Ninguém segura o Papão

Por Gerson Nogueira
unnamed (46)Mesmo quando não enche as medidas, o Paissandu joga o necessário para alcançar seus objetivos. Tem sido assim ao longo da temporada, tanto no Parazão quanto na Copa Verde. São 15 jogos sem derrota, com partidas marcadas por impressionante regularidade, com ou sem todos os titulares. Ontem, em Cametá, a história se repetiu. O técnico Mazola Junior utilizou a força máxima e alcançou uma vitória relativamente tranquila, sem contestações.
No primeiro tempo, o Papão ainda permitiu alguma chegada da equipe da casa, mas sempre que Djalma, Pikachu e Aírton subiam boas situações eram criadas na área adversária. Foi num lance rápido pela esquerda, depois de roubada de bola no meio, que Djalma abriu o placar, aproveitando indecisão da zaga cametaense. Lima ainda teve boa oportunidade, mas errou a finalização.
O setor de meio-de-campo, liderado por Augusto Recife, cada vez mais desenvolto no apoio ao ataque, jogava o feijão-com-arroz de sempre, mas mantinha a posse de bola com autoridade, sem permitir espaços ou liberdade.
Depois do intervalo, a vitória foi confirmada sem muito esforço. Primeiro, veio o penal sofrido e convertido por Lima, que havia sido puxado na área. Pikachu seguia explorando o lado direito, enquanto a esquerda ficava travada com a atuação irregular de Héverton, muito lento nas chegadas.
Atento a isso, Recife passou a cair pelo setor, trocando passes com Aírton e explorando contra-ataques. O Cametá se atrapalhava com as jogadas de meia-cancha, pois Tetê era o homem que saía de seu campo, mas não encontrava resposta em Leandrinho e Robinho, ambos em jornada de pouca inspiração. Jaílson brigava sozinho com os zagueiros e só passou a ter chances com as entradas de Mocajuba e Frutuoso.
O terceiro gol bicolor nasceu do oportunismo e da boa presença de área de Lima, que ganhou um rebote junto à área, invadiu e driblou o goleiro Alencar Baú. Da linha de fundo, deu um passe preciso para Jô, que só desviou para as redes. Ainda surgiram outros lances agudos na área, que poderiam ter dilatado ainda mais a vantagem.
De toda maneira, um triunfo merecido e que confirma o grande momento do Papão, que compensa eventuais limitações no elenco com muita organização e objetividade.
unnamed (70)
Leão amarga outro tropeço
O futebol tem caprichos nem sempre fáceis de decifrar. Tome-se o caso do Remo, que há menos de um mês curtia lua-de-mel com a torcida, comemorando a conquista do primeiro turno estadual depois de seis anos. De repente, os ventos mudam e a equipe agora amarga as agruras de uma série de insucessos. Sem vencer há um punhado de jogos, entrou de pé murcho contra o S. Francisco e não conseguiu se impor.
Sim, a ressaca da Copa Verde pode ter influído, afinal foram dois clássicos estafantes, mas parece pesar de verdade a ausência de um planejamento tático, a dificuldade que o time demonstra para dominar adversários de qualquer nível e a crônica falta de jogadas criativas. Ontem, o S. Francisco podia ter marcado ainda no primeiro tempo, quando Pitbull e Boquinha rondaram a área do Remo várias vezes com chutes perigosos.
O gol santareno logo a 11 minutos do segundo tempo, em incrível cabeceio do baixinho Boquinha entre dois beques, desnorteou por completo os remistas. A missão de se erguer em campo e buscar o empate parecia inalcançável, a depender exclusivamente do esforço de Dadá e Levy, os mais eficientes do time.
unnamed (83)
Lento e dispersivo, Rodrigo não conseguia fazer a transição corretamente, ficando a dupla Leandrão-Leandro Cearense isolada entre os zagueiros. A torcida, impaciente, vaiava. Até que, num raro momento de lucidez, o garoto Roni foi lançado pela direita e bateu cruzado, empatando o jogo. A derrota foi evitada, mas o resultado foi desastroso: o Remo está em sexto lugar no returno, permanecendo fora da briga pela classificação para as semifinais.
——————————————————
Breve folga para os leitores
A coluna entra em férias de 10 dias a partir desta quinta-feira, retornando no começo de abril, a tempo de acompanhar a decisão da Copa Verde.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 27)

Remo anuncia Fernandes como novo técnico

Depois de mais um tropeço no Parazão (empatou com o S. Francisco), a diretoria do Remo confirmou no final da noite a contratação de Roberto Fernandes para comandar o time no restante do campeonato. O auxiliar será o ex-atacante Luiz Müller, que defendeu o clube em 1995. Técnico e auxiliares têm chegada prevista esta quinta-feira à noite. Fernandes já deve dirigir a equipe no Re-Pa. Teve passagem não muito positiva pelo Paissandu há dois anos.

(Como nos últimos tempos as decisões no Remo são anunciadas e depois desmentidas, convém sempre manter o pé atrás.)

O passado é uma parada…

10155419_10152297520199539_130593569_n

Apresentação dos Beatles no teatro Empire, em Liverpool, no dia 24 de março de 1963. (foto by Dezo Hoffmann) 

Após a vitória da revolução – Marighella, 1968

Por Cynara Menezes – do blog Socialista Morena

Stalin sempre foi criticado por tentar reescrever a história. Hoje, é a direita quem faz o mesmo. Uma das maiores mentiras que a direita brasileira quer impingir à posteridade é que os guerrilheiros que lutavam contra a ditadura queriam vencer não para libertar o Brasil da tirania, mas para implantar outra ditadura, a “ditadura do proletariado”.

Cuidado, jovem, não acredite em tudo que lê.  Este texto do guerrilheiro Carlos Marighella, o maior inimigo da ditadura militar, que não descansou até assassiná-lo numa emboscada em 1969, diz exatamente o contrário. E é absurdamente atual. Ainda hoje eu apoiaria cada uma dessas resoluções. Fala, Marighella:

“Com a vitória da revolução, executaremos as seguintes medidas populares:

– Aboliremos os privilégios e a censura;

– Estabeleceremos a liberdade de criação e a liberdade religiosa;

– Libertaremos todos os presos políticos e eliminaremos a polícia política;

– Tornaremos efetivo o monopólio estatal das finanças, do comércio exterior, das riquezas minerais e dos serviços fundamentais;

– Confiscaremos a propriedade latifundiária, garantindo títulos de propriedade aos agricultores que trabalhem a terra;

–  Eliminaremos a corrupção;

– Serão garantidos empregos a todos os trabalhadores, homens e mulheres;

– Reformaremos todo o sistema de educação;

– Daremos expansão à pesquisa cientifica;

– Retiraremos o Brasil da condição de satélite da politica exterior norte americana para que sejamos independentes.”

Cadê a “ditadura do proletariado”? Darcy Ribeiro, que foi ministro da Educação e chefe da Casa Civil do governo João Goulart, também deu seu depoimento: “Jango sempre dizia que com a reforma agrária, com milhões de proprietários, mais famílias iriam comer, viver e progredir, mais gente se fixaria no campo, a propriedade estaria defendida e o capitalismo consolidado. Nada mais oposto, como se vê, ao comunismo”.

A direita, como sempre, mente. Não se deixe enganar por lobos em pele de cordeiro.

Para saber mais sobre Carlos Marighella, recomendo muito o documentário de sua sobrinha Isa Grinspum Ferraz.

Copa Verde: Brasília é o adversário do Papão

Com grande atuação, o Brasília derrotou o Brasiliense por 3 a 0, na noite desta quarta-feira, no estádio Serejão, e se classificou para a decisão da Copa Verde contra o Paissandu. No final da partida, torcedores do Brasiliense entraram no gramado e tentaram agredir os jogadores, mas houve intervenção da Polícia Militar. O Brasiliense tinha vantagem de dois gols, mas permitiu que o Brasília se impusesse, garantindo presença na final.

O Brasília abriu o placar aos 21 minutos do primeiro tempo, com gol de Gilmar. Na etapa final, Marlon, em duas oportunidades, ampliou o placar aos 31 e 40 minutos, garantindo o time na decisão do torneio regional. A decisão entre Paissandu e Brasília acontecerá nos dias 8 e 20 de abril.

Parazão 2014: classificação geral

TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Paissandu 27 15 7 6 2 31 16 15 60.0
Remo 24 14 6 6 2 25 14 11 57.1
Independente 17 10 4 5 1 10 7 3 56.7
Cametá 16 13 4 4 5 14 19 -5 41.0
Paragominas 15 13 3 6 4 17 19 -2 38.5
São Francisco 15 11 3 6 2 12 15 -3 45.5
Gavião 7 11 0 7 4 10 18 -8 21.2
Santa Cruz 4 11 0 4 7 13 24 -11 12.1

Choque de Leões termina empatado

unnamed (48)

unnamed (53)

unnamed (50)

unnamed (45)

(Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)