Cuiabá x Remo (comentários online)

Copa Verde 2015 – Final

Cuiabá x Clube do Remo – Arena Pantanal, 22h

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra; João Cunha comenta. Reportagens – Paulo Caxiado, Giuseppe Tommaso. Banco de Informações – Fábio Scerni.

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CBF negocia transmissão de jogos da Série D

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A CBF está negociando a transmissão dos jogos da Série D 2015 pela TV a cabo. Segundo o diretor de desenvolvimento e projetos da entidade, André Pitta (que também preside a Federação Goiana), o fortalecimento da quarta divisão do futebol nacional é o objetivo prioritário do setor, segundo orientação do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. “Estamos conversando com todas as emissoras. A Série D vai ter atenção especial”, disse Pitta.

Em relação ao formato da competição, a CBF entende que o número de 40 participantes está funcionando bem e não pretende alterá-lo. Pelo calendário, a Série D começa no dia 12 de julho, terminando em 15 de novembro. O Remo, bicampeão estadual, será o representante paraense na competição. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Papa Francisco com atletas do Harlem Globe Trotters em frente à basílica de São Pedro, no Vaticano.

A tragédia da TAM e as mentiras da mídia

POR PAULO MOREIRA LEITE
tragediaTAMSete anos e nove meses depois da tragédia do Air Bus da TAM, onde morreram 197 pessoas em Congonhas, a Justiça inocentou os três principais acusados pelo desastre. Acatando as conclusões de um laudo da Aeronáutica, o juiz Marcio Guardia considerou que o acidente foi provocado por um lamentável problema técnico – o manete que deveria inverter a rotação das turbinas e freiar o avião não funcionou. A sentença contraria a versão divulgada inicialmente pelos meios de comunicação, de que a tragédia teria sido provocada por imprudência do governo federal, acusado de autorizar o uso de uma pista do aeroporto antes que ela atendesse todos requisitos de segurança.
Diante do veredito, que pode até ser contestado tecnicamente, desde que apareçam dados novos, capazes de alimentar uma discussão embasada e racional, eu acho indispensável examinar o papel dos meios de comunicação na cobertura daquela tragédia, a maior da aviação civil brasileira. Iniciada quando os trabalhos de rescaldo, em Congonhas, nem haviam terminado, o país assistiu a um esforço absurdo para culpar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criminalizar pessoas de confiança da Presidência.
O saldo, lamentável, foi confirmar uma conhecida máxima de Joseph Goebells, o ministro da propaganda nazista, sobre a manipulação política nas sociedades contemporâneas: uma mentira, repetida 1 000 vezes, se transforma em verdade.
Apenas 48 horas depois da tragédia, a Folha de S. Paulo deu um título na primeira página: “O que ocorreu não foi acidente, foi crime.” O autor do texto, que sequer era um especialista em acidentes aéreos – tratava-se do psicanalista Francisco Daudt, do Rio de Janeiro – falava com clareza. Referindo-se, nominalmente, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, (“demagogo tão esperto e eficiente”) Daudt escreveu: “O assassino não é só aquele que enfia a faca, mas o que, sabendo que o crime vai ocorrer, nada faz para impedi-lo.”
Referindo-se à uma situação que meses antes a própria mídia havia batizado de “caos aéreo”, um editorial do Globo apontou o dedo para o Planalto, sugerindo que 197 pessoas haviam morrido em função de oportunismo político: “Pode ser que alguém no governo, Infraero ou Anac tenha preferido não correr o risco político de o termo ‘apagão aéreo’ voltar às manchetes da imprensa. Infelizmente, foi preciso essa tragédia para ficar claro que Congonhas precisa operar com um grau mais amplo de segurança”.
A mesma visão chegou a imprensa internacional. O correspondente do “Financial Times” no Brasil, Jonathan Wheatley, denunciou no portal da publicação a “incompetência” do governo Lula para enfrentar uma crise que já durava pelo menos dez meses. Embora Lula tivesse três anos e meio de mandato pela frente, Wheatley apontou para a sucessão presidencial: “A extrema necessidade de um governo mais eficiente no Brasil nunca esteve tão clara.”
A indignação também apareceu a seção de cartas dos grandes jornais, em grande parte refletindo o tom da cobertura. No Estado de S. Paulo, um leitor perguntou: “Quantos morreram desta vez? E quantos nossos governantes conseguirão assassinar até o final de seus mandatos?” Outro leitor foi direto: “O que se verifica é que a sanha populista de um governo despreparado é a responsável pelos acontecimentos. O Senhor Presidente terá a dignidade de reconhecer sua parcela de culpa?”
Isso não ocorria por acaso. Naquele Brasil de 2007, onde Luiz Inácio Lula da Silva acabara de dar início ao segundo mandato, derrotando uma campanha infame em torno da AP 470, os aeroportos eram um dos símbolos da distribuição de renda e crescimento do consumo. Num país continental, com um sistema de transporte de passageiros precário e obsoleto, a venda de passagens aéreas crescia 13% ao ano desde 2003. Apertadas nas filas de restaurantes, no guichê de embarque e nos sanitários, famílias tradicionais de classe média se queixavam da falta de conforto. Também sentiam-se ameaçadas em seu prestígio e na hierarquia social.
Um mês antes da tragédia, quando a confusão – transitória, como se veria mais tarde – atingia um ponto máximo, a então ministra do Turismo Marta Suplicy anunciou um conselho célebre (“relaxa e goza”) quando lhe perguntaram o que era preciso para enfrentar aquela situação – frase que os adversários do governo iriam recuperar, semanas depois, para mostrar o pouco caso do Planalto com a segurança dos passageiros.
Como não poderia deixar de acontecer, o caso mobilizou o ministério público. O mesmo procurador Rodrigo de Grandis, responsável pela Operação Satiagraha, e que deixou na gaveta errada um pedido da justiça suíça envolvendo a investigação do metroduto paulista, garantiu sua participação no caso. Pediu uma pena espetacular de 24 anos de prisão para os acusados.
Numa postura que expressa, no fim das contas, uma profunda falta de respeito humano com a dor de milhares de pessoas enlutadas, que necessitam de informações confiáveis e seguras para enfrentar uma tragédia difícil de entender e impossível de nunca de aceitar intimamente, nossos jornais, revistas e emissoras de TV decidiram fazer uma cobertura política-eleitoral, estimulando o desconhecimento e o preconceito de uma parcela da população. Tentaram, descaradamente, usar a tragédia para atender finalidades políticas.
A pior notícia, meus amigos, é que a propaganda funcionou – ao menos em parte. Um mês depois, quando já se sabia que a tragédia fora produto de um problema mecânico, envolvendo uma empresa privada, fosse a TAM, fosse a Airbus, já havia se formado um ambiente de protesto político que seria mantido de qualquer maneira, mesmo contrariando avaliações técnicas. No Rio de Janeiro, as famílias organizaram uma manifestação de luto e protesto, onde puxaram uma vaia para Lula. Em São Paulo, centenas de pessoas desfilaram atrás de uma faixa que exibia uma afirmação de classe: “Somos a elite decente.” O pai de uma menina de 14 anos subiu no carro de som para dizer: “Eu sei que minha filha foi assassinada pela incompetência do governo.”

A mãe de todas as batalhas

POR GERSON NOGUEIRA

Decisões são sempre difíceis, mesmo quando um dos lados entra com alguma vantagem. No caso, o Remo tem três gols de diferença, fato que lhe permite perder até por 2 a 0. Em jogo, a conquista da II Copa Verde. O Cuiabá mostrou muito pouco no primeiro confronto, em Belém. Levou um gol de pênalti aos 20 minutos e perdeu um zagueiro em consequência disso. Com um a menos, ficou mais vulnerável à pressão remista, terminando por ser goleado (4 a 1).

unnamed (69)Supõe-se que nesta noite a equipe mato-grossense entre mais resoluta e cometa menos erros. Para reverter a diferença, terá que operar um milagre, visto que na atual Copa Verde sempre venceu por escores apertados.

Ainda assim, que ninguém se engane. A final será tensa, dramática e sujeita a muitos sustos para os azulinos. A boa vantagem não pode se tornar uma armadilha. É comum ver equipes que se agarram a um escore parcial fechando-se na defesa e abdicando de atacar. Agir assim é quase sempre fatal contra adversário do mesmo porte.

As palavras do técnico Cacaio e de seus jogadores indicam que o Remo parece vacinado contra arroubos retranqueiros. Sob a nova direção, o time tem mostrado produção ofensiva satisfatória. Desde a estreia de Cacaio, contra o Atlético-PR em Belém, o Remo só deixou de balançar as redes inimigas no clássico contra o Paissandu válido pela primeira partida da semifinal da Copa Verde. No total, o Remo de Cacaio marcou 14 gols e sofreu 6.

Caso mantenha a média, tem boas possibilidades de marcar na Arena Pantanal. Seria um gol valioso e decisivo para as pretensões azulinas, pois dificultaria ainda mais a tarefa dos donos da casa, obrigados a marcar cinco vezes.

É claro que esse cenário deve ter sido aventado por Cacaio e, neste caso, um jogador pode ter papel fundamental: Sílvio, principal velocista da equipe depois da saída de Roni. Talhado para as ações de contra-ataque, pode ser o trunfo para explorar as subidas do Cuiabá ao ataque. Caso seja lançado nas costas dos laterais, Sílvio pode se consagrar.

Mas o arsenal remista não se resume ao arisco ponteiro. Bismarck também é rápido e já mostrou utilidade como segundo atacante, fazendo dupla com Rafael Paty. Este, aliás, é peça-chave na atual configuração do Remo. Oportunista, fez gols nos últimos quatro jogos e vive fase abençoada. Depois do que aprontou no Mangueirão, Ratinho também deve atrair marcação forte, bem como Eduardo Ramos, o organizador do time.

Rafael, Maninho e Nino Guerreiro são os jogadores mais perigosos do Cuiabá. Hábil e rápido, Rafael articula os avanços e finaliza muito bem. Nino Guerreiro joga entre os zagueiros e Maninho é um ala que raramente recua. O time também explora muito o jogo aéreo, aproveitando a envergadura de seus zagueiros e atacantes. Este é o maior risco a ser enfrentado (e, se possível, evitado) pelo Leão.

A importância da conquista da Copa Verde é óbvia e justifica todo o clima de ansiedade e expectativa entre os torcedores. Além do título do torneio, o Remo ganhará o direito de finalmente disputar uma competição internacional. Para um clube que ficou dez anos sem festejar grandes feitos, a noite promete ser histórica e intensa.

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É impossível parar La Pulga

Eu vi no Maracanã, em julho do ano passado, Lionel Messi receber o prêmio de craque da Copa e era visível seu constrangimento com a escolha da Fifa. Como craque que é, sabia que não merecia a honraria. Ontem, diante de 95 mil pessoas no Camp Nou e milhões de fãs espalhados pelo mundo, ele não deixou margem a dúvidas. Os gols, os passes, as inversões e a pontaria infalível atestam quem é o melhor jogador da atualidade.

O jogo contra o Bayern se arrastava em meio a trocas táticas de golpes. Raros lances agudos, embora o embate fosse movimentado. Muita marcação e vigilância sobre os que podem desequilibrar – Neymar, Müller, Suarez e ele, Messi.

Em certos momentos, a partida lembrava a morna luta entre Mayweather e Pacquiao no sábado passado. Muitos jabs e esquivas, poucos diretos. Caminhava para um 0 a 0 quando, de repente, eis que o talento se ergue e derrama luzes sobre a escuridão.

Messi, lançado por Daniel Alves, invade a área corta o beque para a direita e bate no canto esquerdo de Neuer, aos 32’. Três minutos depois,  com o Bayern ainda tonto, outro passe em profundidade encontra La Pulga quase no mesmo lugar de antes. Ele avança, finta Boateng e chuta, de cavadinha, para o fundo das redes. Um golaço.

Nos acréscimos, quando as comemorações estavam em andamento, Messi, infatigável, apanha bola no meio-campo, sobrevive a uma sarrafada e enxerga Neymar entre os zagueiros em linha. O passe sai milimétrico. Nem curto nem longo. Preciso.

O brasileiro arranca com a bola e, na saída do goleiro, bate rasteiro. Barça 3 a 0, num espaço de tempo inferior a 15 minutos. Incrível como o poderoso Bayern ruiu de maneira tão rápida depois de resistir por 77 minutos.

A façanha do time azul-grená só foi possível porque há um fora-de-série para estabelecer a diferença. O Bayern de Pep Guardiola é um timaço, difícil de ser vencido e cheio de alternativas. Mesmo sem Ribery e Robben, é um esquadrão temível.

Os 15 minutos de futebol em altíssimo nível que Messi impôs no segundo tempo demoliram as barreiras e fizeram o Bayern parecer um time como outro qualquer. Prova insofismável de que não há tática capaz de deter um grande craque.

Por tudo que tem feito em tão curto tempo, Messi está no patamar dos jogadores muito especiais. Há debates sem fim sobre as comparações, mas é razoável colocá-lo hoje ao lado de Platini, Ronaldo, Rivelino, Cruyff, Beckenbauer e Cristiano Ronaldo.

Precisa ainda lustrar esse portfólio com uma campanha irrepreensível em mundiais para poder se ombrear a Romário, Zidane e Maradona, todos heróis e vencedores de Copas. Alcançar Garrincha já é mais complicado, visto que Mané foi um anjo torto genial. Pelé, então, nem se fala…

Mas, por mais duro que seja para muitos, cabe reconhecer que esse argentino joga muita bola. Que tremendo privilégio é vê-lo em ação.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 07)

Timão perde pro Guarani e pro goleiro mão-de-alface