Foco no andar de cima

POR GERSON NOGUEIRA

Mais do que pretender ser o líder permanente da competição, o foco do Papão nesta primeira parte da Série B deve ser manter lugar na zona de acesso ou perto dela. Até aqui, a meta tem sido cumprida com louvor. Invicto nas quatro rodadas iniciais, o time sofreu seu primeiro tropeço na terça-feira (6) e caiu para o 2º lugar, mas sem perder a tranquilidade.

Há no grupo comandado pelo técnico Marcelo Chamusca a consciência de que o começo da Série B é muito sujeito a oscilações, fato motivado pelos desajustes comuns a todas as equipes. Ao contrário da maioria dos participantes, o Papão achou um mínimo de entrosamento e daí se beneficiou para chegar ao topo da tabela.

Estima-se que um time só atinja o ápice lá pela metade do campeonato, ocasião em que também começam a se evidenciar os verdadeiros candidatos ao acesso e ao rebaixamento, com a cristalização das virtudes e vícios de cada competidor.

Por ora, o Papão vem se comportando dentro dos limites impostos pelas circunstâncias e pelas opções disponíveis no elenco. A boa campanha conseguiu até ocultar carências sérias, como a falta de maior criatividade no meio-de-campo e a inconstância de seus atacantes.

Dos seis gols marcados pelo time, apenas dois levaram a assinatura de atacantes típicos – Bergson e Leandro Carvalho. É um número raquítico, que revela a dificuldade de Chamusca para definir a linha ofensiva.

Até aqui, a preferência recaiu sobre Marcão e Wellinton Jr., ambos zerados na artilharia. Marcão se destaca mais como o pivô que dá suporte às manobras ofensivas, como na partida contra o América-MG. Mas, longe de ser a causa do problema, o baixo desempenho dos atacantes está diretamente vinculado à produção do setor de armação.

Fernando Gabriel, o organizador, muitas vezes se ocupa da marcação, preso a um setor que o distancia dos atacantes. Por isso mesmo, as jogadas de aproximação têm sido puxadas por Rodrigo Andrade e Wesley, destaques como volantes e definidores – marcaram dois gols no campeonato.

Chamusca espera pela evolução de Leandro Carvalho, que só tem sido aproveitado no 2º tempo dos jogos, e mesmo assim tem se sobressaído pelas arrancadas, dribles e chutes de curta e média distância. Com Leandro e Bergson em forma, o ataque vai obrigatoriamente sofrer mudanças. Em situação normal, ambos serão titulares.

Hoje à noite, contra o Goiás, a movimentação dos volantes terá outra vez papel determinante para o êxito do Papão, como diante do Inter. O visitante (17º colocado) costuma usar três atacantes (Tiago Luís, Aylon e Carlos Eduardo), joga e deixa jogar. Isso significa que concede espaços, o que é muito interessante para os bicolores.

————————————————————————————————-

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra

Depois de longa negociação, o Remo finalmente apresentou Pimentinha como reforço para a campanha na Série B. Pelo empenho no fechamento da transação, fica patente a importância que o clube dá à aquisição do atacante maranhense, que chega com status de candidato a ídolo.

É preciso, porém, observar que o Pimentinha de hoje fica muito aquém do Pimentinha de cinco anos atrás, que barbarizava defesas destacando-se pelas arrancadas pelos lados do campo.

Problemas de ordem física, combinados com seguidas lesões, frustraram uma transferência do jogador para o Botafogo e fizeram seu rendimento cair vertiginosamente nas últimas temporadas.

A habilidade continua, mas o perfil de Pimentinha exige condições físicas plenas para jogadas em velocidade. Por outro lado, a motivação demonstrada pelo jogador indica que ele sabe que o Remo pode representar a última grande chance na carreira.

Outro fator importante é a presença de Edgar, velho parceiro da melhor fase do Sampaio – e do próprio Pimentinha.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 09)

4 comentários em “Foco no andar de cima

  1. Penso que o Remo ainda seguirá a duras penas nessa primeira metade do campeonato. Tomara que o suficiente para se manter na parte superior da tabela, podendo chegar na reta final entre os primeiros em condições de ascender.

    Vamos ver.

    Curtir

  2. Se L. Carvalho e Bergson forem titulares isto indica a volta do famigerado 4-3-3, usado no Parazinho e Copa Verde. Lembrando que, até aqui, o forte do Papão foi a ação de seus três volantes. Abrir mão disso, em nome de uma ofensividade discutível, significa retroceder aos seguidos momentos de sustos sofridos nas competições anteriores.

    Curtir

  3. Lembrando que nesse jogo, contra o ABC, o Paysandu foi claramente prejudicado por conta de uma penalidade não marcada, já nos instantes finais da partida!

    Curtir

  4. Assino embaixo com Jorge…

    Por sinal, Chamusca, ao que tudo indica, já retornará com o ineficaz 4-2-3-1 na partida de hoje contra o Goiás.

    A saída de Rodrigo Andrade e Marcão do time, por contusão, levaram o treinador a lançar Leandro Carvalho e Daniel Amorim (meu pai do céu, esse cara é muito fraco) no time.

    Olha, no meu ponto de vista isso é um baita equívoco do Chamusca. O normal seria ele lançar Jonhatan (Renato Augusto) no lugar de Rodrigo e, infelizmente, Daniel Amorim no lugar de Marcão).

    Espero que o PSC faça um grande jogo e vença, mas já tô vendo o PSC dominado como foi contra o LEC na final da Copa Verde.

    Curtir

Deixar mensagem para Jorge Paz Amorim Cancelar resposta