POR GERSON NOGUEIRA
O Cametá, que já arrancou lágrimas da torcida remista numa emocionante decisão de campeonato, há cinco anos, é o adversário a ser batido na estreia azulina, hoje à tarde, no estádio Jornalista Edgar Proença. Sem grandes investimentos, em outros tempos o time interiorano poderia ser visto como mera zebra.
Na realidade atual, o time do Baixo Tocantins é um oponente que merece cautelas. É o típico franco-atirador, sem maiores responsabilidades e pronto a aprontar uma travessura. Exemplos não faltam. No Parazão-2016, o Remo foi batido na estreia pelo modesto Parauapebas.
Quando chegou a Belém, Josué Teixeira tinha ideia do que iria encontrar no Evandro Almeida. Além das conhecidas agruras financeiras, sabia que teria pela frente uma torcida desconfiada e agastada pelas decepções da última temporada. Os primeiros resultados, na fase de amistosos, ajudaram a quebrar o clima e a ganhar os primeiros aplausos.
Veio, porém, o fatídico jogo em Castanhal. As circunstâncias da derrota fizeram retornar todas as cismas em relação ao time. O torcedor, que já ensaiava gritos de entusiasmo após vitórias sobre Pinheirense, Castanhal e Independente, mudou de humor. Percebeu que o time não era plenamente confiável, fazendo recordar os vexames de 2016.
De certa maneira, o tropeço no último amistoso veio em socorro do próprio Josué. Serviu de alerta contra a confiança exagerada num elenco formado às pressas e sob a régua da contenção de custos. Somaram-se aos remanescentes do ano passado um punhado de jogadores vindos da base, atletas dos times que disputaram a Segundinha e alguns poucos importados.
Como já havia sinalizado após o jogo com o Independente, Josué tem como maior preocupação o sistema defensivo. Henrique, titular no time da Série C, é a referência. Terá Igor João como parceiro de zaga. Tsunami é outra opção. Para superar o Cametá, sua defesa não pode cometer os erros primários dos jogos com Independente (5 a 3) e Castanhal (1 a 3).
As falhas no jogo aéreo concentraram as atenções do técnico nos treinos da semana, buscando um ajuste que permita ao time não ficar tão exposto. As laterais terão Léo Rosa e Jaquinha, que em temporadas passadas brilharam defendendo equipes emergentes. Elizeu e Marquinhos atuam no setor de marcação, onde Josué identifica outra vulnerabilidade do time, tanto que pediu a contratação a toque de caixa de um outro volante, Renan Silva.
Flamel e Fininho cuidam da armação de jogadas, cabendo ao camisa 10 o papel duplo de organizar o meio e participar de ações ofensivas, com Jaime e Edgar. Fininho deve ser uma espécie de terceiro volante, com liberdade para avançar, se houver necessidade e espaço.
Depois da semana de treinos intensos, com direito a muitas correções por parte do técnico, o Remo inicia a competição consciente de que precisará fazer uma campanha de superação. A começar pela batalha de hoje.
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Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda a atração, que neste domingo vai ao ar em horário especial: às 20h, devido à rodada de abertura do Campeonato Estadual. O programa estreia novo cenário, com Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião integrando a bancada de debatedores.
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Santos de Pelé e Flamengo de Zico reprovados por Dona Fifa
A notícia, que estourou como bomba na sexta-feira, está repercutindo ao longo do fim de semana esportivo em todos os bares, esquinas e campinhos de pelada do Brasil. A Fifa decidiu, assim de supetão, que todos os títulos mundiais conquistados antes de 2000 não têm reconhecimento oficial. Desse modo, as épicas conquistas de Grêmio (sobre o Hamburgo) e do Flamengo (sobre o Liverpool) não passam de conquistas “a nível mundial”.
No que é uma triste ironia, aquele torneio meio bastardo vencido pelo Corinthians em 2000 passa a ser o marco divisório entre os mundiais de fato e de direito. Em contrapartida, os títulos do Santos de Pelé (62-63) e do São Paulo de Telê (92-93) também foram atirados na lata do lixo pela entidade que manda e se locupleta do futebol. Esquisito.
(Coluna publicada no Bola deste domingo, 29)
Talvez só eu pense haver coerência aí – uma raridade até – na dona Fifa.
Como reconhecer, torneios (ou um jogo somente, nesses últimos casos) que ela própria não promoveu ou ao menos avalizou?
Seria como a CBF reconhecer uma competição que ela não promoveu ou mesmo a FPF reconhecer algum campeonato paraense promovido por terceiros.
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Apenas uma correção, Gérson. Ano passado o Remo goleou o Águia por 5×3 com 3 gols de Ciro.
O jogo que você se refere foi em 2015, quando os dois titãs ficaram fora da decisão de turno e o Remo só conseguiu um milagre por mãos de Cacaio
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Daqui a pouco tem Leão em campo. Vamo q vamo o mais querido.
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E o “mundialito de Caracas” ?
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Também outro torneio clandestino, mesmo que desse status ao Remo.
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DIficil esperar coerência da Fifa. E, aqui pra nós, aquele torneio de verão é difícil engolir como mundial.
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Concordo Celira. E a CBF também teve um torneio de verão similar, batizado de Copa dos Campeões, igualmente difícil de engolir. Mas esperar coência desses que comandam o futebol mundial e brasileiro é querer muito, ao que parece.
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