Por Mauricio Stycer
Um ano e meio se passou. Don Draper se casou com sua secretária Megan – aquela que foi babá de seus filhos na viagem à Califórnia no último episódio da quarta temporada. O publicitário está fazendo 40 anos e pergunta ao filho: “Quando você tiver 40 anos, quantos eu vou ter?” O garoto responde, sem emoção alguma na voz: “Você estará morto”. Eis Mad Men de volta, sem perder um milímetro de sua essência. Estamos em junho de 1966. Na luxuosa Madison Avenue, em Nova York, vemos uma passeata pelos direitos civis. A crise vivida pela agência de publicidade de Draper no ano anterior parece superada. Os dramas íntimos do personagem, não.
A HBO exibe nesta segunda-feira, às 21h, o primeiro episódio da quinta temporada. Os fãs americanos foram tratados com mais carinho: há um mês, a volta foi marcada pela exibição de um episódio duplo. Criação de Mathew Weiner, Mad Men é um dos mais complexos e melhores seriados da atualidade. Tive o mesmo estranhamento que Ana Maria Bahiana ao me reencontrar com o programa. “Mais ou menos como quando você revê um velho amigo depois de uma longa ausência e, embora o calor da amizade ainda esteja lá, alguma coisa parece fora de ordem”, ela observou, antes de se dar conta do que, de fato, ocorreu:
“Mad Men continuava exatamente o mesmo, eu é que tinha um ano e meio de televisão mais ou menos arquivada nas minhas retinas e no meu cérebro. Um ano e meio de um tipo de narrativa em que rápido é sempre sinônimo de melhor… ”
Apesar de estar chegando aos 40 anos, o publicitário Don Draper terá um pouco mais de sorte na quinta temporada de Mad Men, situada em meados de 1965. “A quarta temporada foi muito ‘dark’ para Draper”, disse o ator Jon Hamm em entrevista à Folha de SP. “No final, um pouco de luz apareceu, mas teremos sol na quinta temporada”.
Nos anos 1960, a música tornava-se uma força significativa na cultura, enquanto a sociedade caminhava para ser mais livre. Hamm conta que o programa mostrará “uma mudança que nos afasta de Dean Martin, Frank Sinatra e das músicas antigas e nos aproximará de Beatles, Rolling Stones e de bandas britânicas. Não podemos ignorar isso ao contar a história dessas pessoas”. Nos EUA, o retorno de Mad Men foi visto por 3,5 milhões de pessoas, número 21% maior do que o da estreia da quarta temporada.
O primeiro episódio da série foi ao ar em 2007. Desde então, ela ganhou 13 Emmys e quatro Globos de Ouro. Foi a primeira produção de um canal a cabo a vencer o Emmy de melhor série dramática por quatro anos consecutivos. O programa já tem um fim no horizonte. “Serão sete temporadas. Não vou lutar contra as previsões sobre o que vai acontecer. Se o programa vier até os dias de hoje, Draper terá 85 anos. Do jeito que ele vive, acha que ele conseguiria?”, pergunta Weiner. “Mas Don se aproximando de sua morte, como qualquer pessoa se aproxima, vai ser uma questão”, conclui.
Mad Men vai na contramão. Não é “rápida”, não é “engraçadinha”, não é cheia de efeitos especiais, não aposta em chocar o espectador… Melhor parar por aqui e evitar os spoilers. Se você é fã e ainda não assistiu ao início da quinta temporada, não há melhor programa na televisão esta noite. (Com informações da Folha SP)

Gerson
Quando tiver oportunidade assisti uma série que se chama “Breaking Bad” mais uma da boa safra de séries americanas.
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