Tribuna do torcedor

Por João Moscoso (joaomoscoso@yahoo.com.br)

É um absurdo a situação a que a FPF e a Polícia Militar estão sujeitando o Clube do Remo. O pior de tudo é o Leão ficar refém da situação. Está certo que nossos clubes vêm se deteriorando (tudo isso pelos nossos dirigentes), mas não é dessa forma que farão os medianos serem grandes também.  Esse intere$$e da FPF de interiorizar o futebol paraense já está descarado.
Veja a situação atual, o Independente campeão do ano passado, rebaixado este ano e o Cametá, campeão do primeiro turno de 2012, vive uma crise sem dimensões o que pode inclusive inviabilizar sua participação na Série D caso seja classificado. É muita irresponsabilidade querer promover os times do interior quando estes não chegam pra ficar, fazem apenas um barulho e não se estabelecem.
Sigam o exemplo do Rio de Janeiro, onde os jogos finais são no estádio estadual, agora mesmo na situação de 2012, onde o Vasco da Gama possui um bom estádio, portanto os dois jogos da final serão no Engenhão. Aqui no Pará, o Zinho Oliveira, com capacidade para apenas 4 mil pessoas, realiza jogo de final do campeonato, já o Baenão com capacidade bem maior, para 12 mil pessoas, tem que ter uma série de restrições para fazer uma final e o Remo para fazer valer o direito de jogar em seu estádio até reduz a capacidade, um absurdo, mesmo assim foi rejeitado.
O Leão jogou pela Copa do Brasil no Baenão e pelo estadual não pode? É safadeza. É por essas e outras que às vezes o torcedor perde as estribeiras, por indignação com a situação.
Onde querem chegar com nosso futebol? Não cansam de querer acabar com nosso futebol? O Clube do Remo não ganha nada quando se trata de qualquer problema com a FPF, isso tem que mudar. Sou a favor dos grandes clubes paraenses criarem um liga independente pra ver do que a federação viveria.

PM obriga Remo a jogar no Mangueirão

Remo e Águia, conforme preferiam a Polícia Militar e a Federação Paraense de Futebol, será realizado no Mangueirão no próximo domingo, às 16h. O local foi definido em reunião realizada na manhã desta terça-feira (24) entre o tenente-coronel da PM Hilton Benigno, os promotores públicos Nilton Gurjão e Marco Aurélio Nascimento e o presidente do Clube do Remo, Sérgio Cabeça. O jogo estava marcado para o estádio Baenão, mas dependia da apresentação de um plano de segurança por parte do Remo, mandante do jogo. O plano foi apresentado, mas a PM e os promotores consideraram insuficiente.

“O clube (Remo) nos mostrou um plano que é até louvável. As medidas seriam a venda antecipada de ingressos somente até às 12h do domingo (29) e o aumento do número de catracas. Mas eu venho dizendo desde o ano passado que os estádios do Remo e Paysandu não suportam jogos de grande apelo popular como este. Essa mudança é para manter a segurança e para dar mais conforto ao torcedor”, explica o tenente-coronel Hilton Benigno. Depois da decisão, que desagradou a diretoria do Remo, o clube anunciou ingressos a R$ 10,00 para arquibancada e R$ 30,00 para cadeira no Mangueirão. Serão colocados à venda 38.670 ingressos. (Com informações do Bola, Rádio Clube e DOL)

O fim do fator surpresa

Por Gerson Nogueira

O futebol sempre permite extrair benefícios das situações mais adversas ou, em outras palavras, transformar limão em limonada. O inesperado desfalque de Leandrinho força mudanças na configuração do meio-de-campo do Paissandu, mas também permite ao técnico Lecheva algumas variações.
Pode, inclusive, abrir espaço para um quarteto mais agressivo, que não se limite a marcar e destruir. Billy, Neto, Harison e Tiago Potiguar podem dar ao time um poder de fogo considerável, principalmente pela rapidez na transição entre meio e ataque. Harison, que ainda não tem condição de jogar os dois tempos, poderá ser substituído por Cariri ou Robinho.
Além disso, os quatro acima citados aumentam a qualidade do passe, fundamento decisivo em confrontos com equipes de bom nível técnico. Lecheva deve levar em conta o fato de que o Coritiba usa jogadores ágeis e habilidosos no meio-de-campo, exigindo marcação igualmente qualificada.
Ao mesmo tempo, meia-cancha talentosa é a melhor opção para um ataque que se pretende veloz e combativo. Nos treinos preparatórios para o jogo contra os paranaenses, Rafael Oliveira e Héliton têm sido os titulares. A opção de Lecheva demonstra que ele soube decifrar corretamente os sinais daquela que é a melhor apresentação do Paissandu nos últimos dois anos: o segundo tempo contra o Sport na Ilha do Retiro.
Naquela noite inspirada, Héliton foi peça decisiva para o brilhante aproveitamento do ataque bicolor. Entrou na etapa final, marcou dois gols e confundiu por completo o setor defensivo dos pernambucanos. Penso que o atacante já teria feito um carnaval no primeiro jogo, em Belém, caso tivesse sido escalado ao lado de Potiguar e Rafael Oliveira.  
O único inconveniente é que, depois de ter eliminado um time como o Sport, o Paissandu deixou de ser apenas franco-atirador. Ainda na condição de azarão, passa a ser visto como potencial candidato e certamente vai merecer atenção especial por parte do Coritiba. Ao mesmo tempo, não existe mais o fator surpresa. Pikachu, Potiguar e Héliton não são mais armas secretas. Enfim, são os ossos do ofício.  
 
 
A ameaça de perda do mando pelo Remo na decisão do returno expõe algumas questões que merecem análise mais séria e conseqüente no futebol paraense. A definição sobre o local do jogo de domingo acontece hoje, depois que o clube apresentar um “plano especial de segurança”.
Um eventual veto ao estádio Evandro Almeida significa a cassação de um direito que o regulamento do Campeonato Paraense dá aos finalistas de turno. Todos, sem exceção, desde o ano passado, tiveram o mando de campo respeitado nas finais de turnos.
Foi assim com S. Raimundo, Independente, Águia, Tuna, Paissandu, Cametá, S. Francisco e o próprio Remo – que mandou normalmente no Baenão a semifinal do primeiro turno contra o Águia. Assim meio de supetão, sob medida para criar celeuma, surge uma recomendação da Polícia Militar (avalizada pela Federação Paraense de Futebol) desaconselhando a semifinal no estádio remista. Tal medida, se levada a cabo, termina por beneficiar o Águia, a quem foi permitido jogar no acanhado estádio Zinho Oliveira.
Há quem se apóie no Estatuto do Torcedor, alegando direitos do consumidor para o veto ao Baenão. Ora, a lei não deve escolher cara e nem esconder favorecimentos. Se o Estatuto não foi usado para avaliar o estádio marabaense por que serviria para condenar a praça de esportes dos azulinos?
Causa estranheza, ainda, que seja o clube – e não a PM – a entidade responsável por elaborar o tal plano de segurança, pois se trata de um assunto de polícia. O fato é que o mando deve ser respeito, nem para isso seja preciso reduzir a capacidade do estádio ou organizar um cinturão preventivo no entorno. Só mesmo razões de natureza estrutural, que ameaçassem a integridade dos torcedores, justificariam uma eventual proibição.
 
 
Direto do blog
 
“Tem muito pessimista que ao ver os times do interior crescendo diz que o nosso futebol está morrendo. No Rio, o Bangu foi às quartas de final do turno; em São Paulo, estão os três interioranos e da capital só ficou o São Paulo e assim tem sido no Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. É a falência do futebol das capitais? Não, mas a globalização nivelando os sistemas e elencos. Simples assim.”
 
De Dorivaldo Albuquerque, festejando a interiorização do futebol.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 24)

Blogueiro é assassinado em São Luís

Foi assassinado na noite desta segunda-feira em São Luís, no Maranhão, um dos mais aguerridos e críticos blogueiros políticos do Estado, Décio Sá. Ele estava sozinho no Bar da Marcela, na Av. Litorânea, da capital, onde pediu um prato com caranguejo e foi alvejado por três tiros – um deles na cabeça – por um motoqueiro que fugiu , sem deixar pistas. Décio é conhecido na capital maranhense por denúncias contra setores públicos e políticos. Seu site é http://www.blogdodecio.com.br/ (Com informações de Leandro Mazzini)