Bate-papo no boteco virtual – PSC x Interporto

Copa Verde 2018 – 1ª fase

Paissandu x Interporto-TO – estádio da Curuzu, 19h30

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Na Rádio Clube, Guilherme Guerreiro narra; João Cunha comenta. Reportagens – Dinho Menezes, Mauro Borges, Carlos Estádio e Giuseppe Tommaso. Banco de Informações – Adilson Brasil

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Clubes negociam para que prêmio do Brasileiro seja maior que a inflação

Por Marcel Rizzo, no UOL

A reunião entre a direção da CBF e os clubes em 5 de fevereiro que decidiu, por exemplo, a não utilização do árbitro de vídeo na edição 2018 do Brasileiro também tratou de valores de premiação da competição. A preocupação dos participantes é que a confederação mantenha para esse ano o aumento com base na inflação. O bônus em dinheiro dado aos melhores times da Série A é atrelado ao contrato de televisionamento, apesar de para esse campeonato os clubes negociarem diretamente com as emissoras de TV.

A bolada será a maior a partir de 2019, quando novos acordos serão fechados, inclusive com a concorrência do Esporte Interativo com o Grupo Globo para TV fechada. Portanto um acréscimo significativo como o que houve em 2018 na Copa do Brasil, que pagará mais de R$ 68 milhões ao campeão, maior premiação de um torneio de futebol na América do Sul, só ocorrerá no Brasileiro a partir do ano que vem.

Por isso os clubes na reunião já começaram a tratar do assunto para evitar aumento em 2018 baseado apenas na inflação. O Corinthians, campeão da Série A no ano passado, recebeu R$ 18 milhões. Foi um reajuste de pouco menos de 6% referente ao o que o Palmeiras, vencedor em 2016, embolsou (R$ 17 milhões). O aumento foi menor do que a inflação registrada há dois anos, de 6,29%.

A inflação de 2017, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi de 2,95%. Se o acréscimo no prêmio do campeão do Brasileiro for baseado nessa porcentagem será de pouco mais de R$ 500 mil, ou seja, iria para R$ 18,5 milhões. Os clubes gostariam que o campeão recebesse algo na casa dos R$ 20 milhões (aumento de 11%).

Parece muito, se comparado aos 6% de 2016 para 2017, mas é pouco se levando em conta, por exemplo, o acréscimo de 2015 para 2016, quando saltou de R$ 10 milhões para R$ 17 milhões (70% a mais). De 2014 para 2015, quando pulou de R$ 9 milhões para R$ 10 milhões, o aumento foi dos mesmos 11% que se pleiteia agora (entre 2012 e 2014 o prêmio ao melhor time foi congelado em R$ 9 milhões).

Uma decisão quanto a esse valor só deve ser tomada mais ao fim da Série A, entre setembro e outubro.

Leão, mesmo sob descrença geral, acredita em vitória sobre o Inter

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Depois do tropeço em Bragança, a palavra de ordem no Remo é buscar a vitória sobre o Internacional, pela Copa do Brasil, nesta quarta-feira, em Belém. O discurso confiante de jogadores e dirigentes, porém, não encontra eco junto à torcida, que segue descrente em relação ao time. Na cabeça da exigente galera remista, o Leão tem um time limitado e a vitória seria considerada quase uma ‘zebra’. O técnico Ney da Matta terá a volta dos jogadores poupados contra o Bragantino.

O time considerado titular tem a seguinte escalação: Vinícius; Levy, Mimica, Bruno Maia e Esquerdinha (Jefferson Recife); Leandro Brasília, Felipe Recife (Geandro), Fernandes e Adenilson (Rodriguinho); Isac e Elielton. Jayme é a única baixa, entregue ao departamento médico após lesão sofrida em Bragança.

Acontece que, na atual edição da Copa do Brasil, poucos favoritos deslancharam no torneio, mesmo jogando contra equipes consideradas muito inferiores. Mais de 10 grandes clubes só avançaram à segunda fase utilizando a vantagem do empate, como o próprio Internacional (RS), que ficou no 1 a 1 com o Boavista (RJ). Pelo critério de desempate na 2ª fase, em caso de empate no Mangueirão, a disputa irá para os pênaltis.

Alguns resultados surpreendentes embalam o otimismo discreto da comissão técnica azulina. É o caso da virada do Aparecidense sobre o Botafogo, por 2 a 1. Para o técnico Ney da Matta, a obrigação do Remo é entrar para vencer. “Vejo que nossa equipe está melhorando. Alguns detalhes faltam para que o encaixe fique do jeito que o futebol pede. A finalização também precisa de mais carinho. Vamos nos preparar. É um time (Internacional-RS) que será o favorito, mas temos qualidade e capacidade para competir de igual para igual”, analisou, em clara discordância das críticas que a imprensa esportiva e a torcida fazem ao time.

Outro fator a ser considerado, embora em condições relativas, são os desfalques do Inter – o goleiro Danilo Fernandes e o artilheiro Willian Pottker. Serão substituídos por Marcelo Lomba e Nico López. “É uma partida importante para a gente e só temos que buscar a nossa classificação. O time deles é forte, mas aqui temos que nos impor. Temos a vantagem de jogar em casa e vamos capitalizar isso”, observou o meia azulino Adenilson.

O jogo Remo x Inter terá transmissão nacional pelo canal fechado e começa às 19h30, no estádio Jornalista Edgar Proença. 

Sequestro de Medina e outras peripécias de Angorá

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Do Tijolaço

Se fosse para ter intervenção no Estado, ela deveria ter ocorrido há mais ou menos 30 anos, quando Moreira Franco era o governador (…) porque um dos casos de maior repercussão do crime organizado do Rio foi o sequestro do publicitário Roberto Medina, foi urdido, tramado, gestado e nascido dentro do Palácio Guanabara”.

A afirmação é de Eucimar Oliveira, um dos jornalistas de mais bem sucedida carreira no Rio de Janeiro – não em ordem de importãncia, foi meu editor na Última Hora, modernizou o jornal O Dia e criou o Extra, do grupo Globo – em  uma entrevista imperdível à Rádio Trianon, de São Paulo, recolhida pelo Toda Palavra. Ele recorda o envolvimento de Nazareno Tavares, então personal trainer de Moreira Franco, condenado pelo crime e, depois, executado misteriosamente. Eucimar lembra também do encontro de Moreira com banqueiros do bicho, em pleno palácio e com a afetuosa troca de abraços com Carlinhos Maracanã, um dos chefes do jogo do bicho e Anísio Abraão David, registrado nesta foto do Jornal do Brasil de 6 de janeiro de 1991.

Leia o texto e, querendo, confira o áudio da entrevista:

Em entrevista à Rádio Trianon, de São Paulo (AM 740), o jornalista Eucimar Oliveira, um dos nomes mais respeitados da imprensa carioca, criticou a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, decretada por Michel Temer. Para ele, os verdadeiros motivos para uma intervenção existiram há 30 anos, quando o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, governava o Estado do Rio de Janeiro.

Naquela época, lembrou Eucimar, Moreira era visto em confraternizações com representantes da cúpula da contravenção, como os bicheiros Carlinhos Maracanã e Anízio Abraão David. O jornalista lembrou que o sequestro do empresário Roberto Medina, ocorrido em 1990, teria sido tramado dentro do Palácio Guanabara pelo personal trainer de Moreira, Nazareno Barbosa Tavares, um dos condenados pelo crime.

Nazareno – que foi líder do Comando Vermelho – chegou a ser nomeado por Moreira para o Tribunal de Contas. Quando foi detido pelo sequestro de Medina, seu advogado, Wilson Siston, tentou convocar Moreira Franco, o irmão e um ladrão de carros chamado José Carlos de Carvalho, o “Carlinhos Gordo”, para depor. A juíza Denise Rolins Faria indeferiu o pedido, alegando que se tratava de “pura especulação”. Segundo o Jornal do Brasil, Wilson sustentava que o depoimento de Carlinhos iria explicar “as ligações com Nazareno e mostrar que ambos frequentavam o Palácio Guanabara, tendo o ladrão de carros conseguido entrar na folha de pagamento do estado”. Nazareno estava em liberdade condicional quando foi executado com um tiro na nuca em 1997, em um posto de gasolina, depois de abordado por dois homens que estavam em uma moto. Pouco antes havia prometido, numa entrevista, escrever um livro sobre o envolvimento de políticos e empresários em negócios ilícitos. A polícia nunca encontrou os assassinos.(…)

Que beleza, não é?

“Se você é negro…”: o vídeo com dicas de sobrevivência à intervenção no Rio

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Por Gil Alessi, no El País

Se você é negro, preste atenção nisso que vamos falar (…) evite sair de casa em altas horas (…), leve o cupom fiscal de equipamentos caros e nunca ande sozinho”. As frases, que remetem ao cotidiano em um regime racista de exceção, fazem parte do vídeo Intervenção no Rio: como sobreviver a uma abordagem indevida, do jornalista Edu Carvalho, do site Faveladarocinha.com, e dos youtubers Spartakus Santiago e AD Junior. Publicado dias após o presidente Michel Temer anunciar que a segurança pública e o sistema prisional do terceiro Estado mais populoso do país ficará a cargo dos militares, o vídeo revela a triste realidade de quem corre o risco de ser morto pela polícia – ou pelo Exército – até mesmo por segurar uma furadeira.

m um dos trechos do vídeo de pouco mais de três minutos, Santiago pede que “em lugares públicos, evite o uso de furadeira ou guarda-chuva longo. Parece bobagem mas muitas pessoas olham isso de longe e pensam que são armas de fogo. Prefira guarda-chuvas pequenos que podem ser dobrados e guardados em uma bolsa”. Não é bobagem mesmo. Em uma manhã de maio de 2010 um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro assassinou com tiro de fuzil o fiscal de supermercados Hélio Ribeiro, de 46 anos, morador do Morro do Andaraí, na zona norte da capital. Ele estava na laje de sua casa prendendo uma lona com uma furadeira. À época, o capitão Ivan Blaz, porta-voz do Bope, afirmou que “o policial está transtornado psicologicamente”, e disse “lamentar demais o fato, uma vez que o policial tem uma carreira ilibada e ocorreu um fato infeliz”. Posteriormente o cabo Leonardo Albarello, autor do disparo, foi absolvido pela Justiça.

“Em caso de abordagem não faça movimentos bruscos e não afronte os agentes. Se for pegar algo na bolsa, peça permissão para o policial”, explica AD Junior em outro trecho do vídeo. Mais uma vez a dica de segurança está firmemente ancorada na realidade: o produtor de eventos Luis Guilherme dos Santos, de apenas 18 anos, foi morto pela polícia em Nova Iguaçu, região da baixada fluminense, em 4 de janeiro deste ano. Ele estava em um caminhão da empresa na qual trabalhava quando foi abordado. Ao descer do veículo sua mochila caiu no chão. Santos se abaixou para pegá-la, e isso bastou para que fosse alvejado pelas costas – na cabeça, abdômen e ombro.

Os autores do vídeo apostam na tecnologia como uma ferramenta – e aliada – para que os negros sobrevivam às abordagens. “Não deixe de andar com celular, com a bateria sempre carregada. Com ele você consegue fazer não só as ligações, mas também as gravações, e compartilhar a sua localização com amigos pelo whatsapp ou Facebook”, diz Carvalho. Ele também encoraja alguém que seja parado pela polícia ou pelo Exército a gravar a abordagem com o telefone. “Tente gravar o máximo de coisas. Data, local, vítimas, testemunhas… Com o celular na horizontal”, afirma. O jornalista também destaca que sem a autorização de um juiz, “ninguém pode olhar seu celular”.

O vídeo, apesar de lançado dias depois do anúncio da intervenção militar no Rio, vale para qualquer época do ano, com ou sem Exército, em praticamente qualquer grande cidade brasileira onde a população negra é mais vulnerável. Por fim, o vídeo traz um lembrete importante. “Não leve pinho sol ou água sanitária dentro de sua mochila ou bolsa”. O trecho faz uma menção ao ocorrido com o catador de materiais recicláveis Rafael Braga, que amargou anos de prisão após ser detido em junho de 2013 portando uma garrafa de desinfetante. Segundo o Ministério Público, ele iria utilizar o material para fazer coquetéis Molotov. Foi condenado a quatro anos e oito meses em regime fechado.