Melhor que a encomenda

POR GERSON NOGUEIRA

Foi um início empolgante, como não se via há tempos. No sábado, o Papão passeou na Curuzu aplicando um categórico 3 a 0 no Castanhal e arrancando aplausos entusiasmados da Fiel. Ontem, o Leão disparou 5 a 0 sobre o Cametá com um futebol objetivo e eficiente. Em Paragominas, o Galo Elétrico conquistou vitória empolgante, de virada, sobre o Jacaré, por 3 a 2. O São Raimundo surpreendeu o Águia em Marabá e o Pinheirense aprontou em Santarém, derrubando o São Francisco, vice estadual.

unnamed-99Ao todo, 17 gols em cinco jogos. Média superior a três gols por partida. Números valorizados pela entrega e apetite dos ataques e que projetam um campeonato capaz de reconquistar o interesse do torcedor paraense.

O embate na Curuzu teve início travado, por culpa dos donos da casa, hesitantes na ligação entre meio e ataque. Ayrton, pela direita, um dos estreantes da noite (junto com Diogo Oliveira, Willian, Wesley e Bergson), foi o primeiro a se soltar e acabou marcando o gol inicial do Parazão em bonita trama, emoldurada por um toque de calcanhar de Jonathan.

Diogo Oliveira centralizava o trabalho de criação sofrendo marcação direta do volante Amaral. Experiente, transformou o limão em limonada e passou a conduzir a bola, propiciando espaços para Bergson, Cearense, Jonathan e Ayrton. A partir daí, o Papão tomou conta completamente do jogo.

Sem precisar apelar para a correria, os bicolores giravam o jogo com consciência, explorando as deficiências do Castanhal, principalmente na cobertura da zaga. Aos 38 minutos, em manobra pela esquerda, Bergson fez o segundo, batendo cruzado. Tony Love quase diminuiu, de cabeça.

O segundo tempo confirmou a superioridade do Papão. O 3 a 0 veio logo aos 9 minutos, com Bergson, seu mais desembaraçado atacante. Um golaço, em tiro forte de longa distância, após jogada iniciada por Willian Simões. O Castanhal não acertava mais a marcação e nem criava perigo. Evitando desgaste, os bicolores asseguraram a tranquila vitória.

No confronto da domingueira, o Remo recebeu o sempre perigoso Cametá. Mesmo com o incentivo da torcida no Mangueirão (mais de 13 mil torcedores), não acertava o passo nos primeiros minutos. Chegou a se atrapalhar com a marcação adiantada imposta pelos visitantes.

Fininho e Flamel, muito marcados, não encontravam brechas para lançar os atacantes Jayme e Edgar, enquanto os laterais Léo Rosa e Jaquinha tinham que ficar atentos aos rápidos Negueba, Riquelme e Rafael Paty. Com isso, o Remo perdia as alternativas de saída e apelava para o chutão.

As coisas só se encaixaram quando Edgar passou a cair pela esquerda do ataque. Aos 16, atraindo a marcação de dois zagueiros, avançou com a bola até a entrada da área e deixou Flamel na cara do gol. O meia driblou um marcador e foi puxado quando ia finalizar. Dewson Freitas marcou o pênalti, que Fininho transformou em gol.

A vantagem atiçou o Remo. Aos 22, Marquinhos fez grande lançamento para Edgar, que driblou um marcador e tocou no canto direito de Evandro: 2 a 0. Sem deixar o Cametá respirar, aos 29, após cruzamento rasante de Léo para Jayme fazer 3 a 0.

Com a fatura liquidada, Josué substituiu o estreante Renan por Elizeu. Antes de ceder a vaga para Val Barreto, Edgar faria o quarto gol, aos 5 minutos. O Cametá se perdia em passes tortos no meio e cedia contra-ataques seguidos, como o que Val Barreto puxou, aos 32. Na saída do goleiro, tocou por cobertura, a bola bateu na trave e Flamel finalizou.

Rodrigo ainda entrou, substituindo a Jayme e ocupando função mais adiantada, pela esquerda. No geral, boa atuação coletiva dos azulinos, com Edgar, Flamel, Henrique, Igor e Marquinhos se sobressaindo no plano individual. O Cametá mostrou falhas que exigem ajustes urgentes.

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Torcida sofre com os problemas de sempre

Tumultos, filas imensas, arrastões e muita bagunça marcaram a vida do torcedor remista, ontem, junto ao Mangueirão. Todo o sacrifício era para comprar ingressos, sem que o clube se preocupasse em organizar a venda. Muitos cansaram dos problemas e voltaram para casa. Outros tiveram que superar os riscos, a insegurança e o atraso para ver o time jogar. Por essas e outras, é obrigatório reconhecer que o torcedor azulino é realmente um fenômeno de resistência.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 30) 

Remo x Cametá – comentários on-line

Campeonato Paraense 2017 – rodada de abertura

Remo x Cametá – estádio Jornalista Edgar Proença, 16h

Na Rádio Clube, Ronaldo Porto narra; Rui Guimarães comenta. 

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Tudo sobre a primeira rodada do Parazão 2017, hoje, no Bola na Torre em horário especial: 20h, na RBATV. 

Missão de alto risco

POR GERSON NOGUEIRA

O Cametá, que já arrancou lágrimas da torcida remista numa emocionante decisão de campeonato, há cinco anos, é o adversário a ser batido na estreia azulina, hoje à tarde, no estádio Jornalista Edgar Proença. Sem grandes investimentos, em outros tempos o time interiorano poderia ser visto como mera zebra.

unnamedNa realidade atual, o time do Baixo Tocantins é um oponente que merece cautelas. É o típico franco-atirador, sem maiores responsabilidades e pronto a aprontar uma travessura. Exemplos não faltam. No Parazão-2016, o Remo foi batido na estreia pelo modesto Parauapebas.

Quando chegou a Belém, Josué Teixeira tinha ideia do que iria encontrar no Evandro Almeida. Além das conhecidas agruras financeiras, sabia que teria pela frente uma torcida desconfiada e agastada pelas decepções da última temporada. Os primeiros resultados, na fase de amistosos, ajudaram a quebrar o clima e a ganhar os primeiros aplausos.

Veio, porém, o fatídico jogo em Castanhal. As circunstâncias da derrota fizeram retornar todas as cismas em relação ao time. O torcedor, que já ensaiava gritos de entusiasmo após vitórias sobre Pinheirense, Castanhal e Independente, mudou de humor. Percebeu que o time não era plenamente confiável, fazendo recordar os vexames de 2016.

De certa maneira, o tropeço no último amistoso veio em socorro do próprio Josué. Serviu de alerta contra a confiança exagerada num elenco formado às pressas e sob a régua da contenção de custos. Somaram-se aos remanescentes do ano passado um punhado de jogadores vindos da base, atletas dos times que disputaram a Segundinha e alguns poucos importados.

Como já havia sinalizado após o jogo com o Independente, Josué tem como maior preocupação o sistema defensivo. Henrique, titular no time da Série C, é a referência. Terá Igor João como parceiro de zaga. Tsunami é outra opção. Para superar o Cametá, sua defesa não pode cometer os erros primários dos jogos com Independente (5 a 3) e Castanhal (1 a 3).

As falhas no jogo aéreo concentraram as atenções do técnico nos treinos da semana, buscando um ajuste que permita ao time não ficar tão exposto. As laterais terão Léo Rosa e Jaquinha, que em temporadas passadas brilharam defendendo equipes emergentes. Elizeu e Marquinhos atuam no setor de marcação, onde Josué identifica outra vulnerabilidade do time, tanto que pediu a contratação a toque de caixa de um outro volante, Renan Silva.

Flamel e Fininho cuidam da armação de jogadas, cabendo ao camisa 10 o papel duplo de organizar o meio e participar de ações ofensivas, com Jaime e Edgar. Fininho deve ser uma espécie de terceiro volante, com liberdade para avançar, se houver necessidade e espaço.

Depois da semana de treinos intensos, com direito a muitas correções por parte do técnico, o Remo inicia a competição consciente de que precisará fazer uma campanha de superação. A começar pela batalha de hoje.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração, que neste domingo vai ao ar em horário especial: às 20h, devido à rodada de abertura do Campeonato Estadual. O programa estreia novo cenário, com Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião integrando a bancada de debatedores.

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Santos de Pelé e Flamengo de Zico reprovados por Dona Fifa

A notícia, que estourou como bomba na sexta-feira, está repercutindo ao longo do fim de semana esportivo em todos os bares, esquinas e campinhos de pelada do Brasil. A Fifa decidiu, assim de supetão, que todos os títulos mundiais conquistados antes de 2000 não têm reconhecimento oficial. Desse modo, as épicas conquistas de Grêmio (sobre o Hamburgo) e do Flamengo (sobre o Liverpool) não passam de conquistas “a nível mundial”.

No que é uma triste ironia, aquele torneio meio bastardo vencido pelo Corinthians em 2000 passa a ser o marco divisório entre os mundiais de fato e de direito. Em contrapartida, os títulos do Santos de Pelé (62-63) e do São Paulo de Telê (92-93) também foram atirados na lata do lixo pela entidade que manda e se locupleta do futebol. Esquisito.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 29)

Papão e Jacará vitoriosos; Leão, Águia, Pantera e General estreiam hoje

Além da vitória do Papão sobre o Castanhal por 3 a 0, no sábado à noite, o Independente derrotou o Paragominas ontem, na Arena Verde, por 3 a 2, de virada. Os gols da partida foram marcados por Pimenta (2), para o Jacaré, e por Monga (2) e Magno, de pênalti, para o Galo Elétrico.

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A primeira rodada do Parazão terá neste domingo mais três partidas:

Remo x Cametá, às 16h, no estádio Jornalista Edgar Proença.

Águia x São Raimundo, às 16h, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. 

São Francisco x Pinheirense, às 18h, no estádio Barbalhão, em Santarém. 

A frase do dia

“Prestem atenção, adoradores do Mito & cia. e dessas nossas gambiarras todas, Trump está demonstrando até onde o fascio e a idiotia podem levar”.

Bob Fernandes, jornalista