Torcida faz coleta para pagar atletas no Amazonas

Há quatro meses sem receber um tostão, os jogadores do Rio Negro conseguiram a classificação da equipe para as semifinais do Campeonato Amazonense. A atitude e esforço dos atletas motivaram os torcedores a fazer uma “vaquinha” para pagar parte dos salários. Depois de vencer o Operário por 3 a 1 na última quarta-feira, uma sacola com R$ 200,00 foi oferecida pela torcida para cada um dos jogadores que marcaram os gols da equipe. Entre os jogadores que receberam a gratificação estão o zagueiro Bianor Neto e o atacante Edinho Canutama. A vaquinha, que não teve seu valor total divulgado, foi idealizada pela torcedora Maria do Rosário Almeida, de 54 anos. Para ela, o ato que tenta amenizar a crise no clube é o mínimo a ser feito depois da dedicação que os “heróis” do Galo mostraram no returno da competição. “Isso serve de incentivo para nós jogadores. Eu fico feliz pela iniciativa dos torcedores.Com isso, eles demonstram seu amor e respeito ao time e aos atletas. Iremos nos dedicar ao máximo para chegar ao título do Amazonense”, afirmou Bianor Neto. (Da Ag. FI)

Kaká: futuro longe do Real Madri?

Por Gian Oddi

Pouco após a eliminação do Real Madri na Liga dos Campeões, o diário Marca publica homérica cornetada sobre Kaká. A nota do jornal atribui à má atuação do brasileiro, que jogou cerca de 15 minutos do segundo tempo e mais a prorrogação contra o Bayern, sua provável saída do clube no próximo verão europeu. Para falar de Kaká, o Marca usa termos como “sensação de impotência”, “desespero do público”, “partida nefasta” e “lentidão desesperadora”. Não faz sentido. Não foi a atuação de Kaká contra o Bayern, tampouco o pênalti desperdiçado (de maneira bem menos bizarra que Sergio Ramos, diga-se), a decretar a mais que provável saída de Kaká do Real.
Ao contrário do manifesto apaixonado do Marca, o respeitado El Pais vem publicando há mais de um ano informações sobre a falta de confiança de José Mourinho em relação a Kaká. Os últimos três importantíssimos jogos do Real, dois contra o Bayern e um contra o Barcelona, comprovaram a tese do El Pais. Na hora decisiva, provavelmente por questões físicas, Mourinho não confiou em Kaká. Nas duas primeiras partidas, o brasileiro não jogou nem um minuto. Na terceira, entrou faltando cerca de 15 minutos para o fim do segundo tempo.
Tivesse feito 15 minutos excepcionais e decidido a classificação à final da Liga Kaká poderia ter alterado o que parece ser um final melancólico no Real? Pode ser. Mas atribuir a esses minutos com o Bayern o fator decisivo para sua saída não parece fazer sentido. “Resta a Kaká jogar as quatro partidas que faltam na Liga e esperar o verão”, diz o Marca, para o qual o futuro do brasileiro será “bem longe do Bernabéu”, “em Londres ou Paris”. Mas Kaká, se quiser, tem ainda várias opções, não apenas em Londres ou Paris. As muitas oportunidades possíveis apesar de seus constantes problemas físicos, aliás, são fruto de sua absoluta dedicação e profissionalismo, é bom que se diga.

Quais seriam essas opções? Dê uma olhada e avalie qual seria a melhor para Kaká:

1) Inglaterra – Chelsea, Manchester City, Arsenal e até o Tottenham estariam interessados no jogador, segundo a imprensa europeia. A Inglaterra seria um destino que permitiria a Kaká continuar jogando em um campeonato de ponta e recebendo um salário polpudo sem perder a visibilidade necessária para quem pretende jogar a Copa de 2014 no Brasil.
2) Itália – Berlusconi, dono do Milan, já cogitou o retorno de Kaká. A volta lhe permitiria continuar no futebol de ponta, em um clube gigante com um bom time, e seguir “perto” da seleção. Há ainda, nesse caso, a vantagem do crédito com a torcida, que o adora: os italianos seriam mais pacientes que os ingleses se Kaká demorar a engrenar. A desvantagem? Dinheiro. Hoje, o Milan pagaria menos que ingleses, franceses, norte-americanos ou árabes.
3) França – Não é novidade para ninguém o interesse do novo-rico PSG em Kaká. Seu técnico, Carlo Ancelotti, gosta do brasileiro. Dinheiro não falta ao clube. A visibilidade em relação à seleção é menor que na Inglaterra ou Itália, mas não é desprezível, sobretudo com o PSG na próxima Champions League. Trata-se, porém, de um projeto novo e cuja viabilidade ainda não está tão clara.
4) Times ricos – Jogar nos Estados Unidos, nos Emirados Árabes, na Arábia Saudita ou até mesmo na Rússia (no Anzhi?) seria uma opção que deixaria de lado maiores pretensões esportivas (incluindo aí a disputa da Copa do Mundo) para ganhar dinheiro. Kaká tem apenas 30 anos, e não parece ter chegado a hora de fazer essa opção. A não ser que lhe fosse imposta por sua condição física…
5) Brasil – Se manifestasse o desejo de voltar ao futebol brasileiro, certamente não faltariam times interessados em Kaká (o São Paulo, aliás, já manifestou esse interesse). Mas faltaria, muito provavelmente, dinheiro para lhe garantir uma remuneração como a que teria na Europa ou nos “times ricos” citados acima. A favor, a possível aproximação de uma vaga na seleção para a Copa de 2014.

Chega ao fim a era Guardiola no Barça

Nem um cheque em branco oferecido pela diretoria do clube foi capaz de mudar a decisão do homem que comandou o Barcelona nos últimos quatro anos. Nesta sexta-feira, Pep Guardiola confirmou que deixa o Barcelona ao término da temporada, onde ainda tenta ganhar a Copa do Rei para fechar seu ciclo no clube de forma vitoriosa. Amparado por Busquets, Piqué, Pedro, Fábregas, Xavi, Valdés, Iniesta e Puyol, que estavam na primeira fila da sala de imprensa, Guardiola deixou o presidente Sandro Rosell fazer o comunicado oficial: “Anuncio que Josep Guardiola não seguirá como técnico do Barça na próxima temporada”.

Ao lado de Rosell – que anunciou também que o auxiliar Tito Vilanova será o novo técnico – e do diretor-esportivo Andoni Zubizarreta, Guardiola, que ficará até o dia 30 de junho deste ano no Barça, afirmou que a energia não era mais a mesma. “Sinceramente, acredito que a pessoa que assumirá terá a capacidade para ir bem. Não que eu não tenha, mas as exigências foram altas, tem que ter energia para contagiar os jogadores. Tenho que recuperar isso. Saio para me recuperar. Tenho que recuperar a paixão do primeiro ano. O culpado? O tempo”, afirmou o treinador durante a entrevista. (Com informações da ESPN)

Vote no mico da semana

Escolha uma das opções abaixo:

1) TJD-PA anistia jogadores remistas Adriano (expulso) e Cassiano, suspenso pelo terceiro amarelo, contrariando norma adotada mundialmente pela Fifa de respeitar as decisões da arbitragem.

2) Alegando insegurança, FPF, PM e Ministério Público decidem impor o Mangueirão como local da decisão do returno, tirando o mando de campo que pertencia por direito ao Remo.

3) Paissandu anuncia contratação do meia Bismarck, que desmente a negociação e diz que não vem. Em seguida, anuncia-se outro Bismarck, que seria clone do primeiro.

4) A atrapalhada arbitragem de Marco Antonio da Silva Mendonça, domingo, no jogo entre Águia x Remo. Inverteu marcações, tumultuou a partida e errou feio no critério de punir simulações.

Erros fatais na escalação

Por Gerson Nogueira

Os primeiros 45 minutos revelaram um Coritiba inteiramente superior, marcando 3 a 0 sem grande esforço, e um Paissandu lerdo em campo, com falhas gritantes de marcação e cobertura. Com posse de bola superior a 65%, os paranaenses jogaram o tempo todo no campo de defesa alviceleste, tocando a bola com facilidade e criando várias oportunidades.
No segundo tempo, a história se inverteu. Com duas mudanças apenas, o Paissandu passou de dominado a dominador. Surgiram diversas chances, com Héliton e Adriano Magrão, antes do gol de Potiguar. Depois, exposta aos contra-ataques, a defesa cometeu duas penalidades e o Coritiba aproveitou uma, cravando 4 a 1.
A verdade é que o Paissandu perdeu o jogo nos 15 minutos finais do primeiro tempo. Lecheva, que escalou mal a equipe, ficou vendo a banda passar, satisfeito com o placar em branco que se manteve os 32 minutos. A partir daí, porém, a porteira abriu e evidenciou a fragilidade da banda esquerda da defesa, entregue a Pablo.
Com jogadas concentradas na intermediária do Paissandu, o Coritiba marcou três gols e podia ter feito mais. No ataque, o principal erro de cálculo de Lecheva foi apostar todas as fichas nos avanços de Potiguar, Héliton e Pikachu. Presos à firme marcação, nada conseguiram produzir.
Além disso, o técnico confiou na experiência de Vânderson. Sem ritmo, o volante não acertou a marcação contra um time fisicamente superior e ainda sobrecarregou Billy. Para complicar mais a situação, Cariri limitava-se a fazer firulas no meio-campo, sem criar ou organizar. Tcheco, Everton e Lincoln praticamente desfilavam pelo setor, sem sofrer resistências.


Para restabelecer a ordem, Harisson entrou no segundo tempo e imediatamente pôs o Paissandu no ataque, forçando erros na zaga paranaense. Antes dos 15 minutos, o ataque desperdiçou duas oportunidades para marcar, mas o gol só veio aos 22, quando Potiguar fintou dois beques e chutou forte, sem defesa para Vanderlei. 
Inteiramente ofensivo, o Paissandu encurralou o Coritiba, chegando a pressionar com cinco avançados – Rafael, Potiguar, Magrão (que substituiu Pablo), Héliton (depois Bartola) e Pikachu. O cerco quase resultou no segundo gol, desperdiçado por Magrão. A diferença de dois gols ainda era razoável para o jogo de volta, no Mangueirão.
A ousadia de Lecheva abriu espaços na zaga, seguidamente exposta aos contra-ataques. Em função disso, dois pênaltis foram cometidos. No primeiro, Paulo Rafael catimbou, levou amarelo e defendeu bem a cobrança de Roberto. No segundo, instantes depois, o goleiro cometeu a falta e foi expulso. Com Harisson brincando de goleiro, Tcheco converteu. A diferença voltou a ficar complicada, mas não irreversível.

 
 
A bravura do Paissandu no 2º tempo deixa esperanças para o segundo confronto, mas alguns pontos devem ser considerados por Lecheva. Melhor da equipe, Potiguar ainda é o ponto de desequilíbrio no ataque e pode ser adiantado para formar dupla com Rafael. O time não pode abrir mão da juventude e o arrojo do volante Neto. E Harisson, pelos 45 minutos de ontem, conquistou definitivamente a titularidade. (Fotos: Gazeta do Povo/PR)
 
 
A resolução nº 29/2009 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva me parece clara e inquestionável: “Art. 58-B: As decisões disciplinares tomadas pela equipe de arbitragem são definitivas, não sendo passíveis de modificação pelos órgãos da Justiça Desportiva”.
A decisão do TJD que anistiou jogadores do Remo, baseada em imagens de TV, pode até ser aceitável do ponto de vista legal, mas é uma distorção que abre precedente perigoso para o futuro do futebol no Pará. A partir de agora, todo clube que tiver jogadores expulsos vai tentar reverter no tapetão.
De mais a mais, foi dado um passo decisivo para melar o campeonato, que, se depender do Águia, pode vir a ser decidido nos tribunais. Aliás, com base na mesma argumentação, o clube marabaense podia reivindicar a vitória na decisão do turno, pois foi prejudicado com a anulação de um gol legítimo – a bola ultrapassou a linha fatal.   
 
 
Direto do Twitter:
 
“Deveria existir um sistema de cotas na primeira divisäo do futebol para clubes do Norte!”.
 
De Glauco Lima, indomável publicitário bicolor, depois da goleada no Couto Pereira. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 27)

TJD concede efeito suspensivo a Adriano e Cassiano

O Tribunal de Justiça Desportiva liberou os jogadores Adriano e Cassiano para jogarem a final do returno pelo Remo, no próximo domingo. O TJD julgou os atletas e integrantes da comissão técnica do Remo expulsos no jogo Águia x Remo, no último domingo (22), em Marabá. O advogado e diretor Hamilton Gualberto fez a defesa dos azulinos e, mostrando imagens de TV, conseguiu efeito suspensivo para o goleiro Adriano, que havia sido expulso, e o atacante Cassiano, que recebeu o terceiro cartão amarelo. O volante André, expulso na partida, pegou um jogo de suspensão. O técnico Flávio Lopes e o massagista Marco Antônio foram suspensos por quatro jogos, mais multa de R$ 1.000,00. O resultado irritou a direção do Águia de Marabá, que promete recorrer ao STJD e denunciar o caso ao Ministério Público. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Coritiba 4 x 1 Paissandu (comentários on-line)

Copa do Brasil – terceira fase, jogo de ida.

Coritiba 4 x 1 Paissandu – estádio Couto Pereira, em Curitiba, às 19h30.

Gols – Anderson Aquino, aos 32 do primeiro tempo; Roberto, aos 33; Everton Ribeiro, aos 43. Tiago Potiguar, aos 22 do segundo tempo; Tcheco, aos 48, cobrando pênalti.

CBA lança GP Caixa/Governo do Pará

Com a presença de autoridades do Governo do Pará, de representantes da Caixa Econômica Federal e da Confederação Brasileira de Atletismo, foi apresentado à Imprensa esportiva local, nesta quinta-feira 26, no Crowne Hotel, em Belém, o GP Caixa/Governo do Pará. Presente, o campeão mundial indoor do salto em distância, Mauro Vinícius da Silva, o Duda, que veio à cidade para promover o Meeting, que será disputado no próximo dia 6 de maio, no Mangueirão. Em nome da CBAt, o superintendente técnico Martinho Santos agradeceu a Duda pela presença e lembrou que o presidente da entidade, Roberto Gesta de Melo, “sempre fala da importância da parceria com a Caixa e do apoio do Governo paraense, na realização do GP.”

O secretário de esportes do Pará, Marcos Eiró, falou da decisão do governador Simão Jatene, tanto em seu primeiro mandato quanto no atual, de apoiar decisivamente eventos esportivos, em especial o GP de Atletismo. “No dia 6 de maio vamos novamente lotar o Mangueirão”, disse. “Aproveito esta ocasião para agradecer ao presidente da CBAt, Roberto Gesta de Melo, pela confiança nestes 11 anos. Certamente, este GP é um dos grandes legados de sua administração.”

Pensata: Honrar o país

Por Vladimir Safatle

Aqueles que hoje desafiam a mudez do esquecimento e dizem, em voz alta, onde moram os que entraram pelos escaninhos da ditadura brasileira para torturar, estuprar, assassinar, sequestrar e ocultar cadáveres honram o país.
Quando a ditadura extorquiu uma anistia votada em um Congresso submisso e prenhe de senadores biônicos, ela logo afirmou que se tratava do resultado de um “amplo debate nacional”. Tentava, com isto, esconder que o resultado da votação da Lei da Anistia fora só 206 votos favoráveis (todos da Arena) e 201 contrários (do MDB). Ou seja, os números demonstravam uma peculiar concepção de “debate” no qual o vencedor não negocia, mas simplesmente impõe.
Depois desse engodo, os torturadores acreditaram poder dormir em paz, sem o risco de acordar com os gritos indignados da execração pública e da vergonha. Eles criaram um “vocabulário da desmobilização”, que sempre era pronunciado quando exigências de justiça voltavam a se fazer ouvir.
“Revanchismo”, “luta contra a ameaça comunista”, “guerra contra terroristas” foram palavras repetidas por 30 anos na esperança de que a geração pós-ditadura matasse mais uma vez aqueles que morreram lutando contra o totalitarismo. Matasse com as mãos pesadas do esquecimento.
Mas eis que estes que nasceram depois do fim da ditadura agora vão às ruas para nomear os que tentaram esconder seus crimes na sombra tranquila do anonimato.
Ao recusar o pacto de silêncio e dizer onde moram e trabalham os antigos agentes da ditadura, eles deixam um recado claro. Trata-se de dizer que tais indivíduos podem até escapar do Poder Judiciário, o que não é muito difícil em um país que mostrou, na semana passada, como até quem abusa sexualmente de crianças de 12 anos não é punido. No entanto eles não escaparão do desprezo público.
Esses jovens que apontam o dedo para os agentes da ditadura, dizendo seus nomes nas ruas, honram o país por mostrar de onde vem a verdadeira justiça. Ela não vem de um Executivo tíbio, de um Judiciário cínico e de um Legislativo com cheiro de mercado persa. Ela vem dos que dizem que nada nos fará perdoar aqueles que nem sequer tiveram a dignidade de pedir perdão.
Se o futuro que nos vendem é este em que torturadores andam tranquilamente nas ruas e generais cospem impunemente na história ao chamar seus crimes de “revolução”, então tenhamos a coragem de dizer que esse futuro não é para nós.
Este país não é o nosso país, mas apenas uma monstruosidade que logo receberá o desprezo do resto do mundo. Neste momento, quem honra o verdadeiro Brasil é essa minoria que diz não ao esquecimento. Essa minoria numérica é nossa maioria moral.