconteceria com as sociedades como resultado das lutas de classe. Como você deve saber, todas as predições feitas por Marx foram rejeitadas. Se você ler a história com atenção, você descobrirá que Popper combateu os positivistas e propôs uma abordagem de ver a ciência que é até hoje usada com grande sucesso nas ciências naturais. Se você usa a internet hoje agradeça a ciência desenvolvida seguindo a lógica popperiana de resolução de problemas. Entretanto, isso é um longo assunto que não dá para discutir aqui.

    Cleber,

    Concordo com você. Realmente o liberalismo de Popper dói para quem gosta de flertar com totalitarismo enrustido e outras ideias afins.

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  12. Amigo Lopes,

    Respeito sua convicção, mas os fatos vão em direção oposta a ela.

    O governo que se instalou no Brasil há 13 anos é de direita, fato demonstrado pelas práticas adotadas, algumas das quais cito abaixo.

    Manteve a linha neoliberalista do fatídico fhc. E como prometido na Carta ao povo brasileiro respeitou os contratos lesa pátria firmados no governo anterior, p.ex, não tocando, nem ao menos para avaliar melhor, nas privatizações. Pode haver algo mais direitista do que isso?

    Sim, pode!

    A política de coalizão adotada. Aliás, o termo coalizão deve ser interpretado na prática governista como uma generosa licença poética, pois o que há não é a concessão a ideais, programas e princípios republicanos dos partidos coligados, mas, sim, a defesa explícita da figura dos políticos de tais partidos nos problemas pessoais que eles enfrentam. Três casos emblemáticos provam o que digo: a defesa do sarney no caso dos despachos ocultos; a defesa do renan no caso das despesas de sua consorte paralela pagas com dinheiro de empreiteiras e o caso do maluf nos problemas enfrentados com a interpol.

    Um terceiro elemento é o abandono de bandeiras históricas como a reforma agrária e a questão indigenista.

    Mas, há mais, muito mais, elementos reveladores da posição essencialmente à direita do governo, inclusive naquilo que o petismo remanescente costuma colocar na vitrine como suas grandes obras, no intento de aparentar-se de esquerda, mas que o meu tempo ultra escaço destes últimos meses, não me permite abordar agora.

    Assim que der retomo.

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  13. Pois é Cardoso, é isso aí mesmo, sei disso muito bem, é o marxismo que se arrisca a predizer o futuro, é o marxismo que pode muito bem ser a tal lei científica, inconteste pois, que Comte espera ser encontrada em documentos oficiais, em meio a história política e militar, dadas as históricas tramas e trapaças em vários governos ao longo de todos os tempos, e de guerras e mais guerras pelo poder. Pode ser, e pode não ser, e para mim, é, porque explica lógica e satisfatoriamente todo momento histórico relevante, partindo da visão comteana mesmo. Nenhuma guerra teve outro motivo que não fosse a busca de poder. O ponto de vista também permite inferir sobre as estruturas de poder e sobre os meandros de funcionamento interno das sociedades, já que historicamente é a estrutura social que capta o olhar do observador e ajuda a explicar donde surgem as rivalidades históricas que levam às lutas, sejam guerras civis, sejam guerras internacionais.

    A visão comteana positiva tem a falha de limitar a pesquisa histórica ao Estado, o que tende a descaracterizar a humanidade, posto que o indivíduo como ser histórico é anterior ao Estado, é dizer, havia já história antes do Estado tal e qual os conhecemos. A história anterior à escrita chamamos de pré-história, aquela dos homens das cavernas, que não deixaram documentos escritos para a posteridade, mas pinturas, ossos e ferramentas de pedra. O positivismo comteano tem o efeito da exigência de documentos escritos para validar essa ou aquela interpretação histórica, na prática. Marx cumpre a exigência comteana. Comte não prediz o futuro, mas deixa as condições de definir o que pode ou não pode ter a capacidade de prever o futuro. Em virtude disso, a ciência é considerada comteana. Por exemplo, a 2ª Lei de Newton, que é o princípio fundamental da mecânica, popularmente conhecida como F=m.a, é comteana porque prevê o futuro, porque pode prever certa quantidade de força para mover um corpo ou sistema físico. É isso que torna possível construir máquinas, porque se pode calcular, isto é, prever com antecedência, a quantidade de energia que a máquina precisará para funcionar e quanto de calor e de força produzirá. É de Comte a premissa de que a ciência torna o funcionamento das coisas algo previsível e, portanto, sujeitos a uma lei. Esse é em si o conceito fundamental do positivismo.

    Outro ponto que destaco é que a própria ideia de nacionalismo é relativamente recente e na América esse valor veio com os europeus; e esse sentimento nacionalista extremado, associado a outro conjunto de valores, como valores supersticiosos e preconceituosos, também exagerados, é que levaram ao nazismo. As guerras corroboram a tese de Marx, e talvez a de Comte, é dizer, se avaliadas as guerras (ações militares e políticas que geram documentos oficiais de ambos os lados) pelo ponto de vista de Comte, a conclusão da história é marxista.

    Continua…

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  14. Caro Oliveira, os fatos não vão em direção oposta às minhas convicções. O governo que se instalou no Brasil há 13 anos é de esquerda, o que é demonstrado pela não manutenção
    da linha neoliberal do FHC e o crescimento do país na maior parte do tempo. A Carta ao povo brasileiro respeitou os contratos lesa pátria firmados do governo anterior, porque foram todos atos de um governo legitimamente eleito, e que acreditava no liberalismo econômico e por isso, tocou as privatizações para frente. Isso não é o direitismo, é o espírito democracia.

    A política de coalizão adotada não deve ser interpretada na prática como uma licença poética, embora você esteja correto sobre os programas e princípios republicanos dos partidos coligados, que buscam a defesa explícita da figura dos políticos nos problemas pessoais que eles enfrentam. É preciso dizer que o PT, como cabeça de chapa, atrais eleitores, mas também atrai vários partidos interessados em estar não apenas perto do poder, mas usufruir dele. Um governo de coalizão vai ceder espaço para todo quele que quiser auxiliar o governo politicamente, porque sem o apoio devido, o chefe do executivo está isolado.

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  15. Continuando, caro Cardoso, as premissas marxistas são, pois, comteanas. Popper não pode negar o espírito marxista da ciência, mesmo porque a ciência está envolvida em disputa, como na guerra fria, citando um exemplo óbvio. O trabalho de Popper visou negar esse fato, não conseguiu. Basta observar ainda que a ciência se desenvolve em meio ao capitalismo e é utilizada para a narrativa que visa legitimar a dominação cultural, e também a socioeconômica, de Europa e Estados Unidos sobre o resto do mundo.

    No momento mesmo em que o Brasil tem informações oficiais sobre a operação Condor (patrocinada pela CIA) e sobre a participação dos EUA no golpe militar de 64, ainda há quem considere a possibilidade de intromissão estadunidense nos negócios do Brasil uma teoria descartável…

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  16. Amigo Lopes, várias passagens de seu mais recente comentário acentuam ainda mais a contradição entre sua tese e os fatos, todavia, sendo sua convicta e sincera leitura da realidade nada há o que se possa fazer além de respeitosamente reiterar minha posição contrária.

    Todavia, há um que merece só mais um dedinho de prosa.

    Falo daquele em que você sustenta que respeitar os contratos decorrentes das privatizações é democracia. Mas, como eu lhe disse, é só um dedinho.

    Pois bem, a tal respeito queria lhe dizer que o patrimônio público não poderia ter sido “entregue” da maneira que foi. E se diz entregue porque além de ter sido vendido a preço aviltado, o dinheiro com que foi pago foi emprestado pelo próprio governo aos compradores, sob condições de pagamento para lá de generosas.

    E se há evidências de que houve malfeitorias dos governantes da época na negociação (e há mesmo), como o governo que aí está, juntamente com seus propagandistas e marqueteiros não cansam de dizer nos seus pronunciamentos meramente retóricos e eleitoreiros, além de reaver o patrimônio objeto da negociação irregular, os governantes que vieram em seguida teriam por obrigação responsabilizar os autores da negociação prejudicial ao Brasil.

    Mas, não o governo que aí está além de não mover uma palha para reaver o patrimônio que foi perdido de maneira irregular, não tomou nenhuma providência contra os vendilhões.

    Com efeito, cumprir as promessas feitas na Carta ao povo brasileiro, e não tomar nenhuma providência, longe de ser democracia, é conivência, é adesão à privataria tucana, é neoliberalismo puro, é direita no queixo da nação.

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  17. É verdade, Oliveira, também não concordo com o que eu mesmo escrevi porque não quis dizer nada mesmo do que está lá escrito. Então, explicando melhor, sem pressa.

    Nem o peso da eleição consagradora de Lula e da reeleição também, dariam para ele as condições políticas para revogar as ações de FHC. Sem nem mesmo que tivesse mexido nesse vespeiro, ele agora é vítima de um golpe que visa destituí-lo do poder por antecipação. Nem mesmo os feitos dos governos dele deram a merecida atenção e respeito que FHC goza das instituições e que, bem medido e bem pesado, Lula é muito mais merecedor que FHC. O maior problema é saber o quanto pode ser complicado reverter as privatizações, sobretudo com a mídia vigilante com cada passo dado por Lula e o PT. Para a mídia tem sido bastante fácil criminalizar o PT e Lula de modo tão descaradamente seletivo que FHC tem a cara de pau de dizer, hoje em dia, que nada em seu governo era investigado porque o engavetador da república, Geraldo Brindeiro, simplesmente não via por que investigar as denúncias, alegando independência a ele para investigar o que quisesse, no que ninguém acredita. Hoje é cada dia mais evidente, menos para os incautos, que o verdadeiro poder não está na política, mas naquilo de que depende a política, no dinheiro. E, contando as elites nacionais e os interesses estrangeiros, essencialmente sobre as reservas do pré-sal, há uma enorme disparidade de poder entre o que podem os ricos contra as políticas públicas socialistas de um partido popular da América Latina contra representantes democraticamente eleitos. Digo, e digo bem, que sendo Lula testemunha da história política do Brasil, lembrando Jango, Kubitschek e Vargas, Lula tem que temer os desdobramentos possíveis em caso de desfazimento dos contratos de privatização. Qualquer um temeria. Não por ele, mas pelo povo. Não é pouca coisa. O espetáculo triste a que assistimos hoje por essa produtora cinematográfica que é a lava-jato, atingiu em cheio a economia e imagine só o que seria do Brasil no começo da década de 2000-2010 se as atitudes dele fossem nesse sentido. Por isso, a “carta” foi escrita, garantindo que ele governaria dali para frente, no que ele teve incrível sucesso, e Serra fracassaria, sem dúvida. E, sobre esse fracasso, todo brasileiro percebeu que Serra dificilmente teria a habilidade Lula no comando do país e no desenvolvimento socialista do estado. Lula não é um herói, um mito, ou um santo. É só o melhor presidente que este país já teve.

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