CBF desmente pedido para o Barça poupar Neymar

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Depois de uma notícia de que a CBF teria feito um pedido para que o atacante Neymar não jogasse pelo Barcelona no fim de semana, em partida decisiva do Campeonato Espanhol, a entidade desmentiu oficialmente qualquer solicitação para que o jogador fosse poupado. A informação, além de incorreta, é completamente oposta à orientação e ao pensamento dos integrantes da comissão técnica da Seleção Brasileira.

O técnico Luiz Felipe Scolari já declarou, repetidas vezes, que vê de forma positiva a participação de jogadores convocados para a Copa do Mundo em partidas finais dos seus respectivos campeonatos. Ao contrário, portanto, do que se noticiou, Felipão quer receber os convocados no dia 26 de maio na Granja Comary, em Teresópolis, com “ritmo de jogo apurado”. – Não só quero que eles joguem como que sejam campeões. Isso vai aumentar o moral deles, a autoestima, e com isso a Seleção Brasileira só tem a ganhar. Além de fazer com se apresentem em ritmo normal de jogo.

O chefe do departamento médico da Seleção Brasileira, José Luís Runco, também se manifestou sobre a notícia improcedente. Runco vem acompanhando atentamente a situação de Neymar, em contato permanente com departamento médico do Barcelona, e por isso não vê sentido na suposta vontade da comissão técnica de que o craque não atue no fim de semana.

– Essa é uma decisão que cabe exclusivamente ao clube. Em momento algum existiu preocupação com escalação do Neymar, até porque estamos cientes da sua recuperação e não há motivo algum para temer quer ele jogue. (De Imprensa CBF) 

Águia sob risco de perda de pontos na Série C

Por ter relacionado o jogador Tobias para o jogo de estreia na Série C contra o Paissandu, em Castanhal, o Águia de Marabá corre o risco de perder 3 pontos na competição. Há a suspeita de que Tobias estaria irregular, com seu nome não constando do BID. Caso seja denunciado, o time marabaense pode ser punido com a perda do dobro dos pontos em jogo. Como perdeu por 2 a 0, ainda seria penalizado com a supressão de 3 pontos. Não se sabe se a denúncia será formalizada ao STJD. (Com informações de Cláudio Santos) 

Um sopro de renovação no rock dos Titãs

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Por Jamari França

Acabei de ouvir o novo disco dos Titãs no site Tenho Mais Discos Que Amigos. Nheengatu podia ter o subtítulo de Cabeça Dinossauro 2. Uma porrada nos que dizem que os Titãs não estão mais com nada.Política e comportamento nas letras, guitarras esmerilhadas nas bases, vocais virulentos de Sergio Britto e Paulo Miklos. 13 faixas próprias e um cover de Canalha, de Walter Franco, entregue a Branco Mello, que não tem o punch vocal que a música exige. O berro raivoso “Canalha” ficou fraco, Sergio e Miklos deviam ter entrado pelo menos nessa hora.
Disco impecável, arranjos criativos e diferenciados para cada música. Na produção um cara com roquenrol nas veias, Rafael Ramos. Quando postei o release do disco há semanas houve comentários duvidosos sobre o resultado e comentei que bandas veteranas muitas vezes surpreendem com ótimos discos, mesmo que a produção média anterior seja fraca. Sacos Plásticos (2009) descaracterizou a banda pelas mãos de Rick Bonadio. Agora o bicho tá pegando. A banda raivosa que a gente vê ao vivo está inteira no disco.
Fardado fala da violência policial. Mensageiro da Desgraça dá palavra a um morador de rua (“Cansei da fome e do crack, da miséria e da cachaça. Cansei de ser humilhado, sou mensageiro da desgraça”). Cadáver sobre Cadáver dos dilemas da morte (“Morre quem merece e quem não merecia, quem viveu bem e quem sobrevivia, morre de fome, morre de anorexia!”). Quem São Os Animais fala de preconceito (“Te julgam pela cor da pele, pela roupa que veste. Te chamam de viado, te chama de macaco. Quem são os animais?”).
Não pode, com ecos de AA UU fala das proibições do dia a dia com o refrão “se não, não. Se sim, talvez”. Pedofilia dá a fala à vítima (“Ele disse ‘é o nosso segredo, ninguém precisa saber’. Sou nojo de mim”). Senhor, com ecos de Policia (é do mesmo autor, Toni Belotto) é meio uma oração (“Não me livre do medo, me livre da multa. Não me livre do desejo, me livre do medo. Não me livre da mentira, me livre do segredo”).
A Geração 80 deu voz à primeira geração jovem que emergiu da ditadura e respirou a liberdade. Cabeça Dinossauro foi o manifesto daquela Geração, um exame ácido das instituições e costumes do Brasil que ensaiava um renascimento. 28 anos depois, a Geração dos anos 00, já em sua segunda década, tem uma realidade dura pela frente, mas não tem uma voz consciente na música. Está seduzida pela pobreza de Luans e Gustavos, de Jorges e Matheus, de Thiaguinhos e Sorrisos Marotos, de Anitas e Valeskas. O sacode vem dos coroas da Geração 80. Será que vão ouvir ou todos estão surdos?

Carta aberta a Ney Matogrosso

Por Luiz Afonso Escosteguy

ney-matogrossoQuerido Ney,
Depois que passamos dos setenta anos, resta-nos pouco tempo de vida. Ao menos de vida útil.
Aproveite, então, para seguir cantando. E nada mais.
Claro que tens todo o direito de se manifestar sobre o Brasil. E deves!
O que não podes, até pela tua posição no cenário nacional, é sair por aí dizendo bobagens! Podes não acreditar, mas há uma grande quantidade de pessoas que saem repetindo as asneiras que disseste em Portugal. Assim como tens o direito de manifestação, não deverias, jamais, esquecer que tens o dever de bem orientar as pessoas que são tuas fãs.
Queres uma mentira dita por ti e por muita gente?
“Porque o governo brasileiro está gastando bilhões de reais para fazer esses estádios de futebol”.
És uma pessoa inteligente, que conseguiu sucesso pelos próprios méritos. Logo, deverias usar essa tua inteligência não para divulgar mentiras como essas, mas para ajudar a esclarecer que o governo não gastou com estádios.
Pelo jeito parece que foste influenciado pela grande mídia, interessada que é e por motivos político-econômicos, em acabar com um projeto que é um sucesso reconhecido no mundo inteiro. Ou vais me dizer que não viste o que disse o presidente do Banco Mundial. Ou o que dizem renomados economistas?
Procura te informar no lugar certo e verás a diferença entre financiamento e despesa. Ainda temos tempo de vida para aprender essas coisas.
Outra coisa, meu querido cantor: dizer que “Nos hospitais públicos, as pessoas estão sendo jogadas no chão” é cometer uma generalização do pior tipo, o tipo de quem nunca pisou em um hospital público e se aproveita – mais uma vez influenciado pela mídia – para retratar um país tendo um ou outro caso relatado.
Generalização não é artifício de gente inteligente, sabias?
Queres ver como o pecado da generalização pega gente “boba” como tu? Olha só o que dizes: “Nós somos o país que mais paga imposto no mundo”.
Queres que eu coloque os dados aqui para mostrar que, das duas uma: ou estás de má-fé, o que não acredito, ou muito, mas muito mal informado, pois até minha filha de oito anos já aprendeu que isso é uma mentira deslavada.
Outra coisa é dizer que talvez esse imposto seja mal aplicado. Mas olha que interessante: o país funciona! Somos a 6ª maior economia do mundo, temos a menor taxa de desemprego, fomos o terceiro em crescimento em 2013, à frente dos EUA inclusive.
Os serviços públicos são ruins? Na década que sequer tinhas noção de nada – a de 50 que citas como a melhor – o que tinha de melhor em relação a hoje? Que tal contribuir em vez de destruir? Vamos lá, diga aos brasileiros o que tinha de melhor na década de 50 e eu serei o primeiro a defender a volta aos velhos e bons tempos.
Temos corrupção “semanalmente, diariamente”? Querido: desliga a TV e para de ler jornal. São mais de 50.000 políticos eleitos que representam o povo em todo esse Brasil. Não poderias jamais generalizar, pois estás atingindo muita gente que é honesta e que trabalha em prol do povo. Inclusive os servidores públicos, milhões, que acreditam e trabalham por um Brasil para todos e não apenas para aqueles com os quais tens te informado.
Não somos o supra-sumo das nações? Não! Claro que não!
Mas deverias saber disso também: começamos a realmente fazer do Brasil uma nação há pouco tempo. Muito pouco mesmo. Diria que somente na década de 90 começamos os trabalhos de melhorar nossa vida.
E foi justamente quando a Constituição começou a brotar seus efeitos, sendo o principal deles a consciência da cidadania.
Mas veja que interessante (repito a expressão): consciência da cidadania é algo que só adquirimos quando não temos fome; quando não temos desemprego; quando não temos uma vida dedicada apenas à sobrevivência.
Mas essas coisas não fazem parte do teu cotidiano, né? Por isso criticas o Bolsa Família. Mas como teu fã, como cantor, te perdoo. Afinal, deves sempre estar mais preocupado com as tuas coisas e tuas apresentações e gravações do que com quem morre de fome, de sede, sem teto, ser terra, sem esperança para dar aos filhos… Fica tranquilo, te entendo.
Só não entendo essa tua falta de vontade de ajudar ou, em outras palavras, tua vontade de apenas criticar e generalizar, incorrendo nos mais básicos erros de afirmar mentiras por todos sabidas como tal.
Para finalizar, só te pediria uma coisa: te informa melhor sobre o Brasil. Saia um pouco dos palcos e da mídia que te sustenta e passe a dar entrevistas apontando soluções para os problemas que temos. E os temos de sobra, bem sabemos.
Um abraço de quem te curte há mais de 40 anos…
PS: continua só cantando, tá bom?