Ceni e a PEC da bengala

POR GERSON NOGUEIRA

O grande debate nacional, reinstalado ontem à noite, é sobre a longevidade de Rogério Ceni no gol do São Paulo. Competente como goleiro ao longo de toda a carreira, acumulando com isso a excepcional condição de batedor de faltas, o veterano está novamente em xeque. Tudo porque o Tricolor foi apeado de uma Copa Libertadores que era tratada como prioridade máxima na temporada. E porque também atingiu idade ingrata para boleiros, mesmo aqueles que ficam lá atrás, debaixo das traves.

unnamed (80)Na gozação, torcedores principalmente de outros times já levantam a tese de que Ceni pode se valer da PEC da Bengala, monstrengo que a oposição no Congresso tenta emplacar para atazanar a vida do governo Dilma. Pela tal PEC, os ministros do Supremo adiariam a aposentaria por mais cinco anos.

O fato é que Ceni já se valeu dessa sobrevida nos gramados. Por duas vezes ensaiou abandonar a carreira, mas terminou convencido por amigos e torcedores, com o endosso da diretoria do São Paulo. No final de 2014 o clube chegou a planejar sua despedida oficial, divulgando a última camisa a ser usada pelo goleiro. Os planos foram desfeitos pelo próprio Ceni. Depois da frustrante participação na Libertadores deste ano, é improvável que continue a jogar.

Os anos passam e os reflexos são naturalmente afetados. Atletas precisam estar na plenitude física e emocional para desempenharem bem suas funções. Aos 42 anos, Ceni parece bem do ponto de vista anímico, valendo-se de sua experiência para continuar atuando em alto nível. O problema é que diante do primeiro revés o torcedor volta suas vistas para o coroa que está trajando a camisa número 1.

Não pode ser atribuída a ele nenhuma falha capital ao longo da campanha. Apareceu com correção, sem maior brilho, nem mesmo nas cobranças de falta. Mas seu nome é emblemático e pesa nas avaliações críticas que o torcedor faz nessas horas. Ao lado de Luís Fabiano, Ganso e Pato, Ceni é sempre apontado pelos são-paulinos como um símbolo desse time que não deu liga.

Com a lucidez que sempre marcou seus posicionamentos como jogador, Ceni seguramente saberá ver que nada do que possa ganhar pelo São Paulo no restante de uma esticada carreira poderá superar o que já conquistou durante a carreira dedicada ao clube. Pelo contrário, o encerramento pode vir cercado de decepções que ele não merece.

A eliminação do São Paulo no Mineirão deve ser o episódio definidor da aposentadoria, mesmo que o goleiro ainda relute e até deixe no ar a ideia de um prolongamento. Todos sabem o quanto é doloroso passar o bastão, ainda mais para um jogador que sempre foi líder e vitorioso na profissão. Mas a sabedoria deve falar mais alto.

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A caminho da estabilidade

O Papão mostrou-se forte e organizado frente ao ABC. Sua defesa foi quase sempre firme. Os volantes atuaram bem, inclusive Fahel, que mostrou seu melhor jogo desde que estreou. O ataque teve em Aylon um ativo participante, correndo muito e apresentando-se como alternativa para tabelinhas. Bruno Veiga atuava razoavelmente quando se lesionou. Souza foi lento, mas criou dificuldades para a zaga inimiga quando teve a bola nos pés. Leandro Cearense mostrou desembaraço e fez o gol, mas saiu contundido.

A problemática situação do setor de criação continua em aberto, mas na terça-feira o Papão superou essa dificuldade até porque contou com forte participação de Pikachu e o envolvimento de Fahel como distribuidor de jogadas.

Acima de tudo, o time pareceu estar bem próximo da estabilidade no plano tático, passando a jogar com segurança e transmitindo confiança ao torcedor. Com a entrada de Edinho (ou Carlos Alberto) é provável que os buracos de criatividade sejam finalmente evitados.

Só continua preocupante o alto índice de lesões no elenco. Na reta final do Parazão, a perda de jogadores importantes já havia prejudicado a performance do time. Rogerinho, Jonathan e Pablo desfalcaram o time em jogos importantes. Desta vez, o time perdeu os atacantes Bruno Veiga e Leandro Cearense, além de Rogerinho, novamente.

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Direto do blog

“Meio fora de assunto, eu considero essa situação do Minowa no remo com a da Dilma. Os dois foram eleitos, mas quem perdeu não aceita de jeito nenhum. O Minowa teve que ganhar duas vezes. Essa de inventarem que o cara teria vendido a final em Cuiabá é de lascar. Para quem é contra a Dilma e o Minowa, meu recado: aceitem, eles foram eleitos pelo voto direto, querer tirá-los sem motivo justo é golpe!”.

Edson Amaral, torcedor bicolor, mas atento às muvucas que agitam o maior rival.

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Leão tem boas chances no grupo do Norte

A tabela do grupo A1 da Série D, divulgada ontem à tarde, põe o Remo em confronto direto com os representantes do Norte e abriu boas perspectivas para o começo da competição. Em tese, o bicampeão paraense deverá brigar pela liderança da chave com Nacional-AM.

Os demais adversários têm pretensões mais modestas e, em tese, não devem representar grandes embaraços para os clubes mais tradicionais e populares do grupo. A configuração atual repete o que Cacaio, como técnico do Paragominas, enfrentou pela Série D 2013.

Os azulinos precisam a partir de agora botar em execução o planejamento para a competição. O primeiro passo é a reformulação do elenco, depois da liberação de quase um time inteiro nos últimos dias. É fundamental que as novas escolhas atendam tanto ao critério financeiro quanto ao técnico.

Bons nomes foram mostrados no último Parazão pelas equipes do interior do Estado, mas são apostas que nem sempre se confirmam plenamente quando vestem camisas mais pesadas.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 14)

28 comentários em “Ceni e a PEC da bengala

  1. Eu tb não acredito nesta hipótese do Minowa ter vendido o Remo contra o Cuiabá mas tb não descarto. Porém eu não concordo em mante-lo quando o que eu vejo é mais e mais incompetência administrativa, como por exemplo deixar os salários dos jogadores e demais funcionários atrasar e não aparecer para dar satisfação deixando os jogadores como se estivessem abandonados.

    Só apareceu na final do Parazão para sair na foto de campeão, não satisfeito depois do jogo deu uma entrevista na cultura praticamente querendo chamar todo o mérito da conquista para ele o que deixou muitos jogadores chateados. E é bem provável que isso tenha influenciado negativamente os jogadores para a Final da Copa Verde.

    Outra, ele vendeu o Roni e até agora que eu saiba o Remo não viu a cor do dinheiro. Está prestes a deixar Igor João e Ameixa sair em situação semelhante. E como não bastasse, rola o boato que o Roni poderia pintar na curuzu.

    Claro que o Edson como torcedor bicolor por estes motivos e outros deva estar adorando ver o Minowa no Clube do Remo do mesmo jeito que eu como remista, confesso estar adorando ver o Maia no Paissandu.

    Se o cara é incompetente e faz mal ao clube eu sou a favor de sua saída.

    Minha Opinião.

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  2. O problema é que só a incompetência e a mentira de campanha, o trote de palanque, são insuficientes para garantir o impedimento da sequência do mandato presidencial,seja o clubístico, seja republicano.

    Deveras, impedir tanto o “anjo do oriente”, quanto a “presidenta”, impõe que se prove alguma desonestidade no exercício do mandato. Aí fica mais difícil a situação, ficando mais complicado, segundo entendo, no caso do Clube, eis que se saiba lá não existe a temida hipótese da delação premiada.

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  3. Sobre o Ceni minha opinião segue a trilha do óbvio: cabe ao próprio Ceni decidir quando parar.

    A propósito, no Brasil é de se contar nos dedos os goleiros que joguem no mesmo nível elevado do Ceni. Ontem, além de ter defendido penalti, ainda converteu aquele que lhe coube cobrar.

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  4. CBF deve fazer uma retificação no grupo A1, do Remo..deverá retirar o S.Raimundo-RR e colocar o Náutico-RR em seu lugar…CBF, se equivocou..

    A1:

    1- Remo
    2- Náutico-RR
    3- Vilhena-RO
    4- Nacional-AM
    5- Rio Branco ou Atlético Acreano (hoje, mais pra um desses 2)..

    Representante do Acre, só será conhecido no dia 21/06, data da final do campeonato Regional do Acre.

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  5. Quanto ao rival, a referência que faz a Coluna ao Pikachu entremostra que era procedente a medida adotada por todos os treinadores que por lá passaram, desde o Lecheva (salvo engano), quando na falta de um armador de ofício valeram-se do atleta para suprir a carência.

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  6. Sinceramente, mas penso que do jeito que o Remo está sendo comandado, teria que haver uma interdição no clube…Remo, tá sem rumo em todos os sentidos…Jogadores, sem esperança… Firmam contratos, sem nem saber se vão receber seus salários ou não…Jogador, não consegue render todo seu futebol…

    Amigo Edson, comparar Dilma com o Japa, nem que seja só pela situação de ter sido escolhido pelo voto direto, assim como a Dilma, mas o Japa não deve ser comparado a ninguém… Ele, nada faz e a Dilma, faz até demais…rsrs

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  7. Quanto ao Mais Querido, creio que as melhores chances estão relacionadas ao Cacaio e ao tempo disponível para preparação, nesta incluída a oportunidade para reformular o elenco com jogadores compatíveis com as necessidades da competição e com a penúria econômico-financeira em que as gestões anteriores deixaram o Clube, jogadores estes os quais provavelmente possam ser recrutados por aqui mesmo.

    A propósito, o Cacaio deve se lançar ao desafio sem medo de ser feliz, eis que muitos outros treinadores precedidos de muito mais experiência e prestígio e capacidade pretensa e supostamente superior já estiveram comandando o Time e só conseguiram estrondosos fiascos.

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  8. Caro Gerson, quanto ao comentário publicado na coluna sobre contratações no Remo, cabe ressaltar que mesmo os “estrangeiros” têm sido apostas erradas nos últimos tempos. Não vejo apenas a contratação de atletas locais como apostas, mas toda contratação. O que tem faltado é exatamente o tal critério técnico na hora de contratar o jogador porque saber se esse ou aquele atleta vai dar liga, só com o tempo. A mais da coluna, torço para que Ilaílson permaneça no elenco porque considero que ele seja o principal responsável pela melhora na marcação azulina, bem como acho importante que fique também o Bismarck.

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  9. Remo é favorito, depois do Nacional-AM e do representante do Acre. Aliás a torcida de Roraima está aguardando o Remo depois da tentativa de compra de vaga pelo dupla Pirão/Bororó.

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  10. Yago Pikachu é um jogador de boas qualidades e algumas falhas muito acentuadas, mas que podem ser corrigidas com um bom trabalho de cabeça jogador. Quais são elas? Indisciplina tática quando o Paysandu está perdendo (o que também pode ser visto como desespero ou ansiedade em buscar o jogo, a vitória, etc) e o individualismo exacerbado em lances capitais da partida.
    Discordo de quem acha que ele possa ser solução no meio de campo. Não tem cacoete, nem tipo físico, tampouco sabe jogar com marcador a acoçá-lo e de costas para o gol. Não rendeu sequer 30% no meio do que rende atuando na lateral.
    A principal e maior qualidade do jovem talento bicolor e vir de frente, com a bola dominada, com espaço e liberdade para fazer as infiltrações no sistema defensivo adversário como um elemento surpresa e assim se aproveitar da sua enorme capacidade de arremate, tabela em progressão ou cruzamentos para os companheiros de ataque.
    Botar o Pikachu no meio-de-campo é trocar um lateral excelente por um meia no máximo razoável. Não vale a pena. É desperdício.

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  11. Falando em MINOWA, é incrível como tem coisas tão nocivas e inusitadas que tenho certeza só ocorrem neste time azulino e não existe nenhum outro clube no mundo que tenha tido esses infortúnios. Vejam só. Não por acaso um jornalista famoso da cidade disse que a torcida azulina é campeã nacional de sofrência. Também não é para menos. Vejam: Um presidente querendo se livrar do próprio estadio que segundo ele não oferecia segurança, e por isso em plena madrugada derrubou o pórtico centenário do clube que dicultava a negociação com impreiteira. Não conseguiu o que queria e deixou o time em maus lençois. Depois sai este presidente, entra outro com promessas de levar o time à primeira divisão e construir arena padrão FIFA, mas só o que consegue é levar o time para a quarta divisão através de humilhante compra de vaga em 2012. Para completar o problema, se o outro tinha derribado o pórtico, este outro derrubou quase todo o estádio, deixando somente o gramado e o time em precária situação sem poder jogar lá e perdendo muito dinheiro. Sai este presidente, entra outro e o time começa muito mal a ponto de recorrer a esmola dada pela própria torcida para pagar salário de funcionários como não vimos em nenhum outro clube. O time deu uma engrenada e depois de muita euforia da torcida pensando que iria firme seguir adiante, o time volta a causar o segundo maior vexame da história do clube, numa derrota inesperada e inexplicável para muitos pela forma como ocorreu. E como desgraça pouca é bobagem quando ele inicia, já surge outro boato dos mais xulos que o presidente teria vendido o resultado como se ele somente e não os 11 jogadores e C técnica não tivessem entrado em campo. me respondam se existe outro time no mundo que tenha esse tipo de problema???/

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  12. Eu também acho que o Pikachu não é a solução para o meio de campo. Isso é uma opinião.

    Todavia, é um fato incontestável que na falta de jogador de ofício, e de qualidade para a posição, a partir de um determinado momento, ele passou a ser utilizado ali, e, que, portanto, serviu bem para preencher a lacuna deixada pela ausência de especialistas que jogassem melhor que ele.

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  13. Nélio, vc não estaria sendo um pouco rigoroso demais com as desventuras do Leão de Antonio Baena, atribuindo-lhe caráter de exclusividade.

    Há muitos outros Clubes no Brasil, cujos dirigentes, a partir de um determinado momento, pra dizer o menos, se permitiram um comportamento deletério do patrimônio da instituição.

    Com efeito, não é porque para o seu Clube alguns dirigentes ao invés de permitir a deterioração do patrimônio, pelo contrário até presenteiam o Clube com Placar Eletrônico, por exemplo, que você vai dizer que é só o Mais Querido que passa por dissabores relacionados à perda patrimonial.

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  14. Pode ser que eu esteja até sendo rigoroso amigo Oliveira. Mas analise friamente, sem fanatismo tudo que falei e procure lembrar de pelo menos um clube do Brasil mesmo que tenha passado por essa situação inusitada de seu próprio presidente querer se livrar do estádio a qualquer preço( essa e a palavras certa) e fez o que fez, aí sai e vem outro presidente que em vez de melhorar engana a torcida dizendo que vai derrubar para construir arena FIFA e deixa o estádio todo destruído sem condições de jogo. Não vou nem citar os boatos contra MINOWA porque são boatos xulos que nada tem haver, porque se tiver amigo o jeito vai ser fechar mesmo a porta de vez. Analise friamente amigo e verás que tem outro clube igual. Se tiver me apresente. Mas acho que não vai encontrar. Tem casos de clubes como ABC que teve em situação pior que a azulina a ponto de fechar a porta e teve de se desfazer do antigo estádio. Porém foi de comum acordo com torcida e diretoria onde ganharia e ganhou outro moderno, mais bonito em melhor local e hoje depois disso o ABC ja ganhou título nacional e está na segundona, em 2014 ja foi o 8 na Copa Brasil. então assim amigo eu já vi dirigente mexer em estádio do clube, mas igual como fizeram os presidentes azulinos jamais. Favor não fique aborrecido e nem triste com essas verdades. Doi , mas não se pode negar a realidade.

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  15. Antonio, como disse, eu discordo de você. Minha opinião vai no sentido contrário.
    Ele não preencheu bem essa coluna. Na verdade, ele mal sabia se posicionar por ali. E para completar o remendo mal feito, o Paysandu ainda saiu perdendo um ótimo lateral nestas partidas.
    O jogo fluía melhor quando tinha Yago na sua e Djalma fazendo as vezes de meia.

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  16. Israel, dois pontos:
    O primeiro é que você tem sua opinião, e eu a respeito.
    No segundo, eu preciso lhe dizer que você atribuiu às minhas palavras, tanto no seu comentário mais recente, quanto no seu comentário mais remoto (principalmente neste), uma conotação que efetivamente minhas palavras não têm. Tanto que você cogitou o futuro, enquanto eu me referia ao passado.

    Em suma, eu não esposo a opinião com a qual você diz que discorda. Senão, vejamos.

    Eu não acho que o Pikachu represente a solução para resolver o problema de criação no meio de campo do rival (cerne do seu primeiro comentário).

    De outra parte, dizer que o Pikachu serviu bem para preencher a lacuna deixada pela ausência de jogadores especialistas que jogassem melhor do que ele (que foi o que eu disse) é algo que encerra uma diferença bem além do sutil, relativamente a a dizer que o jogador preencheu bem dita lacuna (o que no seu comentário mais recente, você diz que eu disse). E quando se olha o contexto esta diferença fica bem mais nítida.

    Deveras, tudo o que eu disse foi que, nas circunstâncias de carência de especialistas, ou de especialistas que não jogaram o futebol que deles se esperava, achei procedente que os vários treinadores que pela Curuzú passaram, tenham optado pelo Pikachu para preencher tal lacuna.

    E a expressão serviu bem para preencher a lacuna (que utilizei no meu segundo comentário), nas circunstâncias e contexto em que foi empregada, não pode significar, como realmente não significa, que eu tenha considerado que ele tenha jogado bem sempre, que ele tenha desempenhado sempre bem todas as funções que um meia tem de desempenhar para ser a solução criativa de um time de futebol. Deveras, se ele tivesse se comportado assim ele seria a solução, coisa que eu disse que não considerava que fosse logo nas linhas inaugurais do meu segundo comentário.

    Enfim, ele ter servido bem para preencher a lacuna deixada por especialistas não significa que ele tenha preenchido bem a lacuna e muito menos que ele fosse a solução para o preenchimento da lacuna criativa do rival. Não significa. Eu não disse isso. E não disse, porque minha opinião não é essa.

    Rematando, dizer o que eu disse, significa que nas contingências do caso concreto, ele jogou melhor do que todos os especialistas que por lá passaram no período até o jogo passado. Não sei para o próximo, eis que há por aí, segundo se informa, dois outros especialistas para teste. De esperar para saber se eles são capazes de se comportar melhor do que o Pikachu.

    Quanto à comparação com o Djalma, a qual original e especificamente não fazia parte do mérito da questão que acabou se formando, inclusive porque ele nem é o tipo de especialista de que tratamos aqui, quer me parecer que, aqui sim, seria o caso de se estabelecer alguma divergência.

    Não que eu não ache o Djalma um bom jogador. Muito ao contrário, ele me parece um dos grandes valores com que o rival conta. Mas, não é especialista na criação. Não tem mais recursos técnicos que o Pikachu, não tem o espírito de protagonismo que tem o Pikachu, não tem a irreverência que o Pikachu tem, seja com a torcida, seja com seus companheiros, seja, principalmente, com os adversários.

    E, principalmente, na hora do jogo, não tem o mesmo desempenho que o Pikachu tem na criação e armação das jogadas. Aliás, mesmo quando o Pikachu não cria tanto quanto é o ideal paras quem joga ali naquela faixa do campo onde ele foi escalado várias vezes pelo Lecheva e subsequentes, ele foi muito útil, pois atraiu sempre a necessidade de marcação, às vezes, até de mais de um adversário, o que acabou criando benefícios táticos.

    Pra mim, o ideal teria sido um bom meia criador de jogadas, o Djalma ao lado deste meia, para coadjuvar na criação e exercer ao mesmo tempo a tarefa de contenção, e o Pikachu na ala, fazendo o que sabemos que ele sabe fazer.

    Mas, como faltou este meia criativo especialista (e em boa fase), acho que o Pikachu se saiu melhor por ali que o Djalma. Aliás, com o deslocamento do Pikachu pro meio, pra mim, quem melhor ocupou a ala foi o próprio Djalma. Inclusive, porque este marcava bem pelo lado direito do campo, também ajudava os volantes a marcar noutros setores, e aqui e acolá, quando a marcação adversária, concentrada na marcação do Pikachu, lhe dava algum mole, ele ainda aparecia nas ações criativas.

    Talvez tenha sido por isso, que mesmo sacrificando o potencial do Pikachu na sua posição de origem, todos os treinadores, inclusive o predileto de 9 entre 10 bicolores, optaram por lança-lo na meia de criação sempre que desistiam dos meias criativos de ofício que trouxeram face o baixo ou nenhum desempenho.

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