Campeonato Brasileiro da Série B – 4ª rodada
América-MG x Paissandu – estádio do Horto, em BH, 19h15

Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Valdo Souza, Dinho Menezes. Banco de Informações – Fábio Scerni
Campeonato Brasileiro da Série B – 4ª rodada
América-MG x Paissandu – estádio do Horto, em BH, 19h15

Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagens – Valdo Souza, Dinho Menezes. Banco de Informações – Fábio Scerni

Capa da revista alemã Der Spiegel: “O fim do mundo (como o conhecemos)”

Em busca urgente de um lateral direito, já que atuou boa parte da temporada com atletas improvisados no setor, o Barcelona deve abrir os cofres para contratar um destaque do Benfica. Nesta sexta-feira, os jornais A Bola e Record revelaram que a equipe catalã está muito próxima de contratar o ala português Nelson Semedo, de 23 anos, que é também da seleção lusa.
Os veículos dizem que a negociação é de 50 milhões de euros (R$ 182,2 milhões), valor pedido pelo presidente do Benfica, Luís Felipe Vieira, ao Barça. Quem conduz as tratativas é o famoso empresário Jorge Mendes, o mesmo de Cristiano Ronaldo.
Caso seja mesmo contratado por essa quantia, Semedo vai se tornar o lateral mais caro da história, superando o inglês Luke Shaw, ex-Southampton, que custou 37,5 milhões de euros (R$ 136,67 milhões) ao Manchester United.
O lateral tem contrato até 2021 com o Benfica, e a esperança do time de Lisboa é que ele seja sua maior negociação da história, superando o volante Witsel, vendido para o Zenit em 2012/13, e o goleiro Ederson, que foi nesta semana para o Manchester City. Enquanto isso, Semedo se prepara para disputar a Copa das Confederações com Portugal, e tenta não pensar em negociações.
“Eu tento ao máximo passar ao lado dessas notícias. Estou totalmente focado no Benfica e acho que não devo pensar em outros clubes porque me sinto muito bem aqui, gosto muito de cá estar, gosto muito dos colegas e da estrutura”, disse, ao jornal O Jogo.
“Se alguma coisa acontecer, será natural, desde que seja bom para mim e para o Benfica, mas neste momento estou focado no clube. Quem joga no Benfica tem hipótese de jogar em qualquer campeonato, porque temos um plantel de grande qualidade. Acredito que qualquer jogador do nosso plantel conseguirá jogar facilmente noutro clube e adaptar-se a outra liga teoricamente melhor”, completou. (Da ESPN)

THE PLAYER’S TRIBUNE
Eu vou começar contando um segredo. Na verdade, você pode tomar conhecimento de alguns segredos nesta história, porque sinto que sou incompreendido por muita gente. Mas vamos começar com esse primeiro segredo.
Três meses atrás, quando o Barcelona fez sua incrível remontada contra o Paris St-Germain pela Champions League, eu estava assistindo a cada lance sentado no meu sofá. Você podia pensar a partir da leitura dos jornais que eu esperava que meu antigo clube perdesse.
Mas e quando meu irmão Neymar marcou aquele lindo gol de falta? Eu pulei do sofá e estava gritando para televisão.
“Vamooooooos”
Quando o Sergi Roberto operou aquele milagre aos 50 minutos do segundo tempo?
Como todos os demais torcedores do Barça ao redor do mundo, eu estava ficando completamente maluco. Porque a verdade é que o Barcelona ainda está no meu sangue.
Fui desrespeitado pela cúpula dos dirigentes quando eu saí do clube no verão passado? Certamente que sim. É simplesmente a maneira como eu me sinto a respeito, e você jamais pode dizer algo diferente a esse respeito para mim. Mas não é possível jogar por um clube ao longo de oito anos, e alcançar tudo o que nós alcançamos, e não ter esse mesmo clube no coração para sempre. Dirigentes, jogadores e membros do conselho vêm e vão. Mas o Barça nunca vai desaparecer.
Quando eu fui para a Juventus, eu fiz uma promessa final para a cúpula do Barcelona. Eu disse, “Vocês vão sentir saudades de mim”.
Eu não quis dizer como jogador. O Barça tem muitos jogadores incríveis. O que eu quis dizer foi que eles iriam sentir saudade do meu espírito. Eles iriam sentir saudade de alguém que prezava tanto pelo ambiente e pelo clube. Eles iriam sentir saudade do sangue que eu derramei todas as vezes que eu coloquei a camisa do Barcelona.
Quando eu tive de jogar contra o Barcelona na rodada seguinte, pelas quartas-de-final da Champions League, havia um sentimento bastante estranho no ar. Especialmente no segundo jogo, no Camp Nou, a sensação era a de que eu estava em casa de novo. Pouco antes do jogo começar, eu fui até o banco de reservas do Barcelona e cumprimentei meus colegas, e eles diziam: “Dani, venha e sente aqui conosco. Nós guardamos o seu lugar, irmão”.
Eu estava dando a mão para todos de costas para o árbitro. De repente, eu ouvi um apito. Eu me virei e o árbitro já iniciara a partida. Saí correndo para o campo, e eu pude ouvir meu antigo treinador, Luís Henrique, se matando de rir.
É engraçado, não? Mas aquele jogo não era uma piada, especialmente para mim. As pessoas me veem e dizem: “O Dani está sempre brincando. Ele está sempre sorrindo. Ele não é sério.”

Preste atenção, vou te contar outro segredo. Antes de eu enfrentar os melhores atacantes do mundo – Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo – eu estudo as suas forças e as suas fraquezas como uma obsessão, e então eu planejo como vou atacar. Meu objetivo é mostrar ao mundo que Dani Alves está no mesmo nível. Talvez eles me driblem uma ou duas vezes. Certo, tudo bem. Mas eu irei para cima deles, também. Eu não quero ser invisível. Eu quero o palco. Mesmo aos 34 anos, depois de 34 troféus, eu sinto que tenho de provar isso todas as vezes.
Mas ainda é mais profundo do que isso.
Pouco antes de cada partida, eu sigo a mesma rotina. Eu fico de frente ao espelho por cinco minutos e bloqueio todo o resto. Então um filme começa a rodar na minha cabeça. É o filme da minha vida.
Na primeira cena, eu tenho 10 anos de idade. Eu estou dormindo numa cama de concreto na pequenina casa da minha família em Juazeiro (BA), Brasil. O colchão é tão fininho quanto o seu dedo mindinho. A casa cheira a terra molhada, e ainda está escuro lá fora. São 5 da manhã, e o sol ainda não nasceu, mas eu tenho de ajudar a meu pai na nossa fazenda antes de ir à escola.

Meu irmão e eu vamos para o campo, e nosso pai já está lá, trabalhando. Ele está carregando um tanque grande e pesado nas costas, ele está pulverizando as plantas e as frutas para matar as pragas de uma colheita.
Meu irmão e eu provavelmente somos muito novos para manipular, mas ainda assim nós ajudamos. Esta é a nossa forma de comer… de sobreviver. Por horas, eu fico competindo com meu irmão para ver quem é o trabalhador mais dedicado. Porque aquele que mais ajudar a nosso pai vai ter mais direito ao uso da nossa única bicicleta.
Se eu não ganhar a bicicleta, eu terei de caminhar 20 quilômetros da nossa fazenda até a escola. A volta da escola é ainda pior, porque eu tinha de voltar correndo para conseguir chegar a tempo de jogar a pelada.
Mas e se eu ganhar a bicicleta? Então eu posso ficar com as meninas. Eu posso escolher uma delas no caminho e oferecer uma carona até a escola. Por 20 quilômetros, eu sou o cara.
Então eu trabalho duro para caramba.
Eu olho para o meu pai enquanto eu saio para a escola, e ele ainda está com o mesmo tanque grande e pesado nas costas. Ele tem ainda um dia inteiro pela frente, e então à noite ainda há o pequeno bar que ele administra para ganhar um dinheiro extra. Meu pai foi um jogador incrível quando ele era mais jovem, mas ele não teve dinheiro para ir até a cidade grande e ser notado pelos olheiros. Então ele faz questão de que eu tenha essa oportunidade, mesmo que isso custe a vida dele.
A tela escurece.
Agora, é domingo, e nós estamos assistindo aos jogos de futebol na TV preto-e-branca. Há um bombril amarrado na antena para que nós possamos pegar o sinal da cidade, que está muito distante. Para nós, esse é o melhor dia da semana. Há muita alegria em nossa casa.
A tela escurece.
Agora meu pai está me levando para a cidade com seu carro velho para que alguns olheiros possam me ver jogar. O carro tem transmissão manual, só com duas marchas – devagar e muito devagar. Eu posso sentir o cheiro da fumaça.
Meu pai é um lutador. Eu tenho de ser um lutador, também.
A tela escurece.
Agora, eu tenho 13 anos, e eu estou numa academia de futebol para jovens jogadores numa cidade maior, longe da minha família. Há 100 garotos reunidos num dormitório pequeno. É como se fosse uma prisão. No dia antes de eu sair de casa, meu pai me comprou um conjunto novo para jogar. Com isso, ele dobrou meu guarda roupa. Até então, eu só tinha um conjunto.
Depois do primeiro dia de treinamento, eu pendurei meu conjunto novo no varal. Na manhã seguinte, tinha sumido. Alguém levou. É quando eu percebo que esta já não é mais a fazenda. Este é o mundo real, e a razão para chama-lo de mundo real é porque a coisa é pra valer aqui fora.
Voltei para o quarto, e eu estava morrendo de fome. Nós treinávamos o dia inteiro, e não havia comida no suficiente no campo. Alguém tinha roubado as minhas roupas. Eu sinto saudades da minha família, e definitivamente eu não sou o melhor jogador por aqui. De 100, talvez eu seja o número 51 em termos de habilidade. Então eu faço para mim mesmo uma promessa.
Eu digo a mim mesmo: “Você não vai voltar para a fazenda até você deixar seu pai orgulhoso. Você pode ser o número 51 em habilidade. Mas você será o número 1 ou 2 em força de vontade. Você será um lutador. Você não vai voltar para casa, não importa o que aconteça”.
A tela escurece.
Agora, eu tenho 18 anos de idade, e eu estou contando uma das únicas mentiras que eu já disse no futebol.
Estou jogando pelo Bahia no Campeonato Brasileiro quando um importante olheiro vem até mim e diz: “O Sevilla está interessado em te contratar”.
Eu digo: “Sevilha, maravilhoso”
O olheiro diz: Você sabe onde fica?”
Eu digo: “Claro que eu sei onde Sevilha fica. Sev-iiiiiilha. Eu amo.”
Só que eu não faço a menor ideia onde fica Sevilha. Pelo que eu sabia podia ser na Lua. Mas do jeito que ele diz o nome parece importante, então eu minto.
Alguns dias depois, eu começo a perguntar por aí, e eu descubro que o Sevilha joga contra o Barcelona e o Real Madrid.
Eu digo para mim mesmo: “Agora”
Só se for agora! Vamos!
A tela escurece.
Agora em Sevilha, e estou tão mal nutrido que os técnicos e os outros jogadores olham para mim como se eu tivesse de jogar pela equipe mais jovem. Eu estou no meio dos seis meses mais difíceis da minha vida. Eu não falo o idioma. O treinador não está me colocando para jogar, e pela primeira vez eu penso em voltar para casa.
Mas então, por alguma razão, eu penso no conjunto que meu pai tinha comprado quando eu tinha 13 anos de idade. Aquele que levaram. E eu penso no meu pai novamente com o tanque grudado nas costas, espalhando veneno. E eu decido que vou ficar e aprender o idioma e tentar fazer alguns amigos, assim ao menos eu posso voltar ao Brasil com uma experiência nova para compartilhar.
Quando começa a nova temporada, nosso diretor passa a instrução a todos: “Aqui no Sevilha nossa defesa não ultrapassa a linha do meio campo. Nunca”.
Eu jogo alguns jogos, chuto a bola por aí, olhando sempre para aquela linha. Somente olhando para ela, como um cachorro que está com medo de ultrapassar alguma linha invisível no quintal. Então, num jogo, por alguma razão, eu apenas me solto. Eu tenho que ser eu mesmo.
Eu digo, “Agora”
Eu simplesmente vou. Ataque, ataque, ataque.
Funciona como se fosse mágica. Depois disso, o técnico diz: “OK, Dani. Nova estratégia. No Sevilha, você ataca.”
Em poucos anos, nós vamos de um clube que ficava na zona do rebaixamento para levantar a taça da Copa da UEFA duas vezes.
A tela escurece.
Meu telefone está tocando. É meu agente.
“Dani, o Barcelona está interessado em te contratar”
Eu não tenho que mentir desta vez. Eu sei onde fica Barcelona.
Este é o filme que roda na minha cabeça quando eu olho para o espelho antes de cada partida. Ao final, antes de eu voltar para o vestiário, eu sempre digo a mesma coisa para mim mesmo.
Mano, eu vim da Pqp.
E estou aqui agora.
É irreal, mas eu estou aqui.
…Bora.
Quando eu tinha 18 anos de idade, eu atravessei o oceano para jogar por um clube que jogava contra o Barcelona. Então ter a honra de jogar pelo Barcelona? Era incrível. Eu consegui ser a testemunha de um verdadeiro gênio.
Eu me lembro que, durante um treino, o Messi estava fazendo coisas com a bola nos pés que desafiavam a lógica. Claro, é o tipo de coisa que ele fazia todos os dias. Só que desta vez algo estava diferente.
Agora, eu preciso lembrar a você, era uma sessão de treinamento extremamente intensa. Nós não estávamos brincando, jogando bobinho. O Messi estava driblando, atravessando a defesa, e finalizando como um matador.
E então, enquanto ele está passando por mim, e eu olho para os pés dele, e eu estou pensando comigo mesmo: “Isto é uma piada?”
E ele está passando por mim novamente, e eu penso: “Não, é impossível”.
E ele está passado por mim novamente, e agora eu tenho certeza do que estou vendo.
As malditas das chuteiras estavam desamarradas. As duas.
Eu quero dizer completamente desamarradas. Esse cara estava jogando contra os melhores defensores do mundo, simplesmente flutuando, e ele age como se fosse um domingo no parque. E esse foi o momento em que eu soube que eu jamais jogaria com alguém como ele novamente na minha vida.
E então, claro, há Pep Guardiola.
Se você virar a palavra computador de trás para frente, vai aparecer Steve Jobs.
Se você virar a palavra “futebol” de trás para frente, vai aparecer Pep.
Ele é um gênio. Vou dizer novamente. Um gênio.

Pep contaria para você exatamente como tudo ia acontecer num jogo antes mesmo da partida começar. Por exemplo, o jogo contra o Real Madrid em 2010, quando nós ganhamos de 5-0? Pep nos disse antes do jogo, “Hoje, vocês vão jogar futebol como se a bola fosse de fogo. A bola jamais ficará nos pés de vocês. Nem meio segundo. Se vocês fizerem isso, não haverá tempo para que eles nos pressionem. Nós ganharemos facilmente.”
Quando nós saíamos de uma preleção como essa a sensação era de que o jogo já estava 3-0 para nós. Nós estávamos tão preparados, tão confiantes, que nós sentíamos que já saíamos ganhando.
A coisa mais engraçada era se nós terminássemos o primeiro tempo e o jogo não estivesse indo bem; Pep se sentaria e esfregaria a cabeça.
Você sabe como ele esfrega a cabeça? Você já deve ter visto, não? É como se ele estivesse massageando o cérebro, procurando o gênio para agarrá-lo.
Ele faria isso na nossa frente no vestiário. Então, como mágica, surgiria uma revelação para ele.
Bang!
“Já sei!”
Daí, ele pularia e começaria a dar as instruções, desenhando o esquema no quadro.
“Nós faremos isto, e isto, e isto; e então nós marcaremos o gol”.
Então nós saíamos e fazíamos isto, e isto, e isto. E era assim que nós fazíamos o gol. Era uma coisa maluca.
Pep foi o primeiro treinador da minha vida que me ensinou a jogar sem a bola.
E ele não somente exigiria que os jogadores mudassem seu jogo, ele nos fazia sentar e nos mostrava por que gostaria que nós mudássemos com estatísticas e vídeo.
Aqueles times do Barça eram quase imbatíveis. Nós jogávamos de memória. Nós já sabíamos o que nós iríamos fazer. Nós não tínhamos que pensar.
É por isso que, até hoje, o Barça está no meu coração.
E foi por isso que, quando nós batemos o Barcelona na Champions League, eu fui até meu irmão Neymar, e dei um abraço nele. Ele estava chorando, e eu estava quase chorando, também.
Eu posso imaginar as pessoas lendo isso, perguntando-se por que é que estou dividindo esses segredos.
Bem, a verdade é que estou com 34 anos. Eu não sei por quanto tempo ainda vou jogar. Talvez dois ou três anos. E eu sinto que as pessoas não me entendem, tampouco a minha história completa.
Quando eu vim para a Juventus nesta temporada, foi como se eu estivesse saindo de casa novamente. Eu fiz isso com 13, quando fui para a escola de futebol. Eu fiz novamente aos 18, indo para a Espanha. E fiz mais uma vez, aos 33, indo para a Itália.
Outra vez, eu estava como o cachorro no quintal. Eu estava olhando a cerca invisível.
Devo ir?
Mas eu não fui. No começo desta temporada, eu quis ter a certeza de que os jogadores da Juve entendiam que eu respeitava a filosofia deles, assim como a história do clube. Uma vez que eu tivesse a confirmação de ter conquistado o seu respeito, eu tentaria mostrar a eles minha força, também.
Um dia, eu olhei para a linha do meio campo e disse para mim mesmo, Devo ir?
…Bang! Agora.
Ataque, ataque, ataque (e, OK, um pouco de defesa, também, ou Buffon ficará gritando comigo).
Às vezes, eu penso que a vida é um círculo.
Veja, eu não consigo escapar destes argentinos.
No Barça, eu tinha o Messi.
Na Juve, eu tenho o Dybala.
Os gênios me seguem em todo o lugar, eu juro.
Um dia, no treinamento, eu vi uma coisa no Dybala que eu vi no Messi. Não é apenas o dom do puro talento. Eu tenho visto isso muitas vezes na minha vida. É o dom do puro talento combinado com a vontade de conquistar o mundo.
No Barça, nós jogávamos de memória.
Na Juve, é diferente. É a mentalidade coletiva que nos levou até a final da Champions League. Quando o apito soar, nós simplesmente daremos um jeito de ganhar não importa a dificuldade. Ganhar não é apenas um objetivo para a Juve; é uma obsessão. Não há desculpas.
Neste sábado, eu tenho a chance de conquistar a 35ª taça em 34 anos de vida na terra. É uma oportunidade especial para mim, e isso não tem nada a ver com provar para a cúpula do Barcelona que eles cometeram um erro ao me deixarem sair de lá.
Eu sei que eles jamais vão admitir isso.
Esse não é o ponto.

Você se lembra quando eu contei a respeito da academia de futebol no Brasil, quando eu disse a mim mesmo que eu jamais voltaria para a fazenda até fazer meu pai ficar orgulhoso?
Bom, meu pai não lá uma pessoa muito emotiva. Eu nunca soube quando verdadeiramente alcancei aquele momento de fazê-lo ficar de fato orgulhoso. Durante a maior parte da minha carreira, ele estava em casa, no Brasil.
Mas em 2015 ele foi a Berlim para me ver ganhar a final da Champions League pela primeira vez pessoalmente. Eu me lembro que, após as comemorações pela conquista nos gramados, o Barça deu uma festa especial para as famílias dos jogadores.
Nós tivemos que entregar o troféu para as pessoas que nos ajudaram a realizar nossos sonhos. Então eu me lembro que, quando foi a minha vez, passei o troféu para o meu pai, e nós dois o estávamos segurando, posando para a foto.
Então, ele disse uma coisa, que, por ser um palavrão, eu não vou reproduzir aqui exatamente com precisão.
Mas, basicamente, ele disse algo do tipo “Meu filho é o cara agora”
E você quer saber? Ele estava chorando como um bebê.
Aquele foi o grande momento da minha vida.
No sábado, eu terei a oportunidade de jogar por outro troféu da Champions League contra um oponente bastante conhecido. Como sempre, eu estudarei o Cristiano Ronaldo como uma obsessão.
Como sempre, eu irei para a frente do espelho antes da partida e rodar o mesmo filme na minha cabeça.
A tela escurece, e eu me lembro destas coisas…
Minha cama de concreto.
O cheiro da terra molhada.
Meu pai carregando o tanque de veneno nas costas.
O caminho de 20 quilômetros até a escola.
O novo conjunto de roupa.
O varal de roupas vazio.
“Claro que eu sei onde é Sevilha”
Mano, eu vim da Pqp.
E estou aqui agora.
É irreal, mas eu estou aqui.
“Você não é lembrado pela vitória, mas por nunca ter perdido”.
Francis Underwood, em House of Cards
O São Paulo finalizou nesta sexta-feira a negociação do atacante Luiz Araújo e do volante Thiago Mendes com o Lille, da França. Pela dupla, a equipe da Ligue 1 pagará 18 milhões de euros (R$ 65 milhões).
Por Araújo, o clube do Morumbi irá embolsar R$ 26,6 milhões, já que tem 70% dos direitos do atacante – o restante pertence ao Mirassol, time do interior paulista que o revelou.
Já por Mendes, o São Paulo leva cerca de R$ 24,5 milhões, pois possui 80% de seus direitos. O Goiás, que tem os outros 20%, fica com o restante.
Equipe tradicional da França, o Lille vem em má fase, e terminou o último campeonato nacional apenas na 11ª posição. Portanto, não irá disputar competições europeias na próxima temporada. (Da ESPN)

“Alheio às precauções básicas de alguém que exerce o poder na condição de investigado, Michel Temer produziu três temeridades que condicionaram o futuro do seu mandato ao imponderável”, diz o jornalista Josias de Souza (leia aqui).
Ele cita três atos temerários: receber um investigado por corrupção na calada da noite, nomear Rodrigo Rocha Loures como seu interlocutor junto ao empresário e indicar para a Justiça um personagem que atua como seu advogado de defesa. Confira:
1. Temer recebeu na calada da noite, no Palácio do Jaburu, Joesley Batista, da JBS, um empresário investigado por corrupção. Manteve com ele uma conversa vadia.
2. No diálogo fatídico, Temer ouviu do grampo a domicílio um pedido para que indicasse alguém com quem pudesse falar para resolver pendências. Temer indicou para Joesley o amigo Rodrigo Rocha Loures, um ex-assessor de sua “estrita confiança”.
3. A pretexto de reforçar sua infantaria jurídica, Temer desguarneceu a própria retaguarda. Transferiu do Ministério da Transparência para a pasta da Justiça o doutor Torquato Jardim, PhD em TSE e STF. Humilhou Osmar Serraglio, desalojando-o da Justiça na suposição de que, sem consulta prévia, aceitaria gostosamente ser rebaixado para a pasta da Transparência. Seraglio deu-lhe o troco: reassumiu sua poltrona de deputado federal, que vinha sendo ocupada pelo suplente Rocha Loures. Sem as imunidades parlamentares, o homem da mala tornou-se a principal ameaça ao mandato de Temer.

Rotineiramente, o dia que antecede as partidas é de rachão no CT Lanna Drumond, do América-MG. Nesta quinta-feira, um dia antes do confronto contra o líder da Série B, Paysandu, não foi diferente. Como de costume, os jogadores assumiram posições muito diferentes das originais. João Ricardo na zaga, Fernando Leal no ataque e Bill no gol. O que também chamou a atenção foi o volante Juninho (com lesão na coxa esquerda), que se apropriou do papel de treinador. O volante passou toda a atividade dando instruções aos companheiros, que o homenagearam a cada gol marcado.
Depois do rachão, foi hora de papo sério. Enderson Moreira, o verdadeiro comandante, chamou os onze jogadores que devem ser titulares contra a equipe paraense para uma longa conversa. Estavam na roda os seguintes atletas: João Ricardo; Norberto, Rafael Lima, Messias e Ernandes; Gustavo Blanco, Zé Ricardo, Ruy e Felipe Amorim; Luan e Bill. Para esta partida, o treinador ainda não conta com o lateral esquerdo Giovanni, que, apesar de já ter sido regularizado no Boletim Informativo Diário (BID), da CBF, segue se recuperando de uma torção no tornozelo esquerdo.
O atacante Hugo Almeida, que estava em transição do departamento médico para os trabalhos com bola, treinou normalmente e volta a ser opção. Gerson Magrão, que inicialmente ficou na academia, se juntou ao restante do grupo no meio da atividade. O meia Tony, que vem sendo pouco utilizado pelo treinador, foi liberado até a próxima segunda-feira para resolver assuntos particulares em São Paulo.
América-MG e Paysandu se enfrentam às 19h15 (de Brasília) desta sexta-feira, no Independência. O Coelho tem cinco pontos na Série B, dois a menos que o adversário. (Do GE)

Caetano Veloso, Wagner Moura e Camila Pitanga diziam que era golpe.
Marcelo Serrado e Marcio Garcia apareceram numa foto com colegas globais como Susana Vieira, todos de camiseta verde-amarela do #MoroBloco, a bordo de uma van que os levaria a um protesto em Copacabana a favor do impeachment que acabou se concretizando e removendo Dilma Rousseff da Presidência.
Há um ano, seria difícil acreditar que o retrato postado pela atriz Letícia Sabatella no Instagram, nesta quinta-feira (1º), não era uma montagem. Pode acreditar. Em 2017, Caetano, Wagner, Camila, Marcelo e Marcio dividiram o quadro após encontrar um denominador comum: “Fora, Temer”. Quer dizer…
“‘Fora, Temer’, não, isso lembra o passado. Mudamos o slogan: ‘Temer, jamais’”, diz à Folha Serrado, que em 2014 votou em Aécio Neves (hoje senador afastado ) para presidente (“e, antes, duas vezes no Lula”, ressalta).
Ele interpreta o juiz Sergio Moro em “Polícia Federal – A Lei É para Todos, filme sobre a Lava Jato. Já Wagner criticou o magistrado (“age como um promotor”) em artigo publicado neste jornal em março de 2016. A discórdia ideológica não os impediu de unir forças num evento que juntou artistas de esquerda e direita que querem a queda do presidente Michel Temer.
Aconteceu no apartamento de Paula Lavigne, empresária e companheira de Caetano, na quarta (31). “Eles pediram a casa, emprestei com amor”, ela diz sobre os articuladores do encontro: Wagner Moura e o músico Tico Santa Cruz, que em dezembro de 2015 defendeu Dilma, “mulher honesta até que provem o contrário”, hoje investigada na Lava Jato.
Numa noite “superdemocrática”, em que “cada um trouxe um vinho, e a mulher do Tico, uma torta de frango maravilhosa”, as divergências foram poucas, afirma Paula. Uma ala, por exemplo, era reticente à ideia – abraçada pela maioria– de eleições diretas caso o presidente caia.
Seguidores de Sabatella no Instagram desconfiaram do apartidarismo daquela trupe – a foto incluiu 30 pessoas, entre elas os globais Juliano Cazarré, Gloria Pires, Dira Paes, Christiane Torloni e Maria Padilha. “Tem muito infiltrado da direita nessa foto!”, comentou um. Outro: “Olha o coxinha Serrado!!”. (Da Folha de SP)
Mais de 100 diplomatas brasileiros se manifestaram na quinta-feira contra o governo do presidente Michel Temer, cuja baixa popularidade diminuiu em meio a alegações de corrupção que estimularam protestos crescentes para ele renunciar.
Em uma carta aberta intitulada “Diplomacia e Democracia”, os diplomatas criticam o uso da força para conter manifestações e dizem que os líderes do Brasil devem escolher o diálogo em oposição a “tentações autoritárias”.

A carta surgiu poucos dias depois que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil criticou duramente uma declaração das Nações Unidas condenando a violência contra os manifestantes em Brasília no dia 24 de maio. Aloysio Nunes (foto), do PSDB, é o atual ministro das Relações Exteriores.
Nessa manifestação, mais de 35 mil pessoas protestaram contra as medidas de austeridade econômica propostas por Temer, incluindo mudanças na previdência e nas leis trabalhistas. Os manifestantes também pediram que ele saísse por causa da investigação de obstrução da justiça. (Transcrito de The New York Times)
(…)
A carta dos diplomatas:
Nós, servidoras e servidores do Ministério das Relações Exteriores, decidimos nos manifestar publicamente em razão do acirramento da crise social, política e institucional que assola o Brasil. Preocupados com seus impactos sobre o futuro do país e reconhecendo a política como o meio adequado para o tratamento das grandes questões nacionais, fazemos um chamado pela reafirmação dos princípios democráticos e republicanos.

POR GERSON NOGUEIRA
Contra o América-MG, hoje, em Belo Horizonte, o Papão defende a liderança da Série B e um sistema de jogo que tem se mostrado adequado às circunstâncias. Em competição que prioriza a marcação e a defesa, o técnico Marcelo Chamusca acertou a mão ao utilizar sempre três volantes e um armador que volta para fechar o meio.
Nos três primeiros jogos, essa estratégia resultou em sete pontos conquistados, três gols marcados e nenhum sofrido. O time alviceleste faz a melhor campanha deste começo de Brasileiro, mesmo sem ter realizado exibições brilhantes.
A regularidade é o principal mérito da equipe. Atua buscando neutralizar os pontos fortes dos adversários e se movimenta bem quando não tem a posse de bola. Os problemas aparecem quando propõe o jogo, precisando superar a marcação inimiga. Nota-se então a falta de um meio-campo mais qualificado na construção de jogadas.
Por enquanto, porém, o jeito mais ou menos simplório encontrado por Chamusca para estruturar o PSC na Série B vem funcionando com precisão. O auge desse plano de jogo foi mostrado contra o Internacional. Diante do time mais qualificado do campeonato, a força de marcação prevaleceu e disfarçou a pouca agressividade nas ações ofensivas.
O adversário desta noite também está invicto e cumpre uma campanha razoável, com cinco pontos ganhos (uma vitória e dois empates), mas não demonstrou ser uma equipe tecnicamente superior ao Papão. Gerson Magrão, Felipe Amorim, Bill e Hugo Almeida são as peças mais conhecidas do time de Enderson Moreira.
Com a empolgação natural advinda da condição de líder, o time passa a ter força mental para encarar adversários de seu porte mesmo jogando fora de casa. Há, inclusive, um fator a tornar mais interessante para o Papão a partida desta noite. Como Chamusca se preocupa primeiro em não tomar gols, brigando pelo menos pelo empate, pode fazer um jogo de espera, à espreita de uma oportunidade para contra-atacar. Boas perspectivas.
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Pouco interesse do público ameaça Re-Pa baré
Como já se especulava, o Re-Pa programado para a Arena da Amazônia, em Manaus, sofreu adiamento para 30 de julho. Na prática, a iniciativa parece ter subido no telhado. O promotor do evento queixou-se ontem da baixa procura por ingressos na capital amazonense para justificar o adiamento.
Menos de 200 ingressos teriam sido comercializados até o momento. Os clubes ainda não receberam as parcelas prometidas da cota de R$ 250 mil. Pelo andar da carruagem, o alto custo do evento deve mesmo impossibilitar a inédita realização do clássico fora do Pará.
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João se vai e o Remo perde outra joia da base
Os maus modos da diretoria do Remo em conduzir a renovação de contrato do atacante João Victor ficaram evidenciados na demora em procurar o atleta para negociar. E, quando isso ocorreu, alguém ainda teve a infeliz ideia de propor uma redução salarial.
Na reunião realizada ontem, o jogador já não tinha mais interesse em permanecer. Oferta melhor foi apresentada, mas João planeja buscar espaço no futebol português, de olho no sucesso do também ex-azulino Welthon.
Que João tenha sorte e condição de mostrar o bom futebol que o torcedor do Remo viu poucas vezes em ação, como é mais ou menos rotineiro quanto às chamadas pratas da casa.
O próximo atleta da casa a negociar – ou sair – é o meia-armador Rodrigo, aquele que foi preterido para que Danilinho, Rony, Kaio Wilker e Mikael pudessem mostrar seus “talentos” por aqui.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 02)
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