Pequena homenagem a um grande artista

Chico Anysio, depois de longa enfermidade, morreu nesta sexta-feira. Por tudo que deu ao mundo em termos de alegria e humor, merece nossa eterna gratidão. Que Deus o receba em paz.

Enquete elege Barrichello como substituto de Massa

A revista italiana Autosprint desta semana saiu com matéria pedindo a cabeça do piloto Felipe Massa após o abandono no GP da Austrália e escreveu com todas as letras que o brasileiro é “inútil” para a equipe. Na mesma página, uma enquete pergunta qual seria o piloto ideal para assumir o posto. Surpresa: a maioria dos leitores apontou Rubens Barrichello como o favorito. Detalhe: quando andou por lá, Barrichello também sofreu ataques constantes da imprensa especializada em automobilismo.

Há doido pra tudo. Te contar…

Quem leva o Prêmio Mico da Semana?

Alternativas da semana:

1. Auxiliar técnico do Remo tentando espionar treino do Paissandu na Curuzu.

2. Quebra-quebra do Cametá nos vestiários do Evandro Almeida.

3. O retorno de Robgol à Curuzu pelas mãos atrapalhadas de LOP.

Tribunal suíço blinda Teixeira e Havelange

Ricardo Teixeira pediu sua renúncia da CBF no mesmo dia em que o Tribunal Superior da Suíça tomou a decisão de manter em sigilo os nomes dos cartolas que receberam subornos da empresa de marketing da Fifa, a ISL, e de manter o ex-cartola blindado. Teixeira já vinha manobrando para deixar a CBF em uma situação que pudesse administrar sua queda, repartindo poderes a seus aliados. Mas não deixou o cargo sem a confirmação de que seu nome não seria publicado pela Justiça suíça. É o que revela Jamil Chade, correspondente do jornal O Estado de S.Paulo na Suíça.
No dia 12 de março, o Tribunal com sede em Lausanne determinou que, enquanto o processo esteja tramitando em relação à ISL, os nomes dos envolvidos não será divulgado. Hoje, na Suíça, os detalhes dessa revelação serão oficialmente publicados à imprensa mundial e confirmarão que os nomes dos implicados na trama de subornos não será conhecida por mais vários meses.
Em 2010, uma corte suíça condenou cartolas por terem recebido subornos da ISL em troca de acordos de transmissão de jogos. Mas, na mesma decisão, ficou estabelecido que os nomes dos envolvidos não seriam divulgados, já que eles pagaram de volta parte da propina e acertaram um acordo.

Desde então, a Fifa tem sido pressionada a revelar os nomes dos envolvidos que, segundo a BBC, seriam Teixeira e João Havelange. O ‘Estado‘ apurou que mesmo Teixeira já se preparava para uma defesa, alegando que havia recebido o dinheiro. Mas que os recursos eram para Havelange, seu ex-sogro, e que ele era apenas um “laranja”. O próprio Havelange pediu demissão de seu cargo no COI, poucos dias antes da entidade julgar o caso. Com isso, o processo foi arquivado.
Quatro jornais suíços e a BBC entraram então com um recurso para ter acesso aos documentos e o caso chegou ao Tribunal Superior da Suíça. No caso dos jornais locais, não é exatamente o nome de Teixeira que interessa, mas a transparência na Justiça do país.
Pressionado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, retirou sua oposição e indicou que estaria de acordo com a publicação dos documentos. Mas, em dezembro, um recurso foi apresentado por Teixeira e Havelange, freado sua publicação. A esperança da imprensa suíça era de que o tribunal autorizasse a publicação pelo menos dos nomes dos envolvidos, até que se soubesse o restante do conteúdo dos documentos. Agora, porém, o processo que não tem data para acabar continuará sob sigilo. (Com informações da ESPN)

Por um Re-Pa de paz e alegria

Bela iniciativa do pessoal da comunidade Exército Bicolor. Eles sugerem que o torcedor vá ao Mangueirão neste domingo levando uma fita branca amarrada no braço. É um símbolo de alegria, paz e civilidade.

A ficção das pesquisas

Por Gerson Nogueira

Há poucos dias saiu uma pesquisa que pretende traçar um retrato real do tamanho das torcidas no Brasil. Claro que, quando o assunto é paixão pelo futebol, poucas aferições são dignas de total confiança. O novo levantamento, de responsabilidade do Ibope e do jornal Lance!, fala em consulta nacional, mas peca por ignorar a massa torcedora localizada na parte de cima do mapa. Uma rápida olha nos dados apresentados revela que o Norte foi inteiramente esquecido.
Na parte de cima do ranking, até por volta da 15ª posição, poucas variações em relação ao que já se sabia. O bicho começa mesmo a pegar na parte inferior, até chegar ao 30º lugar. Destacam-se na listagem times de pouquíssima musculatura popular, embora de boas campanhas recentes.
Não há uma mísera referência aos gigantes do Pará. Potências como Remo e Paissandu, que arrastam milhares de pessoas aos estádios e dividem o Estado ao meio, são solenemente desprezados pela pesquisa. Não é a primeira vez, ressalte-se, que essa situação esquisita se repete em trabalhos do gênero.
Até mesmo o Náutico, menos popular dos clubes pernambucanos, está contemplado entre os maiorais, despontando em 21º lugar, com projeção de 800 mil torcedores. Pior ainda é ver o Atlético-GO em 26ª posição, com 400 mil possíveis adeptos. E a briosa Portuguesa de Desportos, cuja média de público por jogo não ultrapassa 400 pagantes, irrompe em 30º, com hipotéticos 100 mil aficionados.
Na realidade, a dupla Re-Pa está muito acima desse modesto patamar de torcedores. Seguramente, cada um dos tradicionais rivais deve ter algo em torno de 2,5 milhões de torcedores, levando em conta a população do Pará (7.443.904 habitantes, segundo o Censo de 2010 do IBGE). São números que garantiriam posicionamento dos mais destacados no levantamento Lance!/Ibope, acima do 12º colocado.
Chama atenção que tamanha grandeza ainda seja subestimada pelos pesquisadores, que concentraram o foco no Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Afinal, são as regiões que abrigam os clubes das principais divisões do futebol nacional. Melhor (e mais justo) seria anunciar, então, que o levantamento abrange apenas torcidas das Séries A e B.
Longe de esclarecer, a pesquisa cumpre apenas a finalidade rasa de atiçar rivalidades e aquecer discussões de bar a partir de números questionáveis. Continuamos esperando por um trabalho de prospecção mais sério, rigoroso e justo, que reconheça o que está mais do que provado na prática.  
 
 
A grande novidade dos treinos do Paissandu para o clássico de domingo é um jogador que está na reserva. Quem acompanhou com olhos atentos a movimentação garante que Bartola está bem e pode vir a ser utilizado por Lecheva no Re-Pa. Aliás, no primeiro turno, Bartola foi um dos destaques na vitória alviceleste por 2 a 0. Permanece, porém, o mistério em torno do súbito desaparecimento do jogador das últimas escalações do Paissandu.
 
 
Neymar, 20 anos, alcançou aquele estágio da simplificação genial. Quando a bola chega aos seus pés ganha endereço certo, de forma rápida e certeira. Foi assim no segundo gol do Santos, ontem, contra o Juan Aurich. No gramado alagado, Ganso lançou Borges, que foi à linha de fundo e cruzou rasteiro. Neymar recebeu na entrada da área e pegou de primeira, chute rasteiro no canto, fora do alcance do goleiro. O craque sempre faz tudo parecer mais fácil.  

 
Direto do blog
 
“O grande problema do Lecheva é que o Papão não tem esquema tático. Logo, penso que tem muita gente sem marcar nesse time (Cariri, Robinho, Potiguar e Magrão). Se o Flávio Lopes viu os dois jogos do Paissandu, acredito que trabalhará nas costas dos dois laterais, principalmente do Yago Pikachu. Pode parecer esquisito o que vou falar, mas esse pode ser o jogo da salvação do Paissandu. Basta perder”.
 
De Cláudio Santos, técnico do Colúmbia de Val-de-Cans e crítico implacável dos treinadores locais.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 23)

Treze decide punir autor da cavadinha fatal

Eliminar o Botafogo da Copa do Brasil nos pênaltis seria um momento histórico para o Treze. Nos pés de Léo Rocha, estava depositada a esperança do time em continuar vivo no torneio nacional. O meia precisava acertar a penalidade para deixar a disputa empatada. Mas cobrou com uma mal executada ‘cavadinha’, que provocou a eliminação dos paraibanos.

Depois do jogo, Rocha se desentendeu com o gerente de futebol, Gil Baiano, e foi afastado de forma imediata do elenco. Ele nem sequer viajou de volta à Paraíba na manhã desta quinta-feira, e não deve mais jogar com a camisa do clube. O presidente do clube, Fábio Azevedo, disse à Rádio Estadão ESPN que o ato do jogador foi uma brincadeira irresponsável, que mostrou desrespeito a todo o estado da Paraíba.

“No Treze só fica quem tem comprometimento, quem tem responsabilidade. No Treze só trabalha quem é vencedor. A falta de comprometimento não foi apenas no momento do pênalti. Mas eu vou falar disso depois”, afirmou o presidente.

Fábio Azevedo afirmou, ainda, que vai ainda não fará um pronunciamento oficial – ele quer consultar o departamento jurídico do clube antes – mas deu a entender que o jogador não vestirá mais a camisa do Treze. “Ele está afastado do grupo e isso é em definitivo. Só vou me pronunciar oficialmente depois que conversar com o jurídico”, disse. A gerência de comunicação do clube disse que uma entrevista na segunda-feira deve elucidar a questão. (Com informações da ESPN)

O bom Jefferson exagerou. Foi, além de prepotente, preconceituoso. Duvido que fizesse o mesmo contra um jogador da Série A.

O Botafogo e o medo de ser favorito

Por Rica Perrone

O Flamengo não consegue vencer jogos onde é muito favorito, pois seu passado o faz temer o pior e ele, geralmente, se repete. O Corinthians não consegue ganhar a Libertadores porque a síndrome de pânico que evolve a história do clube e a competição dificultam 10 vezes mais que o normal. 

No Botafogo basta ser favorito para o medo de repetir o fracasso ser mais relevante do que a vontade de vencer. Não importa o campeonato, nem o time, nem o local. Basta um pedido para confirmação de grandeza e lá vem o pânico. 
Outro dia escrevi um texto aqui dizendo que não entendia o nível de cobrança da torcida do Botafogo. Muitos concordaram, outros acham que não, que é pra vaiar, cobrar, etc.  Eu ainda parto do princípio que, na lama, é melhor tentar sair juntos do que afundar todos reclamando. Mas… 
Ontem, de novo, o Botafogo tinha que vencer. E de novo, como quase sempre, quando é favorito e tem obrigação de ser, não reage bem. Desde o Juventude no Maracanã lotado, desde sei lá que final de estadual, o Botafogo não aguenta ouvir dizer que é favorito.  Situação que não cabe a um time grande, pois é exatamente esse poder de suportar a condição de favorito que lhe diferencia. 
A sequência de investimentos patéticos acabou. O time está montado, mantido e em dia. Não há mais como colocar na falta de pagamento, na falta de um campo, de um lugar pra treinar. A conta é outra, mais simples. 
Do porteiro ao centroavante, passando também pela torcida, ser botafoguense dá medo. Todos eles tem aquele discurso de “sofredor”, aquela carinha de “vai dar merda” e aquele pessimismo que chega a irritar até mesmo o rival, que não quer confrontar um derrotado mas sim outro grande campeão. 
E sim, o Botafogo é um grande campeão. Pena que nem ele se enxergue desta forma as vezes. 
O Fogão é aquele cara muito inteligente, bacana, tirou notas boas, fez bons cursos mas que não consegue sair do emprego intermediário e do salário comum.  E vê, com raiva, os menos estudados ganhando mais, as vezes sem ter nem metade do seu bom currículo. E aí ele se acostuma com isso, faz da sua situação uma “piada” de “má sorte” e pior, acredita nisso.
“Coisas que só acontecem com o Botafogo”, ou discursos como os daqueles intelectuais da bola que dizem: “Não podia dar Botafogo. O estádio estava lotado, a tocida do Botafogo não lota. Aquilo não era Botafogo”, discursando sobre a derrota pro Juventude, por exemplo.
Podia sim, deveria ter dado, mesmo que esse rótulo místico de fracasso engraçadinho tenha sido tão bem plantado e regado ultimamente. Em 95, campeão, o time teve Tulio, Donizete, Beto… opa! Será que estes caras tem esse perfil “perdedor acostumado” que hoje alguns assumem? Não, não tem. Talvez seja essa a diferença.
Abreu é, hoje, o anti-Botafogo. O marrento, o que se garante, o que se acha superior. E a torcida o adora, porque é óbvio que vão adorar um cara que representa tudo aquilo que o clube não consegue representar ha anos.
Alguns caem na pilha de que o Fogão não é time grande, o que considero pouco discutível diante de sua história. Outros se acomodam no discurso de “sempre sofredor”, e outros se revoltam, como quem descobre hoje que há 20 anos o clube aceita tudo de pior e acha justificativas no além, no “sobrenatural”, onde for. Menos onde precisa, que é nele mesmo.
Jefferson, ontem, incoerente, errado, fez o que falta ao Botafogo. Foi marrento, meteu o dedo na cara, chegou quase a ser estúpido condenando um rival de fazer algo que seu time faz e aplaude.
Mas então não era pra ter feito! Não! E foda-se, porque o Botafogo precisa com mais urgência do que um beque ou um lateral uma dose de marra que faça dele um time que irrita os adversários, que desafie a lógica de um clássico e não um time que, se perder, fará uso do discurso pronto do juiz, da sorte e das coisas que só acontecem com o Botafogo.
Não precisa ser o Vasco do Eurico, o SPFC do Juvenal. Mas ser o oposto extremo, aquele que se junta pra chorar na coletiva pós jogo, pior ainda. Grandes não causam pena. Causam medo, inveja e raiva.
O Botafogo não é digno de pena, mas hoje está longe de ser motivo de “medo” ou “raiva”.
É piada pronta, partindo dos rivais com a assinatura dos seus, que adoram confirmar que “O Botafogo só se fode”. “Precisa beque”, “precisa lateral”, “precisa meia”, “o problema é técnico”, “com 3 zagueiros não da…”….  Pára! O problema não é esse ou, melhor, não é “só” esse. Talvez nem seja tão relevante o lateral, o meia ou o esquema de 3 ou 4 zagueiros.
O relevante é a postura. É o respeito que o Botafogo está deixando de colocar por não saber ser marrendo, ousado, “folgado”, quase “escroto”. 
Não é pra Oswaldo, nem pra Caio Jr. É caso pra Renato, pra Felipão. Você gosta? Não, talvez odeie. E é isso que falta ao Fogão. Odeie-o, mas não seja indiferente a ele. 
Acredite, moro em São Paulo há 33 anos, não tenho um pingo de dúvida em afirmar: O Botafogo é o grande que menos coloca “medo”  nos adversários. Você respeita, é claro. Mas nunca vai a uma “batalha” no Engenhão. Vai a um jogo onde, diga-se, você raramente se considera azarão. 
E que gigante é esse que ignora seu real tamanho e aceita, ano após anos, uma situação menor? 
Não é a diretoria atual, não é o elenco, nem o treinador. Isso é uma história, não uma fase de 3 anos. Não adianta dar pro Maicosuel  a conta do Dimba. Não cobrem do Abreu os gols que o Dill perdeu. 
Talvez você considere que eu esteja desrespeitando o Botafogo ao dizer tudo isso, mas na real eu estou respeitando mais do que muito botafoguense que se acostumou com a idéia do “meu time só se fode”. Atitude, arrogância, marra, escrotidão. Ingredientes que em doses exageradas transformam um vencedor num babaca. Mas que na falta da dose mínima transformam gigantes em perdedores. O Botafogo não é um perdedor, nem um clube que “só se fode”. Menos ainda, hoje, um clube que “se garante”.
 
(Por indicação do camarada Antonio Valentim)