Campeão com méritos

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POR GERSON NOGUEIRA

Nervoso. Disputado sob forte marcação. Fraco tecnicamente. Assim foi o Re-Pa decisivo do turno. Não muito diferente do que têm sido os jogos do Parazão. Os times passaram grande parte do jogo fazendo ligações diretas, denunciando a falta de jogadas criativas e de consistência técnica no meio.

O Papão mostrou mais segurança ao longo do primeiro tempo. Levava perigo nas bolas aéreas, utilizava bastante a faixa direita do ataque, com Roniery avançando para cruzar em direção a Betinho.

Apesar da discreta participação dos meias Marcelo Costa e Rafael Moura, o Papão sempre levava perigo pelos lados, principalmente quando Fabinho Alves investia sobre Murilo, o mais atrapalhado defensor remista.

Curiosamente, a partida demorou 17 minutos para ver o primeiro arremate a gol. Foi de Betinho, aparando de sem-pulo e mandando por cima do gol de Fernando Henrique. Minutos depois, em belo disparo de Levy, Emerson espalmou e Ciro perdeu excelente oportunidade.

Aos 31 minutos, depois de uma sequência de dribles sobre Murilo e Yuri, Fabinho sofreu falta, que Marcelo Costa bateu em direção ao gol. No primeiro pau, Eduardo Ramos tentou afastar, mas desviou para as redes.

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Leston Junior substituiu Murilo (lesionado) por João Vítor e devolveu Levy à lateral direita, conseguindo corrigir o erro da escalação. A partir daí, o Remo conseguiu deter os avanços de Fabinho e ganhou, com Levy, mais um homem nas ações ofensivas. Sem nada a perder, abandonou a estratégia de marcar em seu próprio campo e passou a perseguir o empate. Rondou muito a área, mas o gol não veio.

No segundo tempo, Léo Paraíba entrou na vaga de Marco Goiano e o time cresceu muito, acuando o Papão, trabalhando sempre em velocidade. É bem verdade que o domínio não foi por força de planejamento tático. Veio pela garra dos jogadores, estado de ânimo que contrastava com visível lentidão dos bicolores. Welton entrou aos 20 minutos no lugar de Yuri e o time ficou mais forte na frente, passando a atacar até com seis jogadores.

O Papão já tinha Leandro Cearense e Bruno Veiga em campo, substitutos de Betinho e Marcelo Costa. Em lance na área azulina, aos 26, a bola foi cabeceada por Cearense no braço do zagueiro Ítalo, mas Joelson Cardoso entendeu como lance involuntário. Questão interpretativa. Achei pênalti.

A insistência azulina surtiu efeito. Aos 39 minutos, em bola enfiada por Léo Paraíba, Welton entrou na área e foi derrubado por Emerson, que saiu desesperado do gol. O goleiro levou o cartão vermelho e Eduardo Ramos converteu o pênalti.

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Com um a mais, o Remo exagerou nas bolas rifadas da defesa e não conseguiu executar a estratégia correta para tentar a virada, permitindo até que o Papão ameaçasse nos instantes finais.

Na cobrança de penalidades, prevaleceu a competência dos cobradores alvicelestes. Leandro Cearense, Bruno Veiga, Augusto Recife e Rafael Luz converteram. No Remo, somente Eduardo Ramos. Léo Paraíba e Ciro chutaram mal, facilitando defesas seguras do goleiro Marcão.

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Em meio ainda à disputa nos penais, estourou uma briga entre os jogadores no meio-campo, revelando o despreparo emocional e a pouca consciência de quem representa duas camisas poderosas e muito amadas.

Mas, no fim das contas, o título fica nas mãos certas. O Papão não jogou bem, mas é o melhor time da competição até aqui.

Os melhores do jogo: Emerson, Augusto Recife, Capanema e Fabinho Alves (PSC); Levy, Henrique, Ciro e João Vítor (Remo).

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Nas estatísticas, um bom retrato do clássico

Pelas anotações do repórter e produtor Saulo Zaire, da Rádio Clube, o Remo finalizou 10 vezes a gol, cinco em cada tempo e apenas cinco em direção ao gol. O Papão disparou cinco vezes, acertando apenas uma (a do gol).

Foi dos azulinos o maior índice de cruzamentos certos, 13 contra 7, como no número de escanteios: 8 a 4.

O Papão foi flagrado em impedimento duas vezes. Já o Leão teve ataques anulados por sete vezes. Em quantidade de faltas, tudo igual: 21 a 21. (Fotos: MÁRIO QUADROS)

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Futebol na marca do pênalti

O Campeonato Paraense fechou o primeiro turno sob o signo da disputa em séries de penalidades. Significa quase uma sentença explícita. Os três jogos decisivos – semifinais e final – terminaram empatados no tempo normal, forçando a decisão extra em tiros livres da marca do pênalti.

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O Papão conquistou a Taça Cidade de Belém, com méritos pela boa campanha, mas o fato é que não houve vencedor nos 90 minutos nas três partidas. Por um lado, pode ser visto como equilíbrio entre os times, mas o fato é que evidencia mesmo um nivelamento por baixo e flagrante despreparo das equipes neste começo de temporada.

Mais organizado, com elenco superior aos demais, o Papão cumpriu a fase classificatória com extrema tranquilidade, disparando goleadas e mantendo desempenho 100%. Quando a situação afunilou, o time não teve o mesmo rendimento, sofrendo com a correria do Águia e levando sufoco na partida com o Remo.

Superior nas cobranças de pênalti, levanta a taça e comemora o primeiro feito do ano, mas precisa estar atento às limitações exibidas nos últimos jogos. Os erros de passe no meio e a pouca participação dos atacantes são aspectos a serem corrigidos, não só para o decorrer do Parazão, mas principalmente com vistas a competições futuras – Copa Verde, Copa do Brasil e Série B.

Já o Remo, derrotado no enfrentamento com o rival, terá que fazer um trabalho de recuperação no Parazão para tentar achar (com urgência) um plano de jogo mais eficiente e que faça com o que time produza coletivamente. Enquanto depender de individualidades e tentar se salvar com a legião de volantes, correrá sempre muitos riscos. As luzes amarelas de alerta máximo já devem estar acesas no Evandro Almeida.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 07)

33 comentários em “Campeão com méritos

  1. Perfeito Gerson. No jogo de hoje deu para perceber que o Leston ainda terá muito trabalho para arrumar esse time para sua principal competição, o setor com maior deficiência são as laterais e no meio de campo com os volantes. Michel está muito lento na marcação e saída de bola e isso compromete todo o trabalho da zaga que fica sufocada já que os primeiros homens de contenção não estão fazendo seu papel. O que pode resolver isso é a entrada do Chicão que tem melhor marcação e sabe sair jogando, coisa que está faltando nesse time. Nenhum treinador conseguiu a proeza de fazer um meia jogar ao lado do Eduardo Ramos, o meia Marco Goiano veio bem referenciado pelo técnico mas até agora não mostrou seu futebol deixando a criação só com o Eduardo, o Leston tem que resolver isso pq um cara que fez uma excelente série B pelo Tupi não desaprende a jogar futebol de uma hora pra outra. Como eu disse anteriormente, o trabalho no Remo é a longo prazo e a torcida deve ter paciência. Se querer subir para a série B infelizmente tem que ser assim.

    Leston Junior por onde passou montou times competitivos e deve permanecer no comando do Remo já que montar um bom elenco não é dá noite para o dia. Bola pra frente que ainda tem muita emoção para este ano e como eu disse, acredito nesse projeto que está sendo desenvolvido pelo André Cavalcante e Fabio Bentes e em breve o Remo vai colher bons frutos.

    Saudações azulinas!!

    REMO rumo a série B!!

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  2. Paysandu: Acho que chegou a colheita desse bom trabalho de recuperação do Paysandu, desde que a Novos Rumos assumiu o clube.
    É quase impossível o papão não ser campeão estadual, como disse o Colúmbia, só um desastre.

    Atuação hoje: A chuva escancarou a precariedade do gramado do Mangueirão, grande vilão para o papão hoje.
    Marcelo Costa e Luz jogaram abaixo do esperado, tendo o time ter que respirar com jogadas laterais.
    O empate foi justo, nos penais o bicolor mostrou eficiência.

    Remo: Time fraco, nem sei como chegou a final, mesmo conseguiu complicar as coisas no 2º tempo.
    Se não reforçar, nem decide o 2º turno.

    Juiz: Não tem condições, com toda boa vontade, hoje ficou provado que não temos um juiz em condições de apitar um Re-Pa decisivo
    Não se trata de desonestidade, e sim de falta de personalidade.
    Ele ia indo bem até ignorar na sua cara aquele penal pro Papão
    Depois, nervoso, começou a distribuir cartões de forma espalhafatosa, principalmente pra atletas do papão.

    Valeu pelo título, papão mostra força de grupo e se consolida como o grande time desse campeonato.

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  3. Levou sufoco do Remo? Não vi esse jogo. Remo só foi pra cima no 2 tempo porque o gramado estava pesado. Jogo fraquíssimo, mas dizer q o PAYSANDU levou sufoco do remo e dmais…

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    1. O gramado era pesado para ambos, Marcus. Ninguém foi brilhante tecnicamente, mas é inegável que o Remo foi mais agressivo na etapa final, até porque buscava o empate. A análise não é exclusiva minha: o técnico Dado Cavalcanti viu o mesmo jogo que eu. Acho que estou em boa companhia.

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  4. Verdade Édson do Amaral, o verdadeiro, rs. O árbitro se complicou quando não marcou o penal em favor do Paysandú só ele para interpretar que não houve pênalti naquele lance, então, como era de se esperar, a equipe alviceleste iria reclamar de qualquer atitude a partir de então, como consequência, um show de cartões amarelos.
    Apesar do “sufoco” o lance de gol adversário contou com uma imensa dose de sorte que tem acompanhado a equipe azulina durante toda a competição, a bola parou justamente ali, se fosse em um gramado seco ela morreria nos braços do Émerson que saiu para o abafa.
    Não achei que o goleiro bicolor tenha se desesperado no lance, inclusive pela forma como o choque ocorreu, eu marcaria falta de ataque, pois o atacante azulino deu com a mão, o braço ou o cotovelo, no rosto do defensor bicolor que não foi ao encontro do atleta rival, pelo contrário, ele esperou o contato pois o campo escorregadio não permitiu a frenagem antes que o choque ocorresse. Mas isto é a minha interpretação.
    Mas, desta vez quis o futebol premiar a equipe que se preparou
    melhor, e que jogou para o gasto.
    Contudo tenho que observar que nestas duas últimas partidas, principalmente contra o Águia, o Paysandú não exibiu o seu melhor futebol, jogou mal e quase se complica.
    Espero mais desta equipe bicolor pois na série B a exigência será muito maior pois os adversários são equipes tradicionais e financeiramente bem mais favorecidas.
    Sobre a Copa Verde posso dizer que beira quase um mini-parazão de tão fraca que é, creio que o mais forte adversário será o primeiro pois é o segundo do ranking no Pará e mostrou suas qualidades na semifinal do parazão.

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  5. O Paysandu mereceu o título do primeiro, pois foi a melhor equipe no cômputo geral, apesar dos empates tanto na semifinal como o de hoje, na final.

    E o trabalho continua…

    Parabéns ao Paysandu!

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  6. Vejo uma certa imparcialidade nos seus textos caro Gerson, nas semanas que se passaram você fez questão de citar que o público do Remo vinha frequentando em maior número o estádio, inclusive fez questão de citar um jogo no qual eles tiveram míseros 70 pagantes a mais que no jogo do Paysandu, e hoje na final a torcida do Papão se fez mais presente e não vi nenhuma menção a isso, achei estranho maasss… Avante Papão!

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    1. Cidadão, me concentrei exclusivamente na análise do jogo. Quanto aos dados aqui publicados foram transcrições do site Sr. Goool, que trabalha com essas estatísticas. Mas não precisa se magoar por tão pouco, até porque o ranking de público é atualizado e irei publicar regularmente aqui. Se o Papão ultrapassar o Leão nesse quesito, logo será registrado aqui.

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  7. Tem gente que destila uma soberba e arrogância injustificadas.Brigar com a realidade é complicado.Afirmar que o Remo teve sorte no seu gol e nem mencionar que o gol listrado foi contra, com Eduardo Ramos desviando uma bola que era de FH e que não foi chutada a gol, foi alçada na área, é brincadeira, né?A verdade é que o jogo foi parelho, como normalmente é um Re-Pa, com o time listrado dominando o primeiro e o Leão dominando o segundo tempo, mas sem amplo domínio em ambos os casos.Para mim , o tiro de Levy e o rebote que Ciro não conseguiu aproveitar foram fatais para o Leão;aquela não era oportunidade para ser desperdiçada, pensei na hora.Tenho uma intuição muito forte no futebol, com meus pressentimentos, positivos ou negativos se concretizando na maioria das vezes. Não fiquei tão chateado. Verdade que ninguém gosta de perder, mesmo nos pênaltis, mas houve luta, entrega, determinação e vontade, como deve haver sempre, aliás. Isso é obrigação. Realmente concordo que os bananas de pijama mereceram um pouco mais, pois se mantiveram invictos, apesar de no mata-mata só terem ganhado nos pênaltis. Mas o Leão provou que está vivo.Vamos ao segundo turno. Gerson, como sempre, preciso na análise. É chover no molhado falar de sua explanação; poucos vêem o jogo de forma tão lúcida e brilhante. Para mim, você e o mestre Carlos Castilho são soberanos na imprensa paraense nesse particular. Abraços, amigo Gerson, e saudações azulinas!

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  8. Neston está na corda bamba; não garante energia ao time. Nescau, Toddy, ou Sustagen, um dos 3 será o próximo treinador da Lioa. A conferir !

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  9. O momento de comemoração também deve ser de reflexão para a Diretoria bicolor. Betinho e Leandro Cearense continuam empatados no quesito eficácia, do que clube e torcida esperam de um centro avante. Quando Dado Cavalcanti usa os dois alternadamente, a cada tempo de jogo, está com muitas dúvidas, não está sendo eficiente. Ele precisa se definir por um, ou nenhum dos dois. Que a Diretoria não espere terminar a Série B/2016, para chegar a esta conclusão..!!!

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  10. Os números mostram que o Remo foi melhor durante 2/3 da partida, daí ter tido o dobro das finalizações. O time do Dado mostrou as mesmas limitações percebidas na série B do ano passado: faz um 1×0 e pensa que já ganhou o jogo.
    Elogios para no técnico do Remo, que tirou um atacante reforçando a marcação e quando tomou o gol adiantou essa marcação e dominou o adversário. Além disso, teve o tirocínio de substituir o lateral direito, que já tinha cartão amarelo, ainda no primeiro tempo prevendo que seria expulso,pois por aquele lado era onde o Papão mais atacava e por onde havia mais deficiências na marcação azulina. Destacar ainda a atuação apagada de Marcelo Costa, que certamente pesou para o predomínio da meiúca azulina.
    Uma arbitragem desastrada no segundo tempo, graças a um soprador que quis ser a realeza da partida e passou a interpretar lances semelhantes de forma diferenciada, doença crônica da arbitragem tupiniquim. Pior só o gramado do Mangueirão, parecendo ser uma extensão da obrada zenaldista a retratar como a SEEL é mais cabide de empregos do que qualquer outra coisa

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  11. Nesse Re x Pa andei dando uma de mãe Diná em cheio hehehe. 1- recusei-me a ver favorito e disse que era jogo imprevisivel; 2- falei aqui também que iria dar no máximo 18 mil pagantes e não passaria de 15 mil se chovesse muito. Deu 18 mil e poucos presentes; 3- na hora da falta do gol do Papão falei pro meu irmão: gol contra aí nessa falta. Essa foi demais, meu irmão não acreditou. Bola molhada, área congestionada, é cruel. Eu só imaginava que o desvio ia ser por baixo; 4- falei antes da cobrança: situação típica pra goleiro reserva se consagrar; 5- quando o Paraíba foi andando meio rápido pra bater, nem arrumou a bola direito, recuou também rápido e partiu imediatamente ao apito do árbitro, eu disse: humm esse caboco tá nervoso, vai perder.
    Podem me sacanear, principalmente os azulinos, mas é a pura verdade.

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  12. Tecnicamente o jogo não foi bom, mas os times jogaram com raça (acho que isso ninguém pode negar). O primeiro tempo foi do Papão e o segundo tempo foi do Leão.
    Papão se deu melhor nos pênaltis e levou o título,
    Considerando toda a campanha até aqui, o título foi merecido.
    Resta ao Remo se emprenhar para levar o segundo turno e disputar a final em condições de igualdade com o seu maior rival.
    Clássico é clássico.

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  13. Pra quem enfrentou o “Barcelona do norte”, um time que muitos aqui diziam ser imbatível e de uma qualidade técnica gritante, ter conseguido levar o jogo pros penais, acho que ficou de bom tamanho. Como normalmente o Remo costuma se acertar só no 2º turno, prevejo muito perrengue pro “Barcelona do norte” ganhar esse tão almejado caneco.

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  14. Cadê os comentaristas assíduos que todo dia se metem nas coisas do Papão,.só pra falar bobabens e criticar o grande campeão. Aviso: Só com esse empate,já conseguimos vagas para mais de um propósito dos quais nos estão disponíveis. Já somos vice antecipado. Agora é partir para o todo, Parabéns Papão,tú ainda reinas no futebol do Norte. Não perdeste tua identidade !

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  15. Venceu o melhor time do campeonato…
    O Paysandu foi o melhor em todo o certame. O único time que jogou bola de verdade nesse campeonato.
    Os outros times são apenas vontade e nada mais.

    Quanto ao papão a queda de produtividade do time nos jogos finais era previsível pois perdemos o principal jogador, que é o cérebro do time, o Celsinho.

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  16. Amigos,

    Jogo muito fraco tecnicamente. O estado do gramado não permite que se pratique futebol de verdade, infelizmente. Não dá nem para reclamar das equipes de forçarem o chutão para frente. Num gramado impraticável como o de ontem é quase impossível rolar a bola com segurança, trocar passes, fazer aproximações, tabelas… Rifar para a área adversária e lutar pela bola, buscar a sobra ou a rebarba de algum lance é praticamente o único recurso que resta aos atletas num campo de jogo como o deste domingo no Mangueirão.

    É lamentável que ano após ano, o Parazão se depare com esta dura realidade dos nossos estádios. E que dirigentes e cartolas parem de se esconder atrás da desculpa da chuva forte que cai nesta época do ano. Não faltam exemplos de tecnologias de drenagem, tipo de grama e solo, dentre outros meios, que permitam em diversos outros lugares que mesmo em casos de chuvas torrenciais ter um gramado minimamente condizente com a prática do futebol. Chega a dar tristeza… Tenho certeza que em outras condições, ambos os times poderiam proporcionar um espetáculo de qualidade muito mais a altura da história do clássico.

    Off Topic 1:

    Não sei quem viu, mas quem pôde assistir, o Grenal, apesar do 0x0, foi um jogão de bola. Times de muitas qualidade técnica, que valorizam a posse de bola, trabalham com inteligência, buscam o gol com velocidade, dribles, passes curtos e movimentação. Deu gosto de ver….

    Off Topic 2:

    Acho que Aylon é o melhor exemplo recente de como um bom gramado pode contribuir para o desempenho técnico de um jogador. O ex atacante bicolor foi muito bem ontem, justificando a titularidade no Colorado dos Pampas.

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  17. O segundo tempo do jogo, mostra que o Mais Querido está jogando abaixo de suas potencialidades. Sim, um time formado em sua esmagadora maioria por jogadores estrangeiros, recém-formado, que reage bem à tensão do Clássico, que mesmo contando com alguns jogadores mal condicionados fisicamente, alguns deficitários tecnicamente, jogando num gramado absolutamente desfavorável, ainda assim consegue equilibrar as ações (que foram desfavoráveis no primeiro tempo), e depois se impor, tem potencial para jogar mais do que jogou no primeiro turno. Só precisa de um treinador que explore melhor dito potencial.

    Ora se exclusivamente no entusiasmo, sem qualquer organização conseguiram elevar o patamar no segundo tempo, é sinal de que sob uma outra filosofia no comando técnico, mais aguerrida, melhor escalada, mais assertiva do ponto de vista ofensivo, melhor definida no aspecto da armação, mesmo com estes jogadores que aí estão, certamente tem muito mais a crescer para enfrentar e vencer os objetivos que atualmente são realmente importantes.

    A propósito, cumpre dizer que a outra filosofia de comando técnico não necessariamente significa um outro treinador, mas que se for com este que está aí, obrigatoriamente, ele tem de dar este passo e subir o patamar.

    Afinal, tendo o ala esquerdo recuperado, como ficou demonstrado nos minutos finais do primeiro tempo, e em todo o segundo tempo num gramado duríssimo, por que insistir numa improvisação ineficiente na defesa e improdutiva no ataque? Se não tivesse havido a contusão certamente ele teria permanecido no time e o treinador teria feito as substituições que sempre faz.

    Se quer manter o Marco Goiano no time, por que não atentar de uma vez por todas que neste papel que lhe é atribuído ele não consegue render, e buscar uma alternativa para escalá-lo melhor? Ou, por outra, se está difícil, e está mesmo, encontrar um espaço pro Goiano no time, por que não se faz, desde logo, o que se faz no segundo tempo de todo o jogo, colocando um companheiro pro Ciro?

    Enfim, com o comandante técnico que aí está, ou com outro, me parece que a filosofia no comando precisa mudar. Mais da metade do período de treinamento já foi.

    É hora de se dar conta que o que nåo emplacou até aqui, não dá tempo de seguir tentando que emplaque.

    É preciso efetivar e treinar mais, muito mais, o Plano B, o qual, é bom lembrar, todo jogo, no segundo tempo, já vem se mostrando mais adequado, quando entra um companheiro para o Ciro.

    É preciso treiná-lo exaustivamente. Foram dois jogos seguidos que o Paraíba joga uma bola longa pra área, meio na diagonal, em busca de um companheiro, e o encontra, originando daí um gol azulino. E digo isso com a tranquilidade de quem apoiou o treinador, na sua insistência. Mas, agora, vendo expirar o prazo estipulado (por mim mesmo) para tal apoio, sem o mínimo avanço no que respeita à solidificação de um padrão egiciente, tenho que é chegada a hora de mudar.

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  18. Gérson,

    Análise perfeita. Acho que o Remo até jogou bem para o elenco fraco e o treinador ruim que tem. Cacaio faria melhor. Acho que se o Paysandu estivesse com o Celsinho o trabalho teria sido mais fácil. Vamos ver no segundo turno.

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  19. Analisando o Leão individual e coletivamente, penso que continuamos devendo um futebol mais convincente à nação azulina.O treinador Leston Júnior reviveu o fracassado esquema com 3 volantes das 2 primeiras rodadas.Como diria Cláudio Guimarães, ” é duro”.Gostaria que esse cidadão explicasse qual a real utilidade e eficiência dessa opção, mas sem embromação e conversa fiada, que disso já estamos fartos. A verdade é que esse esquema decididamente não surte efeito positivo nenhum; pelo contrário, atrai o adversário e tira a coragem dos seus próprios comandados, o que influi na auto -estima do time;Leo Paraiba é o pato de plantão, sempre a ser sacrificado:venho notando a implicância do técnico com ele, rapaz ainda, vindo de um clube pequeno do Amazonas e que não tem empresário amigo do treinador. E, apesar disso, o menino Paraiba, a meu ver, vem desde a Série D sendo uma das peças mais produtivas do Remo, se doando ao máximo, fazendo seus golzinhos e dando passes para gols, como nesses jogos decisivos, honrando a camisa e mostrando, como Levy, que o jogador da terra também tem seu valor. Cacaio já vinha sacaneando o jovem, preterido sempre para privilegiar brucutus ;com Cacaio eram os 3 zagueiros, com Leston sao os famigerados 3 volantes, sempre com o Paraiba sendo o “eleito”.Gerson provavelmente concordará comigo, amante que é do futebol corajoso e ofensivo.Fico bastante incomodado e triste com essas coisas, bastante chateado.Outro que ele tentou limar do time foi Levy, como bem notou o Cláudio Guimarães, só que o paraense não lhe deu chance para tanto, correspondendo à altura tanto na direita quanto na esquerda, inclusive livrando a cara do treinador no jogo contra o Parauapebas, quando fez um bonito gol de cavadinha no momento em que o empate, que seria desastroso para o Remo, era iminente. Será que estou a imaginar coisas?

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  20. Continuando, acho que Henrique e Italo provaram que a zaga é essa;não há motivo algum para Max voltar, mas para a Série C tem que contratar para disputa de posição. Na ala esquerda, João Vitor agora correspondeu, mas Mateus Muller deixou saudades;o jovem paulista em 4 fogos e um pedaço de outro o que há muito tempo não víamos na latera-esquerda azulina. O problema do meio de campo, contudo, é o maior do time . Os volantes não se entendem, decididamente não temos um “varredor” eficiente na frente da zaga ;e Chicao, recuperado, não pode ser reserva nesse time. Marco Goiano decididamente ainda não se encontrou, sacrificando Eduardo Ramos. Já Ciro, muito bom jogador, é sacrificado quando o treinador opta por essa filosofia retranqueira de jogo, tirando de sua companhia Leo Paraiba, deixando-o isolado na frente, presa fácil para a marcação .Os volantes nao tem vocação ofensiva, e isso dificulta sobremaneira as ações, com Goiano mal e Ramos bem marcado, com perspectiva ainda mais complicada quando Paraiba é preterido, como no primeiro tempo de ontem . Aliás, o garoto perdeu um pênalti no jogo recente em Manaus:jamais, a meu ver, poderia bater o segundo pênalti ontem. Eu nem o escalaria para bater.Ciro é que deveria bater o segundo, numa situação mental diferente, pois não bateria tão pressionado psicologicamente. Burrice, falta de experiência ou vontade de “queimar” o jovem jogador, por parte do treinador ? É inadmissível para um treinador não atentar para essas coisas.Eu escalaria, na ordem: Ramos, Ciro, M.Goiano, Whelton e Levy. A direção e o treinador devem mostrar a que vieram, pois a paciência da torcida já está se esgotando, para uma parte, enquanto para outra parte já esgotou. O segundo tempo de ontem mostrou que algo pode ser feito, mesmo com essas peças, mas é preciso que seja feito logo. O tempo urge, e o Leão ruge ! Saudações azulinas!Valeu Gerson e companheiros/camaradas progressistas. À luta, “pero sin perder la ternura, jamás.Siempre!”.

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  21. Papo furado, seu Acácio. Essa conversa pra boi dormir já não cola há muito tempo. Poucos comentaristas ou analistas arejados usam desse expediente desgastado e ultrapassado. Como disse Gerson, se estava pesado, era pesado para os dois;se estava rum, era ruim para os dois; a superioridade, para um ou outro lado, dentro das circunstâncias de jogo, nunca foi flagrante, sendo ligeira e relativa . Ademais, não se esqueça que a vantagem do time da Chorozu foi conseguida através de uma infelicidade de Ramos, pois o time dos presidentes bandidos não teve capacidade ou competência eles mesmos para balançar as redes, certo ? Menos, e devagar com o andor.

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  22. Cleber pra mim o time do Remo tem quer ser Fernando Henrique,Levy,Italo,Henrique,João Vitor,Yuri,Chicão,Marco Goiano,Eduardo Ramos,Ciro,Silvio ou Potita essa é a escalação ideal do Remo Yuri,Italo,Henrique foram muito bem já Michel,Alisson até agora não correspondero assim na minha opinião ser o Remo tem um atacante fixo de aréa Kiros,Val Barreto,Rafael Paty as bolas cruzadas pelo menos um eles aprovetariam mais deixar pra lá agora é Copa Verde

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  23. Perdão, Goiano já havia saído e não poderia bater o pênalti. Então, qualquer outro, menos Paraiba, que é garoto e já havia perdido pênalti em Manaus;é inexperiente e estava sem confiança. Erro crasso do treinador mineiro. Mas não adianta mais. Só que não dá para não frisar que esses detalhes fazem toda a diferença para uma conquista, de um turno como ontem, ou quiçá de um campeonato, e não podem passar despercebidos de um treinador.Acho inadmissível isso. Alessandro, acertaste na mosca:com o material humano à disposição, é a melhor onzena possível para o Leão. Abraços e valeu. Saudações azulinas !

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  24. Gerson, os artigos “O reflexo do caos” e “Futebol na marca do penâlti”, da edição do Bola, desta segunda-feira(07), permite reflexões várias. Segmentei os públicos dos primeiros RExPA de cada ano, em 3 grupos de 3 anos, retroativamente a 2016, e obtive as seguintes médias trienais: 16.625 (2014/2016); 35.646 (2011 a 201) e 32.391 (2008 a 2010). O público de ontem, em 15.584, é o pior da década analisada, e não deve ser atribuído exclusivamente ás intermináveis obras do tal BRT. O público, do triênio 2016/2014 representa apenas 46,63% do triênio anterior, permitindo-nos afirma que o “caos” referido por Taion Almeida começou, de fato, em 2014, provocando justificada e crescente retração do torcedor em ir ao Estádio, inicialmente Mangueirão, rebatizado Edgar Proença, promovido a Olímpico (?), e atualmente teria como nome mais coerente – Colosso do Lamaçal. Os fatores são vários, e do conhecimento público, e certamente colocam atualmente nosso maior estádio como um dos piores do Brasil, em conforto, logística de acesso, estacionamento, e segurança. O pior é que até eventual ampliação do Estádio, que poderíamos admitir improvável, ficaria extramente prejudicada posto que a área do entorno, que deveria ser preservada, tem sido gradativamente loteada para outras utilizações – DETRAN, CEJU (um monstrengo subutilizado), Mangueirinho (que será utilizado menos em esportes, em muito mais em shows de barulho & porradal, de brega, axé, MMA, feirões de carros, e outros itens secundários..), Estação de BRT (que duvido solucionará o caos viário de Belém…), afora a pretensão da FPF em também lá se instalar. Portanto, não é somente o futebol das semi-finais e finais do 1º turno do Parazão/2016 que esteve na marca do penâlti, mas o próprio futebol paraense, que lentamente pede passagem para sua estagnação.

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