A sentença eterna

“O crime se organizou porque não aguentava mais os assaltos da polícia”.

(Millôr Fernandes)

Paissandu pode ter novo ataque contra o Coxa

O Paissandu deve enfrentar o Coritiba, na próxima quinta-feira, em Curitiba, com um ataque diferente. O técnico Lecheva vem treinando com a dupla Rafael Oliveira-Héliton na equipe titular, deixando o questionado Adriano Magrão de lado. A contusão sofrida no treino desta manhã deve afastar o volante Leandrinho pelos próximos 15 dias e aumenta as dúvidas noo meio-de-campo. Vânderson treinou normalmente e continua cotado para voltar ao time. Pelos treinos, é provável que o quadrado de meia-cancha seja o seguinte: Billy, Neto (Vânderson), Harison (Neto) e Tiago Potiguar. (Foto: MÁRIO QUADROS/Arquivo Bola)

“Mad Men”, a melhor série da TV, está de volta

Por Mauricio Stycer

Um ano e meio se passou. Don Draper se casou com sua secretária Megan – aquela que foi babá de seus filhos na viagem à Califórnia no último episódio da quarta temporada. O publicitário está fazendo 40 anos e pergunta ao filho: “Quando você tiver 40 anos, quantos eu vou ter?” O garoto responde, sem emoção alguma na voz: “Você estará morto”. Eis Mad Men de volta, sem perder um milímetro de sua essência. Estamos em junho de 1966. Na luxuosa Madison Avenue, em Nova York, vemos uma passeata pelos direitos civis. A crise vivida pela agência de publicidade de Draper no ano anterior parece superada. Os dramas íntimos do personagem, não.

A HBO exibe nesta segunda-feira, às 21h, o primeiro episódio da quinta temporada. Os fãs americanos foram tratados com mais carinho: há um mês, a volta foi marcada pela exibição de um episódio duplo. Criação de Mathew Weiner, Mad Men é um dos mais complexos e melhores seriados da atualidade. Tive o mesmo estranhamento que Ana Maria Bahiana ao me reencontrar com o programa. “Mais ou menos como quando você revê um velho amigo depois de uma longa ausência e, embora o calor da amizade ainda esteja lá, alguma coisa parece fora de ordem”, ela observou, antes de se dar conta do que, de fato, ocorreu:

“Mad Men continuava exatamente o mesmo, eu é que tinha um ano e meio de televisão mais ou menos arquivada nas minhas retinas e no meu cérebro. Um ano e meio de um tipo de narrativa em que rápido é sempre sinônimo de melhor…

Apesar de estar chegando aos 40 anos, o publicitário Don Draper terá um pouco mais de sorte na quinta temporada de Mad Men, situada em meados de 1965. “A quarta temporada foi muito ‘dark’ para Draper”, disse o ator Jon Hamm em entrevista à Folha de SP. “No final, um pouco de luz apareceu, mas teremos sol na quinta temporada”.

Nos anos 1960, a música tornava-se uma força significativa na cultura, enquanto a sociedade caminhava para ser mais livre. Hamm conta que o programa mostrará “uma mudança que nos afasta de Dean Martin, Frank Sinatra e das músicas antigas e nos aproximará de Beatles, Rolling Stones e de bandas britânicas. Não podemos ignorar isso ao contar a história dessas pessoas”. Nos EUA, o retorno de Mad Men foi visto por 3,5 milhões de pessoas, número 21% maior do que o da estreia da quarta temporada.

O primeiro episódio da série foi ao ar em 2007. Desde então, ela ganhou 13 Emmys e quatro Globos de Ouro. Foi a primeira produção de um canal a cabo a vencer o Emmy de melhor série dramática por quatro anos consecutivos. O programa já tem um fim no horizonte. “Serão sete temporadas. Não vou lutar contra as previsões sobre o que vai acontecer. Se o programa vier até os dias de hoje, Draper terá 85 anos. Do jeito que ele vive, acha que ele conseguiria?”, pergunta Weiner. “Mas Don se aproximando de sua morte, como qualquer pessoa se aproxima, vai ser uma questão”, conclui.

Mad Men vai na contramão. Não é “rápida”, não é “engraçadinha”, não é cheia de efeitos especiais, não aposta em chocar o espectador… Melhor parar por aqui e evitar os spoilers. Se você é fã e ainda não assistiu ao início da quinta temporada, não há melhor programa na televisão esta noite. (Com informações da Folha SP)

A frase do dia

 “Sempre alertei que, em um jogo só, às vezes o resultado da partida não representa o desempenho do campeonato. (…) Desde o começo estamos sempre com pressão de desempenho e resultado. Foi assim no início e vai ser agora.”

De Tite, técnico do Corinthians, tentando justificar a eliminação nas semifinais do Paulistão. 

Na base da superação

Por Gerson Nogueira

A disposição que faltou contra o Bahia sobrou ontem no estádio Zinho Oliveira. Graças a isso, o Remo arrancou excelente resultado, ampliando a vantagem para o jogo final do returno. O time superou suas próprias limitações, físicas inclusivas, para garantir a vitória. Voltou, porém, a cair drasticamente de rendimento nos 45 minutos finais, cedendo espaço e sofrendo grande sufoco.
O gol logo aos 10 minutos, nascido de um tiro indireto finalizado por Fábio Oliveira, deu ao Remo tranqüilidade para aplicar sobre o Águia um tipo de marcação até então não usado por outras equipes no campeonato. Os volantes e meias se adiantavam até o meio de campo para dificultar a saída e a articulação dos marabaenses.
Apesar da pressão pelos laterais Mocajuba e Léo Rosas e a aproximação entre Valdanes e Flamel, o Águia não conseguia entrar na área remista. Com isso, era obrigado a chutes de fora da área ou a cruzar bolas em faltas e escanteios. O lance mais perigoso foi um desvio de cabeça aos 18 minutos, que Adriano defendeu bem.
O Remo, mais tranqüilo na preparação de jogadas, teve pelo menos mais duas oportunidades, com Cassiano e Reis, em lances de contra-ataque. Embora sólido no bloqueio, o meio-de-campo do Remo repetia a já costumeira dificuldade em criar.
Bem vigiado, Magnum pouco participou da armação e os atacantes voltaram a ficar isolados. Quando Reis tabelava com Cassiano e Tiago Cametá, as jogadas ganhavam velocidade e assustavam a defesa do Águia, mas Fábio Oliveira só foi notado na jogada do gol. Ficou praticamente sem função na frente e, em determinados momentos, chegou a recuar para ajudar no combate.
No segundo tempo, por cansaço ou estratégia, o Remo desarmou o sistema de marcação adiantada e limitou-se a esperar o Águia em seu campo. Aí permitiu, como já vem acontecendo há vários jogos, que o adversário tomasse conta da partida e passasse a ditar as ações. A pressão constante resultava em faltas seguidas junto à área.
Adriano voltou a aparecer com destaque, defendendo bolas difíceis e acalmando a defesa, que teve em Edinho novamente seu jogador mais regular. Antes de ser expulso (recebeu o segundo cartão amarelo, por simulação), evitou gol certo em chute forte de Branco da entrada da área.
O ataque praticamente desapareceu depois da saída de Cassiano, por contusão. Betinho substituiu Magnum e tentou reorganizar a meia-cancha. Dava sequência às jogadas, mas parava na dura marcação do Águia e na falta de opções para troca de passes.
A vitória merece toda a comemoração dos azulinos, pelo grau de dificuldade, mas não esconde as carências existentes no elenco. Às duras penas, Flávio Lopes vem mantendo boa campanha no Parazão, mas as limitações individuais pesam e fragilizam a estrutura do time. 

 
 
Para domingo, os problemas do treinador serão ainda maiores. O Remo não terá Adriano, Cassiano, André e provavelmente Magnum, todos suspensos. Dida (ou Jamilton), Joãozinho, Juan Sosa e Betinho são os substitutos já definidos. Essas alterações fazem com que a decisão do returno permaneça em aberto, pois nenhum time sofre tantas mudanças sem ter alguma queda de rendimento.    

 
 
Marco Antonio Mendonça, o árbitro de Águia x Remo, cometeu várias falhas. Viu simulação de Cassiano em lance faltoso do zagueiro Charles na área do Águia. Apontou catimba de Adriano quando o goleiro foi buscar a bola no fundo das redes, depois de um chute de Valdanes. Deu amarelo a André em falta sobre Wando, que se atirou no gramado de forma teatral. Deixou de punir Branco por atingir Adriano com o cotovelo no lance que levou à expulsão do goleiro.
É temerário, porém, avaliar suas qualidades apenas por um jogo. E um jogo de alto risco, disputado em Marabá, onde o Águia costuma fazer muita pressão sobre os árbitros. O nervosismo de Mendonça pode estar relacionado com a própria presença no estádio do coronel Antonio Carlos Nunes, presidente da FPF, e de seus principais auxiliares.   
Depois do jogo, diante da atuação insegura do árbitro no Zinho Oliveira, um alto conselheiro remista sugeria que o clube deveria insistir para que a FPF escalasse Mendonça para apitar a decisão no Baenão, diante da torcida remista. Seria, segundo ele, a maneira mais inteligente de “prestigiar” a entidade pela inusitada escalação de um árbitro inexperiente para comandar partida tão importante.  (Fotos 1 e 3: TIAGO ARAÚJO; foto 2: NEY MARCONDES)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 23)

Águia 0 x 1 Remo (comentários on-line)

Parazão 2012 – Decisão do segundo turno.

Águia x Clube do Remo – estádio Zinho Oliveira, em Marabá, às 16h.

No reino da gangorra

Por Gerson Nogueira

Quando se compara o futebol paraense ao de centros mais evoluídos fica evidente a necessidade de aperfeiçoamento técnico, formação atlética adequada e fundamentos táticos. Itens indispensáveis para tornar os times competitivos, capazes de manter bom rendimento ao longo de uma temporada e não apenas por duas ou três semanas. Refiro-me às oscilações que tanto frustram as expectativas do torcedor.

O bom momento de Remo e Paissandu na Copa do Brasil até inspirou entusiasmados elogios, mas foi interrompido pela queda do Remo diante do Bahia. Quem observa com atenção o comportamento dos azulinos no Campeonato Paraense, principalmente na parte final das partidas, não se surpreendeu com a derrota de quinta-feira.

Salta aos olhos a curva de instabilidade provocada pelo desgaste físico. Não adianta, porém, sair crucificando o trabalho de preparadores e fisiologistas. Existem outros fatores que comprometem a produção dos atletas – não só do Remo, mas dos demais times regionais.

É comum a escalação de jogadores visivelmente longe de sua melhor condição física. Como o futebol vive da participação coletiva, quando uma peça não rende o suficiente acaba por sobrecarregar seus companheiros, obrigados a se desdobrar para ajudá-lo ou mobilizados para corrigir falhas decorrentes desse problema. Significa que, quando um jogador não está 100%, todos terão que correr um pouco mais por ele.

Acrescente-se a isso vícios de origem na formação dos times. Há tempos que o futebol paraense monta elencos como colchas de retalhos. Contrata-se um jogador razoável aqui, outro mediano ali, alguém que apareceu bem num clube do interior, uns quatro dinossauros e mais meia dúzia de garotos. Dessa mistura algumas vezes, num excepcional golpe de sorte, nasce um bom time.

Pode-se dizer que o Paissandu teve a ventura de obter bons resultados com esse grupo formado por puro acaso. Na Copa do Brasil, pela primeira vez em sua história, o clube chegou à terceira fase, com autoridade e bom futebol. Superou um adversário que disputa a Série A, valendo-se da velocidade de seu meio-campo e do talento de Pikachu na lateral-direita.

Ainda assim, confirmando a montanha-russa dos nossos times, o mesmo Paissandu celebrado por golear o Sport na Ilha do Retiro, patinou e foi alijado do certame estadual pelo Águia no Mangueirão, apenas três dias depois da façanha recifense.

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É importante reconhecer que os altos e baixos afetam quase todos os times brasileiros, mas são bem mais comuns na base da pirâmide, justamente onde se encontra o futebol paraense. Para escapar a esse círculo vicioso e ganhar vigor para encarar os torneios nacionais, os clubes devem investir na correta formação dos atletas. É preciso ensinar o bê-a-bá do jogo, do domínio de bola, passando pelo chute e o passe até chegar ao drible.

A partir daí, talvez os dirigentes e técnicos entendam que o futebol é cada vez mais um esporte para jovens. Nas laterais, não há mais lugar para quem tem mais de 30 anos. Volantes e meias, cuja marca maior é a mobilidade, não podem ser atletas extenuados e em fim de carreira.

O dado positivo é que aos poucos essas lições eternas, que representam o caminho da salvação, começam a ser defendidas por gente importante nos clubes. Só falta partir para a prática. 

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Para o jogo desta tarde em Marabá, Flávio Lopes parece preocupado em corrigir os problemas mostrados pela defesa em Salvador. Pode perder seu melhor zagueiro, Edinho, e pode apelar até para o garoto Alex Juan na lateral-esquerda. Tudo bem, é sempre importante se defender, mas Lopes devia dar mais atenção à solidão de seus atacantes. Artilheiro do time, Fábio Oliveira só faz gol de pênalti e está em vias de sofrer de depressão por isolamento no ataque.

São curiosas as mudanças de estratégia do técnico remista. Nas primeiras partidas, incluindo aquele 4 a 1 sobre o próprio Águia na abertura do returno, optou por esquema bem ofensivo, com dois meias e dois atacantes. Aos poucos, foi se entregando ao padrão Sinomar, armando retrancas que nem sempre se comportam conforme o planejado. Hoje, pela escalação desenhada, parece disposto a abandonar a cautela. 

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Bola na Torre vai ao ar às 23h30 na RBATV, logo depois do “Pânico”. Mesquita, ídolo remista dos anos 70/80, é o convidado. Guilherme Guerreiro apresenta.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 22)

Loco Abreu marca três e Botafogo vai decidir returno

O uruguaio Loco Abreu foi o grande personagem da primeira semifinal da Taça Rio, o segundo turno do Campeonato Carioca. Neste sábado, no Engenhão, o jogador desperdiçou mais uma cobrança de pênalti, mas marcou três gols e contribuiu de forma decisiva para a vitória de 4 a 2 do Botafogo sobre o Bangu, diante de quase 20 mil torcedores. Maicosuel fez o outro gol botafoguense. Na final do turno, o time de Oswaldo de Oliveira vai enfrentar o ganhador do clássico entre Vasco e Flamengo. Os rivais entram em campo neste domingo.O Botafogo foi melhor durante toda a partida, mas teve dificuldade no início. Os alvinegros só abriram o placar na parte final do primeiro tempo, com Loco Abreu, aproveitando desvio em cruzamento. Na etapa final, o uruguaio aumentou a vantagem da equipe após aproveitar falta cobrada na área. O Bangu diminuiu depois que Lucas cabeceou para a própria rede.
No entanto, novamente Loco Abreu, de cabeça, marcou seu terceiro para deixar o time de General Severiano com boa vantagem. Só que o Bangu voltou a diminuir o placar, com Sérgio Junior. No entanto, os banguenes ficaram com um a menos quando Thiago Galhardo foi expulso. Antes do fim, Loco Abreu ainda perdeu um pênalti, mas saiu de campo substituído ovacionado pelos torcedores. Nos acréscimos, Maicosuel deu números finais à semifinal. (Com informações da ESPN e Folhaonline)