PEC do Diploma: senadora defende pressão maior

Para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), no regime democrático que vivemos, é preciso fazer pressão para aprovar as coisas. Ela falou sobre a PEC do Diploma de Jornalismo, Proposta de Emenda à Constituição que pretende restabelecer a obrigatoriedade da formação superior para a classe profissional. “Está lá, entra e sai de pauta”, informou. A parlamentar ministrou a palestra “Cenários Econômicos e Políticos no Brasil Atual e a Nova Política em Tempo de Redes Sociais”, na noite de sexta-feira, 2, em Criciúma. O evento foi organizado pelo Núcleo dos Jornalistas do Sul Catarinense. Formada em Jornalismo e com anos de atuação como colunista e comentarista do Grupo RBS em Brasília, Ana Amélia faz questão de reforçar sua história como profissional de imprensa. “Não seria coerente da minha parte se eu não defendesse o diploma”.

O encontro aconteceu no auditório da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina. De acordo com o portal Clica Tribuna, Ana Amélia conversou sobre política e economia. “Não é possível que trabalhemos quatro meses para uma máquina que não dá em troca educação e saúde”, lamentou, dizendo que é preciso ter responsabilidade com o dinheiro da sociedade. “Eu assumi o Senado trazendo uma bagagem de jornalista e percebi que era possível fazer mais com menos”, comenta, informando que usa, no máximo, 30% da verba que poderia utilizar como senadora.

“Farsantes da direita disseminam ódio no país”

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Por Gisele Federicce – de Brasil 247

As teses de Arnaldo Jabor e Marco Antonio Villa sobre o Brasil e o PT foram rebatidas horas depois nesta terça-feira 6 pelo vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto Cantalice, em entrevista ao 247. Para Cantalice, que é responsável pela área de mídias sociais no partido, o cineasta e comentarista da Globo e o historiador “são dois farsantes”. Em artigos na imprensa, Jabor afirma que o País está “com ódio de si mesmo” e que, por isso, “é preciso tirar do poder esses caras” (leia aqui). Já Villa prevê a morte do PT e de Lula nas eleições de outubro (leia aqui).

“Quem está disseminando ódio não são as forças de esquerda, se você acompanha as redes sociais, vê que quem dissemina ódio são as forças conservadoras, que querem manter seus privilégios, que se opõem a tudo o que é popular, contra Bolsa Família, contra Mais Médicos, programas sociais, esses é que são os responsáveis por esse estado de coisas que estão acontecendo”, opina Cantalice. Para o petista, os dois colunistas “estão perdendo prestígio, já não são aqueles formadores de opinião”, mas sim “deformadores de pensamento da opinião pública”.

Em seu manifesto, Arnaldo Jabor, a quem Cantalice chama de “cineasta decadente, que abandonou o ofício para fazer esse tipo de comentário no Jornal da Globo”, diz que ônibus queimados, presos decapitados, crianças assassinadas por pais e mães, como o menino Bernardo, são fruto de um mesmo fenômeno, cuja culpa é do Partido dos Trabalhadores. “A chegada do PT ao governo reuniu em frente única os dois desvios: a aliança das oligarquias com o patrimonialismo do Estado petista. Foi o pior cenário para o retrocesso a que assistimos”, diz ele.

Sobre a tese de Marco Antonio Villa, o vice-presidente do PT acredita que “não tem o menor cabimento”, uma vez que o partido vem crescendo “ano após ano” nas eleições. “O Lula é o maior líder político do País e do PT em particular, tem uma visão de Brasil que ninguém tem. O PT é o único partido no Brasil que tem a preferência de mais de dois dígitos da população, de 25% a 30%. Como é que está morrendo? Quem está morrendo é a mídia impressa, que usa espaço para esse tipo de colunista ‘pseudo pitbull’ para poder fidelizar um eleitor que já é conservador por excelência”.

Em artigo no jornal O Globo, Villa festeja hoje o fracasso do PT em outubro. “A derrota na eleição presidencial não só vai implodir o bloco político criado no início de 2006, como poderá também levar a um racha no PT”, antevê. Segundo ele, “as imposições de ‘postes’, sempre aceitas obedientemente, serão criticadas. Muitos dos preteridos irão se manifestar, assim como serão recordadas as desastrosas alianças regionais impostas contra a vontade das lideranças locais. E o adeus ao PT também poderá ser o adeus a Lula”.

Baderneiros ficarão 3 anos sem ver jogos do Remo

Do site do TJE/PA

Os torcedores David Jefferson Maia da Silva, 26 anos; Nivaldo Cordeiro dos Reis, 28 anos; e Arinaldo Pureza Mendes, 31 anos (presidente de torcida Remoçada) não poderão mais frequentar estádios e praças esportivas de jogos de futebol do Clube do Remo pelos próximos três anos ou até decisão judicial contrária. Eles foram presos pela polícia no último dia 26 de abril e indiciados por uma explosão durante treino do Clube Remo.

A determinação é do juiz Flávio Sanches Leão, da Vara de Inquéritos e Medidas Cautelares da Capital, e foi tomada nesta terça-feira, 6, após analisar e dar por concluído o procedimento que indiciou os três integrantes da Remoçada. Agora, o processo será distribuído a uma das varas do juízo singular de Belém para instrução e julgamento pelo crime de explosão.

Em depoimento prestado à Policia, um dos indiciados afirmou ser sócio-torcedor do Remo e que teria cobrado mais empenho e vontade dos jogadores, mas negou ter sido violento. O outro torcedor optou em não se manifestar nesta fase processual.

O juiz considerou o crime de natureza grave, já que envolve violência em estádios de futebol, necessitando de ação efetiva do Poder Judiciário, a fim de coibir essas práticas e evitar nova ação violenta. Com base na legislação e jurisprudência sobre o poder geral de cautela, o juiz Flavio Sanches entendeu ser “necessária a aplicação de medida cautelar diversa das presentes no rol das do art. 319 do CPP (Código de Processo Penal)”.

Na decisão, o juiz concedeu alvará de soltura e isentou os torcedores do pagamento de fiança, acolhendo a alegação de não possuirem condições financeiras. Em liberdade, os indiciados deverão obedecer aos critérios para permanecer nessa condição, como o recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga; a comunicação de mudança de endereço; e o comparecimento sempre que forem chamados pela Justiça.

Para assegurar o cumprimento da medida o juiz determinou, também, que os indiciados deverão comparecer à Seccional de São Brás/Central de Flagrantes uma hora antes e sair uma hora após o término dos jogos do Clube do Remo. A decisão judicial será oficiada à direção do Clube do Remo e ao diretor da Central de Flagrantes.

Ingleses preferem ver futebol longe das mulheres

Do blog Doutissima

Com a aproximação rápida da Copa do Mundo no Brasil os amantes do futebol em todo o mundo já se preparam para assistir aos jogos ao lado da pessoa amada, certo? Sim, mas nem todos. Um estudo realizado em seis países da europa comrovou que a maioria dos italianos (52%) e quase metade dos os franceses (48%) preferem não assistir aos jogos de futebol ao lado de suas mulheres.

unnamedAo contrário de Itália e França, os demais europeus no geral são mais tolerantes: em média 59% dizem que gostam de assistir aos jogos com suas mulheres. A pesquisa, que foi realizada em seis países europeus (França, Espanha, Itália, Bélgica, Reino Unido e Holanda) com homens na faixa etária entre 25 e 40.

Ainda que no geral os europeus não vejam problemas em assistir aos jogos com suas mulheres, podemos considerar que os 41% que preferem o contrário, número ainda muito alto. Sabemos que no Brasil certamente os números não seriam os mesmos, pois existe um grande número de mulheres que se interessam e acompanham o futebol. Mas, de toda forma, o que levaria os homens a preferir assistir sozinho ou com os amigos à ter a companhia da mulher?

O psicanalista Adilson Costa, do site Doutíssima.com.br, faz uma análise dos motivos para a resistência masculina em relação ao aumento do interesse feminino pelo futebol e de como lidar com isso. Segundo o especialista, ao contrário do que a pesquisa mostrou, o futebol pode ser um ótimo motivo para unir ainda mais o casal.

Até que o futebol nos separe?

Um dos motivos para a dificuldade em lidar com a situação vem da diferença com a qual homens e mulheres veem o futebol. De acordo com o psicólogo Adilson Costa, “o futebol faz parte do universo masculino há muitos e muitos anos, enquanto as mulheres – quebrando preconceitos – vêm se identificando e entendendo mais sobre técnicas e táticas do futebol. Quanto mais ela mergulha nesse entendimento e consegue conversar de “igual para igual” sobre um jogo de futebol, ao mesmo tempo em que entende essa “paixão” masculina, mais confortáveis ficam os homens”.

A dificuldade de muitas mulheres em entender os detalhes técnicos de um jogo e, principalmente, do quanto aquele esporte é importante para os homens, também podem criar imecílios para que eles queiram acompanhar os jogos juntos. “Costumo falar que não é que o homem torce por determinado time, ele “É” o próprio time. É natural que quando não entendamos de determinado assunto que falemos sobre outros”, destacou Adilson Costa.

O psicanalista destacou também o fato de que muitas mulheres demonstam uma certa aversão ao futebol por achar que o homem passa a dar mais atenção aos jogos do que a elas. “Muitas mulheres tentam competir com o futebol chamando a atenção para si. Então, é aí que elas começam a falar da beleza física dos jogadores – e aqui rola um ciúme masculino – ou se voltam sobre os temas femininos, e querem que seus namorados interajam, então, muitos homens – ou a maioria deles – acabam se irritando, pois nesse momento só querem e desejam falar e assistir seu sagrado futebol”.

Os homens e um universo chamado futebol

Durante muito tempo assistir o futebol foi uma espécie de ‘refúgio’ para os homens, um espaço onde as mulheres não estavam e no qual eles poderiam extravazar as energias. Mas, com a crescente presença feminina também neste espeço, a história começou a mudar e hoje isso já não é mais uma verdade. “Era um verdadeiro ‘clube do bolinha’. Mas, além do preconceito, muitas mulheres não gostavam de futebol, preferiam outras atividades. Hoje isso mudou. Elas também e se identificam com o esporte. O homem não deixará de extravasar por isso, e as mulheres terão a mesma oportunidade”, destacou Adilson Costa, afirmando que o preconceito que ainda existe sobre as mulheres e o futebol é um resquício do machismo de outras épocas.

O que pode determinar se acompanhar o futebol juntos será bom ou ruim para o casal, segondo o especialista, é mesmo a forma com a qual os dois vão lidar com as situações. “O futebol pode atrapalhar quando falta flexibilidade entre as partes: preconceito masculino; quando se rivaliza entre seus times de coração; disputam para saber quem sabe mais; ou quando a mulher vê o futebol como um “terceiro” na relação”, afirmou.

O futebol pode também contribuir para fortalecer a união do casal, nos casos em que as diferenças são bem trabalhadas. “Ajuda por propiciar mais momentos para o casal compartilhar juntos, rirem juntos na vitória e se abraçarem na derrota. Isso faz crescer a afinidade e prazer em estarem au lado um do outro. E quanto maior a afinidade e prazer em estarem juntos, mais a afetividade cresce. Creio que para tornar esse momento mais agradável deve haver respeito e cumplicidade entre ambos. É preciso lembrar sempre que é apenas um jogo de futebol e que, quando a partida acaba, independente de quem venceu ou perdeu, o que vale no final é a relação do casal ganhar”, concluiu Adilson Costa.

A sentença eterna

“Uma coisa é fazer sucesso, outra coisa é ser famoso. Para ser famoso não precisa de muito. Se você aparecer nu na rua fica famoso. O sucesso é produto do seu trabalho. Mesmo que fique parado um bom tempo continua fazendo sucesso porque tem uma obra. Nesse processo o fracasso também é importante para a evolução do nosso trabalho, da maturidade. A gente não teria a segurança nos navios de hoje se o Titanic não tivesse afundado.”

Por Antonio Fagundes, ator.

Ativismo político midiático e discurso antijornalístico

A legitimidade da imprensa, como instituição, presta relevantes serviços à sociedade – e tem a informação como um bem público – está na busca incessante da verdade factual, na pluralidade de fontes, no equilíbrio democrático de sua cobertura. Longe disso, o que se vê nas páginas e telinhas, nessa antecipação inequívoca da disputa eleitoral, é um protagonismo dos atores midiáticos de forma agressiva, enviesada e intensa, como poucas vezes se viu na história recente.

Por Samuel Lima (*)

No terreno das mídias tradicionais, desde a virada do ano vivemos uma espécie de antecipação do processo eleitoral, agendado formalmente para outubro de 2014. O foco das atenções das empresas de comunicação que compõem um ator social e político destacado é um só: a sucessão presidencial.

A questão rende um intenso debate e é preciso resgatar um grande estudioso do assunto. Trata-se do jornalista, publicitário, escritor e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), Venício Artur de Lima. Autor de vasta obra sobre as relações entre mídia e política, da qual destaco um texto, que acabou virando livro, intitulado “Sete teses sobre mídia e política no Brasil” (leia a íntegra aqui: http://migre.me/j45Mo). Já na primeira tese, Lima vai fundo: “A mídia ocupa uma posição de centralidade nas sociedades contemporâneas permeando diferentes processos e esferas da atividade humana, em particular, a esfera da política”.

Em outras palavras, o pesquisador destaca o papel político preponderante que as empresas de mídia cumprem, no contexto da sociedade democrática contemporânea. E acrescenta: “O papel central da mídia, sobretudo da mídia eletrônica, em particular a televisão, foi inicialmente reconhecido pelo Estado militar durante o regime autoritário. Foram os militares e seus aliados civis que – por razões, em primeiro lugar, de segurança nacional, e de mercado, em segundo – criaram as condições de infraestrutura física indispensáveis à consolidação de uma mídia nacional. E foram também eles que primeiro fizeram uso político dela, não só com o recurso à censura, mas, sobretudo, com o apoio “conquistado” – explícito em muitos casos – das principais redes impressas e eletrônicas, algumas consolidadas durante o próprio período ditatorial” (cit.). É o caso, por exemplo, das Organizações Globo, com sua rede de TVs próprias e emissoras afiliadas de televisão.

Antes de seguir adiante, é muito importante fazer a distinção do quem vem a ser, na concepção de Venício Lima, o conceito de “mídia” tantas vezes usado e banalizado pelo senso comum: “A mídia, plural latino de medium, meio, é entendida aqui como o conjunto das instituições que utiliza tecnologias específicas para realizar a comunicação humana. Vale dizer que a instituição mídia implica sempre na existência de um aparato tecnológico intermediário para que a comunicação se realize. A comunicação passa, portanto, a ser uma comunicação midiatizada” (cit.).

Evidentemente, que isso vale também para o velho e tradicional jornal impresso, que dentre as mídias tradicionais é aquela que melhor tipifica esse fenômeno do jornalismo diário. A cobertura das manifestações sobre o Dia 1º de Maio é prova inconteste disso. Os três mais importantes jornais em papel do Brasil repercutiram (Folha de S. Paulo, O Globo e O Estado de S. Paulo, edições de 02/05/2014), em suas capas, o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (na véspera, 30/04) alusivo ao Dia do Trabalhador. Na ocasião, Dilma anunciara duas medidas de destaque: reajuste de 10% no programa Bolsa Família (a partir de junho) e a correção de 4,5% na tabela do Imposto de Renda, para 2015. Estadão e o Globo abriram generosos espaços aos principais candidatos de oposição, Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB). As capas faziam a conta das medidas nos gastos públicos, com fotos dos dois candidatos destacando “um 1º de maio de oposição” (O Globo) ou ainda “oposição usa 1º de maio para atacar Dilma”.

Mas é na primeira página da Folha de S. Paulo que o protagonismo político aparece em sua forma mais explícita: “Dilma mente sobre o reajuste do Bolsa Família, diz Aécio”. A manchete, ilustrada por uma imagem mega destacada do candidato tucano (em três colunas, no alto superior esquerdo), no palanque armado pela Força Sindical (central que faz oposição ao governo federal e ocupa a Secretaria do Trabalho do governo tucano, em São Paulo), traz o político mineiro, ao lado do humorista Carioca (que faz imitação da presidente) e do sindicalista Paulinho da Força.

Não é necessário “ler nas entrelinhas”, tampouco elaborar sofisticadas teorias da conspiração. A mídia, na acepção aqui tomada do professor Venício de Lima, faz política sem ter legitimidade para isso. Nenhum executivo das empresas comunicação, colunista, comentarista, editor ou simples repórter recebeu votos e mandato para fazer política (falo dos profissionais que estão nas redações, naturalmente). A legitimidade da imprensa, como instituição presta relevantes serviços à sociedade – e tem a informação como um bem público – está na busca incessante da verdade factual, na pluralidade de fontes, no equilíbrio democrático de sua cobertura.

Longe disso o que se vê nas páginas e telinhas, nessa antecipação inequívoca da disputa eleitoral, é um protagonismo dos atores midiáticos, de forma agressiva, enviesada e intensa, como poucas vezes se viu, na história recente. Os barões da mídia brasileira repetem os erros grotescos do passado, colocando em xeque seu ativo mais sensível: a credibilidade. Ao exercer funções tradicionais dos partidos políticos (a oposição parece incapaz de ocupar esse espaço no debate público, e no Parlamento), as empresas de comunicação se enredam por uma trilha sem volta. Trata-se da “Terceira tese” do professor Venício: “Torna-se, assim, mais fácil o exercício pela mídia de algumas das tradicionais funções atribuídas aos partidos, como por exemplo: construção da agenda publica (agendamento); gerar e transmitir informações políticas; fiscalizar as ações de governo; exercer a crítica das políticas públicas e canalizar as demandas da população” (cit.).

Os dados da Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 (hábitos de consumo de mídia pela população brasileira – veja a íntegra: http://migre.me/j47Lw), realizada pelo Ibope Inteligência sob encomenda da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, revela que “cerca de 65% dos brasileiros assistem TV diariamente e 97% ao menos uma vez por semana. Na média, são 3:29 horas de TV por dia”. Ou seja, é, sobretudo nesse espaço midiático central, uma concessão pública, que o jogo vai ser jogado até sua definição em outubro, no pós Copa do Mundo de futebol. A simples observação do comportamento dos principais canais de notícia e entretenimento, neste começo de maio, nos permite inferir que todos os personagens, desses mega atores políticos, foram escalados – com exceção talvez do jornalismo da Rede Record, que procura se diferenciar da “geleia geral de oposição”.

Retornando à obra de Venício de Lima, encontramos em sua “Quinta tese” uma constatação fundamental: “A mídia se transformou, ela própria, em importante ator político”. Do ponto de vista da cidadania, é um salve-se quem puder. E o pesquisador sênior conclui categórico: “As empresas de mídia são hoje atores econômicos fundamentais como parte de grandes conglomerados empresariais articulados a nível global. Além disso, pelo poder que emana de sua capacidade única de produzir e distribuir capital simbólico e pela ação direta de seus concessionários e/ou proprietários se transformaram também em atores com interferência direta no processo político”.

Entre o ativismo político antidemocrático e o perigoso jogo do antijornalismo, o ator político e econômico representado pela mídia vai testar a paciência e a sabedoria do distinto público. O discurso jornalístico, que tem como base fundamental a informação (e a busca incessante da verdade), neste embate, será substituído pela retórica tipicamente política. Ou ainda como avalia Venício de Lima: “Temos um sistema de mídia oligopolizado, que é corruptor da opinião pública, porque privatiza o acesso e exclui do debate público a maioria da população”. A ver.

(*) É jornalista, professor-adjunto da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC/UnB) e pesquisador do Núcleo de Transformações sobre o Mundo do Trabalho (TMT) do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política (UFSC). 

(Via blog de Manuel Dutra)

Enquanto isso, no país da Copa…

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Mauro Santayana é jornalista e analista político.

Nas rodas literárias

Agripino Grieco, crítico literário e ensaista, não poupava ninguém.
— Não consigo ler Guimarães Rosa, escreve em húngaro.
Seu senso de humor deixava os amigos atônitos.
Numa recepção em Lisboa, mal conheceu uma dama da alta sociedade, sapecou:
— Já dormimos juntos…
Antes que o marido lhe desse um soco, completou:
— … durante um conferência do escritor Pedro Calmon.

(via Palmério Dória)