Copa Verde 2016
Náutico-RR x Remo – estádio Raimundo Ribeiro, em Boavista (RR), 21h30

Na Rádio Clube, Jorge Anderson narra. Reportagens – Paulo Caxiado e Paulo Fernando.
Copa Verde 2016
Náutico-RR x Remo – estádio Raimundo Ribeiro, em Boavista (RR), 21h30

Na Rádio Clube, Jorge Anderson narra. Reportagens – Paulo Caxiado e Paulo Fernando.

POR PAULO NOGUEIRA, no DCM
O promotor Cássio Conserino, para lembrar uma frase de Eça, está sendo movido ou por má fé cínica ou por obtusidade córnea. Ou, acrescentaria, por uma mistura de ambas.
Considere.
Ele decreta a prisão preventiva de Lula com os seguintes argumentos relativos ao triplex do Guarujá.
Ora, ora, ora. “Eles [os corretores] sinalizavam para os eventuais compradores que poderiam jogar bola com o ex-presidente, passear com ele no condomínio. E que teriam mais segurança por conta da figura ilustre do Lula.”

Conserino acha que somos todos imbecis? Se é que é verdade que os corretores usavam Lula como argumento, que responsabilidade ele pode ter sobre isso?
Zero.
Qualquer corretor faz este tipo de coisa diante de uma situação parecida. Suponhamos. Um astro de novela fez uma pré-compra de um apartamento num condomínio.
Claro que os corretores alardearão isso nas conversas com potenciais compradores.
O que me traz dúvida em relação ao papel de “mascote” – a expressão de Conserino revela sua alma torpe, preconceituosa, vil – é que a classe média que poderia comprar os apartamentos no Guarujá abomina Lula, manipulada que é por Globo e sequazes.
Seria provavelmente um péssimo argumento de vendas.
Mais uma vez: ora, ora, ora. Primeiro, sabemos o que significa “pelo menos”. É uma cínica aproximação que vale a partir de 10. Mas principalmente: que testemunhas são estas?
Vimos a natureza delas em várias reportagens do Grupo Globo. São transeuntes, funcionários do condomínios não citados e por aí vai.
E o que dizem todos esses anônimos é que viram Lula ou alguém da família em alguma visita ao apartamento.
Lula fez uma pré-compra, afinal não realizada. É natural que em algum momento ele e os familiares descem um pulo ao Guarujá, até para decidir sobre o negócio.
Por contraste, quantas pessoas são testemunhas de que a Paraty House é dos Marinhos? Gente quetrabalhou no projeto conta que tratou com Paula Marinho, neta de Roberto Marinho. O arquiteto do casarão criminoso deu à obra o nome de Projeto PM.
E isso não é nada.
É provável que um dos objetivos de Conserino tenha sido promover a manifestação pró-impeachment. Porque prender mesmo Lula é uma possibilidade remota: o caso será examinado por uma juíza e recursos poderão ser interpostos.
Conserino pensa que engana a quem?
Ele admite não ter provas documentais. O que ele tem são essas alegações primitivas, canalhas e irresponsáveis. Ele tem noção dos tumultos que pode estar provocando ao tomar uma medida tão absurda, tão injusta e tão disparada quanto esta?
Se alguém deve ser preso nesta história, por abuso de autoridade e por em risco a segurança de muitos brasileiros, é ele mesmo, o desprezível Cássio Conserino.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou o pedido de prisão preventiva feito pelo MP-SP contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (10). Em nota, Cunha Lima disse que não há “fundamentos” para autorizar o pedido de prisão contra Lula.
“Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até porque o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e apreensões muito recentemente buscando provas. Vivemos um momento incomum na vida nacional. É preciso ter prudência”, afirmou o senador.
A nota do senador tucano chama atenção por conta do posicionamento de oposição que o PSDB faz em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e ao PT.
Íntegra da nota do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima:
“O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), recebeu com cautela a notícia de que o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (10). A alegação dos promotores é de que Lula é suspeito de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica relacionados ao triplex do Edifício Solaris, no Guarujá (SP).
´Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até porque o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e apreensões muito recentemente buscando provas. Vivemos um momento incomum na vida nacional. É preciso ter prudência.” (Do UOL)

“De acordo com o MP-SP, o fato de NÃO haver prova de que Lula é dono do triplex é PROVA de que ele é. Sob esta lógica, sou dono de BH toda”.
Pablo Villaça, no Twitter


POR PAULO NOGUEIRA, no DCM
O artigo de Jânio de Freitas desta quinta na Folha é um marco no processo crescente de rejeição a Moro e sua Lava Jato. Jânio fez uma comparação que jamais será esquecida. Igualou a ação que deteve ilegalmente Lula à Operação Bandeirantes, uma das páginas mais sangrentas da ditadura militar.
Baseada em São Paulo, a Operação Bandeirantes, ou Oban, detinha, torturava e liquidava clandestinamente suspeitos de serem adversários do regime. Na caça, ironicamente, a Oban utilizava peruas da mesma Folha que abrigou o artigo de Jânio.
Jânio não chegou a comparar Moro a Sérgio Fleury, o delegado de polícia sádico cuja imagem ficou tão associada à Oban, mas nem por isso seu artigo foi menos significativo de um sentimento de questionamento à Lava Jato que se alastra entre os brasileiros.
Pouco antes dele, o conservador Elio Gaspari, também na Folha, criticou a “falta de modéstia” da Lava Jato. “Até o Gaspari acordou”, notou o jornalista Palmério Dória.
Muitos outros acordaram.
Juristas insuspeitos ergueram as vozes contra os métodos de Moro. O ministro do STF Marco Aurélio de Mello explicou, com clareza, que a condução coercitiva no caso de Lula foi ilegal. Quando lhe disseram que Moro alegara que era para proteger Lula, ele riu. “Este tipo de proteção eu não quero.”
Um ex-ministro da Justiça de FHC, José Gregori, criticou pesadamente Moro e a Lava Jato no caso Lula. Além de apontar a ilegalidade do ato, ele disse que faltara “ousadia” para Moro completar seu claro desígnio de prender Lula. (Outra versão que circula agora, citada também por Jânio de Freitas, é que a Aeronáutica — que cuida de Congonhas, para onde Lula foi levado – interveio e cortou as asas de Moro. Você pode ler aqui.) A Igreja Presbiteriana lançou um contundente manifesto contra a “teatralidade midiática” da Lava Jato.)

Há, em inglês, uma palavra perfeita para designar o que está ocorrendo: backlash. Em português popular, como diz um clássico da MPB, é a “volta do cipó de Arueira no lombo de quem mandou dar”.
Moro se valeu do apoio amplo e irrestrito da mídia e da omissão suicida dos progressistas para avançar os sinais. Virou um super-heroi, e parece que acreditou que podia voar, como antes aconteceu com Joaquim Barbosa. Agora, de tanto abusar, sua invulnerabilidade se rompida. Moro já não pode fazer tudo e ainda assim receber aplausos incondicionais.
Sua neovulnerabilidade está demonstrada exemplarmente no artigo de Jânio de Freitas. Acabou, em suma, o super-heroi. Começa uma nova etapa, bem mais áspera, para Sérgio Moro.
Já não será tão fácil ele falar absurdos como o de ontem. Disse que a Lava Jato não é partidária ao mesmo tempo em que comparecia a um evento de João Dória. Muitos brasileiros já não estão cegos para se deixarem levar por demonstrações de cinismo como esta do “juiz apartidário” ao lado de um cacique do PSDB.
Quanto a Jânio, para ser perfeito, faltou apenas uma coisa. Ele riu da disposição da Lava Jato de investigar o vazamento da Aletheia. Disse que não dá para levar a sério esse tipo de bravata. Mas tropeçou ao afirmar que não há quem possa investigar. Ora, para que serve, por exemplo, um jornal como a Folha? Ou Jânio evitou citar o jornal para o qual escreve, até por questões de sobrevivência, ou perdeu por completo a fé nos bons propósitos da casa dos Frias.

Sérgio Moro, juiz federal de primeira instância, em evento realizado pelo provável candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Dória, reclamou que tentam ligá-lo ao PSDB. À frente da Operação Lava Jato, o juiz em questão foi a estrela do evento, que contou com a participação de outra estrela, desta vez global, o William Waack.
O juiz se defendeu de acusações de estar agindo com motivações partidárias, declarando ali, ao lado do candidato provável do PSDB para a cidade de São Paulo, que “as motivações minhas nunca foram partidárias. Eu não tenho ligação nenhuma, zero, zero, com partido ou pessoa ligada ao partido”.
Ele ainda se disse inocente de culpa pela situação de crise econômica que está o pais. Disse ali que seu assunto é jurídico, “mas eu fico consternado com esse quadro econômico, de recessão e desemprego”, disse ele ao lado do virtual candidato do PSDB, “acredito que a culpa não é da Lava Jato”.
“Muito pode ser feito contra a corrupção. As empresas têm uma responsabilidade tremenda, enorme. Não adianta apenas ficar reclamando de político e de agentes públicos desonestos. Tem que ter a coragem de dizer ‘não’ ao pagamento de corrupção, de extorsão em qualquer hipótese”, declarou ele. (Do Jornal GGN)


Depois do treino de reconhecimento realizado ontem, o estado geral do campo do estádio Raimundo Ribeiro deixou a comissão técnica do Remo preocupada. O Leão faz sua estreia na Copa Verde nesta quinta-feira, às 21h30, contra o Náutico-RR. O Ribeirão já é velho conhecido dos azulinos, que chegaram a pedir a transferência da partida para outro local. O próprio Náutico solicitou à CBF que programasse o jogo para Manaus, mas não foi atendido. De portões fechados, a partida terá transmissão exclusiva da Rádio Clube do Pará, com narração de Jorge Anderson e reportagens de Paulo Caxiado e Paulo Fernando.

Ciente da derrota sofrida pelo Remo no ano passado no mesmo estádio, o técnico Leston Júnior procurou levantar o astral dos jogadores, deixando claro que o time terá mudanças pontuais. Levy volta à lateral-direita, com João Victor, que entrou no decorrer do clássico, permanecendo na esquerda. Mas a grande novidade é o atacante Potita, que substitui Eduardo Ramos, vetado por contusão.
Com Potita, a equipe sofre uma alteração no desenho tático, tendo Ciro e Potita (foto abaixo) na frente, com três volantes no meio e apenas um armador.

Remo – Fernando Henrique; Levy, Henrique, Ítalo e João Victor; Michel, Yuri, Alisson e Marco Goiano; Ciro e Potita. Técnico: Leston Júnior
Árbitro – Antônio Varlos Pequeno Frutuoso (AM); assistentes – Jander Rodrigues Lopes (AM) e Uesclei Regison Pereira dos Santos (AM)


Atacante Potita, que estreia nesta quinta-feira à noite pelo Remo contra o Náutico-RR, posa ao lado de Jorge Anderson e Paulo Caxiado em frente ao hotel da delegação, em Boa Vista. (Foto: JORGE ANDERSON)
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