
POR MAURICIO STYCER
Há uma semana, sob o pretexto de falar do filme “Que Horas Ela Volta?”, o “Fantástico” mostrou duas histórias de empregadas domésticas que convivem em harmonia com seus patrões. A reportagem, de Danilo Vieira, tratou do assunto de forma piegas sob a ótica da ausência de conflitos.
Em seu blog, no UOL, o crítico de cinema Ricardo Calil ficou, com razão, escandalizado. “A reportagem é um curioso caso em que se fez o marketing de um filme afirmando o contrário do que ele defende”, escreveu no texto “Fantástico” reinventa “Que Horas Ela Volta?”. A Globo Filmes, como ele lembrou, é co-produtora do filme de Anna Muylaert.
“Que Horas Ela Volta?”, indicado para tentar representar o Brasil no Oscar, conta justamente a história do conflito que surge entre uma família de classe alta de São Paulo e a empregada de anos (vivida por Regina Casé) depois que ela decide trazer sua filha para morar na casa dos patrões.
Uma semana depois da reportagem e do texto de Calil, o “Fantástico” voltou ao assunto. O apresentador Tadeu Schmidt explicou: “As empregadas domésticas estão conquistando direitos, mas será que estão conquistando também o respeito do local de trabalho? Semana passada contamos algumas histórias felizes nesta relação. E agora a gente vai mostrar que muitas destas histórias não terminam bem”.
A reportagem de Carla Vilhena, bem mais realista, lembrou que o filme de Anna Muylaert ajudou a tirar do subterrâneo “as histórias ruins, que todos nós conhecemos”, de conflitos entre patrões e empregadas.
Vou hoje ao cinema assistir “Que horas ela volta”. Apesar de não ter assitido ainda, creio que o filme retrate muito bem a cortina de ferro existente entre patrão e empregada doméstica… Coisas de um país, mais especificamente de uma classe, habituada a explorar a necessidade e boa vontade do pobre.
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Amigo Celira, também ainda não assisti o filme. E nem vou poder fazê-lo por estes dias. Mas, pelo que mostra o trailler, e pelo teor d’algumas sinópses que tive oportunidade de ler, fiquei com a impressão de que o protagonismo do conflito não envolve diretamente a doméstica, mas sim, a filha desta.
Sim, ao que parece, a moça foi admitida passar uma temporada com a mãe que mora na casa dos patrões, e, a partir daí, em função de sua personalidade “autêntica” começou a gerar alguns conflitos.
A doméstica, até a chegada da filha, parece que vivia uma vida harmoniosa com os patrões, dentro daquilo que pode ser considerado harmonioso numa relação desta natureza, o que, segundo creio, em casos inúmeros, diversos e variados, não caracteriza exploração da necessidade e da boa vontade dos pobres.
Mas, assim que puder, vou assistir ao filme, para ver o que realmente o mesmo retrata. Pois, estimulado pela postagem, fui pesquisar a respeito e li de tudo, inclusive que a fita retrata a situação em tanto mais empoderada da doméstica na era pós lula.
A propósito, já que você vai assistir hoje, bem que poderia deposi fazer uma resenha pra nós aqui do Blog. Que tal?
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Mandei, por e-mail, para o Gerson minhas impressões, sobre o filme, amigo Antônio Oliveira.
O filme vale o ingresso.
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Valeu, amigo Celira! Aguardemos, ansiosamente, então, a postagem.
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