Líderes mundiais saem em defesa de Lula

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Líderes políticos internacionais, incluindo atuais e ex-chefes de Estado da América Latina e da Europa, manifestaram apoio nesta sexta-feira (11/03) ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-presidentes José Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina) estão entre os 14 nomes que já assinaram a declaração de apoio a Lula.

“Lula não se considera nem está acima das leis, mas tampouco pode ser objeto de injustificados ataques à sua integridade pessoal”, afirma o documento. “Preocupa à opinião democrática a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro”, segue o manifesto, pontuando que o governo Lula “aprofundou a democracia, estimulando a diversidade política e cultural do país”.

No decorrer da última semana, líderes latino-americanos se manifestaram em apoio ao ex-presidente após ele ter sido conduzido de forma coercitiva (obrigatória) para depor na Polícia Federal na última sexta-feira (04/03) durante a 24ª fase da Operação Lava Jato.

Nomes como Evo Morales (presidente da Bolívia), Rafael Correa (presidente do Equador) e Ernesto Samper (secretário-geral da Unasul e ex-presidente colombiano) declararam apoio a Lula, cuja prisão preventiva foi pedida nesta quinta-feira (10/03) pelo Ministério Público de São Paulo.

Leia abaixo a declaração na íntegra com os nomes dos 14 signatários:

Durante várias décadas, Luiz Inácio Lula da Silva destacou-se como sindicalista, lutador social, criador e dirigente do Partido dos Trabalhadores. Eleito Presidente da República, em 2002, Lula levou adiante um ambicioso programa de mudança social no Brasil, que tirou da pobreza e da miséria milhões de homens e mulheres. Sua política econômica permitiu a criação de milhões de empregos e uma extraordinária elevação da renda dos trabalhadores.

Seu Governo aprofundou a democracia, estimulando a diversidade política e cultural do país, a transparência do Estado e da vida pública. O Executivo, o Ministério Público e o Poder Judiciário puderam realizar investigações de atos de corrupção eventualmente ocorridos na administração direta ou indireta do Estado.

Preocupa à opinião democrática, no entanto, a tentativa de alguns setores de destruir a imagem deste grande brasileiro. Lula não se considera nem está acima das leis. Mas tampouco pode ser objeto de injustificados ataques a sua integridade pessoal. Estamos com ele e seguros de que a verdade prevalecerá.

Cristina Kirchner (Argentina)
Eduardo Duhalde (Argentina)
Carlos Mesa (Bolívia)
Ricardo Lagos (Chile)
Ernesto Samper (Colômbia)
Maurício Funes (El Salvador)
Felipe González (Espanha)
Manuel Zelaya (Honduras)
Massímo D”Alema (Itália)
MartinTorrijos (Panamá)
Nicanor Duarte (Paraguai)
Fernando Lugo (Paraguai)
Leonel  Fernandes (República Dominicana)
José Mujica (Uruguai)
Juan Manuel Insulza (OEA)

(Transcrito do Opera Mundi)

Coronel ganha fama de sonolento em reuniões da CBF

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O controverso Coronel Nunes tem deixado muitos dirigentes constrangidos. Isso porque o presidente da CBF, de 77 anos, é flagrado algumas vezes cochilando durante as reuniões, até mesmo naquelas mais acaloradas. A última vez ocorreu no encontro sobre o Conselho Técnico da Série A do Brasileiro, quinta passada.

Nunes tirou uma soneca rápida pelo menos quatro vezes. Alguns, mais condescendentes, desculpam o dirigente por causa de sua idade – tem 77 anos. Outros reforçam a ideia de que a CBF não deve promover nenhuma reunião com o presidente logo após o almoço.

Vários presidentes de clubes e ainda alguns mandatários de federações estaduais não esconderam o constrangimento ao ver o coronel bocejando, de olhos fechados  e com o pescoço curvado para baixo em momentos importantes da reunião.

O Conselho Técnico se estendeu das 14h às 18h de quinta. Ao cochilar no meio dos debates, o coronel não teve controle sobre os temas em discussão. Tanto que pediu explicação algumas vezes a quem estava mais próximo para saber qual era a pauta. (Do Portal Terra)

Só tem uma boa razão para você protestar dia 13: se você é rico (ou banqueiro)

POR ANDRÉ FORASTIERI, em seu blog no R7

Lula na cadeia? Lula fora da cadeia? Temer, Cunha, Dilma, Aécio? Vamos falar de coisa séria: dinheiro. Vamos falar de quarenta e oito bilhões de reais. É quanto lucraram em 2015 o Bradesco, Itaú e Santander. Foi R$ 20,6 bi para o Itaú, R$ 19,9 bi e R$ 6,6 para o Santander. Considerando que 2015 foi ano de crise brava, você poderia imaginar que o lucro dos bancos ia cair. Em vez disso, subiu. Bradesco teve lucro 16,4% maior que em 2014; Itaú, 15,6% maior; Santander, 13,2% maior.
E em 2016? A crise econômica apertou. Será que os bancos vão conseguir ter lucros gigantescos novamente? Com a palavra, os próprios bancos, conforme reportagem de Felipe Marques e Vinícius Pinheiro no Valor Econômico. O Itaú indicou a analistas que seu lucro pode cair em torno de 15% ao ano (seria de um pouco mais de R$ 17 bilhões). O Credit Suisse avalia que o Bradesco deve ter uma queda similar, de 14% (também ficaria em torno de R$ 17 bilhões). Já o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, garante que o Santander terá lucros maiores esse ano no país. Se essas previsões se confirmarem, os bancos terão lucros gigantescos, no meio da maior recessão da nossa história em décadas. Mas serão lucros menores que em 2015.
Isso, se nada mudar.
Mas os bancos brasileiros, os bancos internacionais, e quem tem muito dinheiro pra investir, seja brasileiro ou estrangeiro, torcem para que uma coisa mude. Uma coisa só. E mude o mais rápido possível.
E essa coisa é a taxa de juros.
Para os especialistas, a queda projetada no lucro dos bancos em 2016 está ligada a três elementos. A diminuição do crédito, o aumento da inadimplência, e a taxa de juros. O crédito vai continuar caindo. Os calotes vão continuar aumentando. O país está em uma recessão brava e não levanta tão cedo. É inevitável que os bancos emprestem ainda menos para empresas e para pessoas físicas. E natural que façam uma provisão maior dos seus recursos para se protegerem da inadimplência.
Sobra uma única coisa que pode fazer os lucros dos bancos serem muito maiores do que está projetado para 2016. Basta uma canetada. Basta o Banco Central do Brasil subir a taxa de juros. Hoje a taxa básica, a Selic, está em 14,25%. É altíssima para padrões internacionais. É cretiníssima, considerando-se que o país está em recessão, e que a inflação que temos não tem nada a ver com demanda. É resultado direto da desvalorização do real, da instabilidade política e do tarifaço promovido pelo próprio governo ano passado. O PIB está despencando e mesmo assim nossa taxa de juros está nas alturas.
Mas não está alta o suficiente para fazer o lucro dos bancos voltar ao patamar de 2015. E, mais preocupante ainda para os banqueiros, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já sinalizou que a taxa vai ficar estável, nesse patamar. Ou até, quem sabe, apareça oportunidade para baixá-la.
Donde a pressão dia e noite para que o Banco Central suba os juros. Nos programas de TV, nos artigos dos especialistas, nas análises dos experts internacionais. Donde a pressão sobre Tombini e Nelson Barbosa, fiadores dessa política, e Dilma, chefa dos dois. Dilma que já tentou baixar o patamar dos juros brasileiros anos atrás, na canetada, e levou lambada de tudo que foi lado.
O que acontece se o juro baixar? Diminui o lucro dos bancos. Diminui o lucro de quem tem muito dinheiro investido nos bancos. Não é que eles não vão lucrar. Vão lucrar e muito. Mas não nos patamares indecentes que lucram hoje.
Pela razão que seja, Dilma resiste a subir ainda mais a taxa de juros. Então engrossa a cada dia a campanha para o Brasil trocar Dilma por um presidente mais “alinhado com o mercado”. Que faça “os ajustes que o Brasil precisa”. Que corte na previdência, nas aposentadorias, no valor do salário mínimo. Que nos garanta boas notas das agências de rating (que quem assistir ao filme “A Grande Aposta” nunca mais vai levar a sério). E, claro, um governo que aumente os juros – porque é isso que o Brasil precisa para “restaurar a credibilidade”…
O roteiro da mudança é claríssimo. É fazer exatamente o que está sendo feito na Argentina. O presidente recém-eleito, Maurício Macri, criou uma equipe econômica que é uma perfeita filial de Wall Street. A Bloomberg, que é a voz jornalística mais influente no mercado financeiro global, publicou uma reportagem com o seguinte título: “JPMorgan and Deutsche Bank Boys Are Running the New Argentina” (“os caras do JPMorgan e Deutsche Bank estão dirigindo a Nova Argentina”). É isso. O novo ministro das finanças, Alfonso Prat-Gay. é veterano do JPMorgan. Escolheu como seus braços direitos, para fazer a gestão da dívida do país, outros dois ex-JPMorgan, Luis Caputo e Santiago Bausili. Caputo chegou a ser diretor geral do Deutsche Bank na Argentina. O secretário executivo do Ministério, Mario Quintana, criou o fundo de investimentos Pegasus Venture Capital. E por aí vai. É tudo gente que veio do Goldman Sachs, Barclays, Morgan Stanley. Os postos chave do novo governo argentino estão todos ocupados por financistas, executivos, economistas de banco. Não é à toa que os credores da Argentina estão chamando essa turma de “a melhor equipe econômica da região.” Melhor para os credores. Não para os argentinos.

A Argentina ia bem sob Cristina Kirschner? Claro que não. O Brasil vai bem sob Dilma? Claro que não. A política econômica atual do Brasil é desastrosa para o país. É necessário e urgente mudá-la. Isso sim seria uma ótima razão para protestos de milhões. Mas não basta trocar pessoas, ou coligações partidárias, precisamos é trocar de política econômica, de projeto de país. Os que estão à frente do movimento para tirar Dilma do Planalto têm um projeto ainda mais danoso que o dela (por difícil de imaginar que seja). O protesto deste dia 13 tem como objetivo final tirar Dilma e colocar em seu lugar – bem, quem? E para fazer exatamente o quê? Isso os líderes dos protestos não dizem. Ficam em brados vagos, combater a corrupção etc.

Não falam porque não ganham nada assumindo que o plano para o Brasil é o “Plano Argentina”. É ocupar o governo brasileiro com banqueiros. Priorizar os ganhos financeiros e não quem trabalha, produz ou empreende. Piorar a rede de proteção social dos pobres, piorar os serviços, privatizar a qualquer custo e preço. Cortar na carne de quem já está pele e osso. E encher ainda mais os cofres de quem já tem muito, no Brasil e no exterior. Se você pensa que a vida está difícil sob Dilma, se a oposição conseguir o que pretende, não sabe o que te espera.
Vamos então defender Dilma? Mas de jeito nenhum. Não se trata de defender ou atacar um lado. Se trata de colocar em pauta o que realmente interessa, e o que está acima dos partidos e das pessoas. Vamos construir um país mais justo, produtivo, educado e transparente. Que tenha uma imprensa e judiciário intolerantes com corruptos, independente de qual seu partido. Que valorize o trabalho e a iniciativa, não só o capital.  Como fazemos isso? Brigando pelo que é importante, não “contra tudo que está aí”.
Se você é rico e vai lucrar ainda mais se Dilma for trocado por algum fantoche de Wall Street, ué, vá para as ruas defender seu interesse. Se você é um dos 99,9% dos brasileiros que não vivem de juros, pense duas vezes.

Brasil corre risco de “governo de juízes”, alerta ex-premiê espanhol Felipe González

Ex-presidente do Governo da Espanha nas décadas de 80 e 90, Felipe González manifestou seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que ficou chocado com a maneira como se deu a condução coercitiva e o depoimento de Lula. Membro do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), González deu uma entrevista coletiva na Universidade de São Paulo (USP) nesta quinta (10), onde alerta para o risco do que chama de “Governo dos juízes” no Brasil, na qual a atuação do Poder Judiciário tenta influenciar a política e substituir o Executivo e o Legislativo.

González foi o primeiro político europeu a declarar apoio ao ex-presidente Lula, se somando a líderes da América do Sul como Evo Morales e Nicolás Maduro.

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Do El País

González afirma ter ficado chocado pela forma como Lula foi levado para prestar depoimento na PF

Felipe González, ex-presidente do Governo da Espanha(1982-1996), manifestou nesta quinta-feira seu apoio e reafirmou sua amizade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na sexta-feira passada foi obrigado pela Polícia Federal a depor sobre sua suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras, enquanto realizavam buscas em sua casa e na sede de seu instituto. “Fiquei chocado pela forma como se deu a condução coercitiva e o depoimento de Lula. Não acredito que ele tenha se negado a depor antes, de modo que me pareceu desnecessário o uso da coerção”, disse González, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), em uma entrevista coletiva na Universidade de São Paulo (USP), onde assumiu a cátedra José Bonifácio, do centro Ibero-americano.

O socialista alertou sobre o que ele chama de “Governo dos juízes”; ou seja, quando a aplicação da lei pelo Judiciário busca influenciar a política e substituir o Executivo e o Legislativo. González é o primeiro político europeu a falar sobre a operação da PF na semana passada e manifestar sua solidariedade a Lula, somando-se a outros políticos como Evo Moraes e Nicolás Maduro.

O socialista espanhol acredita que existirá “um antes e um depois” da Operação Lava Jato, “um novo cenário que definirá comportamentos diferentes, tanto de responsabilidades políticas como de responsabilidades empresariais”. Afirmou, entretanto, que mesmo que Lula esteja passando por um momento difícil, é e continuará sendo seu amigo. Mas que não fica “chocado” pelo fato do ex-mandatário ser investigado porque “somos todos iguais perante à lei”.

O ex-mandatário, que deu uma aula magna na USP,  também frisou a importância de que os três poderes da democracia representativa – o Executivo, Legislativo e Judiciário – estejam em equilíbrio. Para ele, o mais sensível é o Judiciário, que precisa ser independente ao aplicar a lei, mas que pode sofrer distorções durante o desenvolvimento democrático. Especialmente quando, segundo ele, existe um “Governo dos juízes”.

Isso pode estar ocorrendo no Brasil, segundo o socialista. “O que vejo é que a política, como em todas as partes, se degradou. Novos atores precisam inclusive se apresentar como antipolíticos. Então os juízes podem acabar se transformando em heróis que representam a emoção e a aspiração das pessoas, e em um poder muito mais importante do que o que emana da vontade popular”, explicou. E acrescentou: “Gosto dos juízes, mas prefiro os que se dirigem às pessoas por meio de sentenças, resoluções e autos judiciais. São os mais sérios e respeitáveis”.

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Presunção de inocência

González argumentou que a Justiça “não deve se voltar ao possível acusado, mas à aplicação da lei”. “A Justiça deve ser justa. E se é justa, é exemplar para todos igualmente. Mas quando se fala de exemplaridade, o pensamento é que com alguns deve-se ser mais exemplar do que com outros. E isso não é aplicação da Justiça”. Ao finalizar, relembrou: “Existe uma presunção de inocência sobre a qual se baseia o Estado democrático de direito”. Em concreto, o Ministério Público Federal acusa o ex-presidente brasileiro de ser “um dos principais beneficiários” do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, investigado há dois anos pela Operação Lava Jato.

O ex-presidente chileno Ricardo Lagos (2000-2006) também expressou sua solidariedade ao ex-presidente Lula: “Como o próprio Lula disse mais de uma vez, ninguém pode estar acima da lei. Essa é solidez de nossas democracias. E, certamente, é o momento de relembrar que, apesar do momento ruim, Lula é o líder que veio das bases sociais para dar à democracia de seu país e de seu continente novos horizontes em prol da justiça social”, disse Lagos ao EL PAÍS, segundo informa Rocío Montes.

Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) articulam um manifesto de líderes mundiais em apoio a Lula, entre os quais deverão estar o ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica e o ex-mandatário francês Nicolas Sarkozy, segundo diversos portais de notícias.

UM ANO DE CÁTEDRA NO CENTRO IBERO-AMERICANO DA USP

Felipe González compareceu nesta semana à USP para assumir a cátedra José Bonifácio, do Centro Ibero-americano, coordenado pelo Instituto de Relações Internacionais da USP. Ocupará o posto por um ano, em substituição à escritora Nélida Piñón. González liderará uma série de estudos sob o tema A crise da governança da democracia representativa, que deverão ser apresentados em um ano. Os outros titulares da cátedra foram o ex-presidente chileno Ricardo Lagos y Enrique Iglesias, ex-presidente do BID. 

(Do Jornal GGN)

Big Brother em campo

POR GERSON NOGUEIRA

A adoção do sistema de vídeo para auxiliar a arbitragem em lances polêmicos – dúvidas em lances de gol, impedimento, pênalti ou expulsão – tende a ser a grande novidade no futebol nos próximos dois anos. Desde a semana passada, Fifa (sob nova direção) e International Board decidiram aprovar o sistema eletrônico para situações duvidosas em campo, no congresso realizado em Cardiff. A adoção de tecnologia é um dos últimos tabus derrubados pelos velhinhos britânicos que controlam as normas do esporte em todo o mundo.

No Brasil, reina um impasse para a utilização dos vídeos de esclarecimento. Tem a ver com grana. A CBF estima em R$ 15 milhões ao ano o custo de implantação de um sistema próprio de câmeras de monitoramento. Alguém sugeriu que a velha parceira TV Globo seja chamada para colaborar, cedendo imagens de suas transmissões.

Quando CBF e seus parceiros falam em dinheiro, todo mundo já fica de orelha em pé. Neste caso, parece inevitável que a confederação tenha que abrir o cofre para criar o sistema. Contra a ideia de utilização de imagens da emissora pesa a recomendação da Fifa para que o sistema seja exclusivo da confederação.

Os R$ 15 milhões anuais representam pouco mais de 3% da receita bruta da confederação, que conta com uma grande quantidade de patrocinadores, apesar de algumas desistências importantes depois que o escândalo de corrupção no futebol atingiu a entidade.

Apesar dos pesares, as reservas financeiras da CBF continuam robustas: R$ 227 milhões em caixa, segundo o balanço referente a 2015. O superávit em relação ao exercício anterior foi de R$ 72 milhões (82,5%), o que permite supor que a entidade tem plenas condições de investir na modernização do esporte no país.

De todo modo, para 2016 é pouco provável que o recurso seja adotado oficialmente. A CBF pretende fazer experimentações durante o Brasileiro da Série A, mas ainda sem utilizar a tecnologia da câmera na linha do gol já existente nas arenas da Copa do Mundo (e no Campeonato Inglês).

Um dos entraves é a impossibilidade de dispor da tecnologia em todos os estádios onde são disputados jogos da Série A. Para a CBF, o sistema só deve funcionar quando todos os estádios estiverem devidamente equipados. Na prática, porém, seria válido adotar desde já, mesmo que em apenas metade dos estádios, pois o sistema contribuiria para a redução de falhas da arbitragem. O custo de instalação chega a R$ 600 mil por estádio.

A princípio, torcidas e clubes não sofrerão qualquer ônus pela adoção do sistema tecnológico nos estádios. Por outro lado, serão os principais beneficiários da inovação. As câmeras certamente ajudarão a salvaguardar reputações de árbitros (e de suas genitoras) e contribuirão para acabar com o estresse de dirigentes e jogadores que culpam a arbitragem por tudo.

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Leão vence e põe o pé na segunda fase

Com um gol de Marco Goiano logo aos 5 minutos de partida, o Remo conseguiu botar as coisas em ordem e construir uma vitória tranquila sobre o Náutico de Roraima, ontem, em Boa Vista, consumada ainda nos primeiros 45 minutos. Se houvesse mais esforço e criatividade, e as condições do campo permitissem, a vitória seria bem mais ampla que os 3 a 1 do placar final.

Sem perder a característica de marcação no meio, Leston Junior botou o Remo para explorar os pontos falhos da zaga roraimense. Graças a isso, aos 28 minutos, Yuri ampliou. Quase ao final da primeira etapa, o artilheiro Ciro cravou o seu também.

Na etapa final, o Remo não se arriscou e o Náutico pouco podia aspirar. Acabou fazendo o gol de honra aos 42 minutos. Nada que abale a certeza de que os azulinos já passaram à segunda fase da competição.

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Um Ganso intenso e plugado

O jogo foi chatinho, enrolado e rico em sarrafadas, como é comum em confrontos que envolvem argentinos e brasileiros. A surpresa ficou por conta do novo São Paulo de Edgardo Bauza. Mais marcador e intenso, disputando todas as divididas com vontade e exibindo um Ganso plugado, a fim de briga.

O paraense estava tão a fim de jogo que, fugindo às suas características, quase foi expulso após um violento carrinho em D’Alessandro. Talvez seja efeito da filosofia implantada por Bauza, um técnico pragmático e especialista em Libertadores.

Na zaga, Maicon e Lugano se esmeravam nas gentilezas ao ataque do River, dando a letra do que se deve esperar do Tricolor na competição deste ano. O lado negativo foi a desastrosa participação do goleiro Dênis no lance do gol argentino. Apesar disso, um empate interessante, mesmo levando em conta que o River não é mais aquele.

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Chance de reparar a omissão da arbitragem

A súmula de Joelson Nazareno Cardoso foi amena e ignorou a briga generalizada que ocorreu durante a série de penalidades na decisão do primeiro turno, domingo passado. Apesar de o trio de arbitragem estar no meio do sururu, nenhum dos brigões (Ricardo Capanema, Eduardo Ramos, Pablo e Fernando Henrique, principalmente) foi citado.

Ocorre que o TJD pretende analisar as imagens e julgar os envolvidos nas vergonhosas cenas de violência entre atletas dos dois times. Caso leve a cabo essa intenção, o tribunal estará prestando um grande serviço às leis desportivas, que pregam respeito e disciplina nas competições.

O lado vexatório disso tudo fica por conta da incoerência de jogadores que entraram em campo de mãos dadas e trajando camisetas com apelos de paz nos estádios.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 11)

São Paulo empata no Monumental

https://www.youtube.com/watch?v=Vme7lCVnuhs