Com disciplina e método

POR GERSON NOGUEIRA

Seguro na defesa, letal no ataque. Foi assim que o Papão se comportou contra o América-MG, na sexta-feira à noite, consolidando a posição de liderança da Série B pela segunda rodada consecutiva. Com tranquilidade, o time se impôs e provou que mesmo sem estar inteiramente pronto já tem confiabilidade necessária para inspirar projeções otimistas na competição.

Ao mesmo tempo, com a conquista de bons resultados, Marcelo Chamusca vai demolindo os argumentos de seus críticos. O técnico reapresenta nesta Série B as convicções que tinha durante o Campeonato Paraense e a Copa Verde, colhendo os resultados da insistência.

Desde o começo do trabalho, deixou claro que sua prioridade era a segurança defensiva como ponto de partida para formatar a equipe. Usava os mesmos três volantes de hoje, mas desagradou a torcida pelos altos e baixos do time contra adversários tecnicamente inferiores.

Resistiu com firmeza e sem abrir mão do que buscava alcançar. Os números impecáveis neste começo de Série B mostram que a perseverança foi benéfica. Na verdade, a inadequação não estava no sistema, mas na aplicação deste nas competições iniciais da temporada.

Na Série B, que privilegia os cuidados defensivos, o Papão se destaca justamente naquilo que mais lhe gerava críticas no Parazão e na Copa Verde: a marcação forte à frente da zaga, que lhe permite levar vantagem sobre os adversários aproveitando as chances que surgem.

O Papão de Chamusca é o time que melhor pratica o jogo exigido pela competição, o que ajuda a explicar a liderança invicta. Bem protegido,  resolve seus jogos sem ter laterais de características ofensivas e – mais impressionante ainda – sem dispor de um meio-de-campo inventivo. Triunfo absoluto do esquema pensado e executado por Chamusca, grande artífice dessa surpreendente arrancada inicial.

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Como os bons xerifes de antigamente

Perema não passou a jogar bem só agora. Já era um zagueiro de méritos reconhecidos no São Francisco de cinco anos atrás, quando foi uma das revelações do Parazão. Extremamente técnico, sem abrir mão da força bem calibrada como recurso para estabelecer segurança dentro da área, tem como ponto alto o perfeito posicionamento na última linha. Sua média de acertos nos cabeceios é seguramente a melhor do Brasileiro até aqui.

A postura altiva remete a outros grandes zagueiros do futebol paraense. Belterra, o mais técnico beque surgido no futebol paraense a partir dos anos 80, é a comparação óbvia e imediata. Darinta e Chico Monte Alegre são outros nomes lembrados quando se fala em Perema.

Acima de tudo, guardando semelhanças com o estilo mais sóbrio de Belterra e a rapidez de Monte Alegre, o zagueiro do Papão brilha pela regularidade, mantendo sempre um alto nível de rendimento. Entrou na equipe quando Fernando Lombardi se lesionou e, desde então, não deixou nenhuma dúvida quanto à justiça de sua titularidade.

Com a presença marcante como líder da defesa, Perema fez o time ficar mais confiável defensivamente, tornando-se, por consequência, mais competitivo. A campanha invicta e sem gols tem muito a ver com a performance do zagueiro santareno.

Fazia tempo que um defensor nativo não se destacava tanto num dos grandes da capital, reféns da importação como única saída para reforçar a zaga. Aos 24 anos, Perema cumpriu um périplo por vários clubes até ser finalmente lembrado pelos dirigentes do Papão. Bendita lembrança.

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Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 21h, na RBATV. Na bancada, Tomazão e este escriba de Baião.

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 04)

Catástrofes nem sempre naturais

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POR XICO SÁ, no El País

No país em que autoridades abraçam bolsas e malas de dinheiro vivo – vide o caso de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente Michel Temer –, a cena da menina Rivânia, 8, agarrada a uma mochila para tentar salvar seus livros, comove e alivia a depressão provocada pelo noticiário político.

A criança escapava da enchente, em cima de uma jangada, no distrito de Várzea do Una, município de São José da Coroa Grande, na zona da Mata Sul de Pernambuco. Derradeiro domingo de maio. Na agonia para deixar a casa, não teve dúvidas em salvar o que mais lhe importava. A foto de Rivânia grudada na mochila, como circulou na internet, nos toca agora como uma obra de Charles Dickens chacoalhava um leitor inglês no século XIX. Como o assunto é do mundo livreiro, que me permita a viagem literária.

Corta para o sr. Loures salvando aquela mala cheia de grana da JBS, conforme as delações recentes. O sr. Loures não fugia de nenhuma tormenta, o sr. Loures aparentava uma certa tranquilidade no café gourmet onde aconteceu o encontro, nos arredores do shopping Iguatemi, cartografia luxo só de São Paulo. No tráfego, sim, estava nervoso, segurou firme a maleta com a bagatela de R$ 500 mil, entrou resfolegante em um veículo, com o profissionalismo de quem jamais seria descoberto. Sorria, sr. Loures, você estava sendo flagrado pela PF.

O sr. Loures não estava tentando escapar de nenhuma catástrofe ou reviravolta climática. Esqueceu de lembrar, porém, que dinheiro na mão é vendaval, como alertou a música de Paulinho da Viola para o tema de “Pecado Capital” (1975), novela de Janete Clair na TV Globo. O sr. Loures, no barco reformista do chefão Temer, se sentia muito seguro – só interessaria à PF e ao Ministério Público as falcatruas do passado, jamais a missa de corpo presente. Qual o quê! Caiu feito um patinho da Fiesp.

Viajemos, de novo com Dickens, sem lengalenga, para a enchente da zona da mata nordestina. No ponto geográfico onde o rio Una, que passa no quintal de Rivânia, se encontra com o oceano Atlântico. Lá também viveram os valentes índios caetés. Marzão bonito da gota serena. Os livros da menina que não roubava nada ou ninguém estão a salvo da cheia que castiga Pernambuco e Alagoas. Na região, todavia, cerca de 30 mil desabrigados carecem de um tudo. Os quinhentinhos da mala da propina resolveriam um bocado de besteirinhas.

Aí são outros quinhentos, sr. Loures, vossa excelência como “Trezentão da República de Curitiba” sabe muito bem do que se trata. O trezentão, que me desculpe o leitor cheio de justa moral, roubei do título do primoroso perfil do ex-assessor de Michel Temer escrito pela jornalista Maria Cristina Fernandes no jornal Valor. Recomendo a leitura. Trezentão é tradição e riqueza familiar. Seria o equivalente curitibano a um quatrocentão da capital de São Paulo. O moço tem pedigree, opa, não se trata de um esfomeado emergente.

Fechamos por aqui, chega, antes que me lembre de algum personagem de Dalton Trevisan, o mais curitibano dos vampiros, e saia a viajar de novo no mundo dos livros. Viva a menina Rivânia!

Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de A Pátria em sandálias da humildade (ed. Realejo, 2017), entre outros livros. Comentarista dos programas Papo de Segunda (GNT) e Redação Sportv.

Flagrantes da grande final

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O gol de Cristiano Ronaldo, abrindo o placar na final da Champions.

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O croata Mario Mandzukic comemora o gol de empate da Juve.

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Duelo particular dos laterais da Seleção Brasileira, Daniel Alves e Marcelo.

Fox Sports fecha sede em SP

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A sede do Fox Sports foi fechada em São Paulo. A partir de agora, os trabalhos serão concentrados no Rio de Janeiro, onde o canal tem espaço localizado na Barra da Tijuca. A informação que a coluna obteve é que muitos funcionários de redação foram demitidos, entre eles a repórter Lara Mota e o experiente comentarista e produtor João Antônio de Carvalho. Os demais arrumaram as malas e foram morar na cidade carioca, como é o caso da equipe do programa ‘Fox Sports Rádio’.

Nos corredores, o que se sabe é que, ao visitar as sedes do canal em São Paulo e no Rio de Janeiro, o filho do dono da Fox Sports considerou que a estrutura paulistana representava gasto excessivo, daí a decisão de encerrar as atividades no local. Foi assim que, aos poucos, as equipes foram migradas e um terceiro estúdio na sede da Barra da Tijuca foi criado.

O canal informa que o programa ‘Fox Sports Rádio’, comandado por Benjamin Back e antes feito em São Paulo, já está sendo organizado no Rio de Janeiro. A atração ainda tem participação dos comentaristas Fábio Sormani, Osvaldo Pascoal, Flávio Gomes e Mauricio “Mano” Borges.

Como se sabe, Benjamin Back e Mano também fazem parte do time do ‘Estádio 97’, da rádio Energia 97. Os profissionais terão, agora, que participar do programa à distância e, possivelmente, isso acontecerá pelo Skype ou outro equipamento de transmissão de áudio. Falando em ‘Estádio 97’, a atração sofreu uma baixa nesta semana. O comediante Rudy Landucci, que fazia parte do time, estreia na segunda-feira, 5, na Rádio Globo.

Diante das mudanças no Fox Sports, fica o questionamento sobre a cobertura dos times em São Paulo! O Fox Sports informa que a equipe de produção do canal na capital paulista permanece na cobertura dos jogos, na rotina dos clubes de futebol e nas demais modalidades esportivas. (Do Portal Comunique-se)

Ceará derrota Londrina com gol no final

https://www.youtube.com/watch?v=-dZBJTeap1Y

Papão vence e se mantém na liderança

https://www.youtube.com/watch?v=VbtQhmlzOYM