Tribuna do torcedor

Por Carlos Scardino (carlosscardino@gmail.com)

Eu não sei porque batem tanto na tecla de cobrar a presença da torcida bicolor ao estádio. A resposta é que enquanto esse incompetente do Luis Omar tiver na presidência a torcida vai perdendo o encanto e vai se afastando, principalmente quando ele diz que o Paysandu está no caminho certo. Há cinco anos ele vem falando isso. O time não tem esquema tático dentro de campo, quando vence é na vontade ou individualidade dos jogadores, a Série C tá chegando e ele deixando pra ultima hora. Copa do Brasil nem se fala, ele não tá nem aí em arranjar um técnico de prestígio, a desculpa é a mesma. Assim não dá, estamos sendo enganados há tempos. Por, favor Gerson, publiquem algo assim: o Paysandu não é de nenhum ditador. Hoje, na Linha de Passe (Rádio Clube) não leram isso que estou te escrevendo. Torcedor escreve pra tirar sarro com o adversário e com os setoristas, mas o que tem que fazer é isso cobrar dos dirigentes e parar de fazer bobagem, respeitar a torcida que gera receita.

Remo x Cametá (comentários on-line)

Parazão 2012 – Quarta rodada do returno.

Clube do Remo x Cametá – Estádio Baenão, 20h30.

Na Rádio Clube – Ronaldo Porto narra; Rui Guimarães comenta. Reportagens – Paulo Caxiado e Giuseppe Tommaso.

Papão pagou pra jogar contra o Águia

O jogo Paissandu x Águia teve público pagante de 3.073 torcedores, com arrecadação de 36.052,50. As despesas chegaram a R$ 51.361,00 (incluindo a famigerada taxa obrigatória, de 10% do valor bruto, para a FPF), o déficit para o Paissandu foi de R$ 15.308,50.

A bola puniu o Águia

Por Gerson Nogueira

O futebol às vezes pode ser desconcertante. O Paissandu foi inferior ao Águia durante praticamente todo o jogo. Desarrumado, errava muitos passes e não conseguia encaixar ataques planejados. Os velhos problemas do setor de meio-campo se refletiam na distância entre os jogadores. Apesar desses atropelos, criou quatro boas chances e aproveitou duas. Essa objetividade garantiu a vitória. 
E que ninguém diga que o resultado foi injusto. O Águia teve chances de matar a partida ainda no primeiro tempo. Abriu o placar aos 17 minutos, com Branco, e podia ter marcado mais gols, aproveitando os muitos buracos na defesa do Paissandu.
Bem armado, o Águia não se arriscava além do necessário, mas exercia o controle tocando a bola com inteligência e esperando o momento certo de dar o bote. Chegava ao ataque facilmente, usando às vezes até cinco jogadores, mas sentia a falta de ações mais aprofundadas. Branco deveria estar na área, mas saía constantemente para buscar jogo.
Até os 30 minutos, o Águia fez o que bem quis em campo e Flamel transitava com a liberdade que todos os adversários costumam lhe dar, apesar da conhecida categoria.
As coisas só começaram a mudar aos 32 minutos, quando Yago Pikachu quase fez um golaço aparando uma bola de meia-bicicleta. Dois minutos depois, acertaria o alvo, quase sem querer, em cobrança de falta que enganou toda a zaga do Águia e entrou direto no gol de Alan. 
O empate não deixou o Paissandu melhor, mas tornou o Águia mais cauteloso. Analdo, Diogo e Marquinhos não ultrapassavam mais a linha de meio-campo e até Flamel desapareceu por alguns instantes. Mesmo assim, as tentativas mais agudas continuaram com o time marabaense.
O lateral Léo Rosas, avançado pelo lado direito, era o jogador mais produtivo, levando vantagem quando partia para cima de Bryan, novamente um dos piores em campo. Léo, que barrou o bom Júlio Ferrari, é uma das gratas surpresas do campeonato e vem se destacando em todos os jogos do Águia. Seu maior mérito está no drible em velocidade e na qualidade dos cruzamentos.
Veio o segundo tempo e Lecheva, precavido, trocou peças. Por sorte ou visão, tanto faz, acertou em duas mudanças. Neto substituiu Robinho e Leandrinho passou a ter mais liberdade para armar. O time seguiu claudicante, mas pelo menos ficou mais rápido. Depois, Héliton entrou no lugar de Adriano Magrão, que a cada dia mostra-se mais lento e encabulado.
Surpreendentemente, João Galvão insistiu com o mesmo time até o final, embora seus volantes estivessem visivelmente cansados. Diogo e Analdo perdiam todas as divididas e antecipações. No ataque, a bola era tocada de pé em pé, mas faltava sempre um finalizador. Ainda assim, Charles perdeu um gol e Tiago espanou uma bola em cima da linha quando o goleiro Paulo Rafael já estava fora do lance.
Acontece que o futebol tem suas próprias leis e uma delas, instituída pelo filósofo Muricy Ramalho, diz que a bola pune quem não faz bom uso dela. Foi exatamente o que ocorreu cinco minutos do fim. Em rápida troca de passes na intermediária do Águia, Neto recebeu livre e mandou na gaveta. Chute indefensável, fatura liquidada. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)
 
 
Como previsto, o equilíbrio marca o returno do Parazão. Os quatro primeiros colocados estão com sete pontos e, em caso de triunfo do Cametá sobre o Remo hoje, cinco times ficariam com a mesma pontuação. É justamente para tentar se desgarrar na tabela de classificação que os remistas devem utilizar um esquema bem ousado. Flávio Lopes anuncia uma formação no 4-3-3, lançando Joãozinho no lugar de Betinho.
No Bola na Torre, ontem, Cacaio observou que nem sempre a quantidade de atacantes é garantia de sucesso. Diz isso com a autoridade de quem tem um dos times mais agressivos da competição (23 gols e o artilheiro, Paty, com 9). No fim das contas, as qualidades do Cametá só valorizam a corajosa proposta de Lopes. A conferir.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 19)