Temer brinca de ditadura e mistura reforma da Previdência com intervenção militar

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Após assinar, hoje (16), o decreto que determina a intervenção na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, o presidente Michel Temer disse que vai cessar a intervenção para votar a reforma da Previdência quando houver a avaliação da Câmara e Senado de que há condição para aprovar o texto. Caso o Congresso Nacional aprove a intervenção, ele fica impedido, pela Constituição Federal, de aprovar quaisquer propostas de emenda à constituição (PEC), caso da reforma da Previdência, enquanto a intervenção vigorar.

“Ajustamos ontem à noite, com uma participação muito expressiva do presidente Rodrigo Maia [Câmara] e do presidente Eunício Oliveira [Senado], a continuidade da tramitação da reforma da Previdência, que é uma medida extremamente importante para o futuro do país. Quando ela estiver para ser votada, e naturalmente isso segundo avaliação das casas legislativas, farei cessar a intervenção”, disse Temer em declaração à imprensa após a assinatura o decreto, no Palácio do Planalto.

Segundo Temer, durante o período necessário para a votação, o trabalho de segurança federal no Rio de Janeiro será mantido.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, explicou que, havendo a decisão de votar a reforma da Previdência, o presidente Michel Temer precisa revogar o decreto de intervenção. Nesse caso, entrará em vigor no Rio uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ampliada, que dá mais poderes ao governo federal no estado. “O presidente decreta uma GLO com mais poderes, com mais competências e, no momento da votação, essa GLO segura a estrutura como está”, explicou. Terminada a votação, é preciso a edição de um novo decreto para retomar a intervenção federal na segurança pública do Rio. (Da Ag. Brasil)

Torcedora é punida por mau comportamento

A torcedora Renata Pinheiro e Silva, que foi flagrada atirando objeto (bagaço de laranja) para dentro do gramado do Mangueirão no jogo entre Remo e Manaus, foi punida pelo juiz Gabriel Sturtuz com proibição de ir a estádios de Belém por seis meses. Nos dias de jogos, terá que se apresentar duas horas no Comando da PM e sair duas horas depois do encerramento da partida.

Fox investe em projeto de narradoras para a Copa 2018

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A jornalista Vanessa Riche é a nova contratada do Fox Sports. A profissional chega ao canal para reforçar o time e ser curadora do projeto Narradoras, que pretende encontrar mulheres para narrar a Copa do Mundo 2018. “Estou muito feliz com o desafio de descobrir novos talentos por todo o Brasil”, afirma a comunicadora.

O Fox Sports explica que em breve o projeto deve anunciar detalhes da inscrição nos canais oficiais do Fox Sports. Sobre a ideia de colocar as mulheres como protagonistas da narração, Vanessa afirma que o projeto é mais do que necessário, uma vez que “estamos em um país com resistência à participação de mulheres no futebol”. “Vamos ver uma coisa inédita: uma mulher narrando a Copa do Mundo. Estou muito animada”, completa.

O projeto Narradoras não será a única missão da jornalista no Fox Sports. Por lá, ela vai trabalhar para um produto exclusivo para a Copa do Mundo. “Será algo novo que só alguém com a experiência e a capacidade da Vanessa poderia construir com a equipe incrível que temos aqui na Fox”, comenta Eduardo Zebini, SVP & CCO do FOXSports.

Vanessa Riche tem experiência em rádio, passou pela GloboNews, onde ficou por seis anos, e SporTV, quando passou a narrar eventos esportivos. A jornalista também atua como professora em cursos de formação profissional para a televisão. (Do Comunique-se)

D. Pedro Casaldáliga: os 90 anos do “bispo do povo”

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Por Tom C. Avendaño, no El País

A última vez que Pedro Casaldáliga, o bispo do povo segundo seus numerosos partidários e o bispo vermelho para seus cáusticos inimigos, apareceu diante de uma multidão poucos esperavam vê-lo. Era julho de 2016 e não estava claro se dessa vez o religioso claretiano, de 88 anos, iria participar da Romaria dos Mártires da Caminhada, um evento quinquenal que ele criou em 1986, quando era bispo desta região selvática do Estado de Mato Grosso. A Romaria é realizada a 268 quilômetros de São Félix do Araguaia, o município onde ele vive, e não se sabia se aguentaria os incômodos de tamanha viagem. Mas havia aceitado a contragosto ir de avião, e não de ônibus, como até então costumava viajar pelo país (para ir, segundo suas palavras, “à altura do povo”), de modo que aí estava esse catalão, discretamente disposto a ver a cerimônia de inauguração.

Banhado em aplausos e flashes de celulares, o morador espanhol mais célebre do Brasil não disse uma palavra. Em parte, pode-se imaginar, porque não tinha ido dar uma homilia; em parte, pelos estragos que foi causando em suas habilidades motoras o que ele chama de “o irmão Parkinson”. Vendo-o, frágil, calado, prostrado em sua cadeira de rodas, qualquer coisa que tivesse dito teria soado como uma despedida.

Desde então, o mundo soube pouco dele, como ele do mundo. “A política local, a estatal ou a nacional, ele já não acompanha muito”, admite por telefone o padre Ivo, um dos quatro agostinianos que se organizam para atender nas 24 horas do dia o bispo emérito em sua casa de São Félix do Araguaia. Mantêm-no em forma com a rotina: cuidados físicos pela manhã e leitura do correio –eletrônico ou tradicional– pela tarde. “Não responde todas as mensagens porque já lhe custa muito falar, mas as pessoas as mandam, cheias de carinho, sem esperar uma resposta. São quase como uma deferência”, acrescenta Ivo.

Assim, meio custodiado e meio mistificado, faz aniversário esta semana um dos homens espanhóis mais admirados do mundo católico. Em sua casa de sempre em São Félix do Araguaia, um município de pouco mais de 10.500 habitantes ao qual só se chega depois de 16 horas de estrada de terra desde o aeroporto mais próximo, o de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Aqui se encontra este sacerdote de Montjuïc desde que chegou ao Brasil como missionário em 1968, fugindo de uma Espanha congelada pelo franquismo. Em 1971 foi nomeado primeiro bispo da diocese e converteu sua casa, pequena, rural e pobre, na sede.

Foi entre essas quatro paredes que Casaldáliga começou a dar mostras de sua espetacular adesão aos ensinamentos do Evangelho, sobretudo o de se identificar com os mais desfavorecidos. E neste lado do Brasil selvático os mais desfavorecidos são centenas de milhares de camponeses sem-terra, pobres, analfabetos e oprimidos por coronéis e políticos. Assim, ele rezava missa para os moradores no quintal de sua casa, entre as galinhas, e à noite, deixava sua porta principal aberta para o caso de alguém sem casa precisar usar uma cama que sempre estava disponível. Andava de jeans e chinelos e tinha duas mudas de cada roupa. Quando tinha que se reunir com o Episcopado em Brasília, ia de ônibus, em uma viagem de três dias, porque era o meio de transporte de sua gente. Seu lema era inegociável: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”.

Anos depois se lembraria de como no início, em sua diocese, “faltava tudo: em saúde, educação, administração e justiça; faltava, sobretudo, no povo a consciência dos próprios direitos e a coragem e a possibilidade de reclamar”. Decidiu que esse era o caminho a seguir. Construiu escolas, ambulatórios e se colocou ao lado dos camponeses sem-terra. Foi acusado repetidas vezes de interessar-se demais pelos problemas “materiais” dos pobres. Ele respondia que não concebia “a dicotomia entre evangelização e promoção humana”.

Essas ideias progressistas lhe renderam seguidores que o cultuavam nas ruas e um ódio desenfreado em várias instituições. Ele se posicionou em favor dos indígenas da Amazônia, que para os interessados em se enriquecer eram os mais fáceis de expulsar de cada território: aliou-se aos xavante de Marãiwatsédé para retirar grandes produtores rurais de suas áreas e aos tapirapé e os carajá, e isto o levou a se confrontar com os latifundiários e as multinacionais e a ditadura militar. Viu como pistoleiros matavam seus companheiros –a conclusão habitual dos conflitos nesta região– e ele mesmo teve que viver escondido em um mês de 2012 por ameaças de morte. Rejeitou andar com escolta: “Eu a aceitarei quando for oferecida também a todos os camponeses de minha diocese ameaçados de morte como eu”, disse.

O Vaticano o convocou em 1988 para que desse explicações por tanta proximidade da teologia da libertação e para que visitasse o Papa João Paulo II, como deveria ter feito uma vez a cada cinco anos, segundo o Código do Direito Canônico. Apresentou-se em camisa, sem anel e com um colar indígena no pescoço. Esclareceu ao Pontífice: “Estou disposto a dar minha vida por [São] Pedro [fundador da Igreja Católica], mas pelo Vaticano é outra coisa”. Ao sair do encontro, fez um resumo à imprensa: “Me escutou e não me deu uma reprimenda. Poderia ter feito isso, como nós podemos também fazer com ele”. E ponderou: “O Espírito Santo tem duas asas e a Igreja gosta mais de cortar a da esquerda”.

Em 2003, Casaldáliga completou 75 anos, idade a partir da qual um bispo pode se aposentar. O Vaticano o substituiu de imediato. “Se o bispo que me suceder desejar seguir nosso trabalho de entrega aos mais pobres, eu poderia ficar com ele como sacerdote; do contrário, procurarei outro lugar onde possa terminar meus dias ao lado dos mais esquecidos”, insistiu então. Se a pressa se devia a que fora fácil encontrar um substituto, não deram nenhuma indicação disso. Não voltaram a se manifestar até janeiro de 2005, quando anunciaram que já tinham substituto e que Casaldáliga deveria abandonar a diocese. Ele se negou e ficou trabalhando, com seu substituto e depois com o seguinte.

Pedro Casaldáliga faz 90 anos na casa de sempre e no município de sempre, mas o restante não é o de sempre. A região do Araguaia se transformou, entre escândalos políticos, em uma das principais áreas de plantações de soja do Mato Grosso: ou seja, parte das terras dos indígenas e dos camponeses está nas mãos das grandes produtores agrícolas e de seus produtos químicos. Talvez não se possa fazer nada contra isso. Casaldáliga perdeu essa batalha. Mas quando uma pessoa dedicou sua vida inteira à luta, ganhar ou perder é secundário.

Papão faz treino final para jogo contra o Parauapebas

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O elenco do Paissandu encerrou, na manhã desta sexta-feira (16), a preparação para o duelo contra o Parauapebas, que será amanhã, pela sexta rodada do Parazão 2018. Antes da viagem para o sudoeste do Estado, o técnico Dado Cavalcanti comandou um último trabalho tático, na Curuzu.

A atividade desta manhã iniciou ainda nos vestiários, com um circuito funcional. Em seguida, o grupo subiu para o gramado, onde o treinador bicolor dirigiu uma rápida movimentação tática, utilizando todo o campo de jogo, durante aproximadamente 30 minutos.

Após a atividade principal, uma parte do grupo foi liberada, enquanto os demais realizaram um exercício específico em campo reduzido. O Papão deixou Belém no começo da tarde, rumo a Parauapebas, onde tem chegada prevista para 16h15.

Neste sábado, Parauapebas e PPSC se enfrentam no estádio Rosenão, às 16h, na abertura do returno do Campeonato Paraense. (Com informações da Ascom PSC; imagem – Jorge Luiz)