Semifinal do returno do Parazão 2014
Paissandu x São Francisco – estádio Mangueirão, 20h30.
Na Rádio Clube, Cláudio Guimarães narra, João Cunha comenta. Reportagem – Valdo Souza, Dinho Menezes e Bob Nelson. Banco de Informações: Fabio Scerni.
Uma data inesquecível para um goleiro de Copa do Mundo e cerca de quarenta jovens arqueiros das categorias de base do Alvinegro. Em homenagem ao Dia do Goleiro(26/04), tradicionalmente comemorado no Botafogo, todos os goleiros treinaram juntos no campo anexo do Stadium Rio e homenagearam Jefferson, estrela alvinegra na Copa do Mundo de 2014. A comemoração começou na sala de imprensa do Stadium Rio. Os jovens goleiros do Sub-08 ao Sub-20 foram recebidos pelo Gerente Geral da Base Ney Souto e o presidente Mauricio Assumpção, que sorteou brindes oficiais do clube e fez a alegria da garotada.
Em seguida, o treinador Vagner Mancini fez questão de falar com os jovens e reforçou a importância da presença de todos no ambiente do time profissional. “É uma satisfação nossa tê-los aqui. Nada melhor do que poder ver uma turma de meninos que tem um sonho e saber que um sonho de um homem(Jefferson) foi realizado hoje. O Jefferson está na lista de Felipão e, acima de tudo, merece pela forma que trabalha. É um cara humilde e muito trabalhador. É muito importante que vocês venham aqui e participem do nosso trabalho”, disse o treinador do Fogão.
Acompanhado por Andrey, Luis Guilherme, Helton Leite e Renan, o selecionável Jefferson entrou na sala e provocou o silêncio imediato na garotada. O paredão alvinegro falou sobre a felicidade de ir para a Copa do Mundo e ressaltou a importância do trabalho para alcançar os objetivos na vida e na carreira.
Hoje vamos trabalhar mais do que falar. Queria estar compartilhando essa alegria pessoal com vocês. Sabemos como na nossa posição é difíci, mas estou realizando mais um sonho na minha carreira, que é estar na Copa do Mundo. Na última palestra eu falei sobre sonhos, mas não adianta sonhar se não tiver profissionalismo e trabalho. Vamos trabalhar para o nosso sonho se realizar”, falou Jefferson.
O arqueiro subiu ao campo anexo ao lado dos jovens e realizou seu treinamento rotineiro ao lado dos demais goleiros. No fim da atividade, Jefferson foi homenageado pelo Botafogo com uma faixa com a frase: “Jefferson: a nossa estrela na Copa do Mundo”. (De Botafogo Oficial)
Paissandu e S. Francisco decidem hoje, às 20h30, no estádio Jornalista Edgar Proença, a semifinal do returno do Parazão. O jogo vai apontar o adversário do Remo na final do segundo turno. Como venceu por 1 a 0 a partida de ida, em Santarém, o Papão entra com a vantagem de jogar por dois resultados iguais, pode perder por 1 gol de diferença. A equipe santarena precisa vencer por dois gols de diferença para chegar à final.
No último confronto realizado em Belém, valendo pelo primeiro turno, o Papão aplicou a maior goleada do campeonato: 6 a 0, na tarde de 2 de fevereiro, data do aniversário de 100 anos do clube alviceleste. Com um técnico improvisado, o S. Francisco improvisa em algumas posições para compensar a ausência de alguns titulares. Os bicolores mantêm o discurso da humildade, evitando assumir o favoritismo para a partida. “Eles não chegaram até aqui por um acaso”, diz o lateral-direito Djalma. “É mais uma decisão e temos de encarar com muita seriedade”, completou. (Com informações do Bola/foto: MÁRIO QUADROS)
Destaque do ataque azulino no returno do Parazão, tendo assinalado três gols já sob o comando do técnico Roberto Fernandes, o garoto Roni teve seu esforço recompensado. Por reivindicação de Fernandes, Roni ganhou um reajuste salarial, a título de estímulo neste começo de carreira. “O professor Fernandes já falou com o diretor e vamos ver como vai ficar essa situação. Eu tenho contrato até 2017 e tenho trabalhado muito para ajudar a minha família. Eu também preciso de uma casa, quero ter uma vida melhor, se Deus quiser. Daqui para frente vai ser só alegria”, comemora o jogador, formado nas divisões de base do clube e lançado no time principal por Agnaldo de Jesus. O aumento salarial ultrapassou a casa dos 100%, embora ainda abaixo de jogadores mais experientes. Na partida que garantiu o Remo na decisão do segundo turno, Roni teve papel importante, marcando o primeiro gol da vitória sobre o Independente. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)
Por Luis Nassif
Tenho escrito aqui sobre essa mistura de dramaturgia, marketing e jornalismo que caracteriza os grupos de mídia. Utilizam-se recursos da propaganda, da dramaturgia e do jornalismo para uma geleia geral que compromete todas as pontas.
Quando a Globo lançou a novela sobre tráfico de crianças, o jornalismo foi acionado para uma série de matérias sensacionalistas sobre adoção. Quando as eleições entram em jogo, o grupo age sincronizando todas as pontas, criando vilões que lembram os adversários, mocinhos que emulam os aliados.
À medida em que as informações e as discussões sobre mídia avançam pelas redes sociais, e que o conceito e o papel dos grupos de mídia viram foco de discussão, o uso reiterado dessas jogadas apenas ajuda a reforçar os argumentos dos críticos da mídia.
É como se houvesse um laboratório online, no qual práticas seculares anacrônicas pudessem ser dissecadas ao vivo e em cores. Em tempos de concentração maior de mídia, falava-se muito na propaganda subliminar, os merchandisings, utilizados para jogadas comerciais. Quando entra-se no campo eleitoral, o jogo é dúbio.
Tome-se essa besteira da Globo, de associar o nome da novela ao número 45 do PSDB.
O custo é alto. Uma emissora aberta, com o alcance da Globo, não pode se colocar contra mais da metade do eleitorado brasileiro, ainda mais em um momento em que ocorre uma implosão geral da audiência, fruto do avanço das tvs fechadas e da Internet. É um risco de imagem que gerações anteriores, mais sábias, não ousaram correr, mesmo quando a força do grupo era proporcionalmente muito maior.
Quando o espírito das diretas tomou conta do Brasil, a maior preocupação de Evandro Carlos de Andrade e Roberto Marinho era tirar o estigma da emissora, de ser contra a democratização. Depois que o estilo Murdock surgiu, deixou-se de lado toda a prudência e decidiu-se tomar partido de uma forma escancarada.
A ideia de associar o número de PSDB – 45 – à nova novela não representará nenhum reforço substancial à candidatura tucana. Mas, sem dúvida, será mais um argumento fortíssimo em favor dos que entendem a mídia como um partido político.
GRATIDÃO
Já comprei o meu caderno
A cartilha do ABC
Essa vida de inferno
Vou procurar esquecer
E ao meu inimigo eterno
Eu irei agradecer
Por voltar a estudar
E cursar a SÉRIE “D”
(Maurílio Eugênio, 07.5.2014)
As imagens mostram Aloysio Nunes, senador tucano por São Paulo, aborrecendo-se com perguntas de um repórter e subindo nas tamancas.
Da revista Placar
A história dos jogadores ignorados por treinadores antes da Copa do Mundo nem sempre tem o mesmo contexto. Na maior parte das vezes, foi por birra mesmo: caso de Leão, em 1982, e dos recentes Neymar e Ganso, em 2010. Mas há também histórias curiosas, como a briga São Paulo x Rio em 1930 e o dinheiro exigido por Domingos da Guia em 1934. A única participação brasileira em Mundiais que não teve polêmicas foi a de 1938. Mesmo assim, foi por pouco: o técnico Ademar Pimenta flagrou várias vezes os titulares Tim e Patesko entornando chope no navio que levava a delegação do Brasil para a Copa da França.
1930
Feitiço (Santos)
Friedenreich (São Paulo da Floresta)
Foram os maiores injustiçados da briga entre as federações do Rio e de São Paulo. Os paulistas resolveram não mandar representantes para a Copa do Uruguai.
1934
Domingos da Guia (Nacional do Uruguai)
A CBD recusou-se a adotar o profissionalismo e chamou apenas jogadores “amadores” – ainda que pagasse seis contos de réis para cada convocado. Domingos pediu 45 contos de réis (equivalente a dez automóveis de luxo da época) e teve a convocação recusada.
1938
Nenhum
Não era a vontade do técnico Ademar Pimenta: para ele, os titulares Tim e Patesko deveriam ser cortados ainda no navio que levava a seleção para a França por bebedeiras na viagem.
1950
Mauro (São Paulo)
Flávio Costa dispensou aquele que seria o capitão do bi por ser ter “decepcionado inteiramente nos treinamentos”, segundo a revista Esporte Ilustrado.
1954
Zizinho (Bangu) e Ipojucan (Vasco)
Ambos brigaram com o técnico Aimoré Moreira, irmão de Zezé Moreira, que conduziria a seleção na Copa de 1954. Zizinho simulou contusão. O escritor José Lins do Rêgo, nacionalista ferrenho, recusou-se a partir de então a citar do craque em suas crônicas.
1958
Julinho Botelho (Fiorentina)
Por uma questão simples: Julinho não jogava em clubes brasileiros. E achou justo que a seleção fosse composta apenas pelos que atuavam por aqui.
1962
Aírton (Grêmio)
Diz a lenda que o gremista não foi convocado porque ousou dar um drible em Pelé.
1966
Carlos Alberto Torres (Santos)
Era nome certo na Copa, como Djalma Dias e Roberto Dias. A justificativa foi o “excesso de contingência” e a preferência pelos veteranos de 1958 e 1962.
1970
Dirceu Lopes (Cruzeiro, foto)
Era um dos grandes craques do país na virada dos 60 para os 70 e titular de João Saldanha. Mas foi preterido pelo botafoguense Rogério.
1974
Dirceu Lopes (Cruzeiro)
O mais injustiçado das Copas: havia sido o melhor jogador dos Brasileiros de 1971 e 1972. Mesmo assim, Zagallo o colocou em uma “lista de espera” e jamais foi chamado.
1978
Falcão (Internacional)
O maior craque brasileiro em atividade naquele ano ficou de fora da convocação de Claudio Coutinho. Ele preferiu o viril Chicão, fundamental no arranca-rabo contra a Argentina.
1982
Leão (Grêmio)
Leão era o melhor goleiro em atividade no país e adversário declarado de Telê Santana. Foi preterido por outros três arqueiros em grande fase: Valdir Peres, Paulo Sérgio e Carlos.
1986
Leandro (Flamengo)
Não foi exatamente ignorado: ele desistiu de viajar quando era esperado no aeroporto do Galeão, no Rio. Pesou o corte de Renato Gaúcho, que o havia ajudado a pular o muro da concentração em Belo Horizonte depois de uma bebedeira.
1990
Neto (Corinthians)
Foi um pedido da imprensa paulista. Havia feito um bom Campeonato Paulista de 1990, mas não o suficiente para convencer o técnico Sebastião Lazzaroni de que deveria levá-lo.
1994
Rivaldo (Corinthians)
Não foi necessariamente uma injustiça. Rivaldo havia estreado bem na seleção, mas foi traído por uma negociação malfeita entre Corinthians e Mogi Mirim, que o deixou fora dos gramados nos primeiros meses do ano. Sem ritmo, não agradou Parreira e foi cortado.
1998
Raí (São Paulo)
Raí havia jogado muito na temporada anterior no PSG. Voltou para o São Paulo arrasador e foi o responsável pela vitória por 3 x 1 na final do Paulista contra o Corinthians. Mas o clima bélico do Maracanã, no amistoso contra a Argentina, contribuiu para Zagallo não chamá-lo.
2002
Romário (Fluminense)
Ele chorou depois de pedir a convocação. Felipão deu de ombros. O atacante não seria mais chamado desde que pediu dispensa para uma cirurgia na pálpebra, mas viajou com o Vasco para o México. Não fez falta: a seleção foi pentacampeã sem ele.
2006
Alex (Fenerbahçe)
Em grande fase na Turquia, não foi nem sequer lembrado pelo técnico Carlos Alberto Parreira. A justificativa foi o excesso de bons meias: Kaká, Juninho Pernambucano e Zé Roberto.
2010
Ronaldinho Gaúcho (Milan), Neymar e Ganso (Santos) e Adriano (Flamengo)
Certamente a mais polêmica das convocações pré-Copa. Ronaldinho Gaúcho nunca obteve a confiança de Dunga. Adriano perdeu a chance na reta final, por mau comportamento – foi preterido por Grafite. E Neymar e Ganso nem sequer foram testados.
2014
Miranda (Atlético de Madri)
Impecável no Atlético de Madri e um dos grandes responsáveis por deixar o clube espanhol como detentor da defesa menos vazada da liga local. Nem isso foi suficiente para Miranda ‘seduzir’ Felipão. Para a quarta vaga de zagueiro, o técnico preferiu Henrique, seu jogador nos tempos de Palmeiras. Assim, Miranda falha no seu segundo ciclo para a Copa – esteve nas prévias com Dunga, em entre 2008 e 2009.
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