Papão x Cametá – comentários on-line

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Na Rádio Clube, Carlos Gaia narra; Carlos Castilho comenta. Reportagens – Valdo Souza, Dinho Menezes, Mauro Borges e Francisco Urbano. Banco de Informações – Fábio Scerni

Televisão promove soluções simplificadas para problemas sérios, afirma psicanalista

POR GUILHERME WEIMANN, de SP (no Brasil de Fato)

A televisão, da forma como tem retratado a realidade hoje, tem efeitos perigosos sobre a formação da opinião da maioria dos cidadãos. Essa é a opinião da psicanalista Maria Rita Kehl, que avalia que a vida social tem sido pensada a partir de visão fantasiosa da realidade. “Criam-se situações seríssimas e as soluções finais são sempre simplificadas. O malvado sempre morre no final, por exemplo. A realidade não entra pra valer na pauta do espetáculo”, analisa.

Ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade, que apurou as violações de direitos humanos durante o período da ditadura militar brasileira, ela não acredita que o atual cenário político seja idêntico ao vivenciado antes do golpe de 1964. A explicação é que o exército, atualmente, não teria essa predisposição. O que se pode consumar, de acordo com Maria Rita, é uma “fortíssima demanda popular por um governo autoritário”.

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Confira:

Brasil de Fato SP – O debate político tem ultrapassado a linguagem verbal e resultado em diversas agressões físicas. O que tem gerado essa agressividade?

Maria Rita Kehl – O que eu entendo, e lamento muito, é o fato de o Brasil ser um país extremamente conservador. A classe dominante aceita apenas pequenos avanços como pequenas concessões. O modo cordial de dominação brasileiro, que está descrito pelo Sérgio Buarque de Holanda [referência ao livro “Raízes do Brasil”], é o de ‘dominar passando a mão na cabeça’. Isso criou, durante muitas décadas, uma relação de exploração paternalista. Esse estilo de dominação, no Brasil, vem desde a escravidão e se perpetuou.

Atualmente, a oposição é contra medidas que não estão tirando nada do bolso de ninguém, mas que estão beneficiando uma pequena ascensão social. Essas medidas despertaram uma fúria muito grande, que não vem de agora. Na primeira eleição da Dilma, a conversa de que Bolsa Família é pra vagabundo, pra quem não quer trabalhar, era constante. Um argumento como esse mostra o seguinte: se o cara imagina que um trabalhador possa preferir largar o trabalho para ganhar a Bolsa Família, significa que ele está oferecendo um salário menor que a Bolsa Família. A partir daí, você pode imaginar o nível salarial que se oferece, fora da lei, em vários lugares mais afastados do Brasil. É com esse tipo de cultura centenária que você está mexendo.

Durante o Ato pela Legalidade, realizado no dia 18 de março no auditório do TUCA, a senhora afirmou que não adiantaria sairmos ‘nós contra eles’, mas que era preciso incentivar o diálogo entre as pessoas…

Eu só consigo agir com diálogo com quem eu estimo ou com quem não está completamente convicto ‘do outro lado’. Às vezes, você está no táxi e a pessoa está na dúvida, está confusa. Aí, eu consigo dialogar. Por outro lado, se vem alguém muito raivoso, já armado de uma série de preconceitos, isso é terrível. Chamamos isso de ignorância, ou seja, uma pessoa se valer de uma série de preconceitos pra estruturar seu pensamento. Nesse caso, eu realmente não consigo dialogar. Acho muito melhor quem consegue dialogar, porque às vezes você muda uma opinião.

A senhora acompanhou os trabalhos da Comissão da Verdade, que apurou os crimes da ditadura. Existe alguma semelhança entre o período que antecedeu o golpe de 1964 e o atual momento político?

Ideologicamente, sim. Mas eu acho muito significativo que o Exército tenha barrado alguns abusos. Por isso, eu não vejo o Exército com essa predisposição. Eu não sei o que seria um golpe hoje. O que pode vir, que é até mais triste do que um golpe, é uma fortíssima demanda popular por um governo autoritário. Por outro lado, o que me entristeceu muito é o seguinte: o Brasil foi o último país da América Latina a criar uma Comissão da Verdade. E só criou no momento em que elegeu uma presidente que foi torturada. O Lula, enquanto presidente progressista, não se interessou por isso nos seus dois mandatos. Isso gerou uma ignorância de uma geração inteira que cresceu com uma vaga ideia do que ocorreu na ditadura.

A senhora trabalhou como jornalista e estudou o papel das telenovelas. Qual a influência da mídia, em especial da Globo, no atual cenário político?

Atualmente, a Globo noticia os investigados já como culpados e, com isso, cria um efeito terrível de pré-julgamento e de fato consumado. Mas eu acho que o efeito da televisão, a longo prazo, é muito mais grave do que isso. No Brasil, a televisão substituiu o campo do pensamento pelo campo da fantasia de uma forma muito eficaz, independentemente do conteúdo. Isso significa que as gerações formadas pela televisão pensam a vida social dessa maneira, ou seja, numa espécie de visão fantasiosa da realidade. Criam-se situações seríssimas e as soluções finais são sempre simplificadas. O malvado sempre morre no final, por exemplo. A realidade não entra pra valer na pauta do espetáculo. Qualquer versão, mínima que seja, das condições de desigualdade no Brasil se restringe a um personagem pobre que vai ser absorvido pela família rica. Existe uma marca de criação de um Brasil da fantasia que cobre o Brasil real e que, além disso, não favorece o pensamento abstrato. Esse formato da televisão te restringe a pensar por imagens, e isso é terrível porque o pensamento por imagens é binário. Não existe dialética na imagem. Cria-se uma visão simplificada das coisas, independente do conteúdo que está sendo transmitido.

Essa forma de pensamento também é utilizada largamente na política nacional…

Lula também contribuiu com essa forma pensamento, no seguinte sentido: quando ele tomou posse em 2003, participávamos de um grupo de professores, intelectuais e pensadores do Brasil que já acompanhava as suas campanhas. Conversamos muito e ele aceitou, apesar de não ter feito nada do que a gente propôs. Foi nesse momento que ele chamou o Duda Mendonça pra fazer sua campanha. E também foi quando ele escreveu a Carta aos Brasileiros, dizendo que não mexeria em várias coisas que esperávamos que ele mexesse. Por isso, houve quase uma debandada de intelectuais de esquerda e o Paul Singer, que é um homem muito dedicado em conciliar as coisas pela esquerda, criou em sua casa grupos de debate que duraram toda a campanha. Debatíamos os temas de campanha e do programa de governo Lula. Conversávamos com pessoas já indicadas pra ministros, com pessoas importantes da campanha, e também conversávamos com ele, antes de se eleger em 2003. Eu me lembro que um dos primeiros discursos de Lula, logo que eleito, pra dizer que não ia fazer as coisas de uma hora pra outra, era assim: “uma criança fica nove meses na barriga da mãe antes de nascer, uma árvore que você planta demora não sei quanto tempo pra crescer…”. Em contrapartida, nós dizíamos: “Lula, você tem que politizar essa questão. Você vai depender da sociedade politizada pra te defender quando precisar. Você tem que explicar porque tem que ser devagar e quais são as resistências na sociedade brasileira”. E como sempre, é o jeito de Lula, ele nem ouviu. “Ah, claro!”. E fez igual.

Ele também tem culpa nesse sentido. Ele tava com a ‘faca e o queijo’ na mão na primeira eleição e, por isso, podia ter politizado o discurso, mas não politizou. Então, atualmente, essa classe média que se beneficiou muito dos programas do PT provavelmente está junto com o “Fora Dilma”. Isso acontece porque ela se identifica com a classe alta e não foi politizada durante o tempo em que o Lula teve a chance. Parece que esses ganhos vieram de ‘mão beijada’. As coisas agora estão mais difíceis com essa crise econômica e, por isso, eles já estão aí no “Fora Dilma” e “Fora Lula”. A corrupção é intolerável em qualquer partido e em qualquer contexto. Mas a gente não podia esperar que a mídia ia ser justa em noticiar a corrupção do PT na mesma intensidade que a corrupção de outros partidos de direita. Temos que considerar que, em parte, estamos sendo derrotados pelos nossos próprios erros. Eu digo ‘nossos’, mesmo sem nunca ter recebido nenhum tostão indevido. Mas ‘nosso’ eu digo como de uma fração da esquerda.

Da natureza dos patos

“Bateram panela, foram às ruas para Eduardo Cunha, PMDB e Fiesp lotearem o poder. Descobrimos enfim quem são os patos”.

Marcelo Rubens Paiva, escritor, no Twitter

Na Globo, esforço é para combater a palavra ‘golpe’

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DO BRASIL247

Em abril de 1964, quando um golpe militar apoiado pela Globo solapou as liberdades individuais e empurrou o País para 21 anos de ditadura, a primeira página do jornal da família Marinho estampou o editorial “Ressurge a democracia”. Foram necessários nada menos que 50 anos para que o grupo Globo, que, de mãos dadas com os militares, criou o maior monopólio de comunicação do mundo, pedisse desculpas à sociedade (confira aqui).

Agora, em pleno século 21, a Globo está engajada em mais um golpe. Trata-se de “deseleger” a presidente Dilma Rousseff, anulando seus 54 milhões de votos obtidos nas últimas eleições presidenciais, em 2014. O pretexto para isso é a acusação de que ela teria cometido “pedaladas fiscais” – uma prática comum a todos os governos, numa acusação que beira o absurdo quando se leva em conta que as contas do governo Dilma nem sequer foram apreciadas pelo Congresso Nacional, que é quem tem o poder de julgá-las. Para piorar, o processo de impeachment vem sendo conduzido por um parlamentar que hoje simboliza a corrupção: o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Portanto, como a primeira mulher a ser eleita presidente da República corre o risco de ser deposta sem que tenha cometido um crime de responsabilidade, é de um golpe que se trata. No entanto, nos últimos dias, a Globo se lançou a uma nova campanha de desinformação. Trata-se de difundir a tese de que, por estar previsto na Constituição, impeachment não é golpe. O que a Globo não diz é que, embora previsto na Constituição, um impeachment não pode prescindir de um crime de responsabilidade – o que no caso da presidente Dilma inexiste. Na prática, pela tese da Globo, qualquer pessoa poderia ser acusada de homicídio, simplesmente porque o crime está previsto no Código Penal.

No entanto, como a sociedade hoje é mais plural, a Globo tem lutado com todos os seus instrumentos para vencer a batalha da comunicação. Nesta quarta-feira, publicou um editorial e escalou o colunista Merval Pereira para repetir a tese de que “não vai ter golpe, vai ter impeachment”. O que importa, para os Marinho, é consumar o golpe de 2016, sem que sejam condenados pela sociedade ou pela História.

No entanto, num artigo cristalino publicado nesta quarta-feira, o ator Wagner Moura explica, de forma didática, por que a presidente Dilma Rousseff está sendo vítima de um golpe clássico (leia aqui). Além disso, em artigo recente, a colunista Tereza Cruvinel, também explicou por que a Globo decidiu combater com tanto afinco a palavra golpe (leia aqui). Entre os Marinho e Merval ou Wagner Moura e Tereza, é melhor ficar com a segunda opção.

Dilma: “Sem crime de responsabilidade, impeachment é golpe”.

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Em discurso no lançamento da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff alertou para o fato de que os defensores do golpe querem tirar os benefícios sociais da população. “Quem não tem razão para tirar um governo que tem sua base compactuada na constituição quer tirar o governo para golpear direitos garantidos da constituição. Se fazem isso contra mim, o que não farão contra o povo?”, questionou.

Contra um discurso propagado pela Globo e pela oposição, Dilma ressaltou que “não adianta discutir se o impeachment está previsto ou não na Constituição. Ele está. Mas o que não está previsto é que sem crime de responsabilidade ele é passível de legalidade, de legitimidade. Não é. E aí o nome é golpe”.

Rock na madrugada – Queens Of The Stone Age, I Sat By The Ocean

https://www.youtube.com/watch?v=rpj1OXT6o2E

Tribuna do torcedor

POR MAX JOSÉ NASCIMENTO

Caro colunista Gerson Nogueira, estava sem me manifestar desde o primeiro turno do Campeonato Paraense de 2015 quando terminamos ridiculamente com 2 pontos sob o comando do pseudo treinador Zé Teodoro e seus comandados, como Caça Rato e Macena. Agora voltamos à estaca zero com Leston & cia. Hoje (ontem), abri o Diário do Pará e o Bola, que compro todo dia pra ler suas análises, e a notícia é que Marcelo Veiga foi contratado.

Nada contra o técnico que vem e muito menos com o que vai, mas contra a diretoria. Veja bem: Manoel Ribeiro mudou o técnico, houve uma reviravolta, ganhamos o campeonato, fomos à final da Copa Verde eliminando o rival e fomos à semifinal da Série D. Subimos de divisão, trocamos o presidente e dispensamos o técnico que junto com os jogadores levaram a estas conquistas e boas classificação nas competições que disputamos. Caímos no mesmo erro do ano passado: presidente omisso, vice pior, deixaram tudo na mão do gerente de futebol, que é empregado do clube pra indicar técnico, jogador e comissão técnica. Deram a galinha pra raposa, e vem o presidente e  o vice assim que começou o campeonato dizer que o intuito era fazer uma base pra Série C, que o campeonato paraense não era a primeira opção de conquista porque o Remo já era bicampeão, que o foco é a Copa Verde e a Série C.

Perguntaram para os torcedores se não queriam ser tri e acabamos  caindo na mesma armadilha do rival, que fez isso ano passado e deu no que deu – perderam tudo e ficaram fora de competições que somente estão disputando por ter se humilhado pra participar e pela troca de comando na CBF. Agora praticamente demos adeus ao Paraense e, se perdermos domingo, adeus à Copa do Brasil de 2017. Corremos sérios riscos de sermos eliminados pelo Nacional pela Copa Verde e com certeza vamos ser eliminados pelo Vasco na Copa do Brasil. Será que esses dirigentes não aprendem que torcida, sócio torcedor e planejamento têm tudo a ver com resultados. Se tiver bem, sócio torcedor dobra a quantidade de ingressos comercializados, aumenta e a visibilidade com barganha de  patrocínio  aumenta também. Tudo facilita financeiramente.

São dois meses de jogos medíocres que me entristecem como torcedor, opção por jogadores que não jogam nem em time de pelada e no banco jogadores melhores dos que estão jogando e a diretoria aceita. O gerente manda  e o time perdendo ou empatando, quando ganha não convence. Vou a estádio ,faça chuva ou sol. Ainda não fui no interior por não acreditar no time e nem em quem está tomando conta do clube. Levava muita fé no dr. André Cavalcante e no Fabio Bentes, mas até o momento  é só decepção. Pagar em dia acomoda jogador e não ganha jogo. Taí a prova. No ano passado, estava tudo atrasado, ninguém recebia, mas a confiança dos jogadores e o pulso forte da diretoria levaram a vitórias.

Para eles, o Paraense não vale. Para a torcida, vale muito, pois melhoraríamos o ranking e entraríamos em competiçoes da CBF sem ter que barganhar vaga – como o rival fez na Copa Verde deste ano. Decepcionado e triste, espero que quando o ano terminar possa dizer estou na Série B, agradecendo a diretoria e humildemente pedindo desculpas por este email enviado. Abraços.

Argentina passa sem sustos pela Bolívia

https://www.youtube.com/watch?v=TLtET5nsI4o