Campeonato Brasileiro da Série C – 2ª rodada
CRB x Paissandu – estádio Gerson Amaral, em Coruripe (AL), às 19h
Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra, João Cunha comenta. Reportagem – Dinho Menezes.
O bispo emérito de Goiás, d. Tomás Balduíno, morreu às 23h30 de sexta-feira, 2, em Goiânia, aos 91 anos. O religioso estava em tratamento de complicações cardíacas e de câncer na próstata e estava internado havia 20 dias no Hospital Neurológico. D. Tomás Balduíno é reconhecido internacionalmente por suas contribuições sociopolíticas na defesa dos direitos humanos. Ele foi fundador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Em sua página na internet, neste sábado, 3, o Cimi lamentou a perda: “Disse-nos adeus o incansável guerrilheiro das grandes causas da humanidade”. O conselho destacou as inúmeras vezes em que o religioso percorreu o Brasil apoiando as reivindicações dos povos indígenas em defesa dos seus territórios e das suas formas de vida originais.
Trajetória. Nascido em Posse, no norte de Goiás, membro da ordem dos Frades Dominicanos da Igreja Católica, formado na França, d. Tomás promoveu intenso trabalho humanizador e foi referência de resistência durante o regime militar no Brasil, fazendo uma defesa radical da comunidade indígena e da reforma agrária. Durante a ditadura, fez críticas à própria Igreja Católica e articulou com outros bispos uma “resistência interna”, como definia.
Foi agraciado com o Prêmio Nacional de Direitos Humanos em 2012 (categoria homenagem especial).
Por José Roberto de Toledo, d’O Estadão
A pesquisa Sensus a ser divulgada neste sábado vai dar o que falar. Se não pelos seus números, ao menos pelos seus métodos. O instituto, que vinha trabalhando para o PSDB até pouco tempo atrás, foi criativo ao apresentar as perguntas aos eleitores.
Em vez de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos – para não privilegiar nenhum deles -, o instituto mineiro apresentou uma lista em ordem alfabética. Desse modo, o nome de Aécio Neves (PSDB) aparece sempre em primeiro lugar.
Além de contrariar a prática do mercado (institutos como Ibope e Datafolha apresentam a cartela circular), o Sensus mudou sua própria maneira de fazer a pergunta de intenção de voto. Em eleições passadas, como em 2010, o instituto sempre usou a cartela circular, e não a lista em ordem alfabética.
Na pré-campanha, quando a maioria dos eleitores não tem o nome de um candidato na ponta da língua, qualquer tratamento diferenciado a um deles pode inflar sua intenção de voto. No começo de 2010, por exemplo, Sensus e Vox Populi colocavam o partido do candidato ao lado do seu nome, o que aumentava a intenção de voto da então desconhecida Dilma Rousseff, porque o eleitor descobria, pelas mãos do pesquisador, que ela era do PT.
Desta vez, a criatividade na maneira de apresentar as perguntas pelo Sensus deve atrapalhar e não ajudar a presidente. Além de colocar seu adversário Aécio em evidência na pesquisa de intenção de voto, o instituto incluiu uma pergunta sobre aumento do preços dos alimentos antes de pedir ao eleitor para avaliar o governo federal como ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.
Não é a primeira vez que o Sensus faz algo do gênero. Na disputa presidencial de 2002, o instituto também fez uma pesquisa surpreendente na fase da pré-campanha. No final de 2001, o instituto divulgou pesquisa que colocava Roseana Sarney (então no PFL) empatada com Lula, em primeiro lugar. Razão: antes de perguntar a intenção de voto, o Sensus perguntava ao eleitor sobre um escândalo envolvendo o PT, e sobre o racionamento de energia elétrica, o que prejudicava José Serra (PSDB).
Outro fato chama a atenção nesta sondagem do Sensus: o registro da pesquisa no TSE ocorreu bem depois de as entrevistas terem terminado. A pesquisa de campo foi feita entre os dias 22 e 24 de abril, mas só foi registrada no dia 28. Ou seja, ao registrá-la é provável que o instituto já soubesse o resultado – o que pode ou não ter influenciado na decisão divulgá-la.
Como no caso da MDA/CNT, a pesquisa do Sensus foi feita logo após a propaganda eleitoral do PSDB no rádio e na TV. E terminou muito antes do pronunciamento de Dilma na véspera do 1º de Maio. Mas como demorou tanto a ser divulgada, vai ficar parecendo que a sondagem do Sensus é mais recente do que de fato é.
A pesquisa foi paga pelo próprio Sensus, segundo o registro no TSE. Mas será divulgada com exclusividade pela revista IstoÉ. Segundo o site da publicação, a parceria envolverá a divulgação de sete sondagens sobre a eleição presidencial este ano.
PS: Só para comparar, abaixo o cartão da pesquisa Datafolha registrada nesta sexta (sai quarta-feira):
O desespero domina as hostes tucanas e conservadoras. Ainda veremos muitos gestos desatinados até a eleição.
Por James Bradley
A maioria de nós sabe que chamar alguém de macaco é racismo, mas poucos de nós sabem por que macacos são associados na imaginação europeia com indígenas e, principalmente, afrodescendentes. Para entender o poder e o escopo do xingamento de macaco, precisamos de uma dose de história. Quando eu era aluno de graduação na universidade, eu aprendi sobre racismo e colonialismo, particularmente sobre a influência de Charles Darwin (1809-1882), dos quais as ideias pareciam fazer o racismo ainda pior. Na verdade, isto é fácil de inferir. A teoria da seleção natural de Darwin (1859) mostrou que os ancestrais mais próximos dos seres humanos foram os grandes macacos. E a ideia de que os homo sapiens descendiam de macacos se tornou rapidamente parte do teatro da evolução. O próprio Darwin foi muitas vezes representado como meio-homem, meio-macaco.
Além disso, enquanto a maior parte dos evolucionistas acreditava que todas as raças humanas descendiam do mesmo grupo, eles também notaram que a migração e a seleção natural e sexual tinham criado variedades humanas que – aos seus olhos – pareciam superiores a africanos ou aborígenes. Ambos estes grupos tardios foram frequentemente representados como sendo os mais próximos evolutivamente dos humanos originais e, portanto, dos macacos.
O papel do pensamento evolucionista
No começo do século XX, o aumento da popularidade da genética mendeliana (nomeada em referência a Gregor Johann Mendel, 1822-1884) não fez nada para destituir esta maneira de pensar. Se é que ainda não piorou as coisas. Ela sugeria que as raças haviam se tornado raças separadas e que os africanos, em particular, estavam muito mais próximos em termos evolutivos dos grandes macacos do que estavam, digamos, os europeus. E ainda assim, durante este mesmo período, sempre houve uma corrente da ciência evolutiva que rejeitou este modelo. Ela enfatizava as profundas semelhanças entre diferentes raças e que as diferenças de comportamento eram produto da cultura e não da biologia. Os horrores do Nazismo deveram muito ao namoro da ciência com o racismo biológico.
O genocídio de Adolf Hitler, apoiado de bom grado por cientistas e médicos alemães, mostrou onde o mau uso da ciência pode levar. Isto deixou o racismo científico nas mãos de grupos de extrema direita que só estavam interessados em ignorar as descobertas da biologia evolutiva do pós-guerra em benefício de suas variantes pré-guerra. Claramente o pensamento evolucionista teve algo a ver com a longevidade do xingamento de macaco. Mas a associação europeia entre macacos e africanos tem um pedigree cultural e científico muito mais extenso.
Pego no meio
No século 18, uma nova maneira de pensar sobre as espécies emergiu. Anteriormente, a vasta maioria dos europeus acreditava que Deus havia criado as espécies (incluindo o homem), e que estas espécies eram imutáveis. Muitos acreditavam na unidade das espécies humanas, mas alguns acreditavam que Deus havia criado espécies humanas separadas. Neste esquema, os europeus brancos eram descritos como próximos aos anjos, enquanto africanos negros e aborígenes estavam mais próximos aos macacos.
Muitos cientistas do século XVIII tentaram atacar o modelo criacionista. Mas, ao fazê-lo, acabaram dando mais poder para o xingamento de macaco. No meio do século XVIII, o grande naturalista francês, matemático e cosmólogo Comte de Buffon (Georges-Luis Leclerc, 1707-1788) deu continuidade à ideia de que todas as espécies de animais descendiam de um pequeno número de tipos gerados espontaneamente. Espécies felinas, por exemplo, supostamente descendiam de um único ancestral gato. Ao migrarem do seu ponto de geração espontânea, os gatos degeneraram em diferentes espécies sob influência do clima.
Em 1770, o cientista holandês Petrus Camper (1722-1789) pegou o modelo de Buffon e aplicou-o ao homem. Para Camper, o homem original era o grego antigo. À medida que este homem original se moveu do seu ponto de criação ao redor do mundo, ele também degenerou sob influência do clima. Na visão de Camper, macacos, símios e orangotangos, eram todos versões degeneradas do homem original. Então, em 1809, o ancestral intelectual de Darwin, Lamarck (Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Chevalier de Lamarck, 1744-1829) propôs um modelo de evolução que via todos os organismos como descendentes de um único ponto de criação espontânea.
Larvas evoluíram em peixes, peixes em mamíferos e mamíferos em homens. Isto aconteceu não através da seleção darwinista, mas através de uma força vital interna que levava organismos simples a se tornarem mais complexos, trabalhando em combinação com a influência do meio ambiente. Deste ponto de vista, humanos não compartilhavam um ancestral comum com macacos; eles eram descendentes diretos deles. E africanos então se tornaram a ligação entre macacos e europeus. A imagem popular comumente associada com a evolução darwinista da transformação de estágios do macaco ao homem deveria ser propriamente chamada de lamarckiana.
O poder do racismo
Cada uma dessas maneiras de pensar o relacionamento entre humanos e macacos reforçou a conexão feita por europeus entre africanos e macacos. E fazendo parecer que pessoas de origem não-europeia eram mais como macacos do que como humanos, estas diferentes teorias foram usadas para justificar a escravidão nas fazendas das Américas e o colonialismo no resto do mundo. Todas estas diferentes teorias científicas e religiosas trabalharam na mesma direção: para reforçar o direito europeu de controlar grandes porções do mundo.
O xingamento de macaco, na verdade, tem a ver com a maneira com a qual os europeus, eles mesmos, se diferenciaram, biológica e culturalmente, em um esforço de manter superioridade sobre outros povos. A coisa importante a se lembrar é que aqueles “outros” povos estão muito mais cientes daquela história do que os europeus brancos. Invocar a imagem de um macaco é utilizar o poder que levou à desapropriação indígena e a outros legados do colonialismo. Claramente, o sistema educacional não faz o bastante para nos educar sobre ciência ou história da humanidade. Por que se fizesse, nós veríamos o desaparecimento do xingamento de macaco.
Durou apenas seis meses a primeira passagem de Carlos Alberto pelo Botafogo, em 2008. Naquela ocasião com 23 anos, ele alternou altos e baixos em seu desempenho dentro e fora de campo no Alvinegro. O meia teve atuações de destaque, foi o artilheiro do time na Copa Sul-Americana, mas acumulou muitos cartões, deixou o clube ao se irritar com os atrásos de salários e entrou na Justiça. Agora, seis anos depois, está de volta a General Severiano em busca de recuperar o bom futebol que não consegue mostrar há algum tempo. A diretoria confirmou a contratação na noite desta sexta-feira.
Depois de surgir nas categorias de base do Fluminense, se destacar pelo Porto (Portugal) e pelo Corinthians, Carlos Alberto foi vendido ao Werder Bremen da Alemanha, em 2007. Ficou pouco por lá e, no início de 2008, foi emprestado ao São Paulo, onde também não teve vida longa.
Em maio de 2008, o meia assinou contrato de empréstimo com o Botafogo. Em 28 partidas, ele marcou dez gols. Foi o artilheiro do time na Copa Sul-Americana, com quatro gols em cinco jogos, eliminado o Atlético-MG e o América de Cali (Colômbia), mas caindo nas quartas de final contra o Estudiantes, da Argentina. Os goleadores do torneio foram Alex e Nilmar, do campeão Internacional, cada um com cinco gols.
No Campeonato Brasileiro, Carlos Alberto também fez bons jogos, mas foi irregular. Foram 23 partidas e seis gols marcados, mas o que chama a atenção foi o elevado núemro de cartões tomados: 14 amarelos e 2 vermelhos. O Botafogo terminou a competição na sétima posição e não conseguiu a vaga na Libertadores. O meia, porém, deixou o clube antem do fim do torneio. No dia 12 de novembro, ele divulgou uma nota oficial anunciando que estava entrando na Justiça por causa de salários atrasados e não pagamento de a dívida de FGTS e INSS.
Depois de deixar o Botafogo, Carlos Alberto foi para o Vasco e se destacou em 2009, durante a campanha do título da Série B do Brasileirão. Daí em diante, passou por Grêmio, Bahia e Goiás este ano, mas em todos ficou apenas por um curto período e não teve sucesso.Em 2013, quando estava no Vasco, ainda foi pego no exame antidoping e suspenso preventivamente, mas acabou absolvido posteriormente pelo STJD. (Da ESPN)
Tidizê… Como diz o amigo Cláudio, me tirem o tubo!!!
Um torcedor morreu na noite desta sexta-feira após o empate entre Santa Cruz e Paraná, pela terceira rodada da Série B do Brasileiro.Segundo informações da rádio Transamérica, após o fim do jogo, torcedores do Sport e do Santa começaram a brigar – a organizada da primeira tem aliança com a torcida do Paraná. A pessoa em questão morreu após ser atingido por um vaso sanitário, arremessado da parte superior do estádio do Arruda. O corpo do rapaz – identificado como Paulo Gomes Ricardo da Silva, de acordo com o Superesportes – foi envolto por um lençol perto dos portões 6 e 7, no local conhecido como “Rua das Moças”.
Devido à gravidade do incidente ocorrido durante a partida de ontem entre Santa Cruz e Paraná, em Recife, válida pelo Campeonato Brasileiro da Série B, a CBF, através das suas diretorias Jurídica e de Competições, suspende, preventivamente, a partir desta data, o Estádio do Arruda, até que o STJD analise o caso e tome as providências cabíveis. Segue, na íntegra, o ato adminstrativo da CBF assinado pelo diretor de Competições, Virgíio Elísio, e pelo diretor Jurídico, Carlos Eugênio Lopes.
Ato Administrativo DCO/DJU – 01/14
03/05/14
Considerando o grave incidente ocorrido na noite de ontem no Estádio do Arruda e arredores, em Recife, após o encerramento da partida Santa Cruz x Paraná, válida pelo Campeonato Brasileiro da Série B, do qual resultou uma vítima fatal, a CBF, através das suas Diretoria de Competição e Diretoria Jurídica, vem pelo presente ato administrativo, interditar o Estádio do Arruda até que o processo relativo ao incidente seja apreciado pelo STJD.
O presente ato também tem o efeito de representação da CBF junto ao STJD, para as medidas que se tornarem necessárias no âmbito do tribunal.
Rio de Janeiro, 3 de Maio de 2014.
Virgilio Elísio da Costa Neto
Diretor de Competições
Carlos Eugênio Lopes
Diretor Jurídico
(Com informações de Imprensa CBF e ESPN)
Por Emir Sader
Entre suas propostas de desregulamentação, o neoliberalismo colocou forte ênfase na “flexibilização laboral”. Por trás dessa palavra atraente – assim como a de “informalização” – o que se esconde é a precarizacao das relações de trabalho, é o trabalho sem carteira de trabalho.
Esta foi uma das transformações mais importantes pregadas pelo neoliberalismo. Junto a ela promoveu a invisibilização das temáticas do mundo do trabalho. O aumento do desemprego e do que eles chamam de “desemprego tecnológico”, alegando que a tecnologia dispensa mão de obra, produzindo mais com menos trabalhadores, com aumentos de produtividade.
Se colocaria para o trabalhador a alternativa entre seguir empregado, mas baixando a produtividade e a competitividade da empresa e do próprio país ou sair do mercado para melhorar sua qualificação e retornar depois. Na verdade, não existe o tal “desemprego tecnológico”.
Quando há um aumento de produtividade, significa que se pode produzir a mesma mercadoria em menos tempo, digamos, na metade do tempo. Não se deduz imediatamente daí, que se deve expulsar tralhadores dos seus empregos. Há três alternativas: ou se produz o dobro da mesma mercadoria e se mantem a todos os trabalhadores empregados. Ou se produz a mesma quantidade de mercadorias e se diminui a jornada de trabalho pela metade. Ou então – que é o costume acontecer – se continua produzindo a mesma quantidade de mercadorias e se manda embora a metade dos trabalhadores.
Não é a tecnologia que manda embora aos trabalhadores, não é ela que desemprega. É a luta de classes, é quem se apropria do desenvolvimento tecnológico, que pode servir seja para diminuira a jornada de trabalho ou para aumentar os lucros dos empresários.
Quando foi inventada a luz elétrica, a primeira consequência nao foi a melhoria das condições de vida na casa das pessoas, mas a introdução da jornada noturna de trabalho. A culpa não foi do Thomas Edson, mas da apropriação dessa invenção para estender a jornada de trabalho e a super exploração dos trabalhadores.
Desde que se fez a crítica do paradigma da centralidade do trabalho, como uma visão reducionista em relação às outras contradições, se impôs uma tendência oposta, a de fazer do trabalho uma atividade menor, sem transcendência. Exatamente quando mais gente que nunca vive do seu trabalho. De atividades heterogêneas, diversificadas, frequentemente com o mesmo trabalhador em vários empregos ao mesmo tempo. Mas trabalham homens e mulheres, idosos, jovens e crianças, brancos e negros – todos ou quase todos vivem do seu trabalho.
No entanto o tema do trabalho quase desapareceu, inclusive no pensamento social, em que a sociologia do trabalho passou, em poucas décadas, de uns dos ramos mais buscados a um especialidade entre outras. A mídia invisibiliza a atividade que mais ocupa as pessoas no mundo – a atividade laboral. Como se a tecnologia tivesse reduzido o trabalho a uma atividade virtual, sem esforço físico, sem desgaste de energia, sem a super exploração de jornadas de trabalho esgotadoras e intermináveis.
Para completar, tentam sempre fazer do primeiro de maio o Dia do trabalho e não do trabalhador.
À beira da extinção, informação e curtição sem perder o sinal do Wi-Fi.
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