De Brasil 247
Às vésperas dos 50 anos do golpe militar de 1964, quando o Brasil deverá celebrar sua democracia, um fantasma ronda a América Latina, a Europa do Leste e o Oriente Médio: a volta dos golpes de Estado patrocinados pelos Estados Unidos. Só que, desta vez, com uma roupagem diferente. Regimes são derrubados, supostamente, em defesa da democracia. É o que já se fez na Ucrânia e o que também se pretende fazer na Venezuela.
No passado, as intervenções americanas em outros países assumiam diversas formas. No Irã, em 1954, o regime de Mossadegh foi derrubado depois que o presidente eleito nacionalizou a produção de petróleo. No Brasil, dez anos depois, foi a vez de João Goulart ser apeado do poder com apoio da CIA. Na década de 70, também em razão do perigo comunista, o alvo foi Salvador Allende.
Agora, os Estados Unidos estão novamente assanhados, como demonstrou o vice-presidente americano Joe Biden, em entrevista ao jornal El Mercurio, que apoio a queda de Allende. “Enfrentar manifestantes pacíficos com a força e em alguns casos com milícias armadas, limitando a liberdade de imprensa e de assembleia não está à altura dos sólidos padrões de democracia que temos na maior parte de nosso hemisfério”, disse ele neste fim de semana, referindo-se à Venezuela. Em resposta, o chanceler Elias Jahua afirmou que os americanos são os maiores promotores da violência em escala global.
Na Venezuela, a receita de bolo do golpe é semelhante à que foi aplicada na Ucrânia. Ela envolve protestos de rua, campanhas nas mídias sociais e atentados contra civis, para que os governos sejam responsabilizados pelas mortes de seus próprios cidadãos. Foi assim, após a morte de civis, que o presidente eleito Vitor Yanuovich foi apeado do poder em Kiev.
No entanto, investigações independentes demonstraram que os atiradores de Kiev, na verdade, não eram ligados ao governo – mas sim às forças que hoje estão no poder. Da mesma forma, na Venezuela, o opositor Leopoldo Lopez se entregou depois de ter recebido informações do serviço secreto venezuelano de que seria assassinado para que a culpa fosse atribuída ao presidente Nicolas Maduro.
Sobre o que realmente aconteceu em Kiev, vale a pena ler texto da Rede Voltaire:
A propaganda anti-ucraniana e os misteriosos snaipers
A cadeia de televisão Russia Today publicou uma intercepção do telefone do ministro estónio dos Negócios estrangeiros, Urmas Paet, no qual ele indica que os misteriosos snaipers(atiradores-furtivos) da praça Maidan estavam ligados à oposição pró- europeia.
Sem tomar partido, o ministro liberal Urmas Paet telefona, a este propósito, à Alta- representante da União Europeia, Lady Catherine Ashton, para a informar das suas dúvidas (sobre a credibilidade do novo governo da oposição ucraniana). A autenticidade da conversação telefónica foi confirmada pelos dois protagonistas. A conversa data de há uma semana.
O ministro, indignado, explica a Lady Ashton ter tido confirmação pela Dra. Olga Bogomolets, (célebre dermatóloga envolvida nas manifestações da praça Maidan), que foram indivíduos ligados à oposição pró-europeia —e não membros das forças de segurança fiéis ao presidente Ianoukovytch— quem atirou, simultâneamente, contra a polícia ucraniana e contra os manifestantes afim de provocar a revolta, e derrubar o governo.
A administração saída do golpe de Estado lançou um mandado de captura internacional contra o presidente Viktor Ianoukovytch, acusando-o de ter ordenado disparos sobre os seus opositores e de ser o principal responsável dos confrontos da praça Maidan.
A Rede Voltaire sublinhou, desde o início dos confrontos, que a presença de misteriosos franco-atiradores que disparam, ao mesmo tempo, contra polícias e manifestantes tem caracterizado as diferentes «revoluções coloridas» e «primaveras árabes» registadas (registradas-Br) desde 1989.
No caso dos motins da cidade líbia de Benghazi, em 2011, 4 membros das forças especiais italianas confessaram, depois da queda de Muammar el-Kadhafi, ter sido enviados pela OTAN para ali provocar uma guerra civil, disparando sobre ambos os grupos.

Freedoms Internally!
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Quem disse que a Guerra Fria tinha terminado?
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Me considero uma pessoa de esquerda, mas o texto sobre a situação na Ucrânia é totalmente Pró-Russia. Mas como posso torcer para um presidente russo que persegue homosexuais, mandar prender um banda de rock por fazer criticas a igreja, mandar matar jornalistas, envenena seus dissidentes, massacra chechenios e não tolera críticos. Se fosse ucraniano eu também seria pró-união europeia.
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Concordo com o post nº 01 do prezado amigo, e acrescento que estes pseudos jornalistas, formadores de opinião acham uma maravilha a forma de governo em CUBA, VENEZUELA, COREIA DO NORTE E RUSSIA QUE VÃO MORAR LÁ E SENTIR NA PELE O SIGNIFICADO DA PALAVRA “LIBERDADE DE EXPRESSÃO”….
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Não existem santos nessa história. Sabemos das inclinações russas por certas “excêntricidades” de ordem política, mas não podemos deixar de notar que são justamente aqueles que falam em nome da democracia que, para satisfazer interesses estratégicos, são os primeiros a incentivar a desestabilização de governos eleitos.
A Rússia é o maior fornecedor de energia para a Europa ocidental, é um dos chamados “países emergentes” que mais crescem economicamente em todo o mundo. Tem assento no conselho de segurança da ONU 9tem poder de veto em resoluções interncaionais, por exemplo) e é aliada de países do Oriente Médio não alinhados aos americanos. Se alguém ainda duvida do interesse americano na Ucrânia (e na Venezuela)…
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