
POR GERSON NOGUEIRA
Além da importância natural da estreia na Copa Verde, o Papão enfrenta o Interporto hoje à noite disposto a apagar a má impressão deixada nos três últimos jogos – derrotas para Remo e Novo Hamburgo, empate com o Paragominas. O mal-estar deixado pela eliminação na Copa do Brasil ainda paira como fantasma sobre a Curuzu, inquietando elenco e comissão técnica.
Inseguros por perceber a desconfiança que domina a torcida, os jogadores fizeram um jogo burocrático e hesitante em Paragominas, domingo passado. O que seria o começo da reabilitação só ampliou as críticas ao desempenho do time e ao trabalho de Marquinhos Santos.
Por tudo isso, o compromisso desta noite vale muito mais do que apenas a obrigação de estrear bem na Copa Verde. É uma nova oportunidade de mostrar serviço e desfazer as dúvidas ora existentes. Um eventual resultado negativo certamente iria comprometer a continuidade do projeto atual.
Depois dos treinos da semana, Marquinhos não divulgou a escalação, mas deve utilizar quase a mesma formação que iniciou a partida em Paragominas, reforçada com as presenças de Renan Rocha, Mateus Miller, Diego Ivo e Renato Augusto, estes últimos já recuperados de lesões. Ambos fizeram muita falta ao Papão, principalmente o zagueiro, que é a referência da zaga.

No meio-campo, a dúvida é se Marquinhos vai priorizar o estilo mais cadenciado de Pedro Carmona ou o jogo mais vibrante e participativo de Fábio Matos. Sempre que o segundo entra, a equipe ganha em velocidade e presença ofensiva. Os atacantes Cassiano e Moisés, por sinal, são os que mais necessitam dessa aproximação entre meio e ataque.
Do Interporto sabe-se pouco, mas o suficiente para entender que não é dos adversários mais difíceis que o PSC terá pela frente na Copa Verde. Em situação normal, é adversário que pode ser vencido sem maiores dificuldades, mesmo na fase de turbulência vivida pelos bicolores.
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A árdua missão de questionar os “professores” da bola
O assunto dominante na quinta-feira foi o quebra-pau entre Oswaldo de Oliveira, técnico do Atlético-MG, e Léo Gomide, repórter da rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Abespinhado com as perguntas incisivas feitas pelo radialista, Oswaldo tentou inicialmente intimidá-lo, interrompendo-o para dizer que não lhe cabia analisar a atuação do Galo, mas apenas fazer a entrevista.
Gomide não deu a mínima para conselho tão inadequado. Precisava embasar suas perguntas, portanto não havia exagero em discorrer sobre aspectos do jogo – que o Galo empatou, na bacia das almas, com o modesto Atlético Acreano, em Rio Branco (AC).
Do tom áspero inicial, Oswaldo evoluiu para uma explosão de fúria, com palavrões e insultos. Só não agrediu o repórter porque foi contido por um assessor do Atlético. Depois, mais calmo, pediu desculpas pela agressividade, alegando ter sido ofendido verbalmente por Gomide. O problema é que não há nenhum áudio que comprove tal acusação.
Dois repórteres presentes sustentam que Gomide disse um palavrão, mas este nega enfaticamente. Em entrevista à ESPN, técnico e repórter mantiveram suas posições, embora Oswaldo tentasse recuperar o ar zen que sempre foi sua marca.
Com ou sem motivo, Oswaldo baixou o nível (o vídeo está no YouTube) ao rés do chão, motivado por críticas e pinimbas anteriores. Repórter do tipo inquisidor, Gomide difere da maioria dos setoristas de clubes. Vai fundo nas perguntas, incomoda e não teme cara feia. Tenho a impressão de que se todos agissem como ele, de maneira firme e profissional, reações boçais como a de Oswaldo seriam menos frequentes.
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Troféu C-13 vai debater relação dos clubes com a mídia
Um tema caro à moderna gestão esportiva estará em debate no próximo dia 26 de fevereiro, às 18h, no auditório do DIÁRIO: como funciona a relação com a mídia, tendo o torcedor como cliente final? Comunicadores, dirigentes e torcedores irão discutir como os nossos clubes administram essa importante ferramenta de gestão. Será o primeiro debate-bola do Troféu Camisa 13, com entrada franca e certificado de participação.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 09)