Jogadores do Cametá estão em greve

À espera da definição do vencedor do returno, o Cametá vive dias turbulentos e os jogadores do elenco se recusam a treinar por falta de pagamento. Os salários estão atrasados há mais de dois meses, segundo o atacante Rafael Paty, que é uma espécie de porta-voz do grupo. O problema teria sido a causa do repentino afastamento do técnico Cacaio no começo do segundo turno. A diretoria se esforça para tentar conseguir o dinheiro para saldar a dívida com o elenco antes da decisão do campeonato.

Rock na madrugada – Stones, Beast of Burden

Uma de minhas preferidas do fabuloso repertório stoneano.

Lição de bravura e humildade

Por Gerson Nogueira

Como ocorre com os times normais, o super Barcelona não resistiu à retranca do Chelsea e foi eliminado da Liga dos Campeões. Engraçado como era grande a torcida mundial contra o Barça, fato que só pode ter explicação na habitual solidariedade pelo mais fraco. É inegável, porém, que o torneio perde muito de seu charme sem a presença luxuosa da esquadra catalã na grande final.
Os deuses da bola, porém, tem seus próprios caprichos e decidiram dar uma lição na quase irritante superioridade do Barcelona, um time que costuma ostentar até 70% de posse de bola por jogo, sem fazer força. Troca mais de 20 passes antes de dar o bote final sobre as incautas defesas inimigas.
Contra o Chelsea de Peter Cech, Lampard e Ramires, essa fabulosa equipe sofreu o mais doloroso revés desde que saiu para conquistar o mundo nos últimos dois anos, liderada pelo super craque Lionel Messi.
Fiel ao seu estilo desassombrado e empurrado por quase 100 mil fãs, o Barcelona começou a todo vapor, perdendo gols seguidos e obrigando o fantástico Cech a fazer pequenos milagres. Ninguém contava com a bravura do Chelsea, que ignorou a fama de invencível do oponente. 
Nos dez minutos finais do primeiro tempo, aconteceram dois gols que levam a marca característica do Barcelona: tabelinhas curtas e rápidas envolvendo por completo os zagueiros adversários. Esses lances deram a falsa impressão de que o Barça estava dobrando a armada inglesa. 
De repente, as coisas começaram a mudar. Em contra-ataque fulminante puxado por Lampard, o brasileiro Ramires surgiu como flecha entre a desatenta zaga do Barcelona e encobriu magistralmente o goleiro. Um golaço que reabriu as cartas na mesa, pôs em xeque o poderio do Barça em xeque e deixou o Brasil inteiro a perguntar o que falta para Mano Menezes convocar o esperto volante.
Para o segundo tempo, o Chelsea não mudou sua maneira espartana de jogar, mesmo sem o capitão Terry, infantilmente expulso. Usava duas linhas de quatro homens para tentar conter as infernais manobras de Messi, Iniesta & cia.
Logo de saída, um pênalti polêmico para aumentar a lista de detratores do Barcelona, acusado de ser sempre brindado com penalidades duvidosas. Messi, há três jogos sem marcar, nunca na vida enfrentou vigilância tão rigorosa e teve seu dia de vilão: mandou o chute no travessão. A partir daí, o nervosismo passou a dominar a equipe de Guardiola.
Pelos 47 minutos restantes, a tensa busca do Barça pelo terceiro gol esbarrou na firme muralha defensiva do Chelsea, que incluía até o reforço do centroavante Drogba. Só de vez em quando esboçava um contra-ataque, como a ensaiar o golpe definitivo. E ele viria, com requintes de crueldade para a torcida catalã, nos instantes finais, e pelos pés do espanhol Fernando Torres, ex-ídolo do Atlético de Madri.
O empate foi um duro castigo para o Barcelona, que continuará soberbo por muito tempo. Ao mesmo tempo, fez justiça à humilde, quase comovente, dedicação do Chelsea a um plano de jogo. O futebol só é tão amado por ser simples e imprevisível.
 
 
Depois que a Polícia Militar e o Ministério Público impuseram o Mangueirão como palco da decisão do returno, ficou a impressão de que prevaleceu no final a posição defendida pela Federação Paraense de Futebol. Por mais que se alegue louvável preocupação com o torcedor, soa simplória a explicação de que o Baenão não oferecia mínimas condições de segurança, mesmo com público reduzido, conforme defendia o Remo.
Aos remistas faltou a necessária dose de malícia para contornar a situação, sugerindo antes da decisão que os dois jogos fossem realizados no Mangueirão, reconhecido como campo neutro. No fim das contas, o Águia foi a única equipe a ter respeitado seu direito ao mando.
Sobre isso, Marcelo Carneiro envia e-mail à coluna, ironizando a posição da PM: “Só Deus para nos salvar da violência que assola a nossa cidade, pois, se depender do policiamento da capital, está provado que estamos fritos. Afinal, se eles não conseguem dar segurança para um espetáculo para 10 mil pessoas, como podem policiar uma cidade com mais de 1,3 milhão de habitantes?”. 
 
 
Já o leitor José Miguel Batista manifesta opinião diversa sobre a mudança do local da partida Remo x Águia do próximo domingo. “O Remo jogará em sua cidade, onde se concentra sua grande torcida e o Águia, obviamente terá de deslocar-se de Marabá, de seus domínios, para jogar a decisão. Não conheço os termos do regulamento, mas entendo que entre times de cidades diferentes, como no caso de Águia e Remo, este não está perdendo o mando de jogo ou de campo por jogar no Mangueirão, estádio em melhores condições para um jogo decisivo”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 25)

Tribuna do torcedor

Por João Moscoso (joaomoscoso@yahoo.com.br)

É um absurdo a situação a que a FPF e a Polícia Militar estão sujeitando o Clube do Remo. O pior de tudo é o Leão ficar refém da situação. Está certo que nossos clubes vêm se deteriorando (tudo isso pelos nossos dirigentes), mas não é dessa forma que farão os medianos serem grandes também.  Esse intere$$e da FPF de interiorizar o futebol paraense já está descarado.
Veja a situação atual, o Independente campeão do ano passado, rebaixado este ano e o Cametá, campeão do primeiro turno de 2012, vive uma crise sem dimensões o que pode inclusive inviabilizar sua participação na Série D caso seja classificado. É muita irresponsabilidade querer promover os times do interior quando estes não chegam pra ficar, fazem apenas um barulho e não se estabelecem.
Sigam o exemplo do Rio de Janeiro, onde os jogos finais são no estádio estadual, agora mesmo na situação de 2012, onde o Vasco da Gama possui um bom estádio, portanto os dois jogos da final serão no Engenhão. Aqui no Pará, o Zinho Oliveira, com capacidade para apenas 4 mil pessoas, realiza jogo de final do campeonato, já o Baenão com capacidade bem maior, para 12 mil pessoas, tem que ter uma série de restrições para fazer uma final e o Remo para fazer valer o direito de jogar em seu estádio até reduz a capacidade, um absurdo, mesmo assim foi rejeitado.
O Leão jogou pela Copa do Brasil no Baenão e pelo estadual não pode? É safadeza. É por essas e outras que às vezes o torcedor perde as estribeiras, por indignação com a situação.
Onde querem chegar com nosso futebol? Não cansam de querer acabar com nosso futebol? O Clube do Remo não ganha nada quando se trata de qualquer problema com a FPF, isso tem que mudar. Sou a favor dos grandes clubes paraenses criarem um liga independente pra ver do que a federação viveria.

PM obriga Remo a jogar no Mangueirão

Remo e Águia, conforme preferiam a Polícia Militar e a Federação Paraense de Futebol, será realizado no Mangueirão no próximo domingo, às 16h. O local foi definido em reunião realizada na manhã desta terça-feira (24) entre o tenente-coronel da PM Hilton Benigno, os promotores públicos Nilton Gurjão e Marco Aurélio Nascimento e o presidente do Clube do Remo, Sérgio Cabeça. O jogo estava marcado para o estádio Baenão, mas dependia da apresentação de um plano de segurança por parte do Remo, mandante do jogo. O plano foi apresentado, mas a PM e os promotores consideraram insuficiente.

“O clube (Remo) nos mostrou um plano que é até louvável. As medidas seriam a venda antecipada de ingressos somente até às 12h do domingo (29) e o aumento do número de catracas. Mas eu venho dizendo desde o ano passado que os estádios do Remo e Paysandu não suportam jogos de grande apelo popular como este. Essa mudança é para manter a segurança e para dar mais conforto ao torcedor”, explica o tenente-coronel Hilton Benigno. Depois da decisão, que desagradou a diretoria do Remo, o clube anunciou ingressos a R$ 10,00 para arquibancada e R$ 30,00 para cadeira no Mangueirão. Serão colocados à venda 38.670 ingressos. (Com informações do Bola, Rádio Clube e DOL)

O fim do fator surpresa

Por Gerson Nogueira

O futebol sempre permite extrair benefícios das situações mais adversas ou, em outras palavras, transformar limão em limonada. O inesperado desfalque de Leandrinho força mudanças na configuração do meio-de-campo do Paissandu, mas também permite ao técnico Lecheva algumas variações.
Pode, inclusive, abrir espaço para um quarteto mais agressivo, que não se limite a marcar e destruir. Billy, Neto, Harison e Tiago Potiguar podem dar ao time um poder de fogo considerável, principalmente pela rapidez na transição entre meio e ataque. Harison, que ainda não tem condição de jogar os dois tempos, poderá ser substituído por Cariri ou Robinho.
Além disso, os quatro acima citados aumentam a qualidade do passe, fundamento decisivo em confrontos com equipes de bom nível técnico. Lecheva deve levar em conta o fato de que o Coritiba usa jogadores ágeis e habilidosos no meio-de-campo, exigindo marcação igualmente qualificada.
Ao mesmo tempo, meia-cancha talentosa é a melhor opção para um ataque que se pretende veloz e combativo. Nos treinos preparatórios para o jogo contra os paranaenses, Rafael Oliveira e Héliton têm sido os titulares. A opção de Lecheva demonstra que ele soube decifrar corretamente os sinais daquela que é a melhor apresentação do Paissandu nos últimos dois anos: o segundo tempo contra o Sport na Ilha do Retiro.
Naquela noite inspirada, Héliton foi peça decisiva para o brilhante aproveitamento do ataque bicolor. Entrou na etapa final, marcou dois gols e confundiu por completo o setor defensivo dos pernambucanos. Penso que o atacante já teria feito um carnaval no primeiro jogo, em Belém, caso tivesse sido escalado ao lado de Potiguar e Rafael Oliveira.  
O único inconveniente é que, depois de ter eliminado um time como o Sport, o Paissandu deixou de ser apenas franco-atirador. Ainda na condição de azarão, passa a ser visto como potencial candidato e certamente vai merecer atenção especial por parte do Coritiba. Ao mesmo tempo, não existe mais o fator surpresa. Pikachu, Potiguar e Héliton não são mais armas secretas. Enfim, são os ossos do ofício.  
 
 
A ameaça de perda do mando pelo Remo na decisão do returno expõe algumas questões que merecem análise mais séria e conseqüente no futebol paraense. A definição sobre o local do jogo de domingo acontece hoje, depois que o clube apresentar um “plano especial de segurança”.
Um eventual veto ao estádio Evandro Almeida significa a cassação de um direito que o regulamento do Campeonato Paraense dá aos finalistas de turno. Todos, sem exceção, desde o ano passado, tiveram o mando de campo respeitado nas finais de turnos.
Foi assim com S. Raimundo, Independente, Águia, Tuna, Paissandu, Cametá, S. Francisco e o próprio Remo – que mandou normalmente no Baenão a semifinal do primeiro turno contra o Águia. Assim meio de supetão, sob medida para criar celeuma, surge uma recomendação da Polícia Militar (avalizada pela Federação Paraense de Futebol) desaconselhando a semifinal no estádio remista. Tal medida, se levada a cabo, termina por beneficiar o Águia, a quem foi permitido jogar no acanhado estádio Zinho Oliveira.
Há quem se apóie no Estatuto do Torcedor, alegando direitos do consumidor para o veto ao Baenão. Ora, a lei não deve escolher cara e nem esconder favorecimentos. Se o Estatuto não foi usado para avaliar o estádio marabaense por que serviria para condenar a praça de esportes dos azulinos?
Causa estranheza, ainda, que seja o clube – e não a PM – a entidade responsável por elaborar o tal plano de segurança, pois se trata de um assunto de polícia. O fato é que o mando deve ser respeito, nem para isso seja preciso reduzir a capacidade do estádio ou organizar um cinturão preventivo no entorno. Só mesmo razões de natureza estrutural, que ameaçassem a integridade dos torcedores, justificariam uma eventual proibição.
 
 
Direto do blog
 
“Tem muito pessimista que ao ver os times do interior crescendo diz que o nosso futebol está morrendo. No Rio, o Bangu foi às quartas de final do turno; em São Paulo, estão os três interioranos e da capital só ficou o São Paulo e assim tem sido no Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. É a falência do futebol das capitais? Não, mas a globalização nivelando os sistemas e elencos. Simples assim.”
 
De Dorivaldo Albuquerque, festejando a interiorização do futebol.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 24)

Blogueiro é assassinado em São Luís

Foi assassinado na noite desta segunda-feira em São Luís, no Maranhão, um dos mais aguerridos e críticos blogueiros políticos do Estado, Décio Sá. Ele estava sozinho no Bar da Marcela, na Av. Litorânea, da capital, onde pediu um prato com caranguejo e foi alvejado por três tiros – um deles na cabeça – por um motoqueiro que fugiu , sem deixar pistas. Décio é conhecido na capital maranhense por denúncias contra setores públicos e políticos. Seu site é http://www.blogdodecio.com.br/ (Com informações de Leandro Mazzini)