Lúcio Flávio é um dos “100 heróis da informação”

Por Alana Rodrigues, do Portal Imprensa

Lúcio Flávio Pinto é conhecido como representante do bom jornalismo em Belém do Pará. Ganhador de quatro prêmios Esso, ele tem mais de dez livros e coletâneas publicados sobre a Amazônia, uma de suas paixões. Formado em Sociologia, é jornalista profissional desde 1966. Passou por redações como o Correio da Manhã e O Estado de S.Paulo. Em 1988, fundou o Jornal Pessoal, publicação independente sobre a região amazônica.

lucioflaviookO alternativo é sustentado da venda avulsa em bancas e livrarias. Nele, Lúcio publica denúncias sobre empresários e nomes poderosos da região. A iniciativa gerou nada menos que 33 processos ao profissional, que mobilizou colegas da imprensa a criarem o manifesto “Somos todos Lúcio Flávio Pinto”, espaço dedicado à divulgação de ações e meio de solidariedade ao jornalista.

Na última terça-feira (29/4), Lúcio foi indicado como um dos “100 heróis da informação” pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), único brasileiro da lista que representa o bom combate em defesa da liberdade de expressão. Em entrevista à IMPRENSA, ele falou sobre a indicação, como conduz suas denúncias no jornal e o modo como avalia o cenário da liberdade de imprensa no país.

IMPRENSA: Como é estar na lista de um grupo de 100 jornalistas ao redor mundo que representam o combate em defesa da liberdade de expressão?
Lúcio Flávio Pinto: Um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim ao saber que eu estava na lista e que, de 65 países dos quais foram selecionados nomes, do Brasil apenas eu fui indicado. É uma responsabilidade enorme, uma honra e uma alegria, que atesta a preocupação dos dirigentes de RSF de vascular pelo mundo profissionais que estão em lugares remotos ou fora do eixo central de seus países. Mas também me dá uma tristeza muito grande. Os jornalistas brasileiros deviam refletir com coragem e profundidade sobre esse fato. Será que estamos deixando de lado os compromissos éticos, morais e políticos — mas não partidários, que constituem um compromisso negativo, mas em expansão — para apenas exercer a profissão? Será que não estamos contribuindo para que o país corrija suas inacreditáveis distorções e paradoxos, sobretudo a concentração da riqueza, a violência indiscriminada, a segregação social, o populismo educacional e cultural, a corrupção e outros itens mais, que todos os dias ocupam a agenda da imprensa sem provocar indignação?

O senhor enfrenta alguns processos na Justiça. Como é manter, com independência, um jornal que denuncia irregularidades na Amazônia?
Mesmo quando estava na grande imprensa, como correspondente em Belém de O Estado de S. Paulo, eu me sentia como se fora um correspondente de guerra. Tinha que cobrir a ação de pistoleiros profissionais, violências contra índios, conflitos de terra, destruição da natureza e temas de uma pauta internacional e, em e alguns casos, que remetiam a situações e condições primitivas. Ao romper com a grande imprensa, em 1989, e me dedicar integralmente ao Jornal Pessoal, decidi encarar todas as consequências de fazer jornalismo crítico, radical. Radical no sentido de pegar as coisas pela raiz e, como era a inscrição do primeiro jornal do Pará, dar nome tanto ao boi quanto ao ladrão. O critério da verdade é o da demonstração. E a inserção de material no jornal se orienta pela relevância social do assunto. Uma vez atendidas essas premissas, meu jornal publica suas matérias, sem se importar a quem doa ou o efeito sobre o jornalista. Para ter esse compromisso radical com a verdade, meu jornal não aceita publicidade nem mecenas. Vive da venda avulsa dos seus exemplares em bancas de revista e livrarias. É o leitor que decide sobre a continuidade do jornal – e isso não é apenas uma frase de efeito para uso do marketing.

Já pensou em parar de produzir o jornal?
Já pensei várias vezes e já tentei parar. Aliás, eu achava que o Jornal Pessoal ia durar pouco. Ele surgiu dois anos depois do fim do regime militar. E vivemos o mais longo período de democracia em toda história republicana do Brasil. Não há mais censura estatal. Mas se o JP parasse, muitas informações, análises e opiniões sumiriam do registro jornalístico. A razão é autocensura crescente e já galopante, a renúncia aos compromissos do ofício e à covardia de muitos jornalistas, que nem tentam a publicação de informações inconvenientes para o poder, nele compreendido desde o governo até a empresa, incluindo a jornalística. Meu jornal se especializou em publicar o que costuma não sair em nenhum outro órgão da imprensa.

Para o senhor, qual é a real situação da liberdade de imprensa no país?
Seu potencial é enorme, inclusive por causa do volume de circulação das informações. Mas há uma autolimitação, quase castração. É crescente o receio de perder posição na empresa, receio agravado pela multiplicação das firmas individuais, que passaram a ser exigidas pelas empresas para a contratação de profissionais, especialmente dos de maior conceito. Criou-se uma relação nova, com a transferência de encargos e responsabilidades para a empresa individual do jornalista, o que afeta a independência do profissional. Fechar uma empresa custa mais do que abri-la. E mantê-la em funcionamento requer estabilidade de rendimentos. Essa mudança foi nociva para a autonomia da imprensa.

O senhor esperava o apoio de colegas que criaram o movimento “Somos Todos Lúcio Flávio Pinto”? Houve algum resultado vindo dessa campanha?
Não esperava. Foi uma maravilhosa surpresa. O blog foi uma praça pública, que é do povo, como o céu é do condor. Sem o blog talvez eu não conseguisse mobilizar as 770 pessoas que doaram R$ 28 mil para pagar ao grileiro Cecílio do Rego Almeida pelo “crime” de ter provado que ele tentava se apropriar de terras no Pará com área equivalente à do Estado da Paraíba e duas vezes o território da Bélgica. Não quis mais recorrer na justiça por me convencer se que se tratava do mais indigno capítulo da perseguição que me tem sido movida pela via judicial.

* Com supervisão de Vanessa Gonçalves.

Enquanto isso, no país da Copa…

palhacada

Por Fernando Brito

É inacreditável a denúncia do Jornal GGN de que o agente policial federal Danilo Balas treina tiros numa caricatura da Presidenta Dilma Rousseff. Mais inacreditável que, até agora, seus chefes imediatos, o superintendente da Polícia Federal, o diretor da Polícia Federal e o ministro da Justiça não tenham tomado uma providência digna deste nome.
A menos que seja alguém que se faça passar por ele, é o agente Danilo Mascarenhas Balas, que ingressou em 2005 na PF, depois de ter sido policial militar em São Paulo. Há dois anos, foi autorizado pelo Ministro José Eduardo Cardoso a passar três meses em Londres, num curso, continuando a receber seus vencimentos.
Curso com algumas boas folgas, que lhe permitiram inclusive curtir a famosa Ilha de Santorini, na Grécia, em lua-de-mel com outra agente federal brasileira, igualmente liberada para participar de curso, na mesma data.
E a menos que ele tenho recursos para pagar um caríssimo stand de tiro, Daniel fez suas ‘gracinhas” em um stand da Polícia Federal, o que pode ser verificado pela foto que ele próprio postou. O agente está em plena campanha política, disputando um cargo de deputado estadual pelo Partido Ecológico Nacional. E resolveu fazer seu “marketing” terrorista.
O sr. Balas tem o direito de ter as opiniões que quiser, o partido que quiser e candidatar-se ao que quiser. Mas não se promovendo por estes meios.
Imagine que um policial mineiro divulgasse fotos onde usasse como alvo para suas balas o senador Aécio Neves.
Ou um agente policial de Pernambuco fazendo o mesmo com o governador Eduardo Campos.
Não estariam punidos administrativamente a esta hora, com o apoio de todos que entendem que as instituições armadas estão obrigadas a dar-se ao respeito e a não transigir com este tipo de atitude?
Mas com a Presidente da República, pode, não é, Dr. José Eduardo Cardoso?

Imagine um zé ruela fazendo isso com o Obama lá nos States. Tidizê…

Artilheiro vai pro jogo em Alagoas

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Sem Pablo, suspenso, e Ricardo Capanema, cortado por motivo disciplinar, o Paissandu está a caminho de Alagoas para enfrentar o CRB neste sábado (3), às 19h, no estádio Gerson Amaral (de portões fechados), em Coruripe, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Série C. O corte do nome de Capanema da delegação foi determinado pelo técnico Mazola Junior, depois que o volante faltou a mais um treino e não participou do apronto final da equipe para o jogo. Já o artilheiro Lima (foto) sentiu lesão muscular e chegou a ser avaliado como fora do jogo, mas se recuperou a tempo.

Em seu lugar vai Murilo, ex-sub-20. Nem o técnico, nem a diretoria se pronunciou sobre o desligamento de Capanema, mas no próprio clube especula-se que o motivo de sua ausência teria sido uma festa na quarta-feira à noite. Como o jogador tem sido constantemente advertido por falhas disciplinares, o corte não chegou a ser uma surpresa. Para o gol, Mazola deve manter Paulo Rafael como titular.

Os jogadores recém-contratados para a Série C, Reniê e Rafael Tavares, continuam em Belém cuidando do condicionamento físico. Segundo informações do clube, os dois só poderão atuar depois da Copa do Mundo. A boa notícia é que Mazola poderá contar com Charles, que cumpriu suspensão no último jogo e volta ao time.

A frase do dia

“Quem escala é o treinador. Jogador tem que jogar. Substituí porque, comigo, ele não deu ainda um chute a gol. Não deu passe, nem assistência. Antes de reclamar, tem que jogar. Ninguém faz futebol sozinho”.

De Levir Culpi, técnico do Atlético-MG, sobre críticas de Diego Tardelli, depois de ser substituído diante do Atlético Nacional.