Zico recorda e homenageia Marinho

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Nas redes sociais, Zico se manifestou assim sobre as perdas de Marinho Chagas e Maurício Torres neste domingo:

Fim de semana com duas mortes para nos deixar muito tristes: Marinho Chagas e Maurício Torres. Na foto abaixo eu e Marinho Chagas num Fla x Bota. Marinho estava na seleção em meu primeiro jogo com a camisa do Brasil, ficamos amigos e tivemos muitas histórias juntos. A primeira coisa que vem na lembrança eram nossas disputas para bater as faltas. E eu dizia para ele que perto da área era minha, enquanto as de longe eram dele. Uma perda para o futebol.

E o Maurício Torres, jornalista jovem e talentoso. Uma morte que nos pega de surpresa. Força aos familiares nesse momento difícil. O último contato que tivemos foi na gravação especial para a Record que ele comandou no Centro de Futebol para os meus 60 anos. Fizeram uma surpresa bacana para mim. Que ele descanse em paz.

As razões da aposentadoria de Barbosa

Por Janio de Freitas

As cassações de direito ao trabalho externo, lançadas recentemente por Barbosa, já lhe prenunciavam uma sucessão de derrotas no STF

Nem o motivo, nem a ocasião apontados para a repentina renúncia de Joaquim Barbosa merecem crédito. Disse ele que se decidiu por deixar o Supremo Tribunal Federal “naqueles 22 dias que tirei em janeiro, estive na Grã-Bretanha e na França, aquilo foi decisivo para minha decisão”. Como respondia a perguntas sobre o motivo de comunicar a renúncia naquele dia, subentende-se que a ocasião estava escolhida desde janeiro.

Ainda que citar a decisão europeia não incluísse a data, a incongruência permaneceria. Em entrevista de estreia do jornalista Roberto D’Ávila na Globonews no fim de março, Joaquim Barbosa admitiu que deixaria o Supremo mas não por ora, com Roberto logo explicitando que isso significava ficar até o fim do mandato de presidente, “até novembro?”. E o entrevistado foi sucinto e definido: “Sim”.

Janeiro e novembro foram afirmações inválidas. A citação de novembro, em março, invalidou a de janeiro, e a renúncia em maio invalidou as duas. Algum motivo dos últimos dias, ou no máximo semanas, levou Joaquim Babosa a precipitar suas visitas à presidente da República e aos presidentes do Senado e da Câmara, ainda manhã da última quinta, para informá-los da renúncia. À tarde comunicada ao plenário do Supremo.

Coincidência ou não, na véspera o advogado José Luis Oliveira Lima encaminhou ao presidente do Supremo o pedido de habeas corpus para seu cliente José Dirceu. De quem o leu, por certo com objetividade, posso transmitir a opinião de que o considerou muito bem feito, como argumentação jurídica e no caso específico, requerido também o seu julgamento pelo plenário.

A tese e as cassações de direito ao trabalho externo, lançadas recentemente por Joaquim Barbosa, já lhe prenunciavam uma sucessão de derrotas no tribunal. O novo habeas corpus tem que ser julgado em futuro próximo. Com a renúncia, já neste julgamento Joaquim Barbosa estará em condições de dizer que, pendente o seu afastamento apenas de formalidades burocráticas, não participará da discussão e da decisão. E pode sair do plenário sem o testemunho da derrota.

Além de comprovadas provocações, Joaquim Barbosa pode ter sofrido ameaças. Não as citou, porém, cabendo a jornalistas invocá-las, sem oferecer fundamentação factual, como causa de precipitação da renúncia.

A serem mesmo o motivo, a renúncia seria uma fuga. E um exemplo desonroso saído do próprio cume do Poder Judiciário para os bravos e dignos procuradores, promotores e juízes, mulheres e homens, que processam e a cada dia condenam criminosos perigosíssimos, porque assim é o dever que assumiram. Os seus condenados não se chamam Dirceu e Kátia, Valdemar e Genoino. Chamam-se Fernandinho Beira-Mar, Nem, Marcola.

Mas fugir de ameaça e ficar por aí nada mudaria. Convenhamos que ameaças seriam um bom pretexto para morar no exterior, por exemplo no apartamento comprado em Miami. O repouso de quem personificou no Supremo o populismo autoritário. Ou, melhor no seu caso, o autoritarismo populista.

MUITO À VONTADE

Eduardo Campos, na terça 27, depois de reunião em São Paulo com dirigentes do setor farmacêutico: “Acho que a Lei da Anistia foi para todos os lados. O importante agora não é ter uma visão de revanche”. “A anistia (…) foi ampla, geral e irrestrita” –(repórter Sérgio Roxo, “O Globo”, não contestado).

Eduardo Campos, na Folha da sexta 30, a propósito do meu artigo “Muito à vontade”: “Defendo que a Justiça avalie e decida soberanamente (…) cada caso relativo a crimes cometidos no período coberto pela Anistia”. “Essa sempre foi minha opinião”.

Eduardo Campos termina por dizer que não nos conhecemos e o “procure antes” (antes, parece, de escrever sobre ele). Se houver o caso de informação que dependa da sua confirmação, tentarei fazê-lo, sim. Quando Eduardo Campos fizer afirmações públicas, vou comentá-las sob minha individida responsabilidade, e deixando-o muito à vontade para reiterar-se ou, a seu gosto, desdizer-se.

Adeus a um craque da lateral-esquerda

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Aos 62 anos, morreu nesta madrugada de domingo o ex-lateral Marinho Chagas. Ele sofreu hemorragia digestiva, em consequência do alcoolismo. Revelado pelo Náutico, destacou-se no Botafogo, ocupando a posição e vestindo a camisa que consagrou mestre Nilton Santos. Consagrou-se como melhor lateral-esquerdo da Copa do Mundo de 1974.

 

Vândalos voltam a bagunçar nas arquibancadas

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A ação violenta de conhecida gangue uniformizada forçou a interrupção por três vezes do jogo Paissandu x Fortaleza pela Série C, na noite deste sábado, no estádio Jornalista Edgar Proença. Soltando rojões nas arquibancadas, o grupo pretendia atingir torcedores do time visitante e aterrorizou os demais espectadores. O chefe do policiamento no estádio, chamado a explicar a presença de rojões com os vândalos, não soube dizer como eles conseguem passar pela triagem nos portões do estádio.

O episódio pode levar a nova punição ao clube, que já pagou pena imposta pelo STJD de três jogos longe da torcida no começo da Série C. As circunstâncias que causaram a punição foram parecidas: baderneiros soltaram rojões em direção ao campo na partida contra o Avaí, pela Série B 2013, no estádio da Curuzu. Por esse motivo, o Papão teve que enfrentar Águia, ASA e Botafogo-PB no estádio Maximino Porpino, em Castanhal, com portões fechados. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)  

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Os melhores do Parazão

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Por Gerson Nogueira

Encaminhei na sexta-feira minha seleção à tradicional escolha dos melhores do Campeonato Paraense, organizada pela Aclep. Num torneio dominado pelos grandes da capital, nada mais natural que a lista seja quase toda preenchida por bicolores e azulinos. Charles, zagueiro do Paissandu, é o destaque individual do Parazão. A revelação é Roni, arisco e driblador ponta-esquerda (joga também pela direita) do Remo.
O titular do gol é Fabiano (Remo), pela regularidade e segurança. O lateral-direito é Pikachu, cujas qualidades o credenciam a atuar em diversas posições da equipe e aparecer muito bem como definidor de jogadas.
unnamed (72)A dupla central de zagueiros é formada por Charles (PSC) e Max Lélis (Remo), disparadamente os melhores zagueiros em atividade no Pará. O bicolor é rápido, eficiente nas antecipações e se destaca pela excelente colocação na área. O azulino joga mais fixo, mas é forte no combate direto e no jogo aéreo. O lateral-esquerdo é Alex Ruan (Remo) quase que por exclusão, visto que a posição não teve grandes expoentes na temporada.
No meio-de-campo, os volantes são Dadá (Remo) e Augusto Recife (PSC). Dadá foi o mais regular jogador azulino na competição, mantendo-se sempre em alto nível e aparecendo com eficiência até quando se aventura em arrancadas rumo à área adversária. Experiente, Recife tem outro estilo, mais contido, mas, no deserto de criatividade da meia cancha bicolor, se sobressaiu pelo passe caprichado e a capacidade de fazer lançamentos precisos.
O compartimento de criação tem dois interioranos em primeiro plano, superando com sobras nomes mais badalados da capital. Caçula foi o melhor do São Francisco, exibindo habilidade e excelente arremate de média distância. E Robinho foi o comandante do Cametá, com atuações destacadas contra a dupla Re-Pa e o resgate do futebol apresentado há duas temporadas.
No ataque, Lima é titular incontestável. Oportunista e dono de pontaria afiada, fez gols decisivos no campeonato, apesar de sacrificado pela ausência de um meia-armador de qualidades no Papão. Seu parceiro de ataque é Rafael Paty, que logrou a façanha de ser um dos artilheiros do campeonato mesmo no time de pior campanha – o Santa Cruz.
Mazola Junior é o técnico escolhido, independentemente do que venha a acontecer nas partidas finais. Tem o mérito de dar ao Paissandu um esquema de jogo bem definido e simples, que prioriza a marcação e faz do contra-ataque uma arma letal.

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Divisões de base sob fiscalização

Às vésperas da abertura da Copa do Mundo, inspeções realizadas pelo Ministério Público do Trabalho em 22 clubes profissionais de seis Estados revelam um quadro constrangedor quanto à formação de atletas. O mais surpreendente é que clubes tradicionais e da Série A, como Flamengo e Corinthians, apresentaram irregularidades na formalização de contratos com adolescentes e também nas precárias instalações.
O MPT constatou, ainda que, nem todos os clubes dispõem de estrutura de acompanhamento interno de médicos, psicólogos e fisioterapeutas para atender os atletas em casos de grave lesão. No lado positivo, os fiscais verificaram que a maioria dos clubes oferece alimentação de qualidade, seguindo padrão de higiene e nutrição balanceada.
A situação das divisões de base levou o procurador Rafael Dias Marques, coordenador nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, a afirmar que “a formação profissional de atletas no Brasil, em grande parte, ocorre em desrespeito aos direitos fundamentais da infância, o que deve servir de alerta ao sistema de garantia”.
Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso foram os Estados inspecionados. Os clubes autuados serão chamados a ajustar suas práticas, podendo vir a sofrer ações judiciais para reparação dos danos causados. Nos próximos meses, a inspeção deve chegar a outros Estados, incluindo o Pará.

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Bola na Torre

O programa debate a reta final do Parazão e a jornada dos representantes estaduais na Série C. Guerreiro apresenta, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Cláudio Guimarães é o convidado. Começa logo depois do Pânico na Band, por volta de 00h15.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 01)

Infecção mata narrador esportivo da Record

O narrador e apresentador esportivo Maurício Torres, 43 anos, morreu neste sábado (31), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por conta de uma infecção. Ele estava internado desde o dia 1° de maio, quando se sentiu mal durante um voo do Rio de Janeiro a São Paulo, onde faria gravações de “offs” para o “Esporte Fantástico”, da Record, daquele fim de semana. Após o desembarque, ele foi direto para o hospital Sírio-Libanês. Na época, foi constatado uma arritmia cardíaca – e não infarto.

Submetido a exames mais rigorosos, constatou-se a existência de uma infecção, que mesmo combatida à base de antibióticos, não regrediu agravando o seu estado. Maurício deixa mulher e uma filha de oito anos. O velório acontecerá no domingo (1°), no Rio de Janeiro, a partir das 11 horas, no cemitério São João Batista. O sepultamento que aconteceria na segunda-feira foi antecipado para às 16h deste domingo.

Carreira
O jornalista trabalhou no Sistema Globo de Rádio e na década de 1990 narrava jogos para os canais Globosat. Em 1996, entrou para a Rede Globo onde passou a fazer transmissões esportivas e apresentava o bloco esportivo do “Bom Dia Brasil”, eventualmente o Globo Esporte – além do “Espaço Aberto Esporte, da Globo News. Chegou à Record em 2005, para ser o seu primeiro nome na locução esportiva. Em 2012, se juntou a Mylena Ciribelli e Cláudia Reis na apresentação do “Esporte Fantástico”.

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Ao receber o convite da Record, Torres não pensou duas vezes antes de mudar de emissora. Estava muito empolgado com os investimentos do canal. Além do caminho aberto para ser o narrador principal, pesou também a proposta financeira, muito superior a da Globo. Por pouco o carioca Mauricio Torres não seguiu o jornalismo esportivo. Após entrar no meio, achou que escreveria sobre política ou cultura. Por acaso, foi convidado para trabalhar na Rádio Globo, emissora que despertou seu interesse pela área de esporte.

Tinha como ídolos Galvão Bueno e Luciano do Valle, e revelou que se não fosse jornalista, seria advogado. Ele trabalhou na cobertura de grandes eventos esportivos, como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e Pan-Americanos.

Destaque para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 1996 (Atlanta/EUA), 2000 (Sydney) e 2004 (Atenas), e dos Jogos Pan-Americanos de 1999 (Winnipeg/Canadá), 2003 (Santo Domingo/República Dominicana) e 2007 (Rio de Janeiro). Cobriu duas Copas do Mundo (França – 1998 e Coreia e Japão – 2002) e também narrou o Mundialito de Futebol de Areia de 1997 (Figueira da Foz/Portugal) e as decisões da Liga Mundial de Vôlei (2001 e 2003), além do Grand Slam de Judô 2009.

Em 2010, esteve em Vancouver, no Canadá, para a cobertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, evento que a Record transmitiu com exclusividade. Em 2011 narrou os Jogos Pan-americanos de Guadalajara e participou da cobertura da emissora na Olimpíada de Londres, em 2012, como principal narrador da casa. Em 2014, ele participou da cobertura dos Jogos de Inverno de Sochi.

Papão em noite infeliz no Mangueirão

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(Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)