Na briga entre Folha de S.Paulo e Facebook quem ganha somos nós

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Por Luiz Cesar Pimentel, no Linkedin

Quando digo nós refiro-me a quem não trabalha nem em um nem noutro.

Melhor contextualizar.

O jornal de maior circulação do país, a Folha, deixou de publicar conteúdo na maior rede social do mundo, o Facebook.

Num primeiro momento a análise superficial apontaria que é uma atitude do jornal de “fazer conteúdo de qualidade tem custo, e vocês querem este de graça e ainda monetizar sobre ele? Aqui, ó! (e um gesto de banana no ar)”.

Indícios para tanto não faltam, já que o Facebook apostou fortemente nos últimos anos em conteúdo de terceiros para gerar tráfego. Criou até uma ferramenta de publicação de conteúdo para os produtores para facilitar isso, o Instant Articles (onde quem produzia tinha facilidade ampliada para subir o material na rede e era até beneficiado em exposição por isso).

Aí veio a guerra contra Fake News, que era inevitável. Afinal basta fazer uma conta reversa: o que gera mais tráfego? Boataria. O que as pessoas mais buscam na Internet? Atenção (também conhecido como tráfego). Logo, entre a realidade e a ficção, publique a ficção (já dizia o sábio Billy Wilder no seu estupendo A Montanha dos Sete Abutres).

Mas voltemos ao tópico deste post. A quem se beneficia nesta briga.

O motivo alegado pela Folha é mais que justificável. Esbarra, claro, na monetização do conteúdo mas alveja algo que é tremendamente perigoso em mundo que caminha para as redes sociais monopolizando o fluxo de informações.

Não é segredo que o sucesso do Facebook e de outras redes reside em trabalhar algoritmos para criar em torno das pessoas um ecossistema confortável. Só que essa zona de conforto é muito prejudicial quando tratamos da função primária da informação, que é a conscientização.

Algoritmos criam, assim, bolhas de “amigos” à sua volta baseado em pessoas que agem, tem os mesmos gostos e pensam como você.

Ops, releia o terceiro ponto da frase. Pessoas que “pensam como você”.

Não é preciso nível elevado de dedução para saber que a certeza de que tudo o que é dito e será aplaudido parirá pequenos monstros extremistas em universo em que as pessoas buscam desesperadamente por atenção (e aplausos. Tem até emoticon de aplauso, né?).

A situação caminha/va para uma polarização que esvazia o saudável debate. E mais: o respeito pela opinião contrária.

Desde muito cedo decidi que nunca discutiria polêmicas por redes sociais justamente por isso, porque quero ouvir e entender o ponto de vista do outro sem necessariamente atirar pedras nos contrários ou diversos.

Estou quebrando essa minha regra agora, neste texto. Mas é por uma razão nobre.

(*) Head de conteúdo e estratégia de Comunicação

Papão apresenta o reforço britânico

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A diretoria do Paissandu apresentou ontem o seu mais novo e inesperado reforço: o meia inglês Ryan Williams, 26, que foi apresentado aos jornalistas no estádio da Curuzu. O atleta já estava em treinamentos no clube e tenta se recondicionar após uma lesão que o deixou fora dos gramados por seis meses.

Ryan Williams é oriundo da cidade inglesa de Barnsley e atuou em equipes como Fulham, Portsmouth, Gilligham, Oxford United e Barnsley, além do futebol do Canadá. Ao lado do tradutor Maurício Paes (foto acima), o atleta respondeu as perguntas dos jornalistas presentes na coletiva. Será uma experiência curiosa para a própria mídia esportiva local.

No primeiro contato com os jornalistas, Ryan mostrou que entende de marketing. Disse que gosta muito do futebol sul-americano e caiu de amores pelo Papão quando viu a vitória sobre o Boca (Libertadores 2003) pela TV. “Tinha propostas de Israel, Holanda, mas quando soube do Paissandu não pude dizer não. Gostei do que foi proposto, do fanatismo dos torcedores. Para meus conhecidos na Inglaterra, foi uma mudança muito radical, mas achei uma excelente oportunidade”, afirmou.

Observou que a adaptação ao clima não será um problema. “Eu acordo de manhã e está quentinho e aconchegante. Vim de um lugar onde havia muito frio e agora estou esperando o verão para pegar um bronzeado”, brincou, informando que os treinos têm sido bons e que deve estar à disposição do técnico em pouco tempo.

Remo estreia fora de casa na Série C

SÉRIE C – 2018 (TABELA BÁSICA – 07.02.18)

A CBF divulgou nesta quarta-feira a tabela básica do turno da etapa classificatória da Série C 2018. O Remo estreia contra o Atlético Acreano, em Rio Branco. Acima, o PDF da comunicação da CBF. Abaixo, a ordem dos jogos:

Atlético-AC x Remo

Remo x Globo-RN

Juazeirense-BA x Remo

Remo x Santa Cruz

Botafogo-PB x Remo

Remo x Confiança-SE

ABC x Remo

Remo x Salgueiro

Náutico x Remo

Técnico se descontrola com pergunta e vai para cima de repórter após empate do Galo

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O técnico Oswaldo de Oliveira se descontrolou durante entrevista coletiva após o empate do Atlético com o Atlético-AC, por 1 a 1, pela primeira fase da Copa do Brasil. O treinador não aceitou a construção da pergunta do repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, discutiu com o jornalista e chegou a partir para cima dele, sendo contido pelo diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering.

Leia abaixo a transcrição, na íntegra, da discussão entre o técnico Oswaldo de Oliveira e o repórter Leo Gomide

Léo Gomide: “Oswaldo, que pesem estes fatos: logística e situação climática. Durante os 90 minutos de jogo, o que pareceu é que o Atlético não sabia se atacaria pelos lados, se tentaria contragolpear o Atlético Acreano, se buscaria…”

Oswaldo de Oliveira: “Não, não concordo com você. Nós…”
Léo Gomide: “Posso completar, por favor?”
Oswaldo de Oliveira: “Não, não pode, porque você sempre faz essas perguntinhas mal intencionadas. É verdade….”
Léo Gomide: “Eu quero perguntar do jogo”
Oswaldo de Oliveira: “Não, você não está perguntando do jogo. Você está dando sua opinião. Quem tem que dar opinião sou eu, não é você. Você opinou. Você disse que não sabia onde que o time estava jogando. Não, não, não, não. Não seja tendencioso. Se você fizer uma pergunta, eu te respondo”
Léo Gomide: “Deixa eu refazer a pergunta”
Oswaldo de Oliveira: “Você está querendo colocar palavras na minha boca e eu não vou aceitar”
Léo Gomide: “Eu vou te refazer a pergunta. Deixa eu fazer a pergunta então”
Oswaldo de Oliveira: “Então faça a pergunta”
Léo Gomide: “Por onde o Atlético buscou atacar hoje: mais pelos lados ou mais pelo centro e como ele procurou se defender? Porque em vários momentos…”
Oswaldo de Oliveira: “Não tem ‘porque’. A sua pergunta é essa?”
Léo Gomide: “Estou te perguntando…”
Oswaldo de Oliveira: “A sua pergunta é essa? Nós atacamos de todas as formas que nós conseguimos. Planejamos, treinamos fazer as jogadas pelo lado do campo, planejamos as jogadas de bola parada, planejamos os contra-ataques em velocidade que aconteceram. Criamos várias oportunidades no primeiro tempo, criamos várias oportunidades no segundo tempo. O árbitro poderia ter dado dois pênaltis e nós termos saído daqui com 3 a 1 ou 3 a 2. Acho que essa é a síntese. Agora, quem não tem boa vontade, quem quer usar o lado pejorativo, faz o tipo de pergunta que você fez. Só que você repete isso. Todas as vezes você repete a mesma coisa. Eu, calmamente, tenho administrado. Mas, hoje, a sua insistência… Muito difícil, muito difícil.”
Léo Gomide: “Você acha que tem alguma coisa positiva de hoje? Tem alguma coisa positiva?”
Oswaldo de Oliveira: “Claro que tem. Nós estamos classificados, rapaz. Vocês não estavam falando do Botafogo ontem? O Atlético está classificado”.

Léo Gomide: “Eu não cubro o Botafogo. Eu não cubro o Botafogo”
Oswaldo de Oliveira: “Isso é positivo. O Atlético está classificado. Isso é positivo. Ou não está? Você imagina…”
Léo Gomide: “Se o Atlético repetir as atuações, ele chega longe na Copa do Brasil?”
Oswaldo de Oliveira: “Quem disse que ele vai repetir? Você pode garantir isso? Não, não adianta…”
Léo Gomide: “É isso que eu estou querendo te perguntar e você não está deixando”
Oswaldo de Oliveira: “Eu estou deixando. Você é que não quer perguntar. Você quer fazer análise”
Léo Gomide: “Muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado”
Oswaldo de Oliveira: “Você quer fazer análise”
Léo Gomide: “É o meu papel, não é?”
Oswaldo de Oliveira: “Comigo não. Você faz análise na sua interpretação do jogo na sua rádio. Aqui, você faz a pergunta e eu respondo”
Léo Gomide: “Eu quero te fazer uma pergunta e você não está deixando. Muito obrigado”
Oswaldo de Oliveira: “Eu é que te agradeço. Eu é que te agradeço”
Léo Gomide: “Você disse que estava calmo… (inaudível”
Cláudio Rezende, da rádio Itatiaia: “Sobre o Erik. Você deu a chance para ele hoje. Ele disse para a gente que ficou sabendo hoje à tarde. A mudança foi realmente técnica…”
Oswaldo de Oliveira: “Caralho é você, ô babaca. Caralho é você”
Oswaldo de Oliveira parte para cima de Léo Gomide após entender que foi xingado (parte inaudível nos vídeos publicados na internet até o momento da publicação da matéria). O repórter se afasta, e a entrevista é parcialmente interrompida. Diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering, tenta impedir os avanços do treinador.

Oswaldo de Oliveira: “Que porra é essa? Você está pensando que está falando com quem? Você está pensando que está falando com quem?”
Léo Gomide: “Mas eu não falei nada. Só você ouviu isso”
Oswaldo de Oliveira: “Vai se foder, rapaz. Babaca. Babaca. Você está pensando que você é o quê? Tu está pensando que tu é o que?”
Roberto Abras, da Rádio Super Notícia: “Calma, calma, Oswaldo, calma”
Oswaldo de Oliveira: “Você vai me dizer o que você quer? Você é imbecil”
Léo Gomide: “Não vou dizer nada. Não falei nada”
Ao voltar para sua posição e continuar a entrevista coletiva, uma terceira pessoa, que supostamente seria o diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering, disse: “Ele é um babaca. Não vale a pena. Não vale a pena”. 
Oswaldo de Oliveira: “Vai falar palavrão na sua casa, para a sua família. Para mim, não”.
Por fim, o técnico continuou a entrevista coletiva e respondeu outras perguntas até o encerramento.
Posicionamentos – O repórter não quis se pronunciar sobre o assunto. Procurado, o diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering, não respondeu as mensagens. Ele foi indagado se o clube se posicionaria sobre o episódio e se confirmava que também se dirigiu a Léo Gomide com o termo “babaca”.

Em nota, o técnico Oswaldo de Oliveira se posicionou nesta quinta-feira sobre o ocorrido após o empate do Atlético com o xará acreano, por 1 a 1, em Rio Branco, no Acre, em jogo da Copa do Brasil. O treinador se descontrolou durante entrevista coletiva, discutiu com o repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência, e chegou a partir para cima do jornalista, sendo contido pelo diretor de comunicação do clube, Domênico Bhering.
Oswaldo disse que ouviu do repórter Léo Gomide “ o maior desaforo de toda a carreira”. “Tenho testemunhas de tudo o que saiu da boca desse rapaz, não à toa o próprio Atlético proibiu sua entrada na Cidade do Galo, e podem ter certeza, não foi a meu pedido”, posicionou-se o treinador, em nota.
Léo Gomide negou que tenha xingado o treinador.
Oswaldo ainda pediu desculpas ao Atlético, à torcida atleticana e a todos os demais profissionais de imprensa. (Do Superesportes)

Manipulações do algoritmo afastam Folha de SP do Facebook

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A Folha anuncia que não publicará mais no Facebook, em função das manipulações que o algoritmo de direcionamento do Facebook está fazendo, privilegiando – diz a empresa – os conteúdos de relacionamento sobre os de jornalismo. É, a rigor, o que já se tinha dito aqui, alguns dias atrás.

O jornal evoca uma série de razões “nobres” para se justificar, como o fato de que o direcionamento “reforça a tendência do usuário a consumir cada vez mais conteúdo com o qual tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e convicções, e a propagação das “fake news”e que”não há garantia de que o leitor que recebe o link com determinada acusação ou ponto de vista terá acesso também a uma posição contraditória a essa”.

Meia verdade, ou menos que meia.

O problema é o que aqui se disse claramente: o Facebook veicula conteúdo alheio sem que isso gere receita – ou possa gerar – para quem o produz. Ao contrário do Google, que direciona para páginas via seu mecanismo de busca mas oferece – ainda que em condições leoninas, por uma pequena fração do que se paga em publicidade na mídia convencional – a partilha de seus ganhos com publicidade, o Facebook ganha sozinho.

A questão da reprodução de conteúdo alheio é sempre muito relativa. Os jornalistas mais antigos, antes do “copia e cola” eletrônico, sempre tiveram o que chamávamos, naquele tempo, de “gillete press“. Sempre houve a questão do “publicou, é público”, como a da xerox de livros na universidade desesperava as editoras.

O problema não é esse, porque sobrevivemos por décadas a estas formas de circulação não-paga de conteúdos, desde que pontual ou inserida em um contexto de informações ou análises próprias, como é razoável, desde que indicada a fonte (e o Facebook, no caso dos links, não deixa de fazê-lo).

A questão é que numa sociedade superalimentada de informação – verdade que grande parte junk food – e na qual jamais se gastou tanto com propaganda, a receita de quem faz jornalismo caiu muito.

Caiu no caso dos jornais impressos – leia detalhes aqui – perto de 150 mil exemplares só no ano passado (e 520 mil em 3 anos), enquanto o número de assinantes digitais cresceu apenas 32 mil. Até agora, a “solução” da mídia foi instalar os “paywall”, que proíbem (em tese) o acesso às notícias que publicam.

Mesmo para sites menores, ou blogs como este, a perda de receita é sensível e as contribuições dos leitores – claro que aqui de forma voluntária e sem acesso privilegiado, pois a ideia é ser lido, receber por isso é mera consequência – passaram a representar uma parcela quase igual aos ganhos com publicidade, que caíram.

Não é preciso dizer que a Folha se mete em uma batalha inglória. Até porque o que a atemoriza no Facebook não é a informação qualificada ou mesmo a crítica ao que publicam, mas a imensa receita que geram ele e outras “redes sociais” de celebridades, subcelebridades e pirilampos do “causar” que sempre promoveram.

Porque é batalha perdida aquela onde a gente se contradiz com aquela “liberdade de concorrer ampla, geral e irrestrita” que nega quando mexe no seu bolso. Quem enxergar nisso algo parecido com o Uber, basta pensar: “o que eu tenho a ver com a sobrevivência do motorista e com o custo do carro que me leva?”. Pois é, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

E nós aqui, dos “blogs sujos”, que eles diziam vivermos à custa da publicidade do governo do PT (que aqui jamais se recebeu, enquanto eles receberam, e muita), sobrevivemos, mambembes, mas comprometidos com idéias que expomos claramente e com leitores que se identificam e apoiam ou polemizam livremente com o que se escreve.

Com acesso aberto, sujeitos a processos (como é que você acha que a maioria dos juízes julgaria o que é dito pelo Tijolaço ou pelo O Globo, ainda que fosse o mesmo?) e ouvindo os desaforos da matilha insana que a mídia despertou nesse país, vamos em frente, estendendo o chapéu sem vergar a coluna.

Com compromissos que não se vê na capa dos três maiores jornais de hoje, que simplesmente exibem, sem uma palavra crítica, mas com evidente sentido de explorar a morbidez pública, os pobres sendo humilhados em operações militares em fotografias que caberiam como obras de Debret ou Rugendas no Brasil da escravidão.

Agora são simples “memes”, reprodução já pouco envergonhada dos jornais que “saem sangue” exibindo cadáveres.

Este tipo de jornalismo – vazio de ideias e cheio de truques e sempre a serviço do dinheiro e da elite -produziu essa selvageria social e vocês foram os primeiros a aplaudir a transformação do conteúdo informativo ou polêmico em espetáculo. (Por Fernando Brito – no Tijolaço) 

Leão avança e garante lucro

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo conseguiu uma façanha, na tarde de ontem, em Itapemirim-ES. Já acumulava seis anos de insucessos na Copa do Brasil, um jejum extremamente penoso, se levado em conta o aspecto financeiro. Com o triunfo de 2 a 0, resultante de uma atuação estratégica e objetiva, o clube embolsa mais R$ 600 mil de bonificação e segue em frente na competição, tendo a possibilidade de mais lucros.

O leitor pode até estranhar essa ênfase no aspecto econômico da campanha azulina. Acontece que, para clubes emergentes, a CB deixou de ser uma competição voltada para a possibilidade de título. Longe disso. A inclusão dos times participantes da Libertadores (e seus orçamentos milionários) reduziu a pó as chances de zebras vitoriosas, como acontecia nos anos 90 e 2000, com Criciúma, Juventude, Paulista de Jundiaí e Sport.

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Para os clubes mais modestos, o torneio vale pela exposição na mídia e a perspectiva de garantir receita. Quanto mais longe a equipe for, mais grana irá acumular.

Depois de acumular insucessos nos últimos anos, o Remo desta vez conseguiu acertar o pé e pulou o primeiro obstáculo, derrotando o Atlético dentro de seus domínios. Apesar das naturais dificuldades de jogar contra um adversário pouco conhecido, o time comportamento inteiramente oposto ao da opaca apresentação contra o Manaus, pela Copa Verde.

Ao contrário daquela partida, o Remo foi ontem sempre atento à marcação, evitou erros na defesa e caprichou no ataque. As chances nem foram tantas, mas ocorreram em quantidade suficiente para construir a vitória. Os gols foram marcados no final de cada tempo.

A partir dos relatos de Valmir Rodrigues e Saulo Zaire na vibrante transmissão da Rádio Clube, o Remo esteve bem mais cioso de suas responsabilidades e visivelmente a fim de mostrar serviço, sem incorrer nos apagões vistos recentemente.

O gol de Isac foi típico de centroavante acostumado a brigar pela bola dentro da área. O segundo, de Felipe Marques, teve 50% de participação de Levy em jogada inspirada pelo lado direito do ataque.

Uma vitória que vale, por baixo, quase R$ 2 milhões: a bonificação de R$ 600 mil + R$ 1,5 milhão previstos no jogo do dia 20 de fevereiro contra o Inter-RS, em Belém. Excelente negócio.

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Ordem alfabética da Série C derruba crônica esportiva

Em tempos de fake news, a imprensa esportiva também erra, mesmo quando está no afã de acertar. Ontem à tarde, ao noticiar que a listagem dos clubes da Série C dividia-os em grupos não regionalizados, surgiu logo a teoria conspiratória de uma ação política pernambucana nos bastidores.

Por essa tese, a influente federação mauriciana estaria mexendo os pauzinhos para deixar Santa Cruz e Náutico em chaves diferentes, a fim de supostamente facilitar o acesso de ambos.

Tão rocambolesca interpretação seria derrubada duas horas depois quando a própria CBF se manifestou explicando que a publicação dos nomes dos 20 clubes seguiu o critério de ordem alfabética, não significando uma mudança no modelo de divisão das chaves.

Com um pouco menos de açodamento e uma dose a mais de cuidado na leitura do documento, o pecadilho teria sido evitado. Nada tão grave, mas bem ilustrativo dessa era de lendas urbanas e factoides planetários a que todos estamos sujeitos.

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Daquelas coisas que (quase) só ocorrem ao Botafogo

Há coisas que teimam em ocorrer ao Botafogo. Eis que o time da Estrela Solitária une-se ao rol de grandes agremiações vítimas de zebras monumentais na Copa do Brasil. Abriu o placar, achou que tudo estava sob controle e, quando deu pela coisa, já tinha levado dois gols bobos de cabeça.

Um papelão, sem dúvida, mas ainda abaixo do recordista Vasco, que já sofreu três tropeções terríveis no torneio: em 1992, perdeu para o CSA; em 2004 para o XV de Campo Bom e, em 2005, sucumbiu ao Baraúnas.

(Coluna publicada no Bola desta quinta-feira, 08)