Com dificuldades, Papão avança

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Por Gerson Nogueira

unnamed (50)Contra um Sport desfigurado – até no uniforme –, o Paissandu fez valer o mando e ganhou por 2 a 1, com certa dificuldade. Nos últimos jogos, por sinal, o time vem se notabilizando por essa férrea disciplina caseira. Do visitante pode-se dizer que não foi uma atuação de quem está desinteressado na Copa do Brasil, muito pelo contrário.
Os reservas do rubro-negro pernambucano se entregaram ao jogo com aplicação, apetite para as divididas e, no segundo tempo, criaram vários momentos de desassossego para a defesa alviceleste. O entusiasmo só arrefeceu depois do belo gol de Marcos Paraná, mas de maneira geral o Sport B deixou boa impressão.
No Papão, além da vitória, destaque para a dedicação tática dos jogadores ao esquema desenhado por Mazola Júnior, que não muda jamais de feição, mesmo que o adversário seja o Bayern de Munique. Como todos já assimilaram a proposta do técnico, tudo fica mais ou menos fácil de ser executado.
Nesse contexto, Augusto Recife pontifica como o homem do passe. É o mais lúcido dos volantes, o único capaz de executar lançamentos de 30 metros, como no lance do gol de Paraná no segundo tempo. De sua visão no meio-campo depende muito a objetividade que o time precisa ter quando é dono da posse de bola.

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Fica óbvio que os problemas crônicos de qualidade do elenco atrapalham o Papão. O esquema feijão-com-arroz de Mazola dá pro gasto e disfarça as deficiências, mas é inegável que alguns setores carecem de reforços urgentes.
A questão mais séria está no comando de ataque. Lima permanece isolado na frente. Nenhum time pode abrir mão de um jogador com tamanho potencial de definição. Felizmente, Pikachu compensa a situação, marcando gols importantes, como o que inaugurou o placar ontem. Com Leandro Carvalho e Marcos Paraná, o Papão deu forças ao ataque e chegou à vitória, mas a solidão de Lima preocupa.
Um cochilo da zaga, cujo sustentáculo é Charles, permitiu um gol que pode complicar as coisas na volta (a 27 de julho).

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Série D: Remo já avalia os prejuízos
A Série D 2014, marcada para começar no dia 20 de julho, traz de cara um tremendo problema para o Remo, que tanto batalhou para voltar à competição. Por força de punições da Justiça Desportiva, o clube terá que mandar quatro jogos longe de sua torcida e das arrecadações tão importantes para sua sobrevivência.
Na chave A2 do torneio, contra adversários confirmados ontem pela CBF – Moto Clube, Interporto-TO, Guarani de Sobral-CE e o representante piauiense (River ou Piauí) –, o Leão se dedica a buscar um local para promover seus jogos na primeira fase. Parauapebas, Cametá, Abaetetuba, Mãe do Rio e até Macapá estão entre as cidades cotadas.
Independentemente da praça escolhida, uma coisa já é certa: o Remo terá um começo de Série D extremamente deficitário, com baixa expectativa quanto a rendas. Em Belém, no estádio Jornalista Edgar Proença ou no Evandro Almeida, o clube teria em quatro jogos um lucro em torno de R$ 2 milhões.
Os baderneiros de sempre, responsáveis pelas arruaças que causaram a punição ao clube, devem estar festejando entusiasticamente. Parabéns aos envolvidos. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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Pingos nos ii

Na coluna de quarta-feira, cometi um deslize. Atribuí ao Paissandu o bicampeonato estadual. Consegui descontentar de uma tacada só torcedores do Cametá e do Remo. Os cametaenses reclamaram porque são os campeões estaduais de 2012. Já os azulinos porque, de certa forma, foi como se o título de 2014 já tivesse dono. O escriba se desculpa com ambas as torcidas.

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Dia mundial dos mentecaptos

Poucas vezes o mundo civilizado foi apresentado a um estrupício maior que este tal “Dia Mundial contra a Copa do Mundo”.
A burrice, alguém já disse, não tem mesmo limites.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 16)

18 comentários em “Com dificuldades, Papão avança

  1. Ainda bem que o maior do norte venceu o “desfigurado” sport, pois este time é muitíssimo melhor que o melhor combinado da seleção paraense…Wendel, Pascoa e Felipe Menezes até outro dia eram titulares em vários clubes. Só um lembrete a camisa verde é homenagem ao México time que jogará na Veneza Brasileira e tenho dito.

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  2. Vendo a qualidade deste time reserva do Sport é que se pode ter a dimensão da AJUDA que o listrado obteve para prosseguir na competição. Afinal, se os reservas jogam o que jogam, avalie os titulares.

    Mas, segundo creio, uma coisa é preciso ser dita: ontem o técnico bicóla mostrou que, quando quer, tem alternativas mais impetuosas de armação de seu esquema.

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  3. Amigo Antônio Oliveira,

    Mazola ja experimentou essas variações no jogo contra o ASA (Ele entrou com Jô e Lima na frente e Airton na lateral), inclusive realizando as mesmas modificações no decorrer do jogo (Paraná e Carvalho), no entanto, não funcionou a contento devido aos espaços que o PSC proporcionou ao time adversário.

    No jogo de ontem o PSC também deu espaço para o adversário, de modo especial na área vigiada por Djalma, mas conseguiu diminuir o ímpeto do Sport ao reter a bola (coisa que não conseguiu contra o ASA).

    Penso que a tendência do PSC é jogar com dois atacantes (Lima e Ruan), com Bruninho e Yago jogando de laterais avançados, no meio provavelmente teremos Djalma, Recife e Zé Antônio e a zaga será composta por Vanderson, João Paulo e Charles.

    Pe

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  4. Gostei do grupo de Remo e espero que o jogo em Sobral seja em um final de semana, para matar a saudade do time.

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  5. Amigo Celira, apesar da péssima transmissão oferecida pela minha operadora de tv, eu também assisti o jogo do listrado contra o ASA. E do que estou falando aqui é menos da escalação propriamente dita, mas, sim, da liberdade que me parece foi conferida aos escalados ontem, liberdade esta que lhes permitiu imprimir uma dinâmica diferente daquela impressa no jogo da série c.

    Ontem, enfrentando um time mais forte e mais qualificado que o ASA NÃO me pareceu que o time se movimentava com o freio de estacionamento acionado, com uma cautela que, de tão excessiva, ao invés de conter o adversário, cada vez mais perigosamente o atraía para as proximidades da meta do Paulo Rafael.

    Interessante que ontem, enfrentando um time o qual, volto a dizer, é mais forte e qualificado que o ASA, o mesmo time listrado, inclusive, como você diz, com as mesmas alterações, se mostrou bem mais à de atuar assim com um menor grau de cautela, ou, dito de outro modo, com um maior grau de impetuosidade, contando pra isso com um mais eficiente trabalho de retenção da bola.

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  6. Considero extremamente otimista a previsão de ” 2 milhões de lucro” se os jogos do remo fossem em Belém, para isso teria que se arrecadar em torno de 4 milhões nos quatro jogos, isto é, 1 milhão por jogo. Convenhamos, muito difícil! considerando-se que a torcida blue, só ao estádio com ingressos de 1,99.
    O Mazola continua insistindo com o Zé Antônio, o cabra marca com os olhos e erra 99 % dos passes.
    Os Galinhas Blues devem estar com os olhos apertados com esse grupo da D, tá pegando preto!

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  7. Amigo Antônio Oliveira,

    A formatação do time, em que pese a qualidade da transmissão e da localização das câmeras, era a mesma, deste modo, penso que Jô, Lima e C&A gozavam da mesma liberdade no jogo contra o ASA.

    Para mim, a grande diferença está no comportamento do time adversário. O Sport saiu para o jogo. Permitindo que o PSC jogasse. O ASA veio, principalmente no primeiro tempo, exclusivamente para defender-se e não deixar jogar. Talvez por isso, o jogo de ontem, em termos de qualidade, foi bem superior ao jogo contra o ASA.

    Em síntese, penso que jogos (em termos técnicos e táticos) como contra o ASA sejam a “recorrência” na série C… Muita vontade e pouco técnica…

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  8. Não vejo lógica em comparar as formas de atuar nas duas competições. Na série C os jogos serão sempre truncados pois ninguém quer perder ponto dentro de casa. Os adversários que enfrentarão o Paysandú jogarão com a cautelo máxima acionada e só sairão na boa, isto é lógico.
    Já, na partida de ontem, o time B do Sport é indiscutivelmente superior ao Paysandú, eles dominaram grande parte do jogo e possuem um toque de bola bem mais refinado e quando aumentavam o ritmo criavam sérios problemas para a defesa bicolor.
    De qualquer forma, mesmo com uma pequena vantagem para o próximo jogo, gostei da postura do time que não se entregou e continuou lutando até conseguir a virada.
    Temos problemas nos passes, erros em demasia, o isolamento do Lima no ataque e ontem o Djalma ficou preso e errando demais na marcação.
    O gol do time pernambucano saiu de uma parada total do time que ficou olhando os caras irem tocando até fazer o gol, não pode!
    Mas em uma análise mais fria, se tivermos o cérebro no meio campo certamente teremos resultados mais convincentes no futuro.
    No geral gostei da atuação, e para a série C temos muito o que ajeitar!

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  9. Quanto ao time B do Sport achei um time com bom toque de bola e peças que se encaixariam como luva neste time do Papão, mas o universo salarial é abismal se comparado ao time de Belém.
    Porém, se o Paysandú fosse mais rápido na transição defesa, meio e ataque o placar seria outro.

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  10. Ontem assisti o Princesa de Solimões contra o Santos, o gol contra do tal He-man foi uma ducha de água fria sobre o time amazonense que se portou muito bem apesar do escore 4 x 2!
    Lá existem uns dois nomes que seriam bem vindo à Curuzu, mas como os olhos da turma é só para o Sul-sudeste do país…

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  11. Miguel, o que você falou, ratifica o que eu falei. A postura do ASA e a postura do Sport eram distintas (em virtude da competição e da qualidade das equipes), enquanto, o primeiro não queria perder e o segundo veio para ganhar… simples, porém longe de ser simplório.

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  12. Miguel, é preciso destacar que o Princesa, aquele que alguns torcedores do rival chamaram de equipe peladeira devido a goleada imposta pelo Maior do Norte (como se o Naça fosse melhor do que o Princesa), foi bastante elogiado na ESPN pela sua organização tática.

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  13. O mal dos técnicos da dupla RE-PA é que eles geralmente gostam de uma panelinha e costumam prejudicar os jogadores regionais, em detrimento dos forasteiros. O tal do Roberto Fernandes, pasmem, já está ensaiando escalar o Rech de volante e não dá uma oportunidade sequer para o Ilailson.

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  14. Amigo Luís, acho que você se refere, nos dias de hoje ao Roberto Fernando, pois no Paysandú, o Mazola tem trabalhado e prestigiado os meninos da base bicolor e quando é para puxar a orelha ele puxa mesmo e com razão.

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  15. Celira, meu amigo,

    Você com toda a procedência diz que o ASA se retraiu muito no jogo anterior.

    Mas, minha opinião é que além do retraimento do ASA, também, e principalmente, houve a falta de volúpia ,o excesso de cautela do bicóla. A preocupação exacerbada com o aspecto defensivo lhe retirou a atitude voltada ao ataque.

    O ASA se retrancou e o bicóla não propôs ofensividade ao jogo como é natural que façam os times que jogam em seus próprios domínios e tem um time ao menos do mesmo nível técnico do visitante retrancado.

    E a armação com três volantes com recomendação expressa para que um dos atacantes proteja a ala esquerda constitui evidência, senão prova, de que não houve liberdade tática para os jogadores listrados.

    Além do que não se pode olvidar que no último quarto do jogo, o ASA se lançou destemidamente ao ataque buscando ao menos o empate, e, consequentemente, deu o espaço que não havia no início, e mesmo assim, a conduta listrada se manteve inalterada, recolhida, retraída. Aliás, neste período do jogo o bicóla se recolheu mais ainda.

    Enfim, me parece que da vontade, da disposição, da entrega, nenhum time pode abrir mão, qualquer que seja a competição que esteja disputando, mas, que além disso, a melhora técnico-tática deve ser perseguida sempre, máxime quando existe potencial. E o jogo de ontem mostrou que este potencial parece que existe, independentemente da competição e do adversário, inclusive da parte do treinador.

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  16. Antônio Oliveira, eu também vejo potencial no PSC. Inclusive escrevi isso nos comentários do jogo (quando cheguei do Mangueirão). Mas penso que o fato das competições serem distintas faz uma grande diferença no comportamento tático e técnico. Talvez por isso, o PSC tenha se portado diferente nos jogos citados… Agora, se é para o bem do Papão, torço que sua opinião sobressai diante da minha.

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  17. Não, mas não precisa tanto não, Celira. Tomara que eu esteja errado e que a confirmação do meu erro venha logo na decisão do segundo turno do paraense.

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