Um tropeço perigoso

POR GERSON NOGUEIRA

Foi apenas a segunda derrota do Papão em casa nesta Série B, mas o resultado desencadeou muitas preocupações. Reação natural, afinal o time vinha cumprindo uma trajetória empolgante e invicta no returno, com seis vitórias e dois empates. A evolução fez com que a possibilidade do acesso se tornasse concreta, gerando mais expectativas sobre o time.

Contra o Náutico no sábado à tarde, porém, a atuação foi frustrante. Mereceu apupos e rendeu vaias até ao técnico Dado Cavalcanti. No final, por respeito à campanha e não por aprovação ao desempenho na partida, o torcedor aplaudiu a saída dos jogadores. Gesto bonito, que confirma que Dado e o grupo têm crédito junto à torcida.

O problema é saber que perfil o time terá nas próximas 11 decisivas rodadas. Não pode ser o que se viu no sábado – descaracterizado, lento em excesso e pouco concentrado nos objetivos. Até a habitual fibra ficou de lado em muitos momentos, só reaparecendo na reta final da partida.

Dado armou a equipe com Betinho e Léo na frente, Carlos Alberto na criação e Jonathan, Fahel e Gilson como volantes. Repetiu jogadores do confronto com o vice-lanterna ABC no meio da semana, quando o Papão ganhou na base da valentia, mas dando brechas ao limitado adversário.

Logo aos 3 minutos, Betinho perdeu a grande chance do Papão no jogo. Recebeu cruzamento de Gilson e, diante do goleiro Júlio César, soltou uma bomba. A bola bateu no goleiro e foi a escanteio. Um gol ali teria mudado o rumo das coisas, obrigando o Náutico a sair da zona de conforto.

Os primeiros movimentos confirmaram o grau de dificuldades que o Papão teria pela proa. Como Carlos Alberto nada produzia, Léo recuou para ajudar, mas pouco acrescentava. Jonathan se adiantava, abrindo espaços na marcação e forçando Fahel a se manter preso lá atrás.

O Náutico posicionava seus três volantes – Felipe Souto, Marino e Jackson Calcaia – em cima de Carlos Alberto e Léo, atrapalhando a saída do Papão. Ao invés de buscar a opção pelos lados, explorando a velocidade de Pikachu, Carlos Alberto insistia apenas pela esquerda, com João Lucas. O lateral até avançava, mas nas suas costas o Náutico posicionava Guilherme Biteco em contragolpes perigosos.

Com a batalha duríssima pela bola no meio-de-campo, com quase dez jogadores transitando por ali, as oportunidades de escape eram raras. Quando surgiam, o Náutico aproveitava melhor, usando uma das grandes características do próprio Papão nesta Série B: a objetividade.

Econômico nos passes, o time pernambucano avançava com rapidez, com Biteco, Douglas e Bruno Alves sobre o setor defensivo do Papão, tendo ainda o auxílio do lateral Gastón Filgueira. Ganhava confiança e induzia os bicolores a seguidos erros de passe, principalmente Carlos Alberto e Léo, que irritavam o torcedor.

O Papão ainda teria três outras oportunidades no primeiro tempo. Aos 20, em disparo cruzado de João Lucas que o goleiro desviou; aos 32, com Betinho, que dominou entre os zagueiros e mandou uma bomba ao lado do poste direito; e aos 35, com Jonathan chutando forte e obrigando o goleiro a uma defesa arrojada.

Para a etapa final, imaginava-se que Dado iria mexer na equipe. Ledo engano. Carlos Alberto ainda voltou a campo, errou mais duas jogadas, levou cartão amarelo e só então foi trocado por Rony, aos 9 minutos. O Papão já havia escapado de levar o gol aos 2 minutos, quando Bruno Alves furou espetacularmente na pequena área, sozinho diante de Emerson.

O Náutico avançou sua marcação até a intermediária do Papão, passando a roubar seguidas bolas. Aos 10 minutos, Douglas foi lançado em velocidade, driblou Tiago Martins e bateu na saída de Emerson. A bola saiu à direita da trave do Papão. O gol pernambucano estava amadurecendo.

João Lucas, em grande arrancada, mandou rasteiro, mas o goleiro abafou o chute. Aos 20 minutos, Gastón cruzou e Pikachu desviou de cabeça na pequena área, impedindo o gol de Bergson (que havia substituído a Douglas). Na sequência, veio o escanteio e o gol de Rafael Pereira. A bola cabeceada por Marino ainda resvalou em seu braço antes de bater na trave.

Aí o Náutico recuou e o Papão foi todo à frente. Edinho substituiu a Jonathan e imprimiu mais velocidade ao time. Criou dois bons ataques, mas não tinha a ajuda dos demais. Aylon custou a entrar e ainda colaborou no esforço desesperado pelo gol, mas já era muito tarde. Já nos acréscimos, Rony fez corta-luz na frente do goleiro, invalidando a jogada do empate.

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Lições que não podem ser esquecidas

Das lições que a derrota deixou, a mais visível e óbvia é que o time não pode sofrer tantas mudanças e colocar sobre novatos a responsabilidade de manter o futebol consistente que vinha praticando. Rony, Gilson e Léo claramente estão abaixo do nível geral da equipe.

O fato é que Léo não pode ser titular com Aylon no banco, assim como fica estranho ter Gilson como o trunfo para bolas aéreas quando Fahel está em campo. Tem mais: Pikachu é muito importante para se manter fora do jogo, sendo pouco acionado e evitando tentativas individuais.

Betinho, apesar das chances perdidas, é um atacante talhado para a briga dentro da área. Mesmo sem receber bolas como deveria, mostrou desenvoltura, levou vantagem sobre os beques do Náutico. Foi um dos melhores do time, ao lado de Emerson, Gualberto e João Lucas.

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Leão estreia camisa e goleia o Japiim

O amistoso que o Remo fez ontem no Mangueirão, goleando o Castanhal por 4 a 1, é daquelas inutilidades que só se justificam pelo aperreio nas contas. Aleílson marcou seus dois primeiros gols jogando em Belém (havia feito um antes naquele outro amistoso inútil, em Uberlândia). Chicão fez o dele, Léo Paraíba também e Kiros foi discretíssimo.

Além disso, o Leão estreou seu terceiro uniforme, em vermelho e azul. Não se podia esperar mais do que isso de um reles caça-níquel.

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O pulso ainda pulsa

Foi um jogo sofrido, como tem sido a caminhada do Águia na Série C. Fazendo um jogo de vida ou morte com o Cuiabá, marcou logo aos 4 minutos, mas Edinaldo jogou contra o patrimônio aos 28 minutos. Redimiu-se aos 33, desempatando. Flamel, que não perde pênalti, perdeu o seu. A tarde era realmente de sustos. Sorte que, ainda no primeiro tempo, o próprio Flamel se reabilitou, convertendo outra penalidade. No fim, vitória convincente e esperança mantida por um milagre na rodada final.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 21)

Leão goleia Japiim no Mangueirão

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O Remo goleou o Castanhal por 4 a 1, na manhã deste domingo, em amistoso de preparação para o mata-mata da Série D. O jogo, realizado no estádio Jornalista Edgar Proença, teve um público de aproximadamente 1.500 torcedores. O volante Chicão abriu o placar no primeiro tempo. Léo Paraíba ampliou aos 8 minutos do segundo tempo.

O Castanhal reagiu com Luquinha, mas Aleílson (2 vezes) sacramentou a vitória azulina. Foram os primeiros gols do atacante com a camisa do Remo. O centroavante Kiros estreou, com atuação discreta. A partida marcou também a estreia do terceiro uniforme oficial do clube, lançado durante a semana pela Umbro nas cores vermelha e azul-marinho.

No próximo sábado, o Leão estreia no mata-mata da Série D 2015 enfrentando o Palmas (TO), às 16h, no estádio Nilton Santos, na capital tocantinense. (Foto: DOL)

A quem interessa boicotar o Esportivo Interativo?

DO PORTAL COMUNIQUE-SE

Os jogos da Liga dos Campeões da Europa acabaram de desembarcar na programação do Esporte Interativo. O evento deu vida à discussão sobre a situação da emissora com as operadoras de TV por assinatura. Em texto veiculado – e impulsionado – no Facebook, o veículo de comunicação perguntou: “a quem interessa impedir o crescimento dos canais Esporte Interativo?”.

Em nota, a emissora afirmou que as operadoras de TV paga se beneficiam pelo aumento da concorrência e que, assim, os assinantes só ganham quando têm acesso a todos os canais. “Por que a Net decidiu tirar o Esporte Interativo da grade de programação da Claro TV depois do Esporte Interativo vencer dois de seus maiores concorrentes na disputa pelos direitos de transmissão da Liga dos Campeões?”, seguiu questionando os responsáveis pela empresa de comunicação.

No post, a direção do EI afirmou que por mais que seja estranho, as barreiras para a entrada dos canais aumentaram depois da conquista dos direitos de transmissão da Champions League, um dos principais torneios de clubes de futebol. “Estamos fazendo todo o esforço para que todos os amantes de esportes possam nos assistir e, mais uma vez, queremos dar uma satisfação ao nosso público. Entendemos que tem muita gente frustrada hoje por não ter os canais Esporte Interativo e renovamos nosso compromisso de continuar trabalhando duro pra vencer as barreiras que são colocadas na nossa frente”.

Na semana passada, também por meio de texto divulgado no Facebook, o Esporte Interativo reclamou de “informações plantadas” na imprensa. O canal se referia, também, aos jogos da Liga dos Campeões, que serão transmitidos com exclusividade pelo espaço. “Qualquer informação diferente desta (da exclusividade), é informação plantada com o objetivo de confundir os amantes de esportes, atrapalhar a entrada dos canais Esporte Interativo nas operadoras de TV paga e, no fim, impedir a competição limpa entre os vários canais de esportes”, explicou o canal.

Das armadilhas do tempo

POR GERSON NOGUEIRA

A CBF solta foguetes pelo aumento do tempo de bola rolando nos jogos do campeonato brasileiro da Série A. De fato, é algo digno de comemoração. Sempre que o jogo flui e os jogadores se dedicam mais a correr do que a encher a paciência do árbitro, o espetáculo ganha em qualidade e dinâmica, e o torcedor obviamente sai lucrando.

Em relação a 2014, os números melhoraram bastante. O fato mais significativo é que triplicou a quantidade de partidas com mais de 60 minutos, dentro do padrão que a Fifa considera ideal. Dos 260 jogos realizados, 47 (18,07%) atingiram o índice, contra 16 jogos (6,15%) no ano passado.

Gabriel Jesus recebeu elogios de Marcelo Oliveira

O levantaram destaca a participação de alguns times nos jogos que registraram mais de 60 minutos de bola valendo. São Paulo, Atlético-PR, Atlético-MG, Corinthians, Cruzeiro e Sport Recife estão entre os que mais contribuíram para que o jogo fosse mais corrido. A média de tempo de bola em jogo também subiu, chegando a 54 minutos e 51 segundos. Na Copa do Mundo de 2014 a média chegou a 57 minutos.

Das 26 rodadas disputadas na Série A, a última foi a de melhor desempenho, com 568 minutos de tempo total nos 10 jogos. Contribuem para essa evolução a disposição das equipes em jogar de verdade, sem apelar para truques e antijogo e a orientação dada à arbitragem.

Respaldados pela comissão de arbitragem, os juízes estão mais severos na punição a reclamações de jogadores, o que tem garantido diminuição das paralisações.

O mesmo ocorre quanto ao índice de faltas, cuja média caiu de 33 para 27 por jogo. Neste ponto fica a dúvida se as faltas estão menos frequentes ou se os árbitros estão mais flexíveis, apitando à inglesa e evitando parar o jogo em função de qualquer choque ou empurrão.

Só por curiosidade, o jogo com maior tempo de bola rolando no Brasileiro foi Atlético-PR x Atlético-MG, com 69 minutos e 40 segundos. Deve ter sido um dos jogos mais disputados de todos os tempos no Brasil. A arbitragem foi de Thiago Peixoto, uma das novas apostas da arbitragem brasileira, juntamente com o nosso Dewson Freitas, que não aparece entre os árbitros dos jogos com mais tempo de bola rolando, mas contribuiu no quesito aplicação de faltas. São dele os números mais expressivos quanto a jogos com menor índice de infrações.

Coincidência ou não, os árbitros mais destacados no levantamento da CBF pertencem à nova safra. Além de Peixoto e Dewson, aparecem Ricardo Ribeiro (MG), Wilton Sampaio (GO), Péricles Cortez (RJ) e Anderson Daronco (RS). Têm sido fundamentais para a elevação do tempo de jogo, embora a qualidade técnica dos espetáculos dependa sempre do desempenho dos times.

Fica faltando apenas a arbitragem brasileira adotar um critério único para a marcação de pênaltis por toques de mão na bola. É até aqui a principal praga do campeonato desta temporada porque os árbitros definem a marcação dos penais muito mais pela cor das camisas do que pelas normas da Fifa.

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Novo desenho ofensivo no Leão

O Remo joga contra o Castanhal um amistoso caça-níquel na manhã deste domingo, no estádio Jornalista Edgar Proença. Além de arrecadar uns cobres, o time aproveita para testar posicionamentos e opções táticas para o primeiro mata-mata da Série D, previsto para começar na semana que vem.

Pelos treinos, Cacaio deve seguir utilizando o 4-4-2 clássico, de perfil ofensivo. No meio-de-campo, Eduardo Ramos e Juninho são os armadores e Ilaílson e Chicão cuidam da marcação. O ataque terá um homem de referência (Kiros? Rafael Paty?) e um atacante de lado, provavelmente Léo Paraíba.

Diante do Castanhal essa formação deverá ser testada, embora já venha sendo empregada por Cacaio desde o Campeonato Paraense. A diferença é apenas quanto aos nomes dos jogadores. No Parazão, Ramos jogava ao lado de Bismarck e Paty tinha Roni como principal parceiro de ataque.

A chegada de Kiros cria uma nova alternativa ofensiva, pois o Remo passa a dispor de um jogador talhado (pelo porte físico) para o jogo aéreo. Apesar de primitiva, a opção pelos cruzamentos requer preparo especial dos laterais e pontas. Sem capricho nas bolas alçadas, o centroavante vai apenas sofrer de torcicolo.

Em 2005, na Série C, o vitorioso Remo de Roberval Davino fez do centroavante Capitão e do beque Carlinhos importantes armas nas chamadas bolas paradas. Para a coisa funcionar, contava com os laterais Marquinho Belém e Eduardo, submetidos a treinos exaustivos de cruzamentos. É o que cabe a Cacaio fazer agora com Levy e Alex Ruan.

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Emerson no Bola na Torre

O goleiro do Papão é o convidado do Bola na Torre deste domingo. Guilherme Guerreiro comanda o programa, com Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião na bancada. Começa por volta de 00h20, logo depois do Pânico, na RBATV.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 20)

Em 15 anos, jornalismo será produzido por robôs

Chefe-cientista da Narrative Science, Kristian Hammond prevê que em 15 anos 90% das notícias serão escritas por máquinas com conteúdo narrativo automatizado. Não é só o profissional que tem essa visão. Em reportagem para a BBC, a consultoria Boston Consulting Group afirmou que até 2025 um quarto dos empregos será substituído por robôs, incluindo a função dos jornalistas.

A reportagem da BBC reúne a previsão de diversos estudos sobre o futuro de algumas profissões. De modo geral, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, aponta que 35% dos atuais empregos no país correm o risco de serem automatizados nas próximas duas décadas. A BBC criou lista com as carreiras “ameaçadas” como motorista de táxi, operários de fábrica, médicos, barman e, claro, jornalistas.

A possibilidade de que robôs escrevam textos no lugar de profissionais da comunicação não é nova. No ano passado, o Portal Comunique-se falou sobre estudo que mostra como as máquinas produzem conteúdo. O professor de mídia e comunicações da Karlstad University (Suécia), Christer Clerwall, fez pesquisa com 46 alunos da graduação de jornalismo, que avaliaram textos escritos por jornalistas e robôs.

A avaliação final mostrou que, das 27 pessoas que responderam o questionário, 10 disseram acreditar que um jornalista era o autor da nota feita de maneira eletrônica. Dos 18 entrevistados que leram a matéria escrita por um profissional, 10 arriscaram ao dizer que tinha sido escrita por um programa.

O chefe-cientista Hammond não acredita, entretanto, que essa possibilidade tecnológica tire o emprego dos profissionais da imprensa. Para ele, o momento pode significar que jornalistas vão ampliar o campo de atuação. “O mundo das notícias vai se expandir. Os jornalistas não vão precisar escrever reportagens a partir de dados. Tudo será feito por máquinas”. (Do Portal Comunique-se)

A agonia do rádio no Brasil

POR ÁLVARO BUFARAH, no Comunique-se

Historicamente, o rádio no Brasil é um veículo de comunicação de grande audiência, mas pouco reconhecido pelo mercado publicitário, o que lhe rendeu o apelido de “primo pobre” entre as mídias, uma referência ao quadro com Brandão Filho e Paulo Gracindo, na Rádio Nacional do Rio (Primo pobre e Primo rico).

No dia 25 de setembro, é comemorado o “Dia do Rádio” em homenagem ao dia de nascimento do Edgard Roquete Pinto, professor que junto com Henrique Morize, trouxe o rádio para o país oficialmente. Porém o assustador é que o rádio, enquanto meio de comunicação, está em agonia profunda, sem verbas, sem criatividade e sem profissionais. Embora as pesquisas demonstrem que ainda é o veículo de maior audiência das oito da manhã as seis da tarde, a grande maioria das emissoras não consegue o mínimo de investimentos para manter suas programações.

A história do rádio no Brasil tem início com uma injustiça, pois o padre gaúcho Landel de Moura inventou o primeiro equipamento para a transmissão de voz humana a distância sem fio, mas acabou sem o reconhecimento devido, vindo a falecer sem que sua história fosse contada aos ouvintes brasileiros. Ou seja, de saída, o inventor já foi premiado com o ostracismo.

A morte do rádio foi anunciada com a chegada do cinema, da TV e, mais recentemente, da Internet e, mesmo após 90 anos de serviços prestados, ainda se fala nisso. Mas, uma pesquisa do Grupo de Profissionais de Rádio de SP, com os criativos das agências de publicidade, mostra que o veículo é o que melhor se adapta as novas plataformas digitais. Então o que deu errado para que o meio seja tão desprestigiado?

Vários motivos podem ser listados. O primeiro, e mais assustador, é que as emissoras não conseguiram profissionalizar a gestão e muitas ainda não conseguem se reconhecer como empresas de comunicação, não têm planejamento, nem organização, nem fluxo de caixa. Dentro deste aspecto, também não há uma política de gestão de talentos. É comum perderem profissionais formados nas rádios para outros veículos que pagam mais e oferecem alguns benefícios considerados básicos, como plano de saúde.

Muitas vezes, não há bons gestores nem profissionais qualificados na produção de conteúdo. Com isso, a qualidade e a criatividade do que vai ao ar cai e não se encontra traços mínimos de um produto diferenciado. Para os gestores, tem de haver mais cortes, para os conteudistas tem de haver mais investimento. E quem sofre é o ouvinte que não reconhece nenhuma diferença entre as programações das emissoras.

As empresas estão perdendo um ótimo momento e boas ferramentas digitais para interagirem com seus ouvintes e fidelizá-los por meio de uma participação muito mais ativa. A internet veio para ficar e com ela um novo perfil de ouvinte, mais rápido e seguro de suas necessidades. O rádio não morre, mas tem de se reciclar, se reinventar, levando uma nova programação para a internet. Não adianta aguardar uma solução mágica que levará o veículo a uma nova era de ouro. O tempo passa e as pessoas mudam, os veículos também têm de mudar.

(*) Jornalista e pesquisador do meio rádio na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), mestre em comunicação e mercado pela Faculdade Cásper Líbero (FCL), pós-graduado em administração de empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e professor do curso de Rádio e TV. Atuou mais de 20 anos no mercado de rádio nacional e internacional.

Corrida do Engenheiro movimenta e premia atletas

A 6ª Corrida do Engenheiro, promoção do Clube de Engenharia do Pará, foi disputada na manhã deste domingo (20), na avenida João Paulo II, em percurso com 7,7 quilômetros com largada e chegada no Parque Estadual do Utinga, no bairro do Curió-Utinga. A prova, realizada pela primeira vez em via pública, de vez que o Parque, local das edições anteriores, encontra-se em obras, teve como vencedores gerais os atletas Rosivaldo Moreira da Silva, o Bragança, do clube Corpa, e Edna Maria de Oliveira Silva, também do Corpa. Rosivaldo sagrou-se tetracampeão da corrida e Edna, tricampeã.

Na categoria engenheiros os vencedores foram Alan Rafael Menezes do Vale, do Detran-PA,  e Izaíde Farias Serrão, da Celpa, em sua terceira vitória na prova. Entre os acadêmicos de Engenharia quem venceu a prova foi Evandro Guedes Cordeiro, da Célio Lobato Assessoria Esportiva, e Fernanda dos Santos Bastos, estudante do Cesupa e atleta da equipe Manoel Corredor.

Os três primeiros colocados no masculino e feminino de cada uma das três categorias foram premiados com troféus, medalhas e cheques respectivos de R$ 300,00, R$ 200,00 e R$ 100,00. Todos os corredores ganharam medalhas de participação da prova. (Da Zê-Efe Comunicação & Marketing)