A diferença entre CR7 e Messi, segundo Kaká

Por Paulo Vinícius Coelho

A frase de Kaká publicada na revista Veja desta semana é precisa, milimétrica: “Messi é um gênio, Cristiano Ronaldo, uma máquina!” Em Portugal, há outras definições, como as que dão conta de que Crisitano Ronaldo é obstinado e isso fez dele o melhor jogador do mundo nas duas últimas temporadas. Eis o problema para o Real Madrid. Se Cristiano Ronaldo tem vantagens físicas indiscutíveis em comparação com outros jogadores, se é uma máquina de jogar futebol, seu corpo precisa estar absolutamente em dia. E não está.

A lesão muscular na coxa que faz a dor refletir em seu joelho incomoda há quase dois meses. Lembre-se de que não jogou em sua melhor forma físia nenhuma das duas partidas das semifinais contra o Bayern. Mesmo assim, clareou a jogada do gol da vitória em Madri e fez dois gols em Munique, seu 15o e 16o, recorde absoluto na história da Copa dos Campeões da Europa.

Sábado, em Lisboa, Cristiano Ronaldo pode alcançar outra façanha. Pode ser o primeiro jogador na história a fazer gols em duas finais diferentes por dois clubes distintos. Marcou pelo Manchester United em 2008, tem sede de marcar no estádio da Luz, na cidade onde iniciou a carreira profissional pelo Sporting, em 2002.

Cristiano Ronaldo é uma máquina: 50 gols em 46 jogos na temporada. No final da temporada, alcançou Luis Suárez e conquistou sua terceira Chuteira de Ouro de artilheiro da temporada européia — ganhou também em 2008 e 2011. E tem mais 17 assistências na temporada, o que vale dizer que participou de 67 dos 156 gols do Real Madrid, melhor ataque da Europa empatado com o Manchester City.

A questão é que a máquina precisa de manutenção nesta semana. Em forma, Cristiano Ronaldo pode ganhar a Liga dos Campeões na cidade onde começou a jogar.

Observações sobre uma entrevista “camarada”

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Por Paulo Nogueira

Ao ver a entrevista que Alberto Dines fez com João Roberto Marinho no seu Observatório de Imprensa, me lembrei, rindo, da ira que acometeu, aspas, o Globo quando Lula conversou com blogueiros.

O ponto do Globo é que Lula fizera uma “entrevista camarada”.

Pergunto: será que eles viram a entrevista de seu patrão? Pode haver entrevista mais “camarada”? Ou entrevista “camarada” só é um problema quando um inimigo a concede?

Não é uma entrevista exatamente nova. Foi feita há alguns meses, mas por algum motivo só agora ela foi assunto na internet.

É um tema complicado para mim. Dines foi um dos meus heróis no começo da carreira, o pioneiro da crítica da mídia no Brasil com seu Jornal dos Jornais aos domingos na Folha, na década de 1970.

Vi a entrevista inteira. Com dificuldade. Primeiro desisti, depois da apresentação bajuladora e dos sorrisos servis de Dines. (Lição número 1 de entrevista: não ria. Não aquiesça com a cabeça a cada resposta. Seja altivo.)

Depois decidi ir adiante, por motivos profissionais.

É, provavelmente, a pior coisa que Dines fez na carreira.

Dines simplesmente ignorou quanto a ditadura alavancou uma empresa que se resumia a um jornalzinho de segunda linha, O Globo, muito inferior ao Jornal do Brasil e ao Correio da Manhã, os grandes diários do Rio de Janeiro nos anos 1960.

A Globo virou grande ao receber, dos generais, uma tevê com a finalidade de apoiar a ditadura.

“Somos os maiores amigos do regime na imprensa”, dizia Roberto Marinho aos poderosos da ditadura quando lhes ia pedir favores e mamatas, conforme está registrado num livro que traz os papeis pessoais de Geisel.

Dines perde também uma chance inestimável de indagar uma coisa de João Roberto quando este se queixa dos “impostos pesados” que recaem sobre as empresas de mídia.

Se são pesados os impostos, como se explica que a família Marinho seja a mais rica do Brasil? Com o dinheiro da geleia de mocotó Colombo, que no passado fez parte dos negócios da família?

Dines serve o tempo todo de escada para João Roberto. Ele ouve, sem retrucar, que o Globo é “pluralista” porque publica articulistas de esquerda.

Pausa para rir.

Faça uma conta. Quantos colunistas conservadores as Organizações Globo têm em suas variadas mídias? Agora conte os colunistas progressitas.

Um para dez?

É a mesma defesa ridícula que a Folha faz de sua “pluralidade”. Para cada dez conservadores, a Folha abria um Saflatle, e isso dá direito a ela de se definir “plural”.

Dines, ao tocar na regulamentação, ouve sorrindo JRM dizer que os Estados Unidos erraram ao não permitir a concentração de mídia.

A entrevista já começa torta. Dines pergunta se a Globo não sente falta de concorrência.

Ora, a Globo é famosa por tentar exterminar de todas as formas a concorrência.

Adolfo Bloch, da Manchete, foi pedir ajuda a Roberto Marinho quando estava perto de quebrar. Depois de uma espera de horas na ante-sala de RM, Bloch foi despedido assim: “Passar bem.”

E quebrou.

Este é o amor à concorrência da Globo. Como você imagina que o Jornal do Brasil foi conduzido à morte depois que a Globo, com a televisão, ficou muito maior?

Agora mesmo, a Globo luta para complicar a vida do Google no Brasil porque é uma ameaça à sua receita publicitária.

Tudo bem, o Google declara o faturamente publicitário em paraísos fiscais, o que é péssimo para o Brasil. Mas e a Globo, que ela tem a dizer no capítulo da sonegação?

Cadê a Darf?

Dines, naturalmente, não fez esta pergunta.

Repito: lembrei o rigor do Globo em relação à “entrevista camarada” de Lula aos blogueiros.

Para o Globo, parece, “entrevista camarada” deve ser mais um monopólio da Globo.

(*) Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Logo mais tem Bate-Papo aqui no blog

Em fase de finalização a edição do Bate-Papo com Zeca Pirão, presidente do Remo, para postagem ainda hoje aqui no blog. Entrevista concedida ao baluarte Cláudio Santos. Aguardem.

Uma derrota dentro dos planos

Por Gerson Nogueira

A vitória do Salgueiro era o resultado normal e previsível, levando em conta que o Paissandu entrou com um time bastante desfalcado, claramente preocupado em apenas se defender. O jogo, apesar das limitações técnicas dos dois lados, foi movimentado e cheio de alternativas. No primeiro tempo, os donos da casa tiveram o controle das ações, tomaram a iniciativa, mas falharam na definição. Na etapa final, com mais força de ataque, o Salgueiro se impôs e estabeleceu a vantagem que o Papão não conseguiu reverter.
O Paissandu foi fiel executor do esquema habitual de Mazola Junior: duas linhas de defensores à espera da pressão do adversário para sair contra-atacando. O Salgueiro não caiu no truque. Apesar de ter mais posse de bola ao longo do primeiro tempo, explorava o lado direito de seu ataque, nas costas de Aírton. No ataque bicolor, Leandro Carvalho padecia da mesma solidão que faz de Lima uma vítima do esquema.
O primeiro gol salgueirense, em arremate perfeito de média distância, alterou o equilíbrio e a distribuição dos times em campo. Disposto a buscar a igualdade, o Paissandu passou a contar com Jô mais adiantado, criando algumas boas situações, mas sempre perdendo a batalha no meio-de-campo. A ausência de um organizador faz o time não saber como administrar a posse da bola e controlar o jogo.
A diferença entre um tempo e outro é que o técnico do Salgueiro percebeu que só poderia ter chance contra a sólida defesa armada por Mazola se povoasse mais o seu ataque. Lançou o grandalhão Kiros e passou a ter presença na área, forçando erros dos zagueiros, principalmente o estabanado Lacerda.
O Paissandu mostrava imensas dificuldades em conter a movimentação dos atacantes do Salgueiro, que brigavam muito e propiciavam espaços para os jogadores de aproximação. Em consequência disso, surgiu o segundo gol e a impressão de que o time pernambucano podia estabelecer uma vantagem mais dilatada.
Acontece que Mazola lançou Ruan e Rafael, dando ao time força ofensiva para incomodar os zagueiros do Salgueiro. Ruan, principalmente, mostrou agressividade e fez com que o Paissandu pela primeira vez na partida tivesse opções de jogadas aéreas no ataque. O gol, marcado por Ruan, fez o Papão ganhar confiança para tentar o empate.
Apesar do esforço final, não havia tempo para mudar a situação e o Salgueiro se defendia com correção. Nos contragolpes, teve pelo menos três chances de ampliar, embora Billy tenha desperdiçado uma chance preciosa para empatar, aos 46 minutos.
A opção por priorizar a decisão do returno do Parazão, poupando sete titulares, não provocou abalos na situação do Paissandu na classificação de seu grupo na Série C. O único perigo é a possível aproximação do ASA, que tem um jogo atrasado a cumprir com o CRB.

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Estreantes se destacam

Os destaques do Papão foram o zagueiro Rainier, que se saiu muito bem na estreia, apesar do desentrosamento com Lacerda. Ruan também deixou boa impressão, pela presença de área e capacidade de finalização. Pode vir a ser um forte parceiro de ataque para Lima. Ou uma boa sombra.
No meio, Marcos Paraná não conseguiu dar o dinamismo que a transição exige. Na esquerda, Jô exagerou nas quedas, tornando-se peça improdutiva. Leandro Carvalho, sozinho na direita, rendeu pouco e reabriu também a discussão sobre seu aproveitamento desde o começo das partidas.
Fiquei com a impressão de que Paulo Rafael falhou no primeiro gol do Salgueiro. Apesar do bom chute, bola pareceu defensável.

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Tour da Taça chega a Belém

Para quem torce de verdade pela Seleção e acredita que a Copa do Mundo será um sucesso, o Tour da Taça da Fifa aporta hoje na capital paraense. Durante 11 horas, de 9h às 20h, no espaço do São José Liberto (na praça Amazonas), o público pode ver e tirar fotos ao lado do troféu tão cobiçado pelo mundo do futebol.
O eterno craque Roberto Rivelino e o paraense Charles Guerreiro estarão presentes para recepcionar a torcida.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 20)

 

Limpeza é fundamental

Peréio (Paulo César) perdeu a namorada, sumiu das rodas no Antonio’s e refugiou-se no apartamento dele no Leblon. Ficou ainda mais abatido quando a moça reapareceu, mas era só pra pegar a vitrola e um LP do Roberto com “Eu voltei” numa das faixas.

Os amigos, preocupados, davam incertas. Antes de atender, o ator tomava uma ducha ligeira pras suas lágrimas esconder. 

Até que um desses amigos tranquilizou a turma de uma vez por todas: 

“Tudo bem com o Peréio, pessoal! Ele é o corno mais limpo da cidade.”

(via Palmério Dória)

Rock na madrugada – Bruce Springsteen/Eddie Vedder, Better Man

O passado é uma parada…

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Prefeito Odorico Paraguassú (Paulo Gracindo) cercado pelas irmãs Cajazeiras (Dorinha Duval, Ida Gomes e Dirce Miggliaccio) , na novela “O Bem-Amado”, de Dias Gomes. Sucesso nacional em 1973.

Capa do DIÁRIO, edição de terça-feira, 20

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