

POR GERSON NOGUEIRA
Com quatro titulares poupados e algumas mudanças importantes – como no ataque –, o Remo conseguiu passar com relativa tranquilidade pelo Náutico-RR estabelecendo goleada de 4 a 0 (7 a 1 no placar agregado) e se classificando à segunda fase da Copa Verde. A principal figura do time foi o centroavante Welton, autor de três gols da goleada.
Durante toda a primeira etapa, o Remo insistiu nas tentativas de cruzamento e investidas de Eduardo Ramos e Marco Goiano, dominando amplamente as ações na área do Náutico. O problema, como em outros jogos, residia nas finalizações. Várias oportunidades foram desperdiçadas pelos atacantes, principalmente Léo Paraíba.

Logo de cara, Eduardo Ramos recebeu de João Vítor e acertou chute rasteiro no canto, para boa defesa do goleiro Leandro. A ansiedade da torcida influía no rendimento dos jogadores, que precipitavam arremates de longa distância.
Os erros seguidos enervavam ainda mais o torcedor e deixavam o time mais tenso. Léo Paraíba mandou uma bola na trave, Welton errou um sem-pulo e o Náutico quase chegou lá, em chute de Alex que Fernando Henrique defendeu bem.
Só no segundo tempo as coisas começaram a clarear para os azulinos. Já sem Eduardo Ramos, poupado, e com Edcleber sempre presente nas articulações ofensivas, o Remo abriu o marcador logo aos 5 minutos. Marco Goiano caiu pela esquerda e acertou um chute forte, cruzado, na gaveta esquerda.

Mais tranquilo com a vantagem, o time remista passou a envolver a marcação do Náutico em jogadas de velocidade pelos lados e priorizando jogadas para o atacante Welton. Foi através dele que a goleada se construiu. Os visitantes se lançavam desordenamente ao ataque e cediam espaço para seguidos contragolpes.
Aos 18 minutos, com o Náutico já acusando o desgaste pela velocidade imposta pelo Remo, Welton recebeu livre de marcação pela direita, se livrou da marcação e arrematou à meia altura, fazendo o segundo gol. Minutos depois, o atacante encaixou um cabeceio perfeito, de cima pra baixo, escorando cruzamento de Sílvio (substituto de Paraíba).
No último gol, uma prova da inspiração de Welton no jogo, recebeu uma bola longa chutada pela zaga e de fora da área mandou rasteiro no canto direito de Leandro.

Apesar da goleada sobre um adversário modesto, algumas das fragilidades do Remo voltaram a aparecer. A maior delas está na dificuldade que o time tem de impor seu jogo, seja de forma cadenciada ou na base de toques rápidos. O Náutico nem esboçou resistência, mas os meias e atacantes remistas exageravam nos erros de passe e na afobação na hora de definir.
De positivo, a grande atuação de Welton, que se habilita a ter um lugar no time titular, talvez até jogando junto com Ciro, normalmente isolado no ataque e esquecido na maior parte do tempo. Além dele, Marco Goiano esteve bem, jogando com mais liberdade e criando bons momentos. Edcléber e Sílvio também apareceram com destaque no segundo tempo. (Fotos: MÁRIO QUADROS)
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Mistão do Londrina vence o Pebas
Como se temia, o time misto do Londrina foi a Parauapebas e derrotou os donos da casa na partida que marcou a estreia oficial do futebol paraense na Copa do Brasil. Com menos de 400 testemunhas no estádio Rosenão, o time de Sinomar Naves perdeu gols, mas teve muita dificuldade para conter a bem organizada equipe paranaense, que matou o jogo aos 34 minutos do segundo tempo, com Mateus.
Mais do que um resultado ruim para o Parauapebas, a derrota expõe o nível técnico dos times que disputam a primeira divisão paraense. É preocupante ver que a equipe reserva do Londrina conseguiu levar a melhor contra o time que foi terceiro colocado no Campeonato Paraense de 2015.
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Nunes na CPI ou quem cala, consente
Romário chegou a ser deselegante em alguns momentos, irritado com o silêncio (acompanhado de um sorriso meio irônico) do coronel Antonio Carlos Nunes, presidente interno da CBF, durante depoimento à CPI do Futebol no Senado.
Sob orientação de seus assessores jurídicos, o coronel pouco falou na audiência que era considerada fundamental para os rumos da comissão parlamentar de inquérito que apura as maracutaias de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero à frente da confederação.
Frustrante para os membros da CPI, o posicionamento de Nunes foi inteiramente de acordo com as normas legais. O coronel poderia, porém, ter sido mais firme diante de afirmações duras de Romário, presidente da comissão. Em dado momento, o Baixinho afirmou que Nunes não tem competência e nem seriedade para presidir a entidade. O silêncio, nesses casos, soa como triste consentimento.
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Boto começa a flertar com a degola
O Tapajós, que vem de campanha sofrível no primeiro turno, segue no seu calvário neste Parazão. Estreou no returno levando de 2 a 0 em Cametá, com gols marcados no início de cada tempo. O revés deixa o Boto isolado na lanterna da competição e cada vez mais ameaçado de rebaixamento, com apenas um ponto ganho.
As próximas rodadas serão decisivas para o clube santareno, sobre o qual havia expectativa das mais positivas em face do bom desempenho exibido no torneio do ano passado. Ainda há tempo de reagir, mas a situação está ficando dramática.
(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 17)