Por Gerson Nogueira
Não foi das melhores jornadas do Paissandu na temporada. Jogou na conta do chá, visivelmente de olho no empate, investindo pouco no ataque e cedendo muito terreno ao apenas esforçado CRB. Mas, no fim das contas, o resultado não foi dos piores, garantindo a vice-liderança do grupo A da Série C 2014, invicto e sem sofrer gols. O lado ruim é que permitiu ao Fortaleza a oportunidade de assumir a dianteira.
O primeiro tempo em Coruripe foi de baixíssimo nível técnico. Os times mostravam absoluta incapacidade de se impor e o confronto vivia de esporádias tentativas individuais. As poucas chances pertenceram ao time alagoano, que concentrava esforços no lado esquerdo da ofensiva, com o lateral João Vítor e o bom atacante Tiago Leal. Paulo Rafael andou se destacando, com pelo menos duas defesas importantes.
Ainda na primeira etapa, o Papão perdeu o artilheiro Lima, lesionado. O jogador já havia viajado na base do sacrifício, atuou muito abaixo de suas condições habituais e terminou desfalcando a equipe antes do intervalo.
Marcos Paraná entrou em seu lugar, povoando o meio, mas deixando o time sem atacantes. Quando avançava, o Papão dependia das investidas de Pikachu e Djalma pela direita. Na prática, o time se mantinha com com os três volantes de sempre – Vanderson, Augusto Recife e Zé Antonio -, reforçados por Bruninho e Paraná.
Com melhor distribuição no segundo tempo, o Paissandu passou a marcar melhor o ataque do CRB e cresceu ofensivamente com a entrada de Jô no lugar do lateral Aírton. Apesar disso, quem ameaçou primeiro foram os alagoanos, em perigosa chegada de Diego Rosa.
O Papão controlava as ações no meio, distribuía bem as jogadas, mas só chegou perto do gol nos instantes finais. Jô cruzou com perfeição bola na área, Marcos Paraná testou para baixo, mas o goleiro Júlio César espalmou evitando o gol. Logo em seguida, Paraná foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. O goleiro salvou novamente, evitando que a bola passasse para Pikachu, que estava livre na pequena área.
O torcedor alviceleste deve ir se acostumando com a estratégia preferencial do técnico Mazola Junior para confrontos fora de casa. Defesa e meio-campo dominando a cena, ataque só quando fizer bom tempo. É uma opção arriscada para quem busca o acesso, mas tem lá suas chances de dar certo.
—————————————————–
Com time entrosado,
Águia vence a primeira
Dario Pereyra conquistou ontem sua primeira vitória como técnico do Águia. O adversário era o sempre encardido Salgueiro (PE). Com grande atuação de Valdanes, Gilmar e do estreante Aleílson. O placar de 3 a 0 reflete bem o que houve no estádio Zinho Oliveira.
Com a vitória, o Águia alcançou a quinta colocação no grupo A, melhorando seu saldo de gols e superando um visitante incômodo. O primeiro gol saiu logo aos sete minutos, com Aleílson, em lance rápido na área. Aos 12, Valdanes ampliou. No primeiro tempo, o Águia foi hegemônico e poderia ter feito mais gols.
A situação mudou na etapa final, pois o Salgueiro avançou a marcação e criou situações de perigo para a zaga marabaense. O Águia resistiu à pressão inicial e esperou o momento de liquidar a fatura. Isso aconteceu aos 28 minutos, quando Gilmar construiu bela jogada para Valdanes definir.
Dario Pereyra dá mostras de que encontrou a melhor formação e vai ajustar o Águia para brigar pelo acesso. A chegada de Aleílson tornou o ataque mais rápido e talhado para o contra-ataque. No meio, Gilmar e Felipe Baiano se encarregam da organização.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 5)


